3 semanas depois...

PDV Isaac McCall

Eu já podia setir os efeitos dela. Estávamos apenas na segunda aula, por volta das 8:00 horas mas eu já respirava ofegante.

— É apenas pscicológico Isaac, esta tudo bem.- Eu sussurrava pra mim mesmo.

— Ei, você está bem? - Tyler perguntou se inclinando em minha direção. Ele se sentava atrás de mim e era um dos amigos que eu tinha feito por aqui, todos falam comigo tranquilamente, mas ele é o mais próximo.

— Sim.- Respondi, só que ele não pareceu muito convencido.

— Então para de apertar a mesa, parece até que vai quebrá-lá.- Comentou ironicamente, soltei imadiatamente as laterais da mesa, eu realmente estava a ponto de quebrá-la, então respirei fundo e a raiva subta pareceu passar. Olhei discretamente para meu irmão á algumas cadeiras atrás, ele parecia bem, estava até conversando com Tori com a qual havia se aproximado bastante.

O professor se virou para a turma e começou a falar algo, tentei me concentrar em cada palavra saída de sua boca, mas eu só conseguia escutar cada ruído, a conversa, a batida do coração de cada um na sala. Ele entregou algumas folhas, parecia um teste. Peguei a caneta na intensão de começar quando ele deu o comando, mas a sala se calou, a pessoas começaram a escrever e eu pudia ouvir, a borracha sendo esfregada sobre o papel, a mola da caneta que alguém apertava compulsivamente, sacudi a cabeça e apertei os olhos tentando me concentrar no meu papel, mas as letras estavam embaralhadas, formavam todo e qualquer tipo de frase mas eu tinha certeza que o professor de história não entregaria um teste para te perguntar quantas pessoas mataria na lua cheia. Eu estava alucinando. e os ruídos só aumentavam, os ponteiros do reógio grande acima do quadro, um celular vibrando na mesa de uma garota da fila ao lado, a garota da fila perto da porta tamborilando os dedos na mesa.

Um toque em meu ombro pareceu me trazer de volta a realidade, balancei a cabeça novamente.

— É sério Isaac, tem certeza que está bem? - Minha respiração se tornou mais regular.

— Eu...Vou ficar.- Respondi sorrindo, ele levantou as mãos em sinal de rendição, como se me dissesse ''eu não acredito, mas não vou insistir''.

Depois eu consegui me concentrar melhor, descobri que era um teste para nos ajudar com o trabalho de mitologia que deveríamos entregar daqui a dois dias sobre criaturas e lendas místicas, o qual ele havia falado alfuns dia atrás.

O sinal tocou e me levantei respirando aliviado de estar do lado de fora da sala.

— Se você não vai dizer nada tudo bem, nossas próximas aulas são diferentes, então eu te vejo na minha casa ás 18:00.- Falou ele já estava se virando.

— Espera, pra quê ? - Perguntei segurando meu amigo pela blusa moletom.

— Você ta doido hoje, eu ein, te perguntei se podíamos fazer esse trabalho hoje na minha casa e você disse que sim. - Ele respondeu confuso. Eu devia ter concordado sem nem mesmo notar, maldita lua cheia que me desconcentra.

— Ignore minhas atitudes hoje, de verdade não me leve a sério.- Pedi a ele que sorriu e me abraçou, então nesse momento senti um forte cheiro de de plantas e eu sabia que não significava boa coisa. - Tyler, de novo? - Questionei a ele que ainda não havia me soltado.

— De novo o quê? - Me oergutou com a voz rouca e as palavras enroladas.

— Eu já disse pra você não mexer mais com isso.- Falei decepcionado. Ele abaixou a cabeça e se afastou um pouco de mim, sem me soltar. Nessas poucas semanas que nos aproximamos, não era nem preciso olfato aguçado para saber o que ele estava fazendo, quando ele usava essas ''plantas'' ele ficava excessivamente carinhoso  e bem mais lerdo.

— Não é fácil assim.- Ele reclamou manhoso, se afastando por completo e encostando na parede.

— Ta bom Tyler, mas não se esqueça do que me prometeu, agora vem se não vamos nos atrasar.- Falei já indo em direção à minha sala.

O resto das aulas se deu tranquilamente pelo menos pra mim, não tive nenhum outro mal estar ou surto de raiva e estava mais centrado, Tyler apenas comentou que eu carregava um olhar um tanto homicida e psicopata, mas era melhor do que estar realmente machucando alguém, de alguma maneira eu me sentia mais forte e controlado agora. Na saída eu esperava por James e Jade que já vinha em minha direção.

— Tudo bem por aqui? - Jade perguntou me abraçando.

— Sim, estou bem, e vocês? - Perguntei calmamente subindo em minha moto e colocando o capacete.

— Crreio que um pouco de acônito vai ser o suficiente.- Comentou minha irmã.

— Acho que estou finalmente conseguindo.- Se gabou James e ele continuaria mas foi interrompido por uma Tori saltitante.

— Ei James, aqui está. Até mais.- Ela apareceu, entregou um pequeno papel para meu irmão e se despediu com um beijo na bochecha dele, que apenas acenou de volta.

— Beijo na bochecha já?Vai com calma.- Nossa irmã brincou destrancando seu carro. James revirou os olhos e deu partida em sua Lamborghini .

Assim que chegamos em casa e posicionamos os veículos devidamente na garagem, eu notei que Jade e James não estavam preocupados, pelo contrário, eles conversavam animadamente o que era um evento raro, os dois estavam birgando a maior parte do tempo, quase sempre por minha causa então decidi que seria melhor continuar em silêncio e não opinar no assunto, que era os irmãos Hale.

— Mas ela é tão diferente, não tem esse perfil de caçadora, ela não sabe de nada  e mesmo que soubesse não que ela gostaria de mexer com essas coisas.

— Eles sequer devem saber do sobrenatural.- Minha irmã comentou analisando a geladeira de portas abertas enquanto James abria uma garrafa de refrigerante dando de ombros, indferente. O assunto deles fluiu bastante pelos minutos que se seguiram. Olhei a hora no celular e os números marcavam 17:00.

— Isaac.- Levantei o lhar imediatamente ao ouvir Jade me chamar.- Está tão quieto, o que foi?

James revirou os olhos e se apoiou no balcão digitando alguma mensagem.

— Nada.- Respondi sorrindo e virei o rosto assim que meu celular vibrou , fugindo de seu olhar interrgativo. Era uma mesagem de Tyler me pergutando se eu relamente iria e pedindo pra que eu levasse um livro d emitologia. Suspirei e respondi confirmando presença. Jade iria me matar pro sair hoje, eu só tinha que arrumar um jeito de sair sem que ela me veja. Eu me sinto bem o suficiente pra não me amarrar num porão.

— Deve estar apaixonado.- James soltou esse comentário como se flasse do clima.

— O-o quê? - Pergutei bloqueando a tela do celular, eu acabei gaguejando e minha frequência cardíaca se alterou o que só dava mais motivos pra ele acreditar nisso.

— Olha aí, não falei, ele fica suspirando olhando esse celular, quem será a garota?- Ele perguntou rindo e arrancando um risinho de Jade também.

— Ah parem com isso, eu não estou...- Falei me levantando mas fui interrompido.

— Seu coração te entregou, sinto muito.- James brincou, eu nem podia argumentar e eu nem sabia o porque de meu coração estar acelerando dessa maneira, nem tenho ninguém em mente, no fundo eu sei que meu coração não está acelerado por isso, estou com medo de sair e me arrepender. Revirei os olhos.- Depois nos apresenta ela.- Ouvi ele zombar

Subi as escadas direto para meu quarto, eu precisava de um banho frio, mas sabendo dos meus riscos de ficar doente e o clima lá fora não estava nada bom. Ventava e estava frio o que me fez desistir da ideia de um banho gelado, assim que encostei na água, mudei a temperatura.

— Isaac, estu saindo para comprar algumas coisas pro jantar.- Jade falou já na garagem.

— Ok.- respondi desligando o chuveiro no mesmo instante. Me vesti rapidamente de modo simples e algo que me ajudassse a manter a temperatura corporal. Desci observando meu irmão que estava impaciente olhando o celular.

— Maninho é o seguinte, Marquei com Tori as 17;30 e estou 20 minutos atrasado, ela não gosta muito de atrasos já está me ligando então, você pode por favor não colocar fogo na casa acidentalmente enquanto Jade não volta? Vou te deixar sozinho.- Ele me falava   já pegando as chaves do carro. Apenas assenti, sabia que se dissesse algo minha voz me entregaria, não sei mentir. Mas assim que escutei o motor do carro ir sumindo aos poucos peguei os livros que precisava e coloquei na bolsa que usava para ir ao colégio. Corri, peguei as chaves da moto acelerei pelas ruas, agradecendo os dons lupinos que me permtiam ver claramente através da neblina densa.

Não demorou muito para que eu já estivesse tocando a campainha. Tyler abriu a porta sorridente.

— Oi...Não sabia que voê era tão pontual.- Ele comentou enqunto eu o seguia para dentro da casa. Olhei no relógio acima de um quadro. Eram exatamente 18:00.

— Nem eu.- Murmurei.

— Mãe esse aqui é o Isaac.- Desviei minha atenção do relógio e e virei para a mulher não muito alta, cabelos castanhos e enrolados. Ela tinha um sorriso simpático, retribuí.

— Muito prazer querido,- Ela estendeu a mão e eu a peguei.

— O prazer é meu senhora Cooper.- Respondi.

— A que isso me chame apenas de Melissa.- Ri e assenti sendo puxado para o quarto dele. Logo que entramos ele se sentou em uma das duas cadeirasda escrivaninha e eu me dirigi pra a outra.

— Então, vamos fazer algo geral, ou focar em uma especie só?- Perguntei colocando os livros sobre a mesa enquanto ele se esparramava na cadeira, mexendo desanimado no notebook a sua frente.

— Vamos focar em uma coisa só, se não teremos muito trabalho pra fazer esse trabalho.- falou e assim que percebeu sua repetição da palavra ele riu. Não consegui não acompanhar mas logo me virei pra ele.

— Onde estão?- Questionei me levantando e indo em direção ao seu guarda roupas. Ele parou de rir e suspirou derrotado.

— Primeira prateleira atrás dos livros.- Confessou. Fui até o lugar apontado por ele e tirei de lá um saquinho com varias porções de droga.

— Eu vou dar um fim nisso e você vai tentar não ir atrás de mais.- Falei colocando em minha bolsa, em casa eu daria um jeito de jogar fora.

— Como se fosse fácil, eu concordo com você agora, mas eu vou ficar com vontade novamente em algum momento, e aí vai ser uma luta para me diatrair e não pensar...- Ele falava olhando a caneta que tinha em mãos. Me aproximei e sentei na cadeira que estava antes.

— Tudo bem, eu não disse que ia ser assim, de primeira, vamos tentar. E quando você achar que precisa mais disso...-Peguei o saquinho e o mostrei, logo colocando de volta na bolsa.- ...Me liga, você sabe que eu sou capaz de inventar um monte de coisas sem sentido pra você ficar pensando o dia todo.- Ele riu e assentiu me olhando, como se me disse "obrigado". Sorri.

— Já escolhi a espécie na qual trabalharemos.- Ele falou animado.

— Qual?

— Os licantropos ou mais conhecidos como...

— Lobisomens.- Completei sua frase ele sorriu e eu assenti. Pelo menos teremos notas altas.

Depois de notar algumas ligações de Jade eu desliguei o celular antes que ela me rastreasse e viesse me buscar, isso seria muita vergonha, apesar de que ela poderia me encontrar seguindo meu cheiro. O trabalho estava fluindo rapidamente já que eu sabia muita coisa sobre essa espécie, nada melhor pra falar de um lobisomem do que um próprio.

— Como você sabe tanto sobre isso?- Ele perguntou escrevendo algo em uma folha.

— É por que eu sou um lobisomem.- Murmurei brincando.

— Ah claro, isso era óbvio, por isso você ta estranho hoje, é lua cheia.- Ele falou, por um momento me preocupei, mas assim que o olhei vi sia cara de ironia e ri.

— É óbvio.- Entrei na onda. - Mas... Tyler você acredita nessas coisas? - Estava curioso.

— Em geral? Não, tem umas coisas que eu acho meio improvável. Lobisomens é a mais natural pelo visto.- Ele riu.

— E se eu realmente fosse um lobisomem, considerando que hoje é lua cheia e minha força aumentaria... O que você faria? - O olhei esperando que ele não dissesse que me fuzilaria ou sairia correndo.

— Bem eu tenho acônito em casa, eu conseguiria te manter fraco.- Era uma resposta consideravelmente boa. Dei de ombros. Eu estava suando um pouco, então tirei a blusa de moletom preta que usava.

Minhas presas estavam doloridas, elas deveriam esta rasgando coisas e pessoas agora, mas eu me controlaria.

Até agora, estava tudo bem. Mas era só elogiar que piora. Eu notei que minhas garras estavam aparentes quando fui pegar uma caneta, olhei para Tyler na mesma hora, mas ele estava concentrado em digitar algo, então suspirei e coloquei as mãos debaixo das coxas. Ao olhar a janela que ficava acima da escrivaninha notei a lua em seu ápice. Pelo reflexo do vidro da janela pude ver meus olhos brilhando em dourado. As presas estavam descendo e eu agradecia ao céus por Tyler estar concentrado. Meu coração estava acelerando de forma que nunca tinha visto.  Virei a cadeira ficando costas pra ele.

— Isaac? - Ele chamou parando de digitar. Ai não, agora não.  Eu nem podia dizer nada, sabia que minha voz estaria alterada e mais alta e grave do que o normal. Apertei os olhos eu tinha que parar.

— Ei.- Ele chamou virando minha cadeira de frente pra ele. Me levantei na mesma hora indo em direção a porta. - Espera, o que você ta fazendo?

Tyler segurou minha mão e me puxou. Abro os olhos meio assustado, meus batimentos estavam se normalizando, olhei minha mão, a qual ele segurava e ela estava normal como deveria, sem garras. Soltei a respiração que nem notara que havia prendido.

— Eu...estou com calor... Eu acho.- Já mencionei que sou péssimo em mentir? Ele riu.

— Esta fazendo - 8°. Você só pode ser louco de estar com calor, mas... Esta realmente transpirando. Acho que eu nunca vou te entender.- Disse-me pensativo, eu sorri e voltei a mesa, pegando meu celular e o ligando. Tinham muitas ligações perdidas tanro de James quanto de Jade. Eles deviam estar preocupados. Escutei um dos recados de Jade.

"Isaac, onde você está? Eu preciso que volte pra casa agora!"

Ela estava realmente brava.

"Irmão, por favor volte pra casa, Jade está atrás de você e você sabe que não é segura ela vagar por aí hoje. Não quando o Peter não esta em casa, ele deve estar caçando."

Tudo bem, isso parecia sério.

— Olha Tyler, tenho que ir.- Informei pegando minha bolsa e os livros.

— Tudo bem...- Saí a passos apressados do quarto, descendo as escadas.

— Isaac?- Chamou a mãe de Tyler e parei no mesmo instante indo até a cozinha, onde ela estava.

— Sim?

— Não quer ficar para o jantar ? Está quase pronto.- Ela convidou docemente.

— Ah... Eu adoraria, de verdade, mas minha irmã está com problemas, ela precisa de mim agora.- Isso só saiu verdadeiro porque era uma meia verdade.

— É uma pena...Mas antes de você sair tem um tempinho?.- Concordei e ela continuou..- Eu quero agradecer... eu sei que ainda não é certo, mas eu realmente espero que você consiga tirar o meu filho desse vício.- Sorri.- Sabe, é difícil encontrar amigos como você, estão do lado certo e que querem o bem dos outros, então não desista dele...Por favor.- Ela me olhava nos olhos agora.

— Isso não faz bem ao Tyler, eu não pretendo desistir.- Ela sorriu largamente e Tyler apareceu na cozinha.

— Esqueceu sua blusa, quer morrer de hipotermia? - Ri e  vesti a blusa, me despedi de Melissa e de Noah o pai de Tyler que havi chegado eu já estava saindo quando ele me deu deu um breve abraço e sussurrou um "cuidado".

Algo me dizia que eu tinha arrumado um grande problema.