Meu nome é Eva / SKAM escrita por micca


Capítulo 8
Lá vem as b r i g a s




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— E eu não preciso. — Naquele momento minha fome já tinha passado e só queria ir embora daqui.

— Sobre as tintas..

Eu bufei e soltei uma risada sarcástica. — Jonas. — Quando eu pronunciava o nome dele, sempre soava com um sotaque desconhecido por mim, mas ele sempre gostou e o mesmo acabou sorrindo com aquilo. — Eu não quero conversar sobre isso. — Retruquei irritada, até porque eu não queria que os meninos ouvissem a conversa.

— Eva. — Ele deu dois passos na minha direção. — Só me escuta, porra... 

— Eu parei de te escutar faz um bom tempo... Então é meio irônico você vir aqui e do nada querer conversar, hm?

— Desculpa.

Aquilo parecia tão automático, aquele tipo de desculpas que eu dava para minha mãe quando eu aprontava ou quebrava algo. Não era verdadeira, mas era uma palavra que ela gostaria de ouvir. E Jonas estava fazendo isso, dizendo uma palavra que eu gostaria de ouvir e isso me irritava. 

— Ok. Agora pode ir. — Sorri sarcástica. 

— Eu... — Ele se aproximou ainda mais e revirei os olhos. — É... Sobre o lance da tinta... Desculpa. 

— Ok.

— Você só vai dizer isso, Eva? 

Eu me levantei e suspirei. — O que você quer ouvir Jonas? Estou cansada disso... Você não?

— Engraçado isso... Você esquece das coisas muito rápido. Quem errou foi você, a malvada da história foi você... Não eu.  — Ele sorriu sarcástico. — Então quem me ignora é você?

— Você fez minha vida um inferno.

— Foda-se. — Ele gritou. — Foda-se Eva... Você ferrou comigo primeiro.

— Você combateu tudo isso com violência, poderia ter ficado só entre nós... Mas você meteu todo mundo nisso... Era o nosso relacionamento Jonas, não daquela maldita escola... Não do Isak, não da Ingrid ou da Sara... Era nosso.

— Era mesmo Eva? Você quem começou colocando alguém no meio.

Jonas não me perdoou pela traição e bom, eu também nunca cheguei a me perdoar também.

Mas odiava ter que ouvir ele falando disso.

— Eu te amava Eva... Porra, como eu te amava. — Ele continuou. — Eu fiz tudo por você.

Eu suspirei. — Vai embora Jonas... — Passei a mão por meu rosto, que já pegava fogo.

— Você chegou a me amar de verdade?

Aquela pergunta doeu.

Eu o amava? Você machuca quem ama?

— Jonas...

— Eu preciso da resposta, Eva.. — Ele estava agoniado na minha frente. Eu nunca tinha o visto assim.

— Eu não sei, Jonas... Eu não sei. — Senti meus olhos arderem. — Eu achava que te amava... Mas eu ferrei com tudo. — Dei de ombros. — Eu ferrei com a porra toda... Então eu não sei dizer se era amor, porque no fundo não magoamos quem amamos... Magoamos?

— Eu... — Ele gaguejou e mordeu  o seu lábio inferior. — Eu só queria um sim ou não... Mas é você, então sempre vou ter um "talvez". — Ele riu ao revirar os olhos, era uma risada sem nenhum humor por trás dela.

— Pois é... Sou eu.

Ele tirou as mãos do bolso e bagunçou o cabelo dele. — Eu não sabia que você tinha voltado a frequentar Skam... — Ele parecia muito tímido para continuar a frase, como se estivesse arrependido de ter me procurado. — Estou feliz por você está de volta, Eva.

Acabei concordando. — Não estou aqui porque quero.

— É claro que não... Você sempre está sendo obrigada por alguém. — Disse irônico. — Falsa.

O falsa era uma brincadeira que nós dois fazíamos desde sempre. Se eu dissesse algo e ele não acreditasse, ele me chamava de falsa.

Eu revirei os olhos. — Sai logo daqui Jonas.

Ele riu e deu um passo para trás e virou-se para ir embora. —  Evaa..?

— Oi.

— Você está bem?

Concordei. — Estou Jonas.

— Que bom. — Ele saiu com um sorriso pequeno nos lábios e eu fitei ele saindo e logo deixei meu corpo cair contra a cadeira, meus olhos se encheram de lagrima e eu chorei, chorei como uma criança. 

Senti meu corpo estremecer.

Porra Jonas.

 Jonas não foi um cara legal depois da traição, ele deixou fotos minha bêbadas e drogas estampada por toda a escola.

E aquilo me destruiu.

Vadia e drogada. — Me nomearam. 

Jonas sempre foi o cara, as garotas queriam ele e os meninos também... Então ele não passava despercebido por onde andava.

E está com ele era ser o centro das atenções também;

Porra, porra, porra...

Sai do refeitório e corri para a floresta, senti o ar pesar e resmunguei coisas aleatórias enquanto sentia-me presa naquele lugar.

Corri até não poder mais e acabei me jogando em um árvore qualquer, me sentei desleixadamente e suspirei ao puxar me celular e ligar para Vilde: Nada.

Liguei para a Chris: Nada.

Revirei os olhos e xinguei mentalmente.

Eu queria poder conversar com alguém.

Eu só queria me distrair.

Acabei por ficar assim, parada, olhando o céu.

Meu celular vibrou e logo atendi. — Vilde?

A pessoa do outro lado riu. — Não mesmo. — Era minha mãe.  — Estava esperando uma ligação da Vilde? Se quiser ligo depois.

— Não...

— Hm, que estranho... Você querendo conversar.

Revirei os olhos. — O que foi mãe? Aconteceu alguma coisa para me ligar?

— Não, só queria saber como você está.

— Estou ótima, e pronta para ir embora. 

— Imagino. — Podia jurar que ela estava revirando os olhos. — Mas vai ficar só pronta mesmo, porque não tem ninguém para cuidar de você lá em casa... Então vai ficar por ai.

— Novidade né?

— Eva. — Ela me advertiu. — Você sabe que trabalhamos para te dar o melhor.

— Menos amor... — Respondi ignorante. — Ok mãe... Já fez o seu papel, depois conversamos viu? Até.

Desliguei o celular.

— Você está sempre fugindo é? — A pergunta me assustou e acabei soltando um grito ao colocar a mão no coração, enquanto fazia uma oração mental.

— Mas que susto. — Olhei para O CHRIS que ria alto, enquanto meu coração ainda batia forte.

Ele parou, suspirou e decidiu caminhar até a arvore que estava sentada e logo sentou-se ao meu lado, era estranho vê-lo tão perto.

— O que está fazendo aqui, Christoffer?

— Andando... — Arquei a sobrancelha e logo ele riu. — Ok, eu estou fugindo do Hulk... Ele consegue ser bem chato as vezes. — Ele prosseguiu e isso me fez concordar.

— Nem me fala.

— Mas você gosta muito dele. — O tom malicioso dele me fez soca-lo e acabei me afastando um pouco ao perceber que havia exagerado.

— Não fale comigo assim.... Hulk é tipo um irmão, tio... sei lá. Família sabe?

— Vai saber... As meninas amam ele aqui. 

Acabei concordando.

— Sério, perto dele não tenho nenhuma oportunidade. — Chris disse com um falso drama, me fazendo sorrir de leve.

— Aposto que não mesmo.

— Não concorda com isso Eva. — Ele me cutucou, como ameaça. — Esse é o momento que você diz que só tem olhos para seu Chris aqui.

Rindo, eu encaro-o atentamente e observo a pouca luz do sol bater contra os olhos dele.

— Não se iluda Christoffer. — Olho para o lado e encaro as diversas árvores ao nosso redor e as folhas secas que nosso pés amaçavam. 

— Posso te fazer uma pergunta?

Acabei encarando-o um pouco alarmada, pois eu não sabia se ele e o amigo dele estavam lá quando conversei com Jonas, pois havia as portas de trás para eles fugirem do "Hulk".

— Você gosta de Reese's ? — Ele disse ao tirar do bolso dois chocolates. — Isso é muito importante Eva... Olha o que vai responder.

Tirei da mão dele e abri a embalagem, e percebi que ele estudava meus movimentos e quando mordi vi-o sorrir e passar a fazer o mesmo processo que fiz. 

— Esse doce é uma delicia né? 

Concordei me deliciando com o gosto de chocolate e amendoim. 

 Chris ficou em silencio por um tempo, mas não durou muito e percebi que ele gostava de tagarelar. — Você me disse no tinder, que tinha uma quedinha por garotos problemas... Foi por isso que não ficou apaixonada por mim?

Acabei rindo.

— Você é sempre idiota?

— Eu estou pelo menos fazendo você rir... Pense pelo lado positivo. — Ele piscou na minha direção. — É que eu percebi que a conversa com sua mãe te deixou estressada. 

Acabei sorrindo. — As conversas com ela são sempre assim... Então não é uma novidade.

— O que te deixou estressada?

— Então... Respondendo sua pergunta: Eu acho que você é muito pegador para o meu gosto. — Tentei levar na brincadeira. — Sei lá, nossa conversas não era do tipo: Ei Eva, um dia vamos namorar. — Tentei imitar a voz dele, enquanto fazia uma postura reta e metida. — Era mais para: Ei Eva, um dia vou te levar para cama.

— O que? — Ele quase gritou, seu rosto ficou vermelha enquanto ele ria alto. — Mentirosa... — Ele jogou folhas secas na minha direção e resmunguei ao vê-las grudar no meu cabelo. — Eu estava quase dando meu coração para você... 

— Claro. — Revirei os olhos ao jogar uma das folhas que tirava do meu cabelo nele. — Você é um safado... Se brincar ficou com a metade do acampamento.

Ele abriu um sorriso malicioso e deu de ombros. — Eu precisava ocupar o meu tempo... 

— Viu... SAFADO. — Dei um gritinho.

— Estou brincando. — Ele riu ainda mais. — Não fiquei com ninguém do acampamento.

— Aham, claro... — O pouco que conversei com o Chris deu para perceber que é impossível saber se ele está falando a verdade ou não.

 Ele se levantou e limpou-se, e logo estendeu a mão na minha direção. — Vamos?

Eu olhei para os lados e concordei ao me levantar, ignorando a mão estendida dele. — Vamos? — Disse ao passar na frente dele e vi-o me seguir. Ambos caminhamos quietos a caminho do campo de treinamento.

E percebi que todos estavam reunidos e decidi adentrar para ver qual era a programo do dia. Chris me seguiu e logo percebi que as pessoas nos encaravam. — O que está acontecendo? — Sussurrei para o garoto sorridente ao meu lado.

— Não está sabendo da fofoca do jornal skam? Todos estão dizendo que estamos se pegando.

Arregalei os olhos e puxei-o com força para o lado oposto da movimentação. — Está brincando né? Que porra é essa de jornal skam?

— Calma ai gatinha... — Ele disse puxando o braço dele e sorriu. — Estou brincando sim... 

Aliviada, acabei suspirando.

— Menos isso de jornal skam. — Ele disse ao puxar o celular e me mostrar um blog. — Viu? temos um jornal dos podres daqui... 

Acabei puxando o celular dele e curiei algumas das postagens e uma era sobre mim, mas não falava nada demais.

Apenas que eu estava no acampamento.

Ufa.

Nada sobre nós dois... Ops, sobre Christoffer e Eva.

E o titulo era: Quem é a Eva?

— Quem invetou essa porra? — Indaguei irritada. 

— Sei lá. — Ele deu de ombros. — Faz uns três anos que tem isso ai... Pensei que você sabia.

— Não... Logico que não. — Passei a ler algumas postagens anteriores e elas falam sobre muitas pessoas, porem muitas nunca ouvi falar o nome.

 — Enfim... — Ele tomou o celular da minha mão. — Agora você sabe... Ohh Eva.

— Hm? — Disse ao encara-lo.

Antes que ele pudesse dizer algo, William apareceu e jogou o braço no ombro dele. — Ei Eva... Beleza? — Ele encarou Chris e sorriu de forma atrevida, como se fossem aprontar algo. — Preciso roubar o Chris de você rapidinho... 

— Amém. — Disse jogando as mãos para cima.

Ele riu e piscou na minha direção, porem antes cutucou o amigo. — Chamou ela?

— Oi? — Indaguei confusa.

— Não acredito Chris... aff, vergonha de você... — Ele empurrou o amigo e jogou o braço dele no meu ombro, enquanto me conduzia até um outro instrutor. — Vamos sair escondido hoje para beber... Está convidada, vai ser 00h ok?

— Eu posso contar para o meu avô... Você sabe disso né?

William sorriu e deu de ombros. — Vou arriscar... Ate lá. — Dito isso, se despediu com um beijo na minha bochecha e puxou Chris que nem conseguiu dizer nada, pois foi resmungando sobre a força do amigo.

Aquilo me fez sorrir.

E pensar.

Hm, seria uma boa ideia?

— Ei, Eva... Por que seu cabelo está cheio de folhas? Isso é alguma moda nova? — Sana disse ao se colocar do meu lado e começar a tirar as folhas automaticamente, dizendo que isso estava deixando-a nauseada. 

— Christoffer — Gritei em meus pensamentos.

 


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