Questão de Sorte escrita por Hakiny


Capítulo 26
Bem Vindo a Pack


Notas iniciais do capítulo

Chegamos a nossa segunda temporada!
Não esqueçam de deixar um comentário me falando o que achou dessa nova fase!
Boa leitura ❤



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Sentado na cama de uma hospedaria na movimentada cidade de Pack, Ryu refletia sobre o que fariam a seguir para se manterem bem.

— Depois de tudo o que aconteceu, não é mais seguro para nós acamparmos na floresta. — O guardião dizia em meio a suspiros — Também precisaremos fazer desvios, para que nossa localização não fique tão óbvia. Um confronto direto com o Minus precisa ser ao máximo evitado.

Catherine ouvia a tudo em silêncio, ela queria poder ajudar de alguma forma, mas qualquer coisa que passava pela sua cabeça, parecia inútil no segundo seguinte.

— Mas tudo isso se complica diante da nossa situação financeira. Pagar lugares para dormir faz tudo ficar muito caro e os desvios aumentam o tempo de viagem. Juntando isso a nossa alimentação… Droga! — Ryu levava a mão a cabeça preocupado — Estamos ferrados.

— E o dinheiro que o Ivan te deu? — Catherine arriscou — Você comentou que estava com o cheque.

— E estou… mas tentar trocar um cheque de uma quantia tão alta por aí pode chamar atenção e é tudo o que não precisamos agora.

Catherine se sentiu decepcionada, por isso se calou.

— Bom já é quase noite, vou na rua procurar alguma coisa para comer. — Ryu parou por alguns segundos e em seguida encarou a menina — Sei que é complicado adequar isso ao seu estilo de vida, mas nossa alimentação precisa ser mais barata e…

— Tudo bem. — Catherine sorriu de forma gentil — Eu não vou morrer se ficar um tempo sem doces.

Ryu também sorriu, a maturidade que Cat adquiriu durante a viagem era algo que o orgulhava.

— Eu pretendo pesquisar um pouco pelos preços, então é provável que eu demore algumas horas, quer vir comigo?

Catherine negou com a cabeça.

— Tudo bem ficar sozinha?

— Como vamos passar o dia inteiro andando amanhã, eu prefiro economizar minhas pernas hoje. — A garota se justificou.

— Se comporte. — Ryu bagunçou os cabelos da bruxa com um esfregão em sua cabeça e depois saiu do quarto.

Olhando pela janela que dava uma extensa visão da rua, Catherine acompanhou Ryu com os olhos até o momento que o perdeu de vista.

Ciente de que o companheiro já estava longe, a garota correu para a porta e não diminuiu sua velocidade até alcançar Tommy nos estábulos.

— Vamos dar um passeio. — Ela sorriu para o cavalo.

Não muito distante dali, dois homens acabavam de descarregar um caminhão de suprimentos para uma mercearia.

— Obrigada pela ajuda rapaz! — Um senhor de idade avançada entregava algumas moedas ao seu ajudante do dia.

— Não precisa agradecer, eu estou sendo pago por isso no fim das contas. — Josh pegou as moedas da mão do homem e as guardou no bolso.

O velho coçou a cabeça um pouco incomodado e logo em seguida comentou:

— Sabe, esse dinheiro é muito pouco… você passou o dia inteiro carregando caixas pesadas.

— Não foi o senhor mesmo que disse que não tinha condições de me pagar a diária padrão? — Josh sorriu — Me pagou o quanto podia, parece um preço justo.

— É… — O velho suspirou entristecido — Os negócios não andam bem. Mas mesmo assim… o que eu posso fazer por você meu jovem? Me sinto desconfortável em retribuir tão mal uma ajuda tão boa.

Josh pensou por alguns segundos e finalmente respondeu.

— Que tal um jantar? — sugeriu — Assim eu acabo economizando e me sobra dinheiro para comer amanhã.

O velho ergueu as sobrancelhas perplexo. Aquele jovem andarilho não parecia ter nenhuma ambição:

— Bom, neste caso eu me sinto mais aliviado.

Não foi necessário muito tempo cavalgando para que Catherine encontrasse uma casa de jogos.

Completamente confiante, a garota amarrou o seu cavalo na porta e entrou no estabelecimento.

— O que está fazendo em um lugar como esse, docinho?

A garota mal havia pisado no local e já estava sendo abordada.

— O que se faz em uma casa de jogos? — Catherine estufou o peito e ergueu uma das sobrancelhas.

Ela acreditava que esse tipo de atitude a fazia parecer mais durona, pelo menos era assim que os gângsters do cinema se portavam.

— Você parece uma criança imitando um gângster de cinema.

A moral de Catherine desceu ao chão.

— Eu não sou criança! — As, já avantajadas, bochechas de Catherine dobraram de tamanho — Eu já alcancei a maioridade.

— Você cheira a leite. — O homem disse com desdém — Eu me chamo Hugo.

A bruxa torceu o nariz para o comentário do estranho, mas se apresentou educadamente.

— Precisa de dinheiro para apostar, Catherine.

— Isso aqui serve? — A garota estendeu uma bolsa lilás com pequenas flores amarelas desenhadas.

Um pouco desconfiado, o homem pegou a bolsa e conferiu seu conteúdo. Se tratavam de 15 moedas de prata, uma quantia não muito alta, mas razoável.

— Me acompanhe! — Hugo sorriu.

Para ele, Catherine era uma presa fácil.

No centro de Pack, Ryu entrava em todos os mercados em busca de bons preços.

Ele percebeu que naquela cidade os preços estavam acima da média dos outros lugares em que passaram durante a viagem. Desistindo de encontrar um lugar mais barato para comprar, apenas entrou em uma loja qualquer e começou a escolher o que levar.

Depois de encher duas sacolas com mantimentos extremamente necessários, ele foi até o caixa e esperou que o velho atendente calculasse o preço final.

Um pouco distraído, Ryu se atentou a infinidade de chocolates que estavam expostos nas prateleiras atrás do velho.

“Se a Cat estivesse aqui, ficaria maluca.”

— Deu 18 moedas de prata e 5 de bronze senhor. — O vendedor informou.

— Vou querer um daquele. — Ryu apontou para uma das embalagens.

Ele sabia que não deveriam gastar dinheiro com besteiras, mas ver a bruxa feliz ao receber o presente inesperado, parecia ser algo muito necessário.

— Senhor, já acabei de empilhar as caixas no depósito. Mas eu não sei onde por essa caixa de milho.

Uma voz familiar chamou a atenção de Ryu.

— Olá senhor Lancelot! — Sem nem olhar para o recém chegado, o guardião disse de forma debochada.

No momento em que ouviu o cumprimento de Ryu, Josh caiu no chão e em seguida foi atingido no estômago pela caixa pesada que carregava.

Depois de gemer um pouco com a dor, ele se levantou e reclamou:

— PARE DE ME CHAMAR ASSIM! — O caçador apontou o dedo para o inimigo.

— Mas não foi você mesmo que disse que esse era o seu nome? — Ryu tinha um tom falso de quem estava ofendido — A não ser que você tenha mentido para mim senhor Lancelot.

Josh parou alguns segundos e se viu sem muitas respostas.

— Ei você! — O dono da loja que até então estava distraído com a discussão, reparou uma movimentação estranha em seu estabelecimento.

Ao perceber que havia sido flagrado, um trombadinha raquítico com o rosto coberto por um capuz, se agarrou a uma porção de pacotes de salgadinhos e correu para fora da loja.

— LADRÃO! — O velho gritava desesperado — Chamem os guardas!

— Fique calmo senhor Ling, eu vou recuperar sua mercadoria. — Josh se ofereceu.

Assim que viu o caçador sair pela porta a toda velocidade, Ryu o seguiu.

— Ei! — Ryu gritava para Josh — Pegue leve com o moleque, ele só roubou umas porcarias. Talvez ele esteja com fome e…

Uma onda de vento violenta fez com que Ryu fosse arremessado contra um amontoado de sacolas de lixo.

Josh, por outro lado, havia desviado do golpe sem muitas preocupações.

— Malditos caçadores… — O guardião tinha uma pontada de frustração.

Não rendido pelo golpe surpresa, Ryu continuou sua corrida em direção ao fugitivo.

Diante das circunstâncias já estava claro que aquele moleque era um bruxo, agora fazia muito mais sentido o esforço de Josh para pegá-lo.

Bruxo ou não, Ryu estava diante de alguém que havia roubado para comer e ele não pretendia deixar que Josh ferisse aquele indivíduo.

O moleque era esguio como um gato magro e muito mais rápido que um humano comum. Isso porém, não foi motivo para desanimar o caçador, que perseguia aquele fugitivo com uma perseverança invejável.

O bruxo conjurou um feitiço que o fez saltar mais alto que um prédio de dois andares. O que já era algo difícil de se engolir, se tornou mais incrível ainda quando o garoto planou pelos ares com os braços abertos como se fossem asas.

Josh estava em um beco apertado e usou as paredes como pontos de impulso para alcançar o telhado de uma casa.

Lá em cima ele desenrolou o chicote que estava em sua cintura e o lançou contra o trombadinha. A ponta do chicote se enrolou no calcanhar do garoto e logo em seguida Josh puxou com força o suficiente para que ele se estabacasse no chão.

Um pouco zonzo, o bruxo se levantou e tentou fugir, mas o caçador já estava parado na sua frente.

— Uma menina? — Ryu, que a essa altura também havia chegado no local, estava surpreso.

A fugitiva havia pedido o capuz que escondia seu rosto.

Josh retirou um pedaço de raiz de laranjeira do bolso e se preparou para prender a garota.

Antes que o caçador a alcançasse, a bruxa soprou contra uma parede, forte o suficiente para que ela fosse empurrada para fora do beco.

— Droga! — Josh estapeou o próprio rosto — Eu odeio essas bruxas do vento.

— Você vai matá-la? — Ryu encarava Josh com uma expressão séria.

— Não, estou tentando evitar que ela seja morta.

A resposta de Josh foi confusa para o guardião, mas ele entendeu que aquele não era o momento mais apropriado para esclarecer dúvidas.

Nas ruas movimentadas de Pack, a bruxa do vento saltava por cima de barracas e carroças.

A força da sua magia, fazia voar frutas, pequenos animais e até lonas. Enquanto ela ganhava distância dos perseguidores, ela deixava o caos para trás.

— Parados! Polícia! — Três homens rechonchudos tentavam alcançar Ryu, Josh e a bruxa.

— Droga, porque eu fui me meter nessa confusão? — Ryu sussurrava para si mesmo enquanto obedecia os policiais.

Josh ignorou o comando e seguiu sua perseguição, mas antes que pudesse alcançar a garota viu surgir uma rede de 9 metros de altura cercando a saída da avenida.

Mesmo tendo um bom salto, Josh acabou sendo impedido de continuar e a bruxa também.

— Não se aproximem! — A garota cercada, assumia posição de batalha contra o grupo de polícias que se aproximavam.

Ela não teve tempo de tomar qualquer atitude pois logo foi atingida por um dardo e desmaiou.

— Estão todos presos! — Um dos oficiais decretou.


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Notas finais do capítulo

Os capítulos serão postados duas vezes por semana.
Por enquanto eu escolhi terças e sextas, mas isso pode mudar.
Até a próxima ❤



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