Benevolência escrita por IsaWeasley


Capítulo 2
O acidente




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Scorpius

—Scorpius, você está bem?
—Estou, obrigado.
—Mas, afinal, o que você tanto escrevia naquele troço?
—Não é da sua conta.
—Nossa, só queria ser legal.- reclamou exasperado o cavalheiro gorducho do quadro.- não precisa descontar sua solidão em mim.
—Olhe quem fala.- rebateu Scorpius. -Poque você é o único quadro do salão comunal da sonserina mesmo? Os outros quadros se cansaram de ouvir sua falação?

          Scorpius levantou-se e saiu, irritado. Mas não sem antes ouvir um "vai conversar com um ser humano dessa vez, para variar?". Scorpius odiava aqueles quadros falantes.

Odiava a maior parte daquele lugar, para ser sincero. Odiava Hogwarts, odiava as pessoas que o tratavam de forma distinta, odiava ainda mais as férias e o dia do seu aniversário. E odiava se sentir assim.

Subiu as escadas em aspiral rapidamente e se dirigiu ao jardim. Era hora do café da manhã, mas Scorpius não sentia fome, sentia vontade de caminhar e o magnífico jardim do castelo, acobertado de árvores era perfeito para isso.

Estava frio por lá, mas por sorte Scorpius estava protegido por seu velho cachecol da sonserina.

Aparentemente não havia ninguém ali, presumiu que fosse pelo horário, estava muito cedo, sentou-se na grama, pegou sua pena e a-mergulhou em tinta, começo a escrever no pergaminho que trouxera.

 

Mamãe

A quanto tempo não lhe escrevo uma carta. Me perdoe, por favor. Tenho sido uma péssima pessoa ultimamente, com meus colegas, com meu pai, com meu irmão e comigo mesmo.
Se lembra, mãe? Do tempo em que ficávamos juntos? do tempo em que as tardes eram preenchidas com caminhadas na praia e banhos no mar? Dos seus abraços apertados, ou das vezes que eu dormia escutando a sua voz? Eu me lembro…

 

"Patético" pensou Scorpius, mas de qualquem forma não teve tempo de concluir a carta, um vulto passou por sua frente, o-assustando. O sonserino levantou rapidamente afim de ver o que era. A única parte visível era o cabelo ruivo do garoto ou garota. Estava voando a metros de altura, mas sua vassoura parecia ter perdido o controle. Se continuasse daquela forma sofreria um grave acidente.

—PARE!!!!!!!!- ele gritou inutilmente, pois a pessoa já estava caindo da vassoura, instintivamente, Scorpius checou se sua varinha estava no bolso, mas não estava. "Patético".

Ouviu-se um grande estrondo, o loiro correu em direção ao lugar da queda, e logo conseguiu perceber de quem se tratava.

—Weasley?- ele chocou-se ao ver Hugo Weasley inconsciente no chão, uma grande poça de sangue se formando ao redor de sua cabeça. Não teve tempo para pensar, pegou o garoto e saiu correndo para a ala hospitalar.


      -Foi graças ao Sr. Malfoy que o Sr. Weasley está vivo agora, senhorita Weasley.

Rose Weasley virou-se rapidamente para Scorpius, com surpresa. Scorpius preferia que não tivesse sido percebido. Os Weasleys e Scorpius estavam reunidos na ala hospitalar, Hugo ainda estava inconsciente.

—É sério, Malfoy?

O garoto só assentiu com a cabeça, mal humorado. Rose deu-lhe um forta abraço, o-pegando de surpresa. "É a primeira vez que alguém que não é da minha família me abraça, bom, de qualquer forma, é insignificante." Rose soltou Scorpius.

—Obrigada por salvar meu irmão, obrigada, obrigada!!!!!!

—Tudo bem.- Disse Scorpius, tentando esconder seu sorriso. "Como ela é exagerada."

—An… Lily… Lily. - todos olharam para Hugo, que estava delirando. Lily Luna Potter, uma garota ruiva e baixinha ficou vermelha, mas parecia contente, seguru a mão de Hugo e sussurrou "Estou aqui, Hugo". Albus e James Potter pareciam irritados.

—Aí eu percebi que a vassoura dele estava fora do controle, eu fiquei assustado e tentei pegar minha varinha, mas estava sem ela. Então ele caiu, deveriam ser uns… nove metros de altura, ele ficou todo sujo de sangue, eu nem pensei direto, o-levei para a ala hospitalar.

Scorpius estava andando lado a lado com Rose no corredor. Pela primeira vez em todos aqueles anos de estudos, alguém estava sendo totalmente simpático com Scorpius e Scorpius estava sendo totalmente simpático com alguém. Sempre tem a primeira vez.

Scorpius reparou em Rose, em seus cabelos alaranjados, percecebeu também que tinha várias sardas em suas bochechas, mas isso não o-incomodava nem um pouco.

—Nossa, você foi um herói então. Sabe, eu não fazia idéia de que meu irmão estava treinando para ser artilheiro do time de quadribol da lufa lufa, gostaria que ele tivesse me contado.- ela dizia mexendo os braços em sinal de agitação.

—Talvez ele tivesse medo de que você o julgasse. -Sugeriu o sonserino.

Rose ficou pensativa.


Rose

—Então, ao lermos o livro "O curioso mundo dos trouxas: um estudo sobre as relações e tradições trouxas impostas ao longo dos anos." Podemos concluir que os trouxas são pessoas bastante importantes para o funcionamento do nosso mundo. Agora, irei passar um trabalho sobre os trouxas em duplas para o mês que vêm. Cada dupla irá trazer um objeto utilizado no mundo trouxa e explicará todo seu funcionamento. Irei sortear as duplas agora. 

Rose ouvia vagamente a professora de estudos dos trouxas. Estava com sono. Não sabia nem porque ela fazia aquela maldita matéria, para começar. Ela sabia tudo sobre os trouxas! Sua mãe era nascida trouxa!

—Anne Dippet!!!- a professora gritou e tirou um papelzinho da caixa. Rose virou-se para a melhor amiga, com expectativa. -Você vai fazer com… Lorcan Scamander.

Anne, a garota com cabelos castanhos e olhos esverdeados, ficou um pouco vermelha. Rose, por sua vez, ficou decepcionada. Anne olhou para Lorcan. O loiro estava junto com seu irmão gêmeo, Lysander, acenando freneticamente para ela. Anne achou engraçado a euforia do colega.

Rose torcia para que ficasse com Tony, seu melhor amigo. Ou então com Albus Potter, seu primo. Ou com Louis Weasley, ou com Fred II Weasley, ou com Molly II, seus outros primos. Nossa, aquela família se reproduzia como coelhos.

Só não esperava que seria com ele.

Malfoy.

Quando a professora falou aquele nome, Rose olhou automaticamente para o fundo da sala, onde Malfoy parecia indiferente. Rose sentiu uma grande irritação, não que tivesse algo contra o garoto, afinal, ele salvou a vida de seu irmão. Mas também precisava fazer o trabalho com a pessoa mais fechada da turma?

Quando a aula terminou, Tony estava pegando no seu pé, o amigo moreno dos olhos negros não parava de falar.

—Rose, você ouviu, não ouviu? Eu vou fazer o trabalho com a Molly! A garota mais gostosa de…
—Mais respeito, Jones. Você está falando da minha prima. -cortou Rose.
—Ah, que seja! E você, ein? Teve o azar de tirar justo o mais esquisitinho da turma.
—Ele não é esquisitinho, Tony. Bom, talvez ele saia um pouco do padrão, mas nunca fez nada contra você. -Ela defendeu-o 
—Tem razão. -apoiou Anne
—Oh, desculpem-me "defensoras dos oprimidos"- fingiu desculpar-se Tony -Agora, se me dão licença, vou falar com a Molly. Ah, Rose, tente não virar amiga daquele cara, sério. -e saiu.
—Como se ele mandasse em mim. -Reclamou Rose para Anne, que apenas deu de ombros.
—Meninas!!! -Rose e Anne ouviram a tão conhecida voz. Viraram-se e deram de cara com Lorcan. Anne reparou que ele estava com um colar de rabanetes no pescoço, mas achou mais delicado não comentar. -Tem uma coisa que vocês precisam ver, rápido!!!- Lorcan puxou Anne pela mão apressado, Rose os seguiu, curiosa.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Hum... Por que será que Scorpius odeia as férias e seu aniversário? Será que tem coisa por trás?

A aula de estudos dos trouxas aqui tem alunos de todas as casas, já que como é uma aula opcional poucas pessoas vão.

O Tony é um personagem original, assim como a Anne. Ou seja, não existem nos livros.

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