Um esperado inesperado amor. escrita por Diário Digitado


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hello, espero que gostem! Boa leitura!!



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PoV. Mariana

Estou tomando uma cerveja, sentada e descalça no balcão da cozinha de Andrew, enquanto converso com sua tia. Estranho e extremamente confortável. Ele entrou na minha vida de uma forma que eu não esperava, quer dizer, num bar? Só o fato dele ser um deus grego já iria me deixar derretida, mas aí ele chega sendo fofo, gentil, um tanto presunçoso e com algumas manias que já notei que ele tem. Por exemplo, roer unhas quando distraído, que ele tem certeza que eu não notei ainda, e passar as mãos pelos cabelos quando nervoso. Nunca me senti bem compartilhando tanta intimidade com outra pessoa, estou na casa dele conversando com sua tia há horas, sem me preocupar em manter uma postura ou me preocupar com o que eu falo.

— Eu ainda fico chocada como ele não cansa de arrumar as coisas, sempre foi chato com isso de organização - ela comenta, encostada na pia e bebericando sua taça de vinho. -  Ele só não é muito bom de cozinha, mas já que é a namorada dele - ela sorri - Você pode resolver isso. - ela completa e olho pra ela com a testa franzida. Ela ainda acha que somos namorados, quando ela chegou, desatou a falar que nem eu e nem ele agimos, quando notei já estávamos aqui.

— Não sou namorada do Andrew - explico e ela para com a taça de vinho na mão sorrindo, olhando para um ponto atrás de mim. Me viro e Andrew está me olhando, não consigo decifrar sua expressão. Ele nota o clima estranho que reinou e entra na cozinha, passando por nós duas para pegar uma cerveja na geladeira. Ele para  na porta da mesma olhando de uma para a outra, mas nos assustamos com sua tia, que desata a gargalhar. Sorrio com o descontrole.

— Ele não é péssimo só com a comida - comenta ainda rindo, acabo por rir junto - Estou brincando Mari, existem restaurantes pra essas coisas! - Andrew permanece um tanto sério.

— Até gosto de cozinhar, faço muito isso, mas por obrigação é muito chato, assumir um compromisso assim. - bebo mais um gole da minha cerveja.

— É, nem todo mundo simpatiza bem com compromissos - dessa vez , Andrew resolve entrar na conversa. Isso foi um comentário sarcástico? 

— Vou no banheiro gente, não fui desde que cheguei. - a tia dele se afasta e deixa a taça encostada na janela. Ele torce a boca e vai buscar, colocando-a em cima da pia.

— Não entendi seu comentário - comento.

— Que comentário? - olha pra mim arqueando a sobrancelha.

— O que está acontecendo, Andrew? Quero dizer, aconteceu algo? Quer que eu vá embora?  - questiono, deixando a minha cerveja de lado. Ele me encara.

— Nada, desculpe. Só foram uns... problemas do trabalho que atendi agora a pouco. - ele se aproxima de mim, ficando entre minhas pernas. Me abraça a cintura e me beija. Nos afastamos e ele já está sorrindo - Nunca me disse onde estuda - ele observa ainda me abraçando.

— Não? Estudo na Union King University. - ele franze a testa - Conhece? - ele balança a cabeça negando. Ouvimos um barulho na porta do banheiro e nos afastamos.

— Andrew, quando vai lá em casa? Eu e seu pai não somos o Jack, que adora atravessar a ilha. - ela já sai falando, incrível e familiar.

— Estou muitos fins de semana lá tia, não é como se fizessem anos que não os visito - ela o beija na testa, acho bem bonito esse amor entre os dois. Ele finge que não gosta de ser tratado como um menino, mas adora. Já notei isso também.

— Eu sei, eu sei - ela me olha - Viu Mari? É muito chato, mas não desiste dele, por favor! Estou desesperada - ela faz graça e rimos todos. Com certeza não vou.

Passa uns minutos e ela vai embora, deixando apenas nós dois. Olho no relógio e já são 21hs. Nossa, o tempo passou muito rápido! Levanto colocando a cerveja na pia e me aproximo dele.

— Tenho que ir, gatinho - ele ri.

— Do que me chamou? - pergunta rindo e me enlaçando. 

— De nada, Andrew. - pontuo séria e ele ri ainda mais escondendo a cabeça no meu pescoço. É, preciso ir embora mesmo! Me afasto e sento no sofá para calçar minhas botas, ele me acompanha a todo tempo. Pego minha camisa e vou para a porta.

— Espera, te levo - ele diz calçando os sapatos. Ué, o carro dele não tinha ficado no estacionamento do Mojito's Pub?

— Seu carro não ficou lá no estacionamento? -indago, parada na porta. Ele me olha, parece um pouco perdido.

— É...não...sim, na verdade. Mas antes de te ligar, eu fui buscar.

— Sério? Acordou cedo então. Tudo bem, vamos? - estendo minha mão e ele prontamente a segura, pegando as chaves e fechando a porta.

 Descemos e vamos para o carro, ele coloca umas músicas legais e vamos comentando coisas aleatórias sobre os cantores. Não sabia que haviam se inspirado no Iggy Pop para criar o corpo do Gollum em Senhor dos Aneis. Achei tendência. 

Chegamos no hotel, ele me dá um beijo de tirar o ar na despedida e eu subo. Chego e só Bianca está na cama, provavelmente fazendo algum trabalho.

— A senhorita está demais viu, não para em casa. - ela diz e sorri.

— Graças aos deuses! - rio -  E você? Vamos sair garota, ficar aqui nesse quarto é um saco! - me jogo na cama. Ela afasta o notebook e me olha.

— É verdade, mas estou atrasada nesse trabalho que você já entregou. Eu falei com o professor e ele me deixou entregar nessa semana - ótimo para ela - Mas, eu queria que você lesse pra mim, pode ser? - ela pede bem meiga, propositalmente. Dou risada.

— Está com pressa? - ela nega com a cabeça - Ótimo, vou fazer umas coisinhas e já pego para ler. Envia para o meu email. - falo enquanto tiro minhas botas. Pego minha toalha e vou para o meu banho quentinho de todo dia. Quando saio Bianca está escorada na janela, olhando algo lá embaixo.

— O que tá rolando aí? - indago. Ela me chama pela mão e me aproximo.

— A Brigite está com o gato perfeito dela lá embaixo. - Uh, finalmente vou conhecer! Me aproximo da janela e estaco com o que vejo. É o Edgar, aquele cara babaca de quem eu tomei 50 reais! Ele tá bem longe de perfeito, mas a Brigite descreve um cara tão diferente que até olho novamente para confirmar.

— Ah, bom para ela né! - rio sem graça - Ele é... bonito! - Bianca confirma com a cabeça e continua a olhar. Não demora 10 minutos e Brigite entra no quarto com um sorriso enorme. - Fazendo propaganda de creme dental? - pergunto. Ela me atira seu travesseiro.

— Quase isso! Eu sei, estou agindo como uma garotinha, mas ele é muito fofo. Não desgrudou de mim um minuto numa balada que fomos ontem, acho que foi ciúmes - ela conclui sentando na cama. Bianca me olha discretamente e encontro nela a mesma opinião que a minha, que agonia desse grude.

— Uau! Vocês são bem rápidos - sorrio. Brigite para e nos olha séria.

— Ele disse ontem que estava apaixonado por mim. - ela conta. Eu e Bianca nos olhamos novamente. Mas dessa vez, sem a agonia.

— Isso é forte, hein! Já? Que bonito o amor juvenil! - comenta nostálgica e todas rimos.

— Sério? E eu achando que estavam rápidos, vocês são velozes e furiosos - rimos novamente. Brigite se levanta para tomar banho e eu vou ligar para a Clara.

— Lembrou que tem família, deserdada? - ela fala do outro lado da linha. Rio do seu drama.

— Não bocó, queria ligar para uma pizzaria, mas confundi os números. - ela ri do outro lado - Como estão as coisas? - pergunto por perguntar, já que troco mensagens com ela, com minha mãe alguns amigos todos os dias.

— Tudo normal, e o deus grego? Até hoje espero minha foto - ela pontua.

— Eu sei, vou tirar assim que der, tudo normal. Passei o dia com ele hoje, mas antes que pergunte, não aconteceu nada. - suspiro frustrada e ela ri. Falsa! Continuamos conversando coisas aleatórias, explico coisas da faculdade e afins, enquanto ela me conta que já está com um novo caso aí, conheceu um cara na faculdade. Sempre desapegada.

— Nunca pensou em largar tudo aqui e ir morar aí? - ela pergunta no meio de uma conversa sobre mudanças.

— Já pensei nisso em todos os meus sonhos. Mas, agora que estou aqui, isso não é tão fácil. Minha vida está ai, claro que posso construir coisas aqui mas não sei. - confesso que já pensei nisso várias vezes, mas ainda não levei a sério meus próprios pensamentos.

— Já pensou? Você morando real aí? Eu ia ter como passar as férias no exterior, seria ótimo! Mas em compensação, você passaria o ano todo fora, isso é triste. - é uma mudança muito grande e minha vida no Brasil está estável, não sei se é um momento bom.

— É, enfim. Vou desligar, fale por mensagem. - ela confirma e desliga. Deito na cama.

Falo todos os dias com Luíza, apesar de não conseguirmos nos ver tanto como foi o planejado. Mas ela está em ótima companhia, conheceu um indiano que faz tudo o que ela quer, um sonho para ela. E além do mais, a partir do próximo mês que minha estadia aqui será com o intuito de diversão, agora tem também a faculdade. E para acabar de acertar, entrou o Andrew, que não sei dizer o que é isso, já que é passageiro. Vou embora em dois meses e ele sabe. Acho melhor ir deixando rolar.

 Coloco meus fones na música Bette Davis Eyes e me cubro. Hoje eu e o deus grego quase transávamos, se não fosse por sua tia ter chegado e nos atrapalhado. Até xinguei ela milhões de vezes na minha cabeça. Mas por fim, eu gostei dela. Sou interrompida dos meus pensamentos quando Bianca puxa minha coberta de repente.

— Ei! Que é isso, invasão? - ralho e ela sorri. Está arrumada, jeans, blusa de manga longa e salto. Ela está até maquiada! - Quando foi que se arrumou assim?

— Você estava viajando na maionese aí, Mari. Você não disse que precisávamos sair? Pois é, nós vamos agora! Levanta daí - eu a olho perplexa. É sério isso? Olho para o meu celular tocando a música e para Bianca, que difícil decisão.

— Qual seria a proposta? Só trabalho com propostas. - respondo.

— Pesquisei um lugar hoje e dizem que é ótimo. Tem karaoke! Fica na... - ela procura algo em seu celular - Times Square! - ela conclui. A olho um tanto com dúvida.

— Certo, nós vamos! Mas não vou voltar muito tarde, quero dormir e aproveitar essa maravilha de cama aqui. Me espera amor - beijo o travesseiro e vou me arrumar. Finalizo e estou bem básica, vestido midi com mangas longas e justo e um tênis, deixei meus cabelos soltos e só passei um rímel mesmo. Saímos nós duas enquanto Brigite fica no quarto conversando com o Edgar, pego apenas dinheiro e identidade, já que optei por não levar bolsa. 

Paro na porta, pensando se não é uma boa ideia levar o celular. Quero dizer que pensei em levar para caso de emergência, mas a verdade é que pensei em Andrew me ligar mesmo, mas concluo que não. Fico com medo de perder na rua e além do mais, acho que ele pode esperar umas horinhas.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler!
Volte sempre,
Bjoks!



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