663 Mood: Half Moon escrita por bshortcake


Capítulo 1
Nothing's Really Different


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Antes de mais nada, essa fanfic já está quase terminada!
Confesso que nunca mais achei que escreveria uma história sobre Ichigo e Rukia, mas não consegui me segurar quando li o último capítulo do mangá. Dizer que fiquei extremamente decepcionada é pouco, pois foram anos adorando esse casal, tendo o relacionamento deles como uma das minhas referências sobre amor e companheirismo, para terminar do jeito que terminou...

Então decidi fazer essa fanfic como uma forma de me despedir de Bleach, IchiRuki, e esse universo que fez parte da minha adolescência. Estou escrevendo-a faz um tempo, e não postei antes pois gostaria de ter a certeza que terminaria essa história.

Ainda não está finalizada, mas falta bem pouquinho.
Por enquanto vou disponibilizar o primeiro capítulo, mas devo começar a atualizá-la por volta do fim de MAIO, porém serão updates regulares :)

Enfim, não me aguentei de ansiedade e queria a opinião de vocês leitores! Prometo que nessa fic vai ter muuuuito mais IchiRuki que qualquer outra coisa, mas para quem já leu minhas fics, sabem o quanto gosto de enrolar né?

É isso, boa leitura!



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Ao abrir os olhos pela primeira vez naquela manhã ensolarada, Rukia teve a agradável surpresa em perceber que já havia chegado ao seu destino final, mal podia acreditar que após cinco anos estava de volta a Karakura. Cidade esta em que nascera e passara grande parte de uma adolescência, no mínimo, complexa.

Após desembarcar e retirar suas malas, a jovem e recém-formada escritora pegou um táxi em direção à casa da irmã mais velha, Hisana Kuchiki, que ficava no centro antigo de Karakura. Não avisou a ninguém que estava de chegada, a intenção era surpreender a todos. Isto é, se os paparazzi de plantão permitissem. Só pelo fato de carregar o sobrenome ‘Kuchiki’ atraia a atenção indesejada de revistas e tabloides ridículos, ávidos por qualquer migalha de informação sobre sua vida.

Não que sua carreira como modelo nas horas vagas tivesse alguma responsabilidade pela fama adquirida. Ou pelo menos preferia acreditar que não, tanto por que há muito tempo havia deixado de lado as sessões de fotos, campanhas publicitárias, entre outros, para dedicar-se aos estudos.

Embora conseguisse chegar à mansão sem o alarde da mídia, Rukia estava convicta de que levaria uma bela bronca de Hisana, visto que ela adorava fazer festas, principalmente se tratando da irmã caçula que esteve longe tantos anos sem nem ao menos aparecer nos feriados de fim de ano.

‘Uma tratante’ era o que costumava dizer nos telefonemas.

Tratante ou não, o importante era que ela estava ali, sem pressa para partir novamente.

Será?

Durante o trajeto até a casa de Hisana, Rukia reparou no quanto a cidade havia mudado desde que fora para Londres cursar literatura logo após concluir o sofrido ensino médio. As ruas estavam mais arborizadas, os prédios despontavam até onde os olhos não podiam acompanhar, automóveis ocupavam quase todas as vias… É, a cidade mudara. Assim como ela.

Novamente... Será?

Ao mesmo tempo em que observar a cidade lhe trouxesse nostalgia, trazia-lhe também outro sentimento que procurava ignorar com todas as forças. Não deveria, ou melhor, não podia mais se sentir como uma garota de dezoito anos exposta e vulnerável aos olhos do mundo.

Não mais.

Kuchiki Rukia era uma mulher independente financeira e emocionalmente, formada com as melhores notas da turma, pessoa extremamente influente em diversas áreas além da sua devido aos trabalhos aclamados pela crítica... Aos dezoito anos não tinha essa pretensão toda, aliás, nem pretensão tinha, diga-se de passagem. E mesmo assim, havia conquistado tudo.

A velha insegurança tentava outra vez tomar as rédeas das emoções de Rukia sem justificativa. Nessa vida nova que havia feito para si, não tinha mais espaço pra ela. Não permitiria mais.

‘Chegamos’ anunciou o taxista gentilmente, tirando-a de seus devaneios impróprios.

Após pagá-lo, a pequena Kuchiki tentava conter a alegria só de olhar para os portões pomposos daquele lugar que já fora sua morada um dia. Ah... Continuava linda a mansão!

As flores, sempre impecáveis e vívidas, adornavam elegantemente o enorme jardim frontal, assim como os portões enferrujados pelo tempo. Pequenas luminárias espalhadas no entorno, ainda apagadas, contribuíam para dar um aspecto de conforto e ao mesmo tempo, opulência.

Quando deu por si, já pressionava entusiasmada a campainha. Com certeza Byakuya reclamaria sobre isso mais tarde.

Do que ele não reclamava?

‘Mas quem diabos está... Meu Deus’ disse a senhora que abrira a porta com intenção de queixar-se, porém ao reconhecer a pessoa por trás de tal ‘travessura’, as palavras lhe faltaram.

‘Hisana! Vem ver isso aqui... Não é possível! É você mesmo, minha menina?’ a senhora começou a correr em direção ao portão, as lágrimas já preparadas para caírem ‘Minha menina, eu não acredito que depois de tanto tempo você voltou... Voltou pra nós!’

‘Tadaima’ limitou-se a dizer uma Rukia extremamente emocionada. As lágrimas não iriam estragar esse momento tão maravilhoso, e que esperara tantos anos.

Ao abrir o portão, a senhora logo puxou a jovem para um abraço apertado. Abraço esse que aguardou pacientemente, até que sua menina estivesse pronta para voltar. Não sabia que demoraria tantos anos, todavia respeitou seu espaço e tempo para que pudesse de alguma forma, reparar as mágoas que a vida havia lhe imposto precocemente.

‘Massae-san, o que está acontecendo? Por que está gritan…’ a irmã, que vinha apressada de dentro da casa carregando um pequeno embrulho e que Rukia deduzira ser sua sobrinha, parou abruptamente ao reconhecê-la nos braços de dona Massae.

‘R-rukia, é você?’ não esperou duas vezes e correu para abraçá-la.

Não importava se acordaria Aya nessa pressa toda, nem que estivesse tentando fazê-la dormir há horas, nada lhe impediria de enlaçar sua irmãzinha num abraço apertado que duraria dias, para compensar a espera.

Antes mesmo de chegar até ela, Hisana já estava debulhada em lágrimas. Esperara o que parecia ter sido uma eternidade para poder vê-la ali novamente, a verdadeira Rukia, em paz consigo mesma. E aparentemente feliz.

‘Eu nem sei o que dizer…’

‘Não precisa dizer nada’ Hisana depositou Aya nos braços de Massae, e puxou a irmã num abraço emocionado. Apertou-a com todas as forças para certificar-se de que era real, ela estava ali, sua pequenininha estava de volta ‘Você não faz ideia do quanto eu... E-eu esperei por isso, sua tratante!’

Hisana, você é quem não faz ideia do quanto eu esperei por isso.

‘Okaeri, Rukia’ disse uma voz imponente, a qual ainda não havia se pronunciado ainda. Ele, que chegara silenciosamente, e esperara o momento ideal para se fazer presente.

Mas ela reconheceria essa voz em qualquer lugar, o tom aparentemente calmo com uma leve pitada de apatia pertencia somente a uma pessoa, senão o marido de Hisana, Kuchiki Byakuya. Este estava mais para irmão mais velho do que propriamente cunhado, o respeitava demasiado para não considerá-lo menos do que isso.

Agora sim Kuchiki Rukia poderia dizer que estava de volta.

//////////////

A passos lentos, Kuchiki Rukia se aproximava daquilo que chamavam de destino. O que para ela não existia de fato, e sim uma série de combinações de circunstâncias inevitáveis que ocorriam ao longo da vida. Ou seja, nada mais que o sentido literal daquilo que considerava inexistente, porém, em outras palavras. Não que ela fosse admitir isto.

Sendo honesta consigo mesma, não teria problemas em assumir que a tal palavra ‘destino’ lhe causasse uma ânsia desmedida, que preferia por vezes prolongar as horas de sono a ter de viver de acordo com as vontades já pré-definidas de um ser invisível que coordenava as pessoas sem seus respectivos consentimentos.

E sem razão aparente.

Essa era a questão que atormentava a cabeça da jovem Kuchiki. Por que viver se a vida já fora toda planejada? Se pudesse ao menos saber o que o futuro lhe guardava, poderia evitar sofrimentos, mágoas, decepções... Poderia ao menos ter o direito de viver conforme a própria vontade. O que seria totalmente utópico, honestamente falando.

Rukia estava em horário de trabalho, numa pequena cafeteria poucos minutos dali, quando recebeu uma ligação. O tom de voz denunciava o desespero escondido pelos soluços chorosos aliados à respiração descompassada. Quase não compreendeu as palavras, no entanto logo pediu permissão ao gerente para adiantar seu horário de almoço, o qual lhe foi dado a contragosto.

‘Só hoje eu permitirei, mas não vá se acostumando Kuchiki’ disse costumeiramente mal humorado. Não que fosse importante naquele instante. Seu chefe continuaria sendo infeliz, independente do que fizesse ou deixasse de fazer.

A jovem correu o mais depressa que pôde, e enquanto o fazia, não conseguia deixar de pensar sobre o destino que tanto odiava. Com o coração pesado afastava involuntariamente qualquer pensamento positivo, e somente a morte parecia fazer sentindo no momento.

A ligação era de Kaien, seu companheiro de infância, melhor amigo e namorado. Estava aos prantos, totalmente desorientado e praticamente lhe implorava para que fosse a sua casa, ‘preciso de você’ disse entre soluços. Somente a voz de Kaien bastava para que largasse o que estivesse fazendo para atender ao seu chamado, fosse urgente ou não.

Ao chegar à casa dos Shiba, subitamente as pernas enfraqueceram, fazendo-a diminuir a intensidade de seus passos. Ainda há poucos metros de distância, podiam-se ouvir soluços, choros, gritos... Desespero. E com enorme pesar, a pequena mulher apenas fechou os olhos.

Então era isso.

Olhou brevemente pela janela e reparou que na sala de estar havia somente três pessoas, dentre as quais não incluíam um certo moreno. Embora quisesse confortar o restante dos membros familiares, um em especial precisava dela naquele momento, mais do ninguém.

Foi então que teve a ideia de utilizar a árvore no quintal dos Shiba, como o fazia quando ela e Kaien encontravam-se às escondidas na época de adolescência. Não que tivesse a mesma disposição de uns dois anos atrás, porém a situação exigia nada menos do que aquilo.

Com certa dificuldade e alguns arranhões, Rukia finalmente conseguiu apoiar-se na janela dele. Com o olhar atento, varria vagarosamente o cômodo silencioso à procura de Kaien, mas a pouca claridade dificultava o trabalho. Sem muitas delongas, a pequena Kuchiki preferiu atrever-se a entrar no quarto, visto que os braços finos não estavam suportando o próprio peso.

Ao abrir a janela, logo se deparou com o companheiro estirado na cama, a cabeça enfiada debaixo dos travesseiros, os soluços abafados. Ainda não havia percebido sua presença, o choro não deixava.

‘Kaien…’

‘Eu tô aqui’ quis dizer, mas por algum motivo, não conseguiu. Paralisou.

Porra, justo agora?

Tanta coisa pra dizer ou fazer, e ela simplesmente permanecia ali, sentada na janela observando-o não esboçar nenhuma reação de que havia notado sua presença no quarto.

‘Eu... Eu sinto muito’ murmurou, o esforço evidente em cada palavra.

Por que diabos justo agora não conseguia ser a pessoa que ele mais precisava?

‘Eu realmente sinto m-muito pela sua mãe’ com a voz embargada, não conseguiu continuar.

Chorava sem reservas agora, mas não sabia exatamente pelo quê chorava. Se era pela morte de Shiba Harumi, mulher maravilhosa que lhe acolhera como sua própria filha, se chorava por Kaien, ou por si mesma, em ser tão patética quanto naquele momento.

Era sufocante. Sufocante demais saber que destino era algo real.

‘Rukia…’ sentiu a mão trêmula de Kaien pegar na sua, desconcertando-a ‘só me abraça, por favor…’

E foi o que ela fez até os primeiros raios solares despontarem através da janela entreaberta. Se ao menos Rukia soubesse que após soltar-se de seus braços Kaien já não seria mais o mesmo, teria permanecido naquele cômodo para sempre.

//////////////

Não era por nada, mas se Rukia tivesse avisado com antecedência que estava mudando-se novamente para Karakura, não queria nem pensar na dimensão da festa de boas vindas que estaria esperando por ela. Isto por que apesar de ter chego de surpresa, havia uma vasta quantidade de comidas e bebidas espalhadas pelo salão de festas da mansão Kuchiki.

Os convidados, porém, eram restritos. Hisana a conhecia melhor do que ninguém para saber que não era apenas mais uma festa social para sair nas capas de jornais e revistas. Tratava-se de uma festa dedicada especialmente para eliminar toda a saudade de Rukia. Além de celebrar sua volta, é claro.

‘Nana-nee, não precisava de tudo isso…’ disse mais uma vez a jovem envergonhada ‘não queria atrapalhar-’

Hisana interrompeu-a indignada, como se tivesse proferido o pior dos piores palavrões.

‘Nem ouse terminar essa frase, Kia. Você é família, e eu faço questão sim! E nem pense em contrariar uma mãe de primeira viagem!’ abriu um sorriso, enquanto balançava uma pequena Aya nos braços.

Rukia mal a conhecia, mas já podia afirmar com absoluta certeza que a amava mais do que qualquer ser no mundo. Talvez pelo fato de ser filha de sua irmã, portanto sobrinha, ou pelo fato dela ser uma cópia melhorada de si mesma. Os traços leves, cabelos negros que contrastavam elegantemente com a tez alva, e os olhos... Enormes orbes acinzentados, completamente blasé.

Uma verdadeira Kuchiki.

Pouco a pouco os amigos de Rukia foram chegando, e ela abraçou-os demoradamente para tentar compensar pelos anos em que esteve afastada. Não podia negar o quão estava sentindo-se feliz por rever pessoas tão importantes e que contribuíram para seu amadurecimento, cada uma de forma diferente.

‘Rukiaaaaaa’ dizia, ou melhor, chorava sua amiga Orihime ao abraçá-la ‘que espécie de amiga é você que não avisa que está voltando?’

‘Desculpa Hime’ Rukia ria ‘eu só queria fazer uma surpresa... Mas quem ficou surpreendida fui eu!’

‘C-como assim Kia? Do que está falando?’ a jovem cozinheira não estava entendendo.

‘Do que você acha?’ a pequena olhou de maneira nada discreta para Uryuu, um de seus amigos que havia chegado mais cedo, e não parava de corar desde o surgimento de Orihime.

‘Posso ter ficado anos longe, mas continuo sendo sua melhor amiga, portanto, não tente me enganar sua safadinha... Agora conta, desde quando estão saindo?’

Sutileza pra quê, né?

‘Está tão na cara assim?’ as maçãs do rosto delicado de Orihime enrubesceram completamente, para o deleite de Rukia que se divertia com a situação ‘Estamos saindo há uns meses, mas ninguém sabe…’ admitiu timidamente, recusando-se a encará-la.

‘Só há alguns meses?’ surpreendeu-se novamente ‘Vocês são muito devagar. Já rolava um clima antes mesmo de eu me mudar para Londres, pensei que não demoraria muito para começarem a namorar’.

‘Bom... Aconteceram muitas coisas nesse tempo em que você esteve fora’ admitiu envergonhada ‘mas isso a gente vai colocando em dia!’ percebendo o momento, Orihime logo mudou de assunto ‘O que eu quero saber realmente só você pode me responder, Kia.’

Para o desespero da jovem herdeira Kuchiki, temia que a pergunta seria sobre coisas das quais não queria falar, e que ninguém ali se atrevera a indagar. Até que demorou a alguém questioná-la sobre os infortúnios do passado, o que era bom demais para ser verda-

‘E a comida?’

Hã?

‘É Kia! A comida!’ repetiu a amiga ‘ela é muito boa como todos dizem? Só você pode me responder!’ pressionou-a curiosa.

Novamente... Hã?

De todas as coisas possíveis e impossíveis que existiam para Orihime lhe perguntar... Comida definitivamente não fazia parte dessa lista. Havia sido pega de surpresa. Ainda bem.

‘Sim, a comida era ótima’ limitou-se a dizer, tentando não demonstrar espanto ‘os doces eram maravilhosos, cada um melhor que o outro... Mas nenhum deles era tão bom quanto os seus’ sorriu aliviada para a amiga.

Aliviada por tê-la como companheira. Aliviada por ter voltado depois de tanto tempo e mesmo assim mantido os laços afetivos intactos.

Aliviada por poder ser a Rukia de antes, e não precisar dar explicações a ninguém.

Quer dizer...

‘Pequena, eu só vou falar isso uma vez e vou ser bem claro’ Rukia quase soltou um grito ao sentir uma presença familiar atrás de si, abraçando-a com veemência ‘nunca mais faça isso comigo, tá entendendo? Nunca mais…’

Típico Hisagi Shuuhei jeito de ser.

Possessivo, mimado, mandão, e, sobretudo, querido. Como não amá-lo?

‘Shuuhei!’ a pequena virou-se rapidamente para poder abraçá-lo corretamente.

Tantas coisas a dizer, como o fato dele estar incrivelmente mais alto e forte, ou que já não possuía mais aquele aspecto ‘espinhudo’ de adolescente, e sim traços firmes que indicavam ser de um adulto. Um jovem adulto, isto é. Apesar das mudanças, não conseguia imaginar seu amigo tomando decisões ‘maduras’ na vida.

E ela não estava errada.

‘Ah, minha pequena... Você sempre surpreendendo a gente’ acariciava os cabelos de Rukia ‘pensei que nunca mais voltaria a Karakura.’

‘Eu também pensei’ admitiu envergonhada, afastando-se um pouco do abraço ‘mas em Londres eu não teria isso aqui’ olhou tudo ao seu redor, indicando sobre o que estava falando ‘e como eu viveria sem um Shuuhei na minha vida?’

‘Acho bom, pequena, acho muito bom!’ riu ele ‘Mas falando sério agora... Estou feliz que tenha voltado, Ruks’ confessou ao apertar as mãozinhas frágeis dela.

Shuuhei e sua incrível habilidade de fazer com que qualquer pessoa se sentisse confortável e acolhida ao mesmo tempo.

‘Obrigada Shuu, significa muito pra mim ouvir isso’ acolheu-se no peito dele novamente, sentindo aquele carinho incondicional.

//////////////

Os amigos de Rukia foram esvaziando o salão da mansão Kuchiki gradativamente, até restarem poucos. Os poucos mais próximos, alguns desde infância, como no caso de Abarai Renji e Orihime, outros do colegial, Shuuhei, Matsumoto, Uryuu e Tatsuki.

Grupo tanto quanto peculiar, para falar a verdade. Mas isso era uma conversa pra mais tarde.

O que importava no momento era procurar suas malas, comprara presente para todos e queria aproveitar a oportunidade de estarem ali para poder entregá-los.

Único problema é que não as estava achando. Tinha certeza que estavam próximas às escadas, porém não conseguia achá-las.

‘Nana-nee, onde estão minhas malas?’ resolveu a pequena perguntar à irmã, que estava no quarto de Aya.

‘Ora, que pergunta Kia! Estão no seu quarto’ respondeu Hisana com humor ‘onde achou que estivessem?’

Oh-oh...

‘Er…’

Hisana logo mudou o semblante alegre ao ver o desconforto de Rukia.

‘Kia, você vai morar aqui com a gente, certo?’ indagou apreensiva, elevando o tom de voz, o suficiente para não perturbar Aya e intimidar sua irmã caçula ao mesmo tempo.

‘Sobre isso, ahn…’ a morena coçava a nuca nervosamente, não sabia por onde começar ‘eu meio que comprei um loft, não é muito longe daqui-’

‘E quando você ia me contar isso?’ quis a mais velha saber, puxando a pequena para fora do quarto de Aya, que dormia serenamente.

‘Eu ia contar, mas não tive tempo, e-’ parou de falar ao ver o semblante magoado de Hisana.

Doía saber que era ela quem estava causando tudo isso. Mal chegara e já havia decepcionado uma das pessoas mais importantes pra ela.

‘Me desculpe, Nana-nee, não era minha intenção te chatear... Eu só achei melhor ter meu espaço porque agora vocês têm a Aya’ viu como Hisana preparava-se para retrucar e logo emendou ‘e também porque agora não sou mais uma criança…’

‘Kia... Não é por isso que estou chateada.’

‘Então...?’

‘Eu não suporto a ideia de não saber mais sobre o que acontece na vida da minha irmã, toda cheia de surpresas... Como se não precisasse mais de mim ou de ninguém’ confessou emocionada. Talvez fosse o sono acumulado que a deixasse tão sensível ‘e não tem nada de errado nisso.’

Rukia apenas envolveu a irmã num abraço apertado, tentando transmitir todo o carinho que sentia por ela.

‘Você está certa Hisana, desculpe... Nesse tempo em que fiquei fora acabei me acostumando a resolver tudo sozinha, acho que virou um hábito’ disse ela também contemplativa ‘mas eu sempre vou precisar de você, do nii-sama e da Massae-dono... Vocês são minha família. Só que daqui pra frente eu tenho que ter meu cantinho, minhas coisas, minha intimidade... Preciso aprender a viver comigo mesma, entende?’

‘Eu sei, eu sei... É difícil pra eu aceitar que esse dia chegou tão rápido. Acho que ainda não estou preparada-’

‘Hisana! Você é a melhor mãe-irmã que eu conheço, sua filha acabou de nascer, nii-sama é o marido mais marido do mundo... Você ainda tem muito tempo pra se preparar... Agora não é o momento pra você se antecipar.’

Hisana somente assentiu, concordando com tudo o que sua irmã havia lhe dito. De repente já não era mais uma menina vulnerável de dezoito anos, que saiu de casa para morar em outro país, carregando bagagens emocionais maiores do que podia. Tornara-se uma mulher inteligente, sensível, madura e absolutamente linda, tanto interior quanto exteriormente.

‘Aliás, você reparou como Shuuhei ficou um pedaço de mau-’

‘Não! Hisana, por favor!’ interrompeu-a antes que seus preciosos ouvidos sangrassem ‘Quantas vezes preciso dizer que não o vejo mais do que um amigo?’

‘Eu tô brincando, sua boba’ Hisana disse entre risos ‘é claro que eu sei que ele é só um amigo... Só estou observando que ele ficou bem charmoso, por assim dizer.’

‘Quem ficou bem charmoso Hisana?’ indagou uma voz grave atrás de ambas, assustando-as. Não precisavam virar-se para saber quem era.

Era óbvio.

‘Er, você Nii-sama!’ Rukia disse rapidamente, dando uns beslicões em sua irmã para que entrasse na brincadeira ‘estávamos dizendo o quão charmoso você estava com essa camisa’ olhou para Hisana, esperando qualquer reação.

‘Ah, a camisa! Isso mesmo, você fica tão bem nela Bya-kun’ jogou-se nos braços do marido com a face sem expressão de sempre ‘essa camisa me deixa…’ começou a sussurrar no ouvido dele, fazendo-o corar sutilmente.

E com elegância, por favor, ele era um Kuchiki.

Rukia aproveitou a deixa para sair dali sorrateiramente, não era hoje que estava disposta a ouvir e depois imaginar as aventuras sexuais daquele casal.

Ou estava?

Céus... Poderia desaparecer agora? Obrigada.

 

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Em MAIO volto a postar, ou quando eu concluir toda a história (falta bem pouquinho)!

Obrigada pela leitura, e espero que tenham gostado :)



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