The Best Man escrita por AliceFelton


Capítulo 16
Capítulo 16




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Nós temos que admitir que eu fui muito forte, no supermercado. Eu consegui ver um lampejo de dor nos olhos de James, ao me ouvir dizer que só o encontraria em novembro.

A verdade, no entanto, era outra.

Eu estava completamente arrasada.

Quando os dois se distanciaram, eu corri para comprar um (ou três) pote de sorvete e fui direto para a casa. Eu sentei no sofá e, em questão de segundos, meu rosto ficou inchado e encharcado de lágrimas.

Eu não havia entendido absolutamente nada.

Quero dizer, ele havia voltado com Emmeline. No entanto, eu não conseguia entender. Em uma semana, ele me parecia razoavelmente apaixonado por mim. Na outra, ele aparecia frio e distante e com uma namorada nova. Algo estava errado! Só podia ser!

A única explicação plausível talvez fosse a de que ele pretendia namorar nós duas. Talvez ele e Emmeline já estavam juntos, antes do casamento. Talvez eles tenham dormido juntos na noite do ensaio? Eu era uma amante?

Eu poderia conversar com ela. Talvez ela estivesse sendo enganada por ele. Talvez ele fosse uma pessoa horrível e estivesse planejando partir o coração de nós duas. Isso tudo era possível, mas não me parecia certo…

James era gentil. Ele gostava de animais e animais gostavam deles. Ele aceitava cantar no casamento do melhor amigo para fazê-lo feliz. Ele aceitou cantar comigo, quando a gente nem se gostava.

Eu estava ficando furiosa comigo mesma. A cena no supermercado ficava passando em looping pela minha mente, mas eu não conseguia odiar James. Eu estava começando a odiá-lo por não conseguir, de jeito nenhum, odiá-lo.

Quando dei por mim, já eram quatro horas da manhã.

Eu não tinha a menor condição de fazer nada no trabalho, no dia seguinte. Na verdade, eu não sabia quando teria condições de fazer qualquer coisa, na vida.

Eu corri até o meu quarto e peguei um casaco e as minhas chaves do carro. Eu precisava fazer a coisa certa para não prejudicar ninguém.

 

 

Minerva abriu a porta do seu apartamento, com o seu fino robe de seda, e me lançou um olhar metade preocupado e metade incredulamente irritado.

— Lily? - ela perguntou, coçando os olhos. - Está tudo bem?

— Eu me demito. - eu disse

Ela franziu as sobrancelhas.

— O que?

Assenti.

— Lily, isso porque eu briguei com você na quinta-feira? - ela perguntou - As pessoas cometem erros!

— Não é por causa de quinta. - eu disse

Ela suspirou e abriu a porta, sinalizando para que eu me sentasse no seu belo sofá.

— Eu não consigo me imaginar concentrada o bastante para a Pasquim, no momento. - eu disse, com a voz já falhando. - Então, é melhor que eu saia da revista antes de atrapalhar tudo de novo.

— Você não vai se demitir. - Minerva riu

Bufei.

— Na noite de quarta, eu não fiz a revista porque me distraí pensando no James! - eu exclamei - Você vai me dizer que não acha isso uma grande falta de profissionalismo?

— Acho. - ela assentiu - Ainda assim, você não vai se demitir.

— Ele partiu meu coração em um milhão de pedaços! - eu exclamei

Minerva suspirou novamente e me puxou para um abraço.

— Lily, você não sabe o quanto eu estou aliviada… - ela deu uma risadinha.

A encarei, confusa.

— Você trabalha comigo há anos. - ela começou - Ainda assim, eu nunca havia te visto expressar nenhuma emoção.

— Isso é um absurdo. - murmurei

Ela riu.

— É claro que eu te via ficando feliz com a revista, querida. - ela disse - Mas eu nunca havia te visto apaixonada ou verdadeiramente triste, como estou vendo agora.

Assenti.

— Você guarda tudo para si mesma. - ela disse - Isso te ajuda em várias coisas, mas chega um determinado momento em que você não aguenta mais. Quando isso acontece, você bate na minha porta às cinco horas da manhã para se demitir.

Dei uma risada leve.

— Eu estou começando a perceber que não foi uma boa ideia…

— Foi uma péssima ideia. - ela disse, rispidamente - Mas está tudo bem.

Sorri.

— Você não vai se demitir. - ela disse, mais uma vez. - Você vai para casa e vai tirar um mês de folga.

— Um mês!? - exclamei

— Você não estava se demitindo? - ela perguntou

— Um mês! - repeti - Isso é uma edição inteira!

— Nós conseguiremos sobreviver a um mês sem você. - ela disse - Vai ser difícil e extremamente chato, mas se isso significar que você vai estar de volta depois, tudo bem.

Assenti.

— Afinal, eu preciso de alguém para assumir a Pasquim depois que eu morrer…

A encarei.

— Você está me dando a Pasquim? - perguntei

— Eu não pretendo morrer por agora, não fique tão animada. - ela murmurou

Dei uma gargalhada.

— Minerva… - eu murmurei - Eu não sei o que dizer.

Ela passou o polegar pelo meu rosto, secando as lágrimas.

— Não diga nada. - ela disse - Vá para casa. Tire suas férias, mas volte para nós depois.

Suspirei.

— Você deve estar me achando patética. - eu disse - Me demitindo porque estou de coração partido.

Ela fez um afago no meu cabelo.

— Corações partidos são dores muito fortes. - ela disse - Foi corajoso o que você fez, embora realmente seja um pouco patético.

Dei uma gargalhada.

— Obrigada? - perguntei

— É sério. - ela disse, com calma. - Você se sacrificou para que a revista não fosse prejudicada.

Assenti. Era verdade, embora parecesse bobo.

— Você já teve o seu coração partido? - perguntei

Ela sorriu.

— Quando eu tinha mais ou menos a sua idade, tive que escolher entre o homem da minha vida e o meu trabalho. Os tempos eram outros, eu não poderia trabalhar se resolvesse me casar com ele.

— Por que não procuramos ele, agora? - perguntei - Nós podemos encontrá-lo!

Ela negou com a cabeça.

— Ele está casado. - ela disse - Já tem até alguns netos.

— Eu sinto muito. - murmurei

— Eu também. - ela disse, com tristeza em seus olhos.

Respirei fundo e limpei o meu nariz na manga do casaco.

— Eu namorei uma jornalista também. - ela disse - Vocês são todos muito impulsivos, é inacreditável.

Dei uma risada.

— O que aconteceu com ela? - perguntei

Minerva suspirou.

— Ela foi para o Vietnã, documentar a guerra. Morreu em uma explosão. - ela disse, encarando um quadro preto e branco na parede. - Suas fotos ganharam um prêmio póstumo.

Encarei o quadro. Era uma fotografia realmente impressionante de um soldado americano comendo ao lado de um vietnamita. Os dois sorriam.

— Eu sinto muito. De novo. - eu disse - Eu estou me sentindo cada vez mais patética.

Ela deu uma risadinha.

— Eu não sei o que aconteceu entre você e o Sr. Potter, Lily. Eu só consigo ver o quanto você está chateada. - ela disse - Mas, se por um acaso surgir a oportunidade de tê-lo de volta, não deixe que o seu orgulho te impeça. Eu sei o quanto você consegue ser orgulhosa. Correr atrás do amor que você deseja vai ser sempre importante.

Assenti.

— Você promete? - ela perguntou

— Eu prometo. - eu disse

Ela suspirou.

— Agora vá embora. - ela disse, se levantando. - Ao contrário da senhorita, eu tenho que trabalhar amanhã cedo.

Fui até ela e dei um beijo na sua bochecha, saindo correndo do apartamento em seguida.

 

 

Em casa, eu já estava bem melhor. No entanto, eu sabia que era apenas uma questão de tempo para que eu voltasse a chorar, se ficasse desocupada.

Eu tirei o telefone e a internet da tomada e guardei o meu celular no armário. O meu apartamento precisava de algumas mudanças, a minha vida também. Eu havia ganhado um mês inteirinho de férias e eu estava determinada a usá-lo de uma forma extremamente produtiva.

Eu esqueceria da existência de James Fleamont Potter.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, tudo bem?
Espero que tenham gostado do capítulo!
Eu só queria avisar que estou com a vida super corrida, então não estou tendo tempo para responder as reviews! Eu prometo que vou tentar, eu leio todas e amo!!!
Beijos, muito obrigada pelo carinho! Bom feriado!



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