The Best Man escrita por AliceFelton


Capítulo 15
Capítulo 15




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Trabalhar na Pasquim era incrível. Eu realmente gostava muito de todo o trabalho que eu tinha para que cada edição da revista ficasse impecável. Eu acompanhava as sessões de fotos, revisava os textos e fazia a montagem das páginas. Era um ritmo frenético, mas eu adorava.

A única parte chata era o fechamento dos arquivos. Eu precisava me certificar de que todas as páginas estavam perfeitas e na ordem certa. Normalmente, eu demorava uns dois dias para fazer isso, com calma. No entanto, com o casamento de Remus e o encaixe do meu artigo, eu havia conseguido deixar tudo para a noite de quarta-feira.

Coloquei um café para fazer na cafeteira e me sentei à mesa. Pronta para passar a noite, ou grande parte dela, em claro. O único problema era que eu estava com a cabeça em James.

Eu só queria que ele voltasse para Londres logo. Eu queria ir no nosso encontro, mas eu também queria sair para ir ao parque com ele, ou ficar em casa assistindo séries. No final das contas, eu só queria a companhia dele para qualquer coisa. Eu estava completamente perdida.

O mais engraçado era que ninguém nunca desconfiaria de nós dois juntos. Nós poderíamos nos encontrar em segredo por meses que, ainda assim, nossos amigos entrariam em choque se contássemos à eles – mesmo se estivesse completamente óbvio.

Quando eu adormeci, sonhei com ele. No meu sonho, eu e James estávamos em uma praia tranquila. O sol estava se pondo e as ondas do mar molhavam nossos pés. James pegou minha mão e me tirou para dançar, e cada onda produzia uma nota diferente até que percebi que elas tocavam a música que havíamos cantado juntos no casamento de Remus e Sirius.

De repente, uma luz forte se acendia na praia e começava a esquentar minha pele. Eu não conseguia entender de onde estava vindo aquela luz, já que o sol estava se pondo na minha frente.

Até que acordei.

O sol entrava pela janela na frente da minha mesa, onde eu dormia em cima das páginas desorganizadas da Pasquim. Olhei para a cozinha, onde a minha cafeteira estava completamente cheia.

— Não, não, não… - murmurei, me levantando rapidamente.

O relógio no meu celular marcava quinze para as dez horas da manhã. O prazo da gráfica era onze horas.

— Merda! - exclamei

Liguei correndo para Dorcas, que atendeu no primeiro toque.

— Onde você está?! - ela perguntou

— Eu perdi a hora! - respondi

— McGonagall vai te matar… - ela suspirou

— Enrole ela! - eu disse - Severus está ai?

— Está.

— Peça para ele vir aqui correndo me ajudar! - ela disse

Cinco segundos depois, eu ouço uma porta batendo.

— Ele saiu correndo mesmo. - riu Dorcas

— Até logo! - respondi, desligando o telefone rapidamente e voltando para a minha mesa.

Para a minha sorte, eu havia feito a maioria esmagadora das coisas antes de adormecer. Então, quando Severus apareceu à minha porta, os arquivos já estavam prontos.

— Muito obrigada por vir! - eu disse

— Não foi nada… - ele sorriu

— Eu acabei os arquivos. - eu disse - Você pode ir colocando os papéis daquela mesa na pasta rosa e os arquivos da revista no pen-drive?

— Claro! - ele disse

— Obrigada! - eu disse - Eu preciso tomar um banho bem rápido.

Ele pigarreou, mas assentiu.

Subi as escadas para o meu quarto correndo, enquanto Severus sentava à minha mesa.

— Sev! - gritei do segundo andar.

Ele se virou para mim em menos de um segundo.

— Você pode alimentar os peixes? - perguntei - Duas bolinhas para cada! Se eles morrerem eu nunca mais olho na sua cara.

Severus riu.

“Obrigada pela sua ajuda, Severus”… - ele murmurou

Dei uma risada.

— Obrigada pela sua ajuda, Severus. - eu disse

Ele assentiu e eu corri para o banheiro.

 

 

Nós chegamos no escritório às dez e quarenta. Minerva me encarou como se fosse capaz de arrancar minha cabeça – provavelmente era mesmo. No entanto, como havíamos chegado a tempo, ela se limitou a pegar os arquivos e desaparecer na sua sala.

Eu suspirei e escorreguei até o chão com as costas apoiadas na parede.

Tinha dado tudo certo, mas tudo poderia ter dado muito errado. Os arquivos iam para a gráfica às quintas-feiras por causa de uma pesquisa de mercado – elas chegavam às bancas aos domingos, o dia em que mais pessoas saiam para comprar seus jornais e revistas. Se eu tivesse atrasadoo processo, isso poderia ter impactado as vendas dessa edição da Pasquim seriamente.

— O que aconteceu? - perguntou Dorcas, se sentando ao meu lado.

— Eu acabei dormindo em cima dos arquivos. - eu murmurei

Dorcas deu uma risada.

— Eu nunca achei que isso fosse acontecer. - ela disse - Lily Evans quase atrasando a impressão da revista.

Bufei.

— Isso nunca mais vai acontecer. - eu disse

— Espero que não. - ouvimos uma voz dizer.

Me virei para o corredor e Minerva estava parada na porta da sua sala, com as mãos na cintura.

— Lily, venha ao meu escritório. - ela disse rispidamente.

Me levantei rapidamente e a segui até sua sala. Me sentei na cadeira à sua frente com calma, mas não esperei que ela começasse a falar.

— Deu algum problema com o envio dos arquivos? - perguntei

— Não. - ela respondeu

Assenti.

— Lily… - ela disse - O que aconteceu é inaceitável. Você é extremamente competente, mas eu não vou tolerar isso nenhuma outra vez. Você quase prejudicou a revista inteira com essa sua irresponsabilidade.

Assenti novamente.

— Me desculpe. - eu disse

Ela me encarou.

— Eu sei que algumas coisas estão acontecendo com você, nesse momento. - a voz dela suavizou-se - Mas você não pode deixar isso atrapalhar sua carreira.

— Eu sei. - eu disse - Isso não vai acontecer novamente, Minerva.

Ela assentiu e começou a assinar alguns documentos que estavam em cima de sua mesa.

— Pode ir. - ela disse, sem levantar os olhos novamente.

Me levantei correndo e saí de sua sala.

 

...

 

A boa notícia era que James chegaria no dia seguinte. No entanto, eu passei a sexta-feira inteira em casa, de olho no telefone, e ele nunca ligou. Eu acabei limpando a minha casa inteira, para me distrair, e adormeci assistindo filme.

No sábado, ele também não ligou. Era muito provável que ele ainda estivesse na Alemanha. Burocracias são chatas e longas de serem resolvidas. Ele e Sirius teriam que ficar mais alguns dias por lá, provavelmente. Porém, quando Alice me ligou, me convidando para almoçar na casa dela no domingo porque Frank havia tirado a faixa da mão, eu recusei o convite. James ainda poderia chegar, não?

No domingo, lavei toda a roupa suja e limpei a geladeira. Joguei fora vários potes com comida, que eu havia guardado para “mais tarde” e nunca havia comido. Ao final da limpeza, tudo o que havia sobrado era uma garrafa de leite e metade de uma cebola.

Chequei meu telefone novamente, para ver se James havia mandado alguma mensagem. Nada.

Resolvi ir ao supermercado, então. Fazer as comprar sempre me animava e eu poderia comprar um pouco de sorvete para comer durante a final do Masterchef.

Não era como se eu estivesse dependente de James. Ele estava trabalhando! Ele era um homem elegantemente bem-sucedido e, para isso, precisava trabalhar – que nem eu. Ele não havia dito que voltaria com certeza na sexta. Ele só deu uma estimativa, sem saber exatamente o que lhe esperava em Berlim.

No supermercado, quando entrei no corredor das geladeiras, meu coração deu um pulo como se tivesse acabador de tropeçar no degrau de uma escada. Agachado perto dos sorvetes, estava ninguém mais, ninguém menos que James Potter.

Silenciosamente, fui até ele.

— Você vem sempre aqui? - perguntei, sorrindo.

Ele levantou o olhar e me encarou por alguns segundos.

— Ah, oi. - ele disse

— Eu não sabia que você estava de volta. - sorri

Ele assentiu.

Franzi as sobrancelhas. Aquela não era bem a recepção pela qual eu havia esperado ansiosamente.

— Então… - murmurei - Hoje é a final de Masterchef. Você quer ir lá pra casa? Podemos cozinhar alguma coisa.

James, enfim, se levantou e me observou com uma expressão que não consegui identificar.

— Não precisamos fazer isso. - ele disse

Dei de ombros.

— Eu estou aberta a sugestões. - eu disse

— Eu não quis dizer o Masterchef. Quis dizer isso. Nós. - ele disse, gesticulando entre nós dois. - Nós não precisamos continuar se encontrando. Nós não precisamos fingir que gostamos um do outro.

Arregalei os olhos. Eu não estava fingindo coisa alguma, e tinha acreditado que ele tampouco.

— James… - murmurei - O que?

— Nós estávamos bêbados quando nos beijamos. Tínhamos acabado de sair de um casamento encantado no qual cantamos músicas românticas. - ele disse - Aquela noite foi bem legal, mas nós deveríamos esquecer tudo isso.

— É isso que você quer? - perguntei, cruzando os braços.

Ele bufou.

— Oi Lily! - uma voz feminina entusiasmada disse, atrás de mim.

Emmeline veio até o carrinho de James e colocou uma garrafa de vinho e uma bandeja de filé de peixes.

— Oi Line! - eu sorri - Eu achei que você tivesse voltado para York.

Ela deu uma risadinha culpada.

— Eu ia voltar… - ela disse - Mas não consegui! Não se pode discutir com o amor, não é?

James deu uma risada.

— Você é tão brega. - ele disse, sorrindo para ela. - É quase nojento.

Ela revirou os olhos, mas sorrindo de volta para ele.

Então, eu entendi tudo. Emmeline estava de volta, eu estava sendo (não tão) gentilmente dispensada.

— Você quer assistir a final de Masterchef com a gente, Lily? - Line perguntou, sorrindo. - James vai cozinhar e podemos fingir que somos juradas.

Encarei James, que não expressou nenhuma reação ao sustentar o meu olhar.

— Não. Eu tenho um compromisso. - sorri - Muito obrigada pelo convite, Line.

Ela assentiu.

— Vamos, Line? - James pigarreou.

Ela veio até mim e me deu um abraço.

— Foi ótimo te ver! - ela sorriu, sinceramente.

— Foi mesmo. - concordei.

E era verdade. Eu estava de coração partido? Sim. Era culpa dela? Não.

Os dois foram se afastando lentamente, James fez um pequeno aceno com a cabeça para se despedir.

— Até novembro, Potter. - murmurei, porém alto o bastante para que ele conseguisse ouvir.

Ele se virou e me encarou por um segundo.

— Até novembro, Evans.


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Notas finais do capítulo

1) Quem não entendeu o "Até novembro", favor reler o Capítulo 7.

2) Gente, pelamor. Eu não separei os dois porque vocês não deixaram comentários (vocês deixaram vários, embora quanto mais melhor). Eu falei aquilo no capítulo passado porque eu já sabia que isso ia acontecer e achei que seria engraçado deixar vocês em pânico. Plot 101 gente, era óbvio que ia dar ruim. Por favor, não me odeiem.

Obrigada desde já pelos mil comentários pedindo o ship de volta.

Beijos!



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