Celestial escrita por Uchiha Sakura


Capítulo 1
A Torre Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Oieee estou de volta com outra fic totalmente diferente das outras duas que já escrevi.
Esta se passa em um universo alternativo se você gosta deste gênero está no lugar certooo! kkk
Espero que gostem boa leitura ♥



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Sakura respirava ofegante enquanto corria pelas vielas de pedra. Ela não podia usar as asas para não despertar atenção que não a ajudaria naquele momento. As vestes negras e a capa comprida, emanavam forte odor. Para ela, o disfarce era considerado perfeito e a faria passar despercebida no Submundo, ou Terras Escuras, como também era conhecido.

Não estava acostumada com a correria, ela geralmente plainava tranquila pelo céu do mundo Celestial. Parou para respirar e recolocar o capuz em um beco fétido. O estomago revirou. Retomou o fôlego e continuou a caminhar pelas ruas desertas pedindo aos deuses que não fosse notada. Sorriu aliviada quando avistou o castelo de pedras escuras a poucos metros de distância.

Adentrou o castelo sombrio prestando atenção no caminhar dos seres que jamais tivera a oportunidade de conhecer em sua curta existência: os bruxos. Fadas eram conhecidas pelo curto período de vida, apenas feitiços poderiam prolongar sua existência ou apelo dos anjos aos deuses. Elas eram responsáveis por manter a ordem na natureza, possuíam cabelos exóticos e perfume de flores. O dom de comunicar-se com os animais era exclusivo deste grupo de Celestiais. Na hierarquia, estavam abaixo apenas dos anjos - seres supremos de seu mundo.

Ficou atenta ao mapa que gravara em sua mente, se estivesse longe dos domínios das bruxas do Submundo estaria arruinada, pois este era habitado por raças repugnantes e sedentas por sangue. Uma delas eram os vampiros. Seu sangue puro de fada poderia ser sentido por vampiros à quilômetros de distância, por ser raro e muito cobiçado. Funcionava quase como um entorpecente para a raça e as lendas diziam que o vampiro que bebesse o sangue de uma fada poderia adquirir seus poderes, enquanto ele estivesse em seu sistema. Encontrar com um seria o seu fim.

Sua sorte é que soube que vampiros e bruxos eram inimigos e que eram proibidos de pisar em territórios alheios ou começariam um massacre. Antes de cruzar o portal para o submundo ela usou magia e descobriu que o que procurava estaria em uma torre de tijolos vermelhos. Sakura estava focada em encontrar a torre, precisava ser rápida e sair o mais rápido possível daquele lugar e retornar para casa. Se alguém a visse e descobrisse que havia uma Celestial em terras do Submundo ela seria mercadoria do mercado negro ou coisa pior. Bruxos odiavam fadas.

Seres Celestiais eram proibidos de pisar no Submundo assim como o contrário. As Terras Sombrias eram habitadas por diversas criaturas medonhas e que espalhavam ódio e discórdia, no ponto de vista da fada. Dentre eles os vampiros, bruxos, metamorfos e sereias. Já no mundo Celestial os seres alados eram compostos por anjos, fadas e elfos, todos responsáveis por levar beleza e esperança a todos os mundos. Entre os dois havia a Fronteira Cinzenta habitada por humanos e centauros - criaturas raras, em extinção e que não possuíam magia.

Sakura estava se metendo em uma grande enrascada e tinha plena consciência que não teria volta se a pegassem. Naquele dia algum tipo de evento pareceu estar acontecendo no castelo bruxo. Haviam muitos deles transitando por todos os lados, mas ela nunca estivera ali antes então não podia entender com clareza o que acontecia.

Tomou ar e caminhou até uma escadaria de pedra. A pouca iluminação do local causou arrepios na espinha da garota. Subiu as escadas sentindo medo. Ela estava sozinha em território inimigo e bem longe do portal que a levaria de volta para a casa.

Enquanto subia teve a impressão de ter sido notada. O coração acelerou enquanto ela sentia a adrenalina dispersar por todo seu corpo, deixando-o tremulo. Tentou manter os pés firmes e continuou subindo. No topo da escadaria avistou a torre. A escada terminava em um portal e seu único destino era uma ponte de madeira velha, abaixo dela um abismo escuro. Ela só pôde afirmar que se caísse ali a morte seria sua única certeza.

Um vento forte retirou seu capuz e quase a jogou penhasco abaixo. Olhou apressada para os lados e cobriu os cabelos róseos, presos em um coque mal feito, tão incomuns para os habitantes do submundo. Pediu aos céus que ninguém a tivesse notado. Olhou para trás e ela estava sozinha ali. Soltou o ar em alívio e se apressou a caminhar em direção a torre de tijolos vermelho sangue. A ponte balançou junto com o vento. Era mais longe da entrada da torre do que gostaria. Não tinha medo de altura, sabia voar, o que lhe causava arrepios era olhar pra baixo e não encontrar nada, era não saber o que a esperava ali embaixo além da queda.

O efeito da poção que encobria seu cheiro Celestial estava prestes a acabar e só teria mais um vidrinho, devido a escassez de ingredientes para realiza-lo. As ervas necessárias eram raras em seu mundo. Tomou coragem e segurando nas cordas pôs se a andar mais rápido.  Abriu a porta de madeira e jogou seu corpo dentro da torre, fechando-a atrás de si logo em seguida com a respiração sôfrega – indício da forte adrenalina que sentira. Encostou as costas na porta atrás de si e tentou tranquilizar a mente respirando fundo várias vezes.

O corredor que se encontrava era escuro, apenas algumas tochas iluminavam o caminho impedindo que ela caísse. Fechou os olhos e relembrou do mapa, precisaria entrar na sala das bruxas coletoras – bruxas responsáveis por encontrar objetos de valor e destina-los à venda no mercado negro em diversos mundos.

Os corredores estavam vazios, para sua sorte. Fechou os olhos e se concentrou no objeto que buscava que poderia ter assumido qualquer forma a julgar que os bruxos queriam oculta-lo. Somente o detectaria por sua energia.

Sentiu a vibração que precisava e caminhou em direção a uma sala com porta de ferro. Escutou um burburinho de vozes e se escondeu atrás de uma parede escura. Viu três bruxas vestidas de negro conversando. Uma delas chorava. A energia ficou mais forte e Sakura soube que elas estavam com o que viera buscar.

— Vocês estão sentindo isso? – Uma gota de suor gélida desceu pela testa de Sakura. O efeito da poção ocultadora estava desaparecendo e as bruxas perceberiam que ela não era deste mundo, o odor das roupas não seria suficiente para ocultá-la. Estava literalmente se entregando de bandeja para o inimigo. Precisava pensar em algo.

Usar magia ali estava fora de questão, sua essência pura seria sentida em todo o submundo, mesmo que por não bruxos. Aquelas garotas se tivessem dúvidas de que ela era uma Celestial teriam a certeza, não podia corres este risco. O portal que usara para chegar no mundo desconhecido foi um portal neutro, a magia dele não podia ser detectada do mundo que conjurou ou para o mundo a ser conjurado. Pensou em tomar outra poção, mas se movimentasse seria pega no flagra e elas saberiam que havia algo errado.

— Estou sentindo um cheiro estranho... Karui, você sente?

— Não mude de assunto, e você pare de chorar! Precisamos levar estes itens em segurança para a sala de ferro negro e lançar o feitiço de ocultação. Estamos com um animal Celestial aqui – Sakura mordeu os lábios e apertou as mãos na capa. Retirou a cabeça de seu esconderijo e olhou em direção das bruxas quando ouviu os passos distanciarem. Elas caminhavam pelo corredor, de costas para si.

 Viu uma lagartixa no chão e logo soube que era o que procurava.  O animalzinho sabia que ela estava ali e de alguma maneira facilitou as coisas para ela. Soltou uma risada anasalada e sem pensar correu para pegar a lagartixa no chão. “O que fizeram com você” – pensou.

— Quem é você, bruxa imunda!

— Sua estúpida! Você deixou a lagartixa cair! Um dos seres mais preciosos e caros está oculto naquela merda! Recupere-a! – gritou a bruxa de cabelos vermelhos e olhos amarelos. Sakura sentiu seu estômago revirar ao perceber que as bruxas davam as mãos. Elas lançariam um feitiço em conjunto e não seria algo legal. Engoliu em seco e sentiu uma mão gélida em seu rosto retirando o capuz negro que a ocultava.

— Veja só, o que temos aqui...

— Um vampiro? Mas que merda! – A bruxa de cabelos loiros e curtos se assustou e soltou a mão de suas companheiras quebrando o feitiço que iriam conjurar, irritando-as.

— Tem muita audácia de pisar em território inimigo, vampiro – Karui, a bruxa ruiva cuspiu as palavras e se preparou para lançar um feitiço contra o vampiro que acabara de chegar. Sakura estava confusa, mas seu impulso foi entrar em um corredor qualquer e tentar conjurar um portal. Ela só teria forças para mais um, pois sua mágica era reduzida a mais de metade no submundo. Estava presa em um castelo de bruxas e para piorar toda a sua situação agora havia um vampiro ali que se descobrisse o que ela era, estaria morta em pouco tempo. Não poderia lutar contra um.

Suou frio quando ele voltou a atenção para o grupo de bruxas e tão rápido como chegou ali iniciou uma batalha contra as três. Era sua chance, não teria muito tempo. Vampiros eram rápidos. Guardou a lagartixa em uma capanga acoplada a suas vestes e colocou seu capuz novamente. Se apressou em voltar para o esconderijo e tomar apressada o ultimo frasco de poção que tinha.

—  Acha que fugirá, bruxa imunda!? Está mancomunada com este vampiro? - A terceira bruxa, de cabelos negros e longos, surgiu ao lado de Sakura e segurou firme em seu braço – Você fede! Não pode ser uma bruxa... – Ela puxou Sakura pelo braço e a jogou no chão próximo a onde a outra batalha era travada. As bruxas loira e ruiva tentavam a todo custo conjurar feitiços que atrasariam o vampiro. Mas suas especialidades mágicas estavam longe de afetar o sangue puro à frente delas.

— Você deve ser o maldito ladrão que tem usurpado de nós. Vampiro maldito! – Karui cuspiu as palavras enquanto lançava feitiços de fogo na direção do vampiro que habilidoso, desviava de todos eles com um sorriso cínico na face.

— Então são vocês que fazem a segurança aqui? Que decepção.

— O conselho bruxo saberá que vocês invadiram nosso território – As bruxas tentavam travar um diálogo enquanto lançavam feitiços sobre o vampiro. Sakura estava caída no chão. Uma parede energética conjurada ao seu redor pela bruxa morena a impedia de fugir. Pensou em utilizar seus poderes, mas se o fizesse não teria energia suficiente para abrir o portal novamente e ele tinha que ser feito no mesmo lugar em que chegou. O medo tomou conta de si, mas não se arrependeria do seu ato. Se morresse, morreria feliz por tentar o que nenhum outro ser alado jamais arriscou em fazer: entrar no submundo.

O vampiro até então apenas desviava dos ataques das bruxas.

— Essa bruxa imunda é a traidora que te trouxe até aqui?

— Ó cara ingênua. Suas habilidades realmente são deploráveis. É incapaz de perceber que há uma Celestial à sua frente?

— O que disse? – A bruxa loira cessou seus ataques por um momento e Karui a repreendeu. A bruxa morena sibilava um feitiço de comunicação pedindo reforços que vampiro e fada não seriam capazes de entender. Karui entendendo a ação da amiga voltou a atacar com tudo o que tinha para tentar manter o vampiro atrasado e seguir com o plano de encurrala-lo para que os reforços chegassem a tempo de prendê-lo.

— Uma Celestial bem no nariz de vocês. O comitê de bruxas já foi mais respeitoso – Sakura arregalou os olhos quando todos aqueles seres olharam para ela. Era muito verdadeira, incapaz de mentir, seu semblante a deduraria. Se encolheu e tentou realizar uma de suas magias. Se conseguisse se esconder próximo ao local do portal, talvez resistiria até sua energia acumular novamente para que pudesse voltar para casa. Mas a parede energética bloqueava qualquer tipo de mágica, frustrando seu único plano de salvação.

— Eu...Impossível! Uma Celestial no submundo? Como não... – A bruxa loira foi interrompida pelo vampiro que com rapidez e um único golpe levou seu último suspiro. Karui pareceu domada pelo ódio ao ver o corpo sem vida da amiga pender ao seu lado e sem que piscasse a morena a sua frente também fora vencida pelo vampiro.

— Só falta você!

— Maldito! Você está trabalhando para as fadas? Que merda você está tentando fazer?

— Eu, trabalhar para fadas? – ele riu com escárnio – Por acaso a encontrei aqui. Que dia de sorte, não? – Livre do feitiço devido a morte da bruxa morena Sakura correu. Correu o mais rápido que conseguiu pelo mesmo caminho que viera. Estava decidida a conjurar suas asas e voar para o local próximo do portal, o vampiro não a pegaria nos céus e talvez sua magia lhe daria forças o suficiente para levantar voo. Chamaria muita atenção, mas precisava arriscar. Era sua única esperança em continuar viva.

Sentiu o coração bater forte quando ao parar de frente a porta de madeira notou uma silhueta recostada sobre ela de braços cruzados e olhos vidrados. Estava escuro e embora não tivesse notado as feições do vampiro que acabara de travar uma luta com as bruxas a pouco, sabia que era o mesmo. Não sabia que eram tão rápidos. Uma lágrima solitária desceu por seu rosto, ela não teria chances. Nenhuma magia a protegeria agora pois estava enfraquecida neste mundo.

“É o meu fim” - Pensou


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Notas finais do capítulo

E aíi, vale a pena continuar?
Espero que tenham gostadoo ♥

Ps: gentee só queria esclarecer uma coisa: submundo nesta fic nao é inferno ou nada do tipo. É só o nome que dei ao mundo onde vivem os vampiros, bruxos, etc. Também é conhecido por Terras sombrias ou Terras Escuras e vocês entenderão o porquê em brevee.



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