Eu Acho Que Não Consigo Viver Sem Você escrita por Socko


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Começarei a fic com +16 e se for de meu interesse e pelo feedback de vocês eu irei definir se terá temas mais pesados como sexo para mudar a fic para +18.

Espero que aproveitem, comentem e favoritem a fic.

Não prometo ser um atualizador muito fiel, tenho serias dificuldades de terminar uma historia, mas com o incentivo de vocês eu creio que eu consigo.

Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759213/chapter/1

Prólogo

— Vou pegar lenha para pode fazer uma fogueira, mas não muito grande. – Ele jogou a bolsa no chão e sem falar nada adentrou mata a dentro. Ela acenou de leve com a cabeça e buscou ser útil para alguma coisa.

Olhando para seu relógio de pulso viu que já eram dezessete horas, ou seja, logo iria escurecer e começou a limpar uma área no chão. Retirou folhas do chão perto de uma arvore deitada e estendeu um lençol fino, e já meio sujo, que conseguiu pegar do hotel antes de jogarem toda a bagagem que eles tinham fora. E enquanto fazia isso começava a novamente a perceber como estava esquecendo das coisas.

Não se lembrava mais do seu aniversário de 15 anos e se lembrava vagamente de que um dia Justin havia lhe ensinado a dirigir algo. E logo o sentimento de culpa começava a tomar conta de seu coração, não queria que aquilo tudo tivesse acontecido, sentia falta da falação de sua família na cabeça, a maneira espalhafatosa de sua mãe, o estilo “quero parecer jovem perto de meus filhos” que o pai deles tinha. Ela só tinha seu irmão agora, mais ninguém, Max estava tentando fazer com que seus pais não façam nenhuma bobeira e por isso não estava ali agora.

Enquanto ela pensava nisso Justin voltava com a lenha nas mãos, era uma quantidade razoável, daria para algumas horas de um fogo baixo.

— Alex, bom que você já adiantou o processo... Faz um favor para mim enquanto eu faço a fogueira. – Ela simplesmente acenou com a cabeça, pois sabia que não era hora de fazer brincadeiras nem se fazer de preguiçosa. – Pegue alguns galhos de uma espessura de dois dedos mais ou menos e finque eles no chão ao redor do lençol e pegue outro na minha mochila e olha se consegue amarrar com alguma coisa para que pelo menos tenhamos uma cobertura, caso chova.

— Mas com que eu posso amarrar? – Ela abriu as mãos em frente ao corpo como se dissesse: “Não to vendo nada que se pareça com uma corda.” Ele riu de leve e enquanto colocava as lenhas no lugar respondeu:

— Está vendo essas folhas secas de bananeira e palmeira? – Ela acenou novamente com a cabeça. – Faça alguns fios com elas e use-os para amarra-los, se precisar de ajuda é só me chamar. Já devo terminar isso rapidinho.

— Alguém tem visto muito Bear Grills... – Ela tentou falar baixo para ela não escutar, mas foi em vão, pois ele soltou uma risada forte dessa vez.

— O engraçado é que não consigo lembrar como foi meu aniversário direito, mas isso me lembro bem.

Ela estava de costas para ele arrumando os galhos, parou o que estava fazendo e segurou uma lagrima que insistia em querer cair. Justin estava arrumando a fogueira a frente da tendinha improvisada e parou também ao ouvir Alex fungar o nariz de leve.

— Você também não se lembra do seu não é mesmo?

Ela somente negou com a cabeça e deixou a lagrima solitária cair. Justin não fez nada, sabia que ela necessitava de chorar um pouco. Já estava quase completamente escuro quando ele conseguiu acender a fogueira, mas deixou o fogo baixo para não chamar muito atenção. Ele pegou algumas folhas de bananeiras recém caídas e colocou no topo da armação que Alex tinha feito, em cima do lençol que estava na sua mochila.

Logo os dois estavam assentados um do lado do outro em frente a fogueira, nenhum dos dois queria quebrar o silêncio, naquele momento os dois estavam somente tentando manter o máximo de memórias intactos em suas cabeças. Mas não conseguiam, as memórias sumiam mais rápido do que lagrimas na chuva.

Justin percebeu que Alex tremia um pouco e decidiu então perguntar:

— Você está sentindo frio? – Ela negou movimentando a cabeça, mas Justin foi mais rápido e colocou sua blusa em volta dos ombros de Alex. Ela agradeceu e abraçou a blusa aproveitando o calor que veio junto dela e o cheiro de seu irmão. Ela enrubesceu o rosto ao pensar que o cheiro era bom, além também de notar que agora sem a blusa Justin deixava à mostra os braços que apesar de não muito fortes estavam bem mais definidos do que ela lembrava. Mas foi tirada dos seus devaneios pela voz de Justin.

— Sabe esse é o máximo que nós ficamos sem criticar ou zuar um ao outro. – Ela sorriu e respondeu:

— Então tá, por onde devo começar...?

— Não, eu prefiro assim, pode deixar. – E novamente o silêncio, o único som agora era de Justin mexendo na fogueira de leve com um graveto.

Ela ainda segurando com uma das mãos a blusa com a outra inconscientemente pegou a mão de Justin. Algo que deixou ele desconfortável, mas não o bastante para afastar, ele entendeu que ela precisava de um contato maior. Não evitou que dessa vez ele ficasse corado.

— “Somente aqueles cuja as intenções são puras...”. – Alex virou o rosto para ele fazendo uma cara de dúvida. – Como que você conseguiu abrir o portão hoje e eu não?

— Eu não sei... – Ela simplesmente respondeu. – Tudo eu pensei era sobre salvar nossas famílias.

— Eu também... E como seria ótimo se fosse eu quem conseguisse. – Ele evitou olhar para ela, mas ela o olhou compreensivamente e ele riu ironicamente. – Acho que eu mesmo respondi minha pergunta...

Alex apertou de leve a mão de Justin fazendo carinho com o dedão e ele apertou de volta agradecendo o gesto.

— Você e um ótimo feiticeiro Justin... – Ele negou com a cabeça e respondeu:

— O que sei é um monte de feitiços. Como que isso me faz ótimo? – A morena agora estava segurando a mão dele com as duas mãos. Ele olhou para suas mãos e subiu o olhar pelos braços de Alex até chegar no rosto dela e percebeu que ela o fitava fixamente.

— Não é por isso que eu te acho ótimo. Você sempre me ajudou... Esteve lá para mim quando eu precisava, sempre cuidou de mim.

— Isso não me faz um ótimo feiticeiro. Me faz um ótimo irmão. – Algo não encaixava bem na cabeça de Alex sobre essa frase, mas ela ignorou. E a cara que ele fez antes de desviar atenção para o fogo, uma cara de decepção.

As mãos permaneciam unidas.

Ela parou por alguns instantes para olhar para ele. Digo realmente olhar, observa-lo, vê-lo... Justin estava velho, quero dizer, não tinha mais a cara de um menino de quatorze anos, era quase um jovem adulto. Ele sempre foi maduro para idade, quero dizer, em alguns pontos, para ela, ele ainda era o nerd que colecionava bonecas. Mas algo nele estava mudando, algo que ela tinha medo. Tinha medo de que ele a deixasse para trás, pois ele estava deixando as coisas de criança morrer e deixando algo novo nascer.

E se, esquecer dela era uma dessas coisas de criança? Querendo ela ou não admitir, ela era dependente dele, sempre foi, desde criancinhas, algo ao longo dos anos os afastou, mas sempre foram muito colados... unidos. Ela tinha medo de perde-lo...

—Sei que não sou muito de falar essas coisas. – Ela fez uma leve pausa e esperou ele olha-la novamente nos olhos. – Muito obrigado... Por tudo. – Ele deu um leve sorriso de canto de boca e fez algo que não fazia em anos. Soltou as mãos de Alex e colocou a sua na bochecha da menor e a olhou com o maior carinho que conseguia reunir.

Naquele instante Alex nunca se sentiu tão amada e cuidada em sua vida, nenhum de seus ex-namorados conseguiu lhe dar essa sensação. Justin levantou sua cabeça levemente e deu um beijo na testa de Alex. Ambos fecharam os olhos apreciando o carinho. Não sabiam se iriam viver até o outro dia.

O moreno então encostou a testa junto da testa de sua irmã e disse:

— De nada...

Ela fechou os olhos novamente e suspirou de leve sorrindo e soltando umas lagrimas. Ele limpou-as e disse num tom suave:

— Vamos dormir, melhor que a gente acorde cedo, para procurar a pedra logo. – Ela concordou e começou a se ajeitar para dormir. Iriam dormir um de costas para o outro, mas Justin fez algo que a impressionou, mas curiosamente não a incomodou.

Ele deitou atrás dela com seu peito nas costas da menor e enrolou o braço em sua cintura e segurou uma de suas mãos, mas antes pegou a blusa que ele lhe havia dado e cobriu os dois. Estavam no chão com um único lençol para amaciar a terra úmida abaixo, não tinha travesseiros e usavam seus braços para se apoiar, mas algo lembrou Alex, uma de suas únicas memórias que ainda não haviam sumido.

— Justin era assim que... – Mas ele a interrompeu antes que terminasse:

— Era assim que dormíamos quando você corria para o meu quarto a noite. Eu também me lembro. – Ele não viu, mas mais lagrimas formaram no rosto de Alex, mas desta vez de felicidade. Pois apesar de estarem no chão, sem travesseiro e desconfortáveis. Eles tinham um ao outro aquela noite, o calor, o carinho, o amor e uma blusa quente. Apesar de todo um dia de tristezas, eles ainda conseguiam fazer o outro feliz.

—+-

Depois de terem reencontrado com Archie e Giselle e conseguido encontrar a caverna com a ajuda de uma garotinha que trabalhava no campo, eles subiram até a entrada e ficarão os três, ou melhor quatro recuperando o folego.

Imaginando o lugar era magico, Justin fez alguns movimentos com as mãos esperando que alguma coisa indicasse o caminho que eles devessem seguir, Alex o observando também fazia o mesmo, mas era de pouca valia.

— A caverna deve ser encantada...

— É a minha magia também não esta funcionando. – Respondeu Alex que riu de leve continuou: - Essa é boa, “encantada” vou ter que usar essa desculpa depois.

— Eu também. – Disse Archie. Alex e Justin trocaram olhares e ele a olhou cinicamente e ela só sorria divertidamente com a situação. Justin tomando um tom mais sério disse apontando para Archie e Giselle:

— Se quiser vocês podem ficar por aqui.

— E deixar vocês dois sozinho? E eu ein? Até parece, estamos nisso juntos... – Soltando alguns gemidos de dor Archie se contorceu e mudou sua resposta. – É acho melhor vocês irem sozinhos.

Os dois irmãos olharam um para o outro estranhando o comportamento do terceiro membro dessa aventura, mas decidiram ignorar.

— Você está pronta? – Na verdade ambos, sabiam que nem ele nem ela estavam realmente prontos.

— Não... Mas vamos lá. – Inconscientemente os dois estenderam a mão um para o outro e seguraram. Fato que não passou despercebido por Archie.

Quando Alex e Justin já estavam caminho dentro eles ouviram:

— Cuidado com os morcegos... E as aranhas e escorpiões... essas coisas.

— Nos entendemos! – Gritou Alex nervosa, Justin apertou a mão para dar mais segurança e ela apertou de volta.

Cada vez que eles adentravam a gruta, mas escuro ficava e mais apertado Alex segurava a mão de Justin. Ela estava bastante ansiosa, não sabia o que esperar dessa caverna.

— Será que estamos na caverna certa? – Ela perguntou e quando Justin ia responder algo varias tochas enfileiradas e flutuando dentro da caverna, algumas presas na parede se acenderam revelando um caminho.

— Acho que vou com um “sim”. É só um palpite... – Respondeu ele também assustado.

E continuaram o caminho. Em determinado momento tiveram que soltar a mão um do outro, pois a passagem era estreita e para melhorar saindo dessa passagem passou sobre suas cabeças uma revoada de morcegos.

— Espero que essa “piedra" reverta o feitiço... Por que não quero ganhar cocozinho de morcego na cabeça. – Justin sorriu de leve e disse:

— É a pedra do sonhos. Na teoria ela pode fazer qualquer coisa, em nosso caso, reverter um feitiço ou te mostrar o futuro. É um desejo por feiticeiro. – Alex parou no meio do caminho e Justin percebeu de dar alguns passos. Ele olhou para trás e esperou vendo que a morena queria falar algo:

— Me desculpa... – Ela abaixou a cabeça. – Por tudo...

— Como assim? – Disse ele aproximando-se.

— Me desculpa... É tudo minha culpa. – Ele, agora a centímetros de Alex, pegou em uma de suas mãos e com a outra retirou um fio de cabelo do rosto da irmã e limpou uma lagrima que havia caído. Sorrindo ele depositou uma mão na bochecha da menor e ela não pode deixar de inclinar a cabeça de leve na mão dele.

— Eu sei, eu ouvi da primeira vez, só queria ouvir de novo para ter certeza. – Ele deu um sorriso brincalhão e olhando Alex nos olhos aproximou a boca à testa da menor e depositou um beijo leve, mas cheio de carinho. Alex fechou os olhos e suspirou, mas brincou de volta quando Justin voltou a andar pelo caminho, mas dessa vez segurando sua mão novamente.

— Engraçadinho, mesmo em nosso momento de maior perdição, você consegue ser chato.

— Algo que aprendi com você. – Ok aquilo doeu um pouquinho em Alex e ela parou novamente, mas como estavam de mãos dadas ele também parou. Ele suspirou e fechou os olhos por alguns segundos. – Ok, me desculpe também.

— Pelo que? – E novamente estava próximo um do outro.

— Nós somos uma família... Não deveria pegar tanto no seu pé. Precisamos um do outro, principalmente agora mais do que nunca. – Ela o olhando nos olhos dessa vez foi quem levou a mão ao rosto dele, fez um carinho na bochecha e o beijou na bochecha, não antes de bagunçar o cabelo dele que apesar de estar sujo e suado continuava em pé sem nenhuma complicação.

— O que? Não entendi o que você disse? – E passou por ele ainda de mãos dadas dizendo com uma voz brincalhona.

— Ok, espertinha, não espere ouvir isso de novo.

—+-

Haviam conseguido pegar a pedra, mas Giselle a arara de Archie roubou deles. Haviam perdido bastante parte de suas memórias e só tinham alguns segundos. Jerry e Theresa ainda não se lembravam deles e para piorar Max havia desaparecido em pleno ar como pó, como se o próprio tempo viesse busca-lo e antes de sumir nem da própria mãe ele lembrava mais.

Por sugestão de Jerry eles iriam fazer a competição da família antecipadamente aos moldes dos antigos feiticeiros: Com uma batalha pelo poder.

Após Alex e Justin segurarem na varinha das varinhas junto de Jerry e este recitado um ritual antigo, foram transportados para uma fortaleza antiga com um campo aberto no meio. Parecia que aquela fortaleza já havia visto de tudo, guerras no século dezoito de humanos entre si, mas a sensação forte de que estavam em lugar magico indicava que batalhas entre seres não-humanos também ocorreram ali.

E neste dia aquela fortaleza iria ver mais uma de suas batalhas.

Alex e Justin estava cada um em cada lado da estrutura de pedra e Jerry no meio, estava todos os três com equipamento de batalha, magicamente criado para aquela situação.

— Lembre-se é uma competição a moda antiga. Somente feitiços com base nos elementos poderão ser usados. – Ambos apesar de nervosos e ansiosos concordaram. – O vencedor ganha tudo e o perdedor nada.

Os irmãos se entreolharam e ambos estavam incertos, mas Jerry os interrompeu:

— Vocês têm que tentar, se não tentar não vai funcionar...

— Não importa, se não tentarmos vai ser tarde demais. – Jerry concordou e arremessou sua varinha no alto ela se dividiu em quatro partes, uma para si, outras duas para Justin e Alex e outra pra Max que já não estava ali.

Eles realmente são meus filhos...—Pensou Jerry orgulhoso, vendo que o ato de terem sido criados as três varinhas a mais e a magia ter aceito o ritual para a competição, que só funciona quando se tem filhos de sangue, comprovava sua relação com estes jovens.

— Queria que não tivesse que ser assim... – Disse Alex para Justin, pensando e lembrando de quando estavam abraçados na mata, somente um com o outro, querendo somente se arremessar no mais velho e ficar agarrado a ele esperando o tempo os levar.

— Eu sinto muito Alex...

E foram transportados para lugares opostos ao centro do campo. Jerry concentrou sua energia em uma bola, parecia um pequeno sol amarelo em sua mão. Ele o arremessou no meio entre os irmãos e do chão começaram a surgir algumas estruturas, pareciam obeliscos com algumas inscrições e no meio uma mesa de pedra onde a energia de Jerry se colocou.

— Comecem!

Justin começou a correr e já pensava em sua estratégia:

Merda, eu sei milhões de feitiços de batalha, mas não posso usar nenhum. É, creio que os melhores feiticeiros fazem o melhor com pouco. — E antes de Alex poder fazer alguma coisa ele arremessou um jato de fogo no chão perto dela a fazendo parar. Ela se irritou claro, mas não era hora de meninices, ela lançou um feitiço criando uma poça de lama na frente de Justin que teve que desviar para não cair, mas isso o atrasou por alguns segundos.

Alex criou então um vortex de água e começou a flutuar dentro dele, assim ela conseguia chegar mais perto antes de Justin. Justin fugindo da poça, rolou no chão e jogou um feitiço de fogo, não muito forte, mas que serviu para evaporar a água onde Alex estava. Ela rolou no chão um pouco molhada e correu junto de Justin em direção ao glóbulo de energia.

Alex usou novamente o feitiço que usava de seu sopro para gerar um vento forte, isso fez com que a energia mudasse de lugar.

Ela lançou o feitiço da poça, mas novamente ele conseguiu escapar, isso deu tempo de ela chegar perto, mas a energia fugiu para perto de onde Jerry estava.

— Crianças, andem logo, vocês estão sem tempo. E não me olhe com essa cara, a magia faz o que bem entende, não sou eu controlando. – Ambos se entreolharam e começaram a correr, Alex fez o mesmo feitiço de novo e dessa vez Justin caiu na lama.

— Alex!

— Desculpa, é um dos poucos que eu sei, sabia que ia funcionar alguma hora. – Mas Justin não deixou barato e lançou um feitiço congelante em Alex, se recompôs e voltou a correr.

O feitiço do mais velho atingiu as botas de Alex que teve que tira-las correndo, isso deu uma vantagem a Justin, mas por pouco.

Os dois então subindo a estrutura de pedra que primeiro se encontravam, viram a energia e correram para ver quem pegava primeiro, mas ela decidiu pregar uma peça nos dois e voltou ao seu lugar com os obeliscos. Eles se entreolharam com certa incerteza, mas Justin se decidiu e jogou um feitiço nos pés de Alex que fez com que ela começasse a se transformar em uma poça de lama.

— Uma variação do seu feitiçinho. – Ela gritou o nome dele, mas ele ignorou e saltou de onde ele estava para o level mais baixo perto do campo, não antes de criar uma rampa de gelo e escorregar por ela, lembrando do “Gelado” de “Os Incríveis”. Alex totalmente transformada a não ser pela cabeça olhou para o chão e viu uma muda de flores no chão.

— Já sei...!

Justin que estava correndo achando que iria ganhar, viu que no chão ao lado de onde estava o poder, começou a surgir uma flor gigante e dela Alex saia. Ele sem perder tempo usou vento nos pés como propulsão para se arremessar contra o poder, mas perdeu o controle, pois uma dor de cabeça muito forte começou a acontecer. E quando ele iria pegar o poder, Alex que já estava saindo da flor, estendeu com muito esforço sua mão e...

Justin caiu no chão a sua frente pensando ter pego poder, mas não sentia nada diferente, a não ser sua dor de cabeça, ele se sentia fraco e sem... Poderes.

Ao olhar para trás via sua irmã flutuar com tanto poder que ela tinha naquele momento.

— Consegui, sou a feiticeira da família! Nunca senti tanto poder! – Mas ela parou e desceu ao ver Justin a olhando tristemente segurando sua cabeça. – Justin, sinto muito eu... – Disse se aproximando.

— Tudo bem... Eu sabia que conseguiria, você realmente estava pronta. – Ela se arremessou contra ele, e ele apesar da dor e das memórias sumindo em sua mente a apertou contra seu corpo. Jerry observava reparando que ela estava a alguns centímetros do chão abraçada ao irmão, mas que logo o soltou.

— Agora Alex, você tem que fazer o feitiço. – Antes de olhar para Jerry, Alex fez algo por impulso. Alex puxou o rosto de Justin e deu um leve selinho no canto da boca do mais velho. Ele a olhou estranhamente e ela se virou para o pai, esperando que ele não tinha visto nada, mas se ele viu, ele não havia ligado.

— Ok, hum... Me ajude, Justin, que feitiço eu uso? – Ela se virou para o irmão, mas viu que ele ainda a olhava estranhamente.

— ...Por que te ajudaria? – Ela o olhou estranhamente e sentiu uma pontada no coração.

— Por que... Você é meu irmão... – Algo nela doeu em dizer isso, mas ela preferiu ignorar, tinha coisas mais importantes em jogo no momento. Ele olhou para si mesmo, para onde estavam, parecia uma criança perdida no parque. – Olha me desculpa se eu ganhei...

— Eu... Sou seu irmão? – Se ela era sua irmã, então por que eles haviam se beijado. Ele não entendia.

— Não... Não, Justin... – Lagrimas começaram a rolar no rosto da menor. – Por favor, não pode me deixar aqui... Por favor... Se lembre. – Ele ainda não entendia o que estava acontecendo, ela se aproximou dele e colocou as mãos no peito do moreno. – Meu nome é Alex, sou sua irmãzinha, a única que você tem... Eu te torturo as vezes e te zuo o tempo todo, faço sua vida complicada... Mas você me ama mesmo assim...

Sim! Ele a amava... Isso ele conseguia se lembrar, mas somente isso:

— Você é tudo que eu queria ser... E eu também te amo... – Continuou ela. – Eu tenho inveja do quão e inteligente você é... Por favor não me deixe. – Nesse momento ela já estava o abraçando e ele sem saber muito que fazer a abraçou de volta. Ele a soltou por um momento e disse a olhando nos olhos:

— Eu nunca te deixaria... – Ela sorriu de leve enquanto chorava e ele secou suas lagrimas com sua luva, já meio suja por causa da lama. – Eu... Não sei quem você é, mas acredito em você. – Sim, ele sabia que ela estava certa, que, por mais que não se lembrasse de mais nada, ele ainda sentia o amor que tinha por ela.

Jerry sorriu de leve ao ver a cena comovente entre os dois e pensou como deveria ser ter estes dois, ou melhor três numa só casa, devia ser uma loucura.

— Então qual feitiço eu uso? – Disse Alex se soltando do irmão.

— Hun... Eu não sei... O que está acontecendo? Não entendo qual a situação estamos... – E branco... Sua mente estava vazia, até o sentimento de amor que tinha por essa garota havia sumido. Sentiu algo lhe levando, olhou para seus braços e viu que estava desaparecendo, se desintegrando... Sumindo.

Ele não via nada, não sentia nada... Somente vazio.

Interessante.— Disse uma voz no vazio. – Muito... Interessante...

De repente foi como se um forte vento viesse aos seus pulmões e dessem nova vida, o seu derredor voltou a se criar, seu corpo voltou a se criar e sua memória começou a voltar, primeiramente pela ultima que ele esqueceu... Seu amor por Alex.

Ele olhou para o lado e viu seu irmão também se acostumando ao seu derredor.

— Max! – Max o olhou de cima a abaixo e jurou ver se irmão chorar antes de o abraçar com força.

— Vocês conseguiram!?

— Conseguimos cara!

— Mas o que aconteceu... Depois que eu...? – Justin sorriu e disse:

— Espere a gente encontrar Alex que a gente te conta tudo. – Em falar em Alex, algumas coisas também voltavam a sua mente, como os últimos segundos antes dele sumir. Ela o... Beijou?

—+-

Depois de vários abraços e vários momentos comoventes, Max ficou por dentro de todos os assuntos e ficou decepcionado por não ter participado da competição, mas logo sua atenção foi desviada por outra coisa e logo esqueceu do assunto.

O sol já estava se pondo e Justin se encontrava em uma das redes que ficava perto da praia para os turistas e moradores do hotel. Já havia tomado banho, que por mais que eles haviam voltado ao momento onde tudo aconteceu, ainda não conseguia tirar a sensação de lama sobre o corpo, e falta de higiene era algo que ele não conseguiria suportar.

Mas o selinho ainda continuava em sua mente. O que aquilo queria dizer, digo claro que se tornaram próximos durante a aventura, mas ainda sim eram irmãos. O que Alex queria dizer com aquilo. Ele pensava que talvez nem ela soubesse.

Esperou por mais alguns minutos e logo viu pela sua visão periférica que alguém se aproximava, era Alex que estava vestida já com uma blusa de frio larga, um short que parava no meio de sua coxa e com seus cabelos ainda meio úmidos, claro por causa da água do chuveiro. Ela estava de certa forma com vergonha de se aproximar ele reparou, mas Justin deu um espaço para ela, já que a rede era bem grande. Ela aceitou e se aproximou.

Primeiro sentou-se na beirada da rede e Justin se ajeitou para ficar de lado a olhando se apoiando no braço direito e ela deitou-se ao seu lado. Seus pais estavam longe e Max provavelmente fazendo alguma maluquice. Ela começou a mexer com alguns fios de cabelo e com seus próprios dedos, sim realmente estava com vergonha. Justin então começou a ser o primeiro a falar:

— Obrigado... – Ela agora o olhou e corou ao notar que seus rostos estavam bem próximos. Não sabia o que ele queria dizer então só continuou o olhando. – Você me, ou melhor, nos deu outra chance... Não foi egoísta, ou ambiciosa... Realmente você tinha as intenções puras.

O mais velho pegou a mão da menor na sua mão esquerda, e ela inconscientemente a apertou, enquanto ele fazia leve círculos com dedão nas costas de sua mão. Ela virou-se um pouco para o lado dele, depositou sua cabeça em seu ombro e colocou sua outra mão entre os dois. Ela não o olhava nos olhos, se sentia segura, mas também incerta do que fazer. Estavam quebrando algumas barreiras que ninguém com laços de sangue deveriam quebrar.

— Só fiz o que achei certo... – Ele assentiu e sorriu dando um beijo na testa de Alex. Claro que ela não esperava, até recuou um pouco, mas logo voltou pois havia gostado. – No final não importava os poderes ou a competição... Eu tinha te perdido para sempre... Você não estava mais lá. – Seu tom de voz era baixo e rouco, parecia que não queria que ele ouvisse, mas tinha que ser dito.

Dessa vez ele não limpou as lagrimas dela, deixou elas escorrerem. Sabia que ela precisava daquilo.

— E quando você perguntou por que você me ajudaria... Eu... – E ela enterrou de vez a cabeça no peito do moreno.

— Alex eu não lembrava de nada naquele momento...

— Eu sei...! – Seu tom de voz agora saiu mais alto. – Mas eu pensei que você tinha ficado bravo comigo, chateado e quando percebi que era sua memória... Aquilo acabou comigo e depois você foi levado... – Ela não aguentava mais e soltou todas as lagrimas que tinha.

Agora haviam mudado de posição, Justin não mais apoiado no seu braço direito agora se acomodou um pouco mais, deixando que Alex deitasse sobre o seu ombro e parte do seu peito. Ele beijava o topo da cabeça de Alex e sussurrava palavras de conforto, mas nada adiantava, alguns momentos ela melhorou, mas logo depois piorava.

Queria achar algo que a consolasse, mas sabia que só de estar ali, já era mais que suficiente. A dor que era muito forte para ela.

Ele se lembrou de algo nos últimos momentos antes de desaparecer. O que lhe manteve “vivo” foi amor. Amor por ela.

— Alex? – Ela levantou o rosto um pouco e ele viu como seus olhos estavam um pouco inchados. – Quando eu estava sem memórias e ia desaparecer... Sabe o que me manteve vivo? – Ela negou com a cabeça e o olhou curiosa fungando o nariz.

Ele sentou-se na rede forçando ela se sentar também. Ele ficou com uma perna cruzada e a outra pendurada para fora da rede e ela ajoelhada de lado, mas isso não impediu ela de ficar próxima de seu irmão. Ela se aproximou o máximo que pode e manteve uma de suas mãos ligada na dele.

Ele sorriu de leve, pensando que mesmo estando com o cabelo úmido, olhos inchados e meio cansada... Ela ainda conseguia ficar bonita aos seus olhos. E sim ele sabia que esse pensamento era perigoso, mas preferiu ignorar o medo e duvida no coração.

Aproveitando a brecha que ela deu em seu choro, ele pegou o rosto dela de leve com uma de suas mãos e fazendo um carinho na bochecha e lhe deu um beijo na testa e para surpresa da morena... Um selinho na boca.

Foi rápido, preciso, nada de canto de boca, um beijo direto na boca. Mas tinha tanto significado, tanto sentimento envolvido. Dessa vez ele que ficou surpreso por ela não ter corrido e fugido naquele instante. Pelo contrário, ao soltar os lábios de Alex, ela abriu os olhos que haviam sido fechados e o olhou duvidosa, mas carinhosamente. Os dois se scanearam por alguns segundos, aonde Justin pode notar que além das bochechas rosadas que formaram no rosto de sua irmã, seus lábios também ficaram rosados. Ele riu e disse:

— Foi você e o que você me disse... – Ela franziu o cenho não entendendo, mas logo sua cara mudou rapidamente para entendimento e vergonha. – Não estou questionando qual o tipo ou nível, mas quando me disse que você me amava... Eu percebi que de todas minhas memórias que haviam sumido, essa era a que eu ainda conseguia me lembrar perfeitamente. – Soltando sua bochecha ele pegou as duas mãos dela nas suas e continuou:

— Foi você que me manteve fixado nessa terra e creio que eu nunca desapareci por inteiro, no lugar onde eu estava eu só ouvia você, sua voz e sentia esse sentimento de amor tão puro. – Novamente ele colocou a mão na cabeça da irmã, mas agora por trás na base do pescoço e uniu testa com testa.

— Justin... Eu não sei o que dizer...

— Não diga nada. – E dessa vez só um beijo na testa foi necessário. – Acabou, nós conseguimos. Vamos descansar, eu só quero dormir e aproveitar esse resto de férias.

Ela estava feliz novamente, com as forças um pouco mais renovadas e assentiu de leve com a cabeça.

Os dois então voltaram para onde seus pais e Max estavam. Ninguém parecia ligar que eles estavam de mãos dadas. Max notou, mas preferiu não falar nada, seus pais muito distraídos contando as incontáveis histórias de como se conheceram nesse paraíso tropical.

Naquela noite foram todos dormir. Esperando ouvir os roncos de Max, Alex foi para a cama de Justin, ele meio sonolento não negou e deixou ela entrar no conforto dos lençóis fugindo da noite fria.

Ele também não negou outro selinho antes de dormir abraçado com ela.

Naquele dia uma semente foi plantada, um segredo que só iria ser colhido depois, mas que não só Alex e Justin sabiam, mas Max também que não estava dormindo, mas fingindo esperando ver o que iria acontecer.

Mas sabia que algo estava para acontecer na casa dos Russos. Ele não sabia se ficava com medo, ou ficava curiosos para saber o desenrolar dessa semente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor pessoas, comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu Acho Que Não Consigo Viver Sem Você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.