Damon havia subido a capota do carro, então a conversa dos dois não foi atrapalhada por vento algum. Assim que chegaram ao shopping Elena tratou de andar lentamente a seu lado.

— Ei, anda mais devagar – Pediu a Damon o puxando pela camisa de flanela – Quero olhar tudo, faz tempo que não saio assim.

— Assim como? – Perguntou Damon estremecendo com o toque de Elena.

— Assim – Disse ela – Só por sair, passear. Me divertir...

Damon assentiu feliz e deixou que ela passasse o braço esquerdo no seu. Eles andaram por todo o térreo e separaram-se na escada rolante, Elena foi um degrau acima dele fazendo graça com o cabelo para faze-lo rir. Estava dando certo pois Damon gargalhava de suas caretas e a cutucava em provocações também.

— Vamos comprar doces – Falou Damon a arrastando para uma loja de departamento– Entra no carrinho – Disse apontando para o enorme carrinho que havia pegado.

— Está doido? – Riu Elena – Não podemos fazer isso!

— Contanto que a gente pague a compra, podemos fazer o que quisermos nesse país – Rebateu Damon arqueando as sobrancelhas.

Elena riu em negação e deixou que Damon a ajudasse a subir no carrinho e sentasse nele. Assim que tudo estava pronto Damon saiu pelos corredores com ela atraindo a atenção de todos. Apesar de ficar envergonhada, a garota aproveitou que estava no carrinho e esticou sua mão para derrubar alguns pacotes de bolachas dentro dele.

Ao atravessarem a sessão de chapéus Damon fez Elena provar um de vaqueira para fazer par com ele e antes que ele os devolvesse ao lugar ambos riram um da cara do outro se sentindo incríveis. Já na sessão de produtos de limpeza Elena pegou uma escova de vaso sanitário e a esfregou no rosto de Damon, antes que ela pudesse reagir, o garoto já tinha arrancado o objeto de sua mão e o esfregava em sua cara exatamente como ela fizera com ele.

A pedidos de um vendedor que veio conte-los os dois pararam de fuçar em objetos que não iam comprar e foram para a sessão de balas. O carrinho foi enchido de minhocas cítricas, doces gelatinosos e bolinhas de chocolate. No caixa Elena teve que descer do carrinho, mas isso não foi problema para a moça já que Damon a ajudou.

Cheios de sacolas os dois foram para o andar em que ficava o burguer king e ao chegarem nele jogaram-se juntos na mesa para decidir o que pedir. Elena se aproximou bastante de Damon para ver o cardápio com ele, tanto que ele podia sentir sua respiração contra seu rosto. Seu estômago se revirou em prazer e para prolongar essa sensação o moreno deixou que ela escolhesse primeiro para que depois ele pedisse o seu lanche.

Não foi surpresa nenhuma para ele ver Elena pedindo um duplo bacon com adicionais aos montes e ao ver a garota sem vergonha nenhuma de ser gulosa em sua frente, ele sentiu-se à vontade para fazer o mesmo.

— Quer que eu limpe seu rosto também? – Perguntou ele quando viu uma mancha de molho no queixo de Elena. A garota riu sem entender e lhe perguntou porquê – Se Matt pode, eu também posso.

Novamente Elena riu, dessa vez envergonhada, mas deixou que Damon limpasse seu queixo e lhe agradeceu assim que ele terminou seu serviço.

— Caroline morreu de vergonha hoje por causa do que fizemos – Contou ela enquanto mastigava – Ficou resmungando sobre sua reputação.

— Qualquer dia sento com vocês para ajudar a estragar o que restou dela – Disse Damon mordendo seu hambúrguer.

— Seria legal – Sorriu fraquinho Elena – Mas não sei se seria uma boa ideia, as pessoas comentaram sobre nós dois no corredor hoje. Não é bom para sua imagem andar comigo Damon.

— Que besteira – Disse Damon assim que engoliu a comida – Eu não ligo para isso, se quiser até andamos de mãos dadas segunda feira.

Elena sentiu-se ainda mais alegre pela brincadeira do amigo, mas de modo nenhum desconfiou que Damon queria mesmo fazer isso com ela. Quando terminaram de comer, ele chamou a garota para ver algum filme besteirol que estava passando no cinema do shopping e como ela aceitou, os dois chegaram em casa mais de meia-noite.

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— Obrigada Dam – Murmurou Elena antes de sair do carro – Por tudo, não sei se um dia vou conseguir retribuir o que você fez e está fazendo por mim, então só tenho a te agradecer.

— Você não precisa retribuir – Respondeu ele destravando seu cinto – Fiz porque quis, não tem nada a ver com retribuição, não espero isso de você, não nesse sentido.

—  Você está dizendo no sentido…? –  Indagou a morena em uma quase conclusão.

—  Você vai acabar sabendo alguma hora...

Assustada com o rumo de tudo, Elena saiu do carro e pensou se estava equivocada em deduzir que Damon estava flertando com ela. Nenhum cara faria isso com ela atualmente, ela não vivia isso há muito tempo, o clima lento e a sensação de ser desejada.

Damon sentiu seu coração se acelerar em ansiedade pelo que estava prestes a fazer, era a hora, ele sentia isso. Sem mais pensar, abriu sua porta, contornou o carro e afobadamente segurou o rosto de Elena com suas duas mãos e a beijou.

— Agora você sabe – Sussurrou ele roçando seu indicador no rosto da garota.

— Sim… – Arfou ela sem acreditar – Você pode fazer de novo para eu ter certeza? 

Sem conter seu sorriso, Damon olhou para o céu estrelado e agradeceu por estar vivendo aquilo, sem nenhum ato a mais ele aproximou seu rosto do de Elena e aliviou-se ao entregar a ela tudo que estava sentindo.

Elena sentiu isso e sem saber de onde tudo estava surgindo, apanhou com volúpia tudo que Damon estava lhe oferecendo e relaxou em seus braços sentindo que podia oferecer aquilo a ele também.

— Eu preciso ir – Disse Damon encostando sua testa na de Elena – Mas isso não acaba aqui… Está me entendendo?

Ainda sem acreditar, Elena assentiu confiando piamente nas palavras de Damon, deixou seus dedos arrastarem-se pelo rosto do rapaz e beijou-o delicadamente  em um adeus.

Damon foi embora sentindo o coração bater cada vez mais forte, o vento que batia violentamente em seu rosto lhe dava a grande certeza de que estava completamente apaixonado por Elena Gilbert.

Ao fechar a porta de sua casa a garota encostou suas costas nela e fechou os olhos relembrando tudo, sem conseguir se conter sorriu abertamente e respirou profundamente erguendo sua cabeça e encarando o teto. Damon definitivamente estava instalado em seu coração.