Bad Reputation escrita por Mrs Salvatore


Capítulo 1
O desespero de Elena


Notas iniciais do capítulo

Ooi, espero que gostem, o próximo capítulo posto depois da semana que minha semana de provas acabar ♥ (1 semaninha só)



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— Mas Stefan eu estou apavorada! – Argumentou a morena – Por favor, eu preciso de você.

— Elena, eu já falei que não vou cair nas suas conversas – Sibilou Stefan – Se vire sozinha, sei muito bem as pessoas com quem você anda.

Dito isso o rapaz bateu a porta na cara de Elena e dirigiu-se para seu quarto, pouco se importando com os esmurros na porta e seus gritos do lado de fora.

— Stefan, por favor – Gritou ela com lágrimas nos olhos.

Após alguns segundos uma esperança começou a surgir na garota ao ver a porta abrir lentamente.  Todas suas expectativas morreram quando ela notou que era Damon, o irmão mais novo de Stefan, quem abria a porta.

— Oi – Disse ele – Você precisa de quê?

— Oh, oi – Disse Elena completamente envergonhada por sua aparência estar em péssimas condições – Eu precisava falar com o Stefan..., mas ele... ele não pode agora pelo jeito. Eu vou indo – Disse ela assentindo para si mesma – É vou... bem, tchau.

Antes que ele pudesse responder, a garota se virou e correu para longe. Damon sem entender o que estava acontecendo deu de ombros e voltou para seu quarto.

Mais tarde quando seus pais chegaram, as brigas logo começaram. Lily gritava furiosa com Giuseppe por ele ter voltado tarde de seu trabalho novamente, estava bebado novamente e com certeza devia ter gastado com jogos.

Damon foi até o quarto de Stefan chamá-lo para tentarem fazer os pais pararem de brigar, mas ele havia saído, o que diminuía e muito as chances de Damon de solucionar a briga. Frustrado resolveu sair para vagar pela cidade em seu camaro antigo.

Quase nada na cidade estava aberto, apenas os postos e a farmácia vinte e quatro horas. Ao passar em frente desta última o garoto encontrou Elena em sua entrada, encarando a fachada de modo estranho e com tremores pelo corpo. Curioso, Damon estacionou e andou silenciosamente até a garota para ver o que estava acontecendo.

Ao estar a alguns passos de distância percebeu que seus tremores eram na verdade soluços e que o modo estranho como encarava o lugar era porque a garota chorava desesperadamente.

— Ei! Elena, não é? – Chamou ele – O que está acontecendo?

Elena virou-se assustada para ele, mal havia notado sua presença. Ao reconhecê-lo tratou de limpar as lágrimas do rosto e se recompor.

— Oi – Disse enquanto respirava fundo – Não é nada, é que eu preciso fazer algo, mas estou com medo.

— Medo de entrar na farmácia? – Perguntou ele estranhando enquanto ela assentia – O que vai fazer de tão perigoso aí? – Riu o moreno.

— Comprar um teste de gravidez – Murmurou ela.

Damon imediatamente entendeu tudo e aproximou-se da garota para perguntar baixinho:

— É por isso que estava lá em casa mais cedo? Você acha que está grávida do Stefan?

Damon sabia da fama de Elena. Ela era popular por sair com vários caras e agir de modo dissimulado com tudo. Sempre que podia ia para bares ou lugares promíscuos atrás de diversão barata e álcool. Mas mesmo assim teve dó da garota, ela estava perdida pelo jeito, o acidente que matou os pais e o irmão a tiraram de seu eixo, principalmente por ela ter sido a responsável e única sobrevivente do acidente, pelo o que diziam.

O garoto avaliou bem seu rosto e constatou que ela estava apavorada de fazer o teste e de saber seu resultado, entretanto era necessário, sabia ele, então, por que não apoiá-la? Seu irmão estava envolvido pelo jeito, era de certa forma da conta dele, mesmo que talvez não tivesse só ele de alternativa para a paternidade da possível criança de Elena.

— Vou com você – Sugeriu – É mais fácil se tiver alguém do seu lado.

Elena desesperada por algum consolo assentiu agradecendo aos céus por alguém lhe dar atenção nesse momento e junto com Damon entrou na farmácia. Foram direto para o corredor do qual ficavam os testes e após Damon incentivá-la com um aceno de cabeça a garota pegou o teste e se dirigiu até o caixa.

Após pagar os dois saíram e entraram no carro de Damon, que por alguns segundos ficou em um completo silêncio.

— Quer que eu fique com você para fazer o teste?  –Perguntou Damon virando-se para Elena. Ela apenas assentiu mantendo o olhar baixo e respirando em sinal de conforto – Tudo bem, vamos no posto de gasolina, está aberto, lá tem banheiro, você faz o teste lá.

— Ok – Respondeu Elena – Tenho mesmo que comprar algo para tomar para me dar vontade de fazer xixi.

Damon assentiu dando partida no carro e após chegar ao local soltou seu cinto e disse para Elena antes de sair do carro e entrar na loja de conveniências:

— Fique aqui.

Ela então ficou, desatou o cinto e o observou andar pela loja do posto. Quando ele voltou trazia consigo duas garrafas de água em uma sacola, que foram imediatamente para seu colo assim que ele entrou no carro.

— Acha que é o suficiente para você ir ao banheiro? – Perguntou.

— Sim, é. Vou forçar beber as duas, assim não vai demorar muito para eu ter vontade – Disse Elena.

Damon então assentiu e observou a garota tomar as duas garrafas, que por mais que estivessem em condições normais, ainda assim pareceram absurdamente grandes e desprazerosas segundo a cara que Elena fazia para beber toda aquela quantidade. Eles esperaram por vários minutos, até que Elena saiu do carro e se dirigiu para o banheiro do posto.

Ao entrar nele trancou bem a porta e fez o teste. Ela não voltaria para o carro para mostrar o teste a Damon, por isso ficou ali esperando os risquinhos do palito mudarem e após receber a confirmação de seu pressentimento fechou fortemente os olhos se sentindo a pessoa mais ferrada de todo o mundo.

Nem lágrimas haviam mais em seu corpo, desde cinco dias a garota havia estado apavorada por sua menstruação não ter descido ainda e só a ideia de ter um filho sozinha em sua idade já havia a feito chorar por longas horas a fio. Resignada, Elena jogou o teste fora e se se dirigiu para o carro de Damon.

— E então? – Perguntou ele assim que ela fechou a porta.

— Estou grávida – Respondeu amarga virando o rosto para a janela.

Damon não soube o que dizer a garota para aliviar seu estado de tensão, nem sabia se tinha como dar conforto a uma garota em uma situação dessas. Quando o garoto estendeu sua mão para tocar o joelho de Elena e consolá-la a garota se virou para ele e indagou:

— Pode me levar para casa?

Ele assentiu e deu partida no carro após a menina lhe explicar onde morava. Assim que chegaram a casa da morena, Damon perguntou o que o remoeu o caminho todo até a casa dela.

— O que vai fazer agora?

— Não vou ser mãe Damon – Disse ela balançando a cabeça – Nunca. Vou abortar, com toda a certeza.

— Não é um pouco precipitado de sua parte? – Tentou ele – Fale com meu irmão, mostre o exame para ele, ele vai entender. Se o filho for dele ele não vai abandonar você, eu o conheço.

— Se o filho for dele, se o filho for dele! – Repetiu Elena indignada enquanto saia do carro – O que você está pensando? Acha que eu transei com tantas pessoas assim? Acha que eu poderia enganar seu irmão com isso, não é? Falar que o filho é dele quando nem sei quem é o pai! Quer saber? Você é um idiota – Ralhou a garota – Um idiota!

Damon no mesmo instante saiu do carro e correu até ela para tentar se justificar, não queria que ela pensasse errado, mas ele merecia o benefício da dúvida.

— O que acha que eu deveria pensar? – Perguntou puxando sua mão – Todos vêem você com vários, é possível que não seja de Stefan, até você tem que admitir.

Elena soltou-se da mão de Damon e contou até três para não pular em seu pescoço e estrangulá-lo.

— Pois fique você sabendo que eu sempre usei camisinha – Sibilou ela – Sei que é do Stefan porque não usamos. Ele foi o último cara com quem transei. Mas fique tranquilo, você não será tio tão cedo se depender de mim.

Dito isso Elena virou-se e entrou em sua casa pisando firme, morrendo de vontade de dar uns bons tapas em Damon. No fundo ela sabia que suas atitudes não eram as melhores, mas mesmo assim isso não dava o direito a ninguém de julgá-la precipitadamente. Ela sempre havia se protegido e jamais demonstrara falta de honestidade para com outros para Damon pensar que ela estaria mentindo sobre a paternidade de seu filho.

Decidida a descansar e deixar seus problemas para o outro dia, a garota fez um chá de camomila para si e desligou o despertador para o sábado. As festas teriam que esperar esse fim de semana, Elena tinha um grande problema em suas mãos. Após se aconchegar em sua cama, a garota deixou que o cansaço de todos os últimos dias a abatesse e cedeu instantaneamente a grande força do sono.

Damon pelo contrário não dormiu naquela noite, seus pais haviam parado de gritar, mas o clima ainda estava péssimo. Stefan ainda não voltara para casa e o choro da mãe de Damon era audível ainda quando ele deitou-se. Ele já estava cansado de consolar a mãe, apesar de ficar entristecido com ela nessa situação o garoto não entendia porque sua mãe não pedia o divórcio e se libertava de tudo isso.

E ainda tinha Elena, a garota iria fazer um aborto, provavelmente sem ninguém do seu lado. Ele sabia que ela não tinha amigas para ajudá-la, ela se afastou de todas após o acidente, tinha ficado depressiva, mais agressiva também e, principalmente, isolada.

Stefan chegou por volta das duas da manhã em casa e assim que entrou em seu quarto Damon foi até ele.

— Irmão? Podemos conversar? – Indagou ao entrar no quarto e fechar a porta.

— Fala aí – Respondeu Stefan se jogando na cama.

— Aquela garota que veio aqui mais cedo, Elena, sabe? – Começou – Ela disse que está grávida de você... Eu...

— Olha Damon, vou te contar uma coisa, que acho que você não percebeu – Interrompeu Stefan sentando-se na cama – Elena é vagabunda, transa com muitos caras, nós transamos já tem um tempo, ela nem deve saber de quem é a criança, só veio aqui na esperança de me fazer de trouxa para que eu assumisse a paternidade.

— Mas você não acha...?

— Não tenho que achar nada, provável que ela também tenha ido atrás de todos os caras com quem transou no último mês para tentar a mesma coisa. Esqueça ela – Aconselhou o Salvatore mais novo – Ela não presta.

Sem mais vontade de argumentar com o irmão Damon saiu do quarto e colocou-se a pensar em Elena quando sentou em sua cama.

Provavelmente ela iria cometer uma burrada enorme e pior ainda, corria o risco de ser presa já que aborto era crime. Entretanto, era uma decisão dela, pois pelo jeito ninguém assumiria a paternidade de seu filho e a ajudaria a criá-lo. Ela teria de sair da escola, desistir de seus planos e se contentar com uma vida que talvez ela nunca teria escolhido se tivesse podido escolher novamente.

— Amanhã vou vê-la – Disse Damon para si – Se ela for abortar mesmo vai sofrer muito. Isso é terrível.

Dito isso ele tentou dormir, mas em vão, se revirou na cama a noite toda pensando em como as coisas eram fodidas. Seus pais, Elena, seu irmão, tudo. A vida parecia não querer seguir bons caminhos, estava mais para uma vilã cruel e malvada que tentava de vários modos bagunçar a vida de todos. Você consegue entender isso, caro leitor? As vezes é horrível entender as coisas, pois quando se entende algo é necessário agir para que as coisas possam ser resolvidas, entretanto, a coragem não é o ponto mais forte das pessoas, sendo assim, a tendência das coisas era a completa degradação e destruição.

Mesmo que não pudesse fazer nada por seus pais, Damon decidiu que faria algo sobre Elena, por mais terrível que ela tenha sido, ainda assim era só uma garota frágil e amedrontada. Uma garota que precisava extremamente de ajuda, quem sabe Damon não pudesse estender uma mão a ela?

 

*

*

*

Assim que amanheceu Damon levantou de sua cama, justamente agora o sono resolvera atormentá-lo. Para espantá-lo tomou uma grande xícara de café e se dirigiu até a casa de Elena. Ao conferir o relógio constatou que era cedo demais para aparecer na casa da garota e decidiu vagar um pouco pela cidade.

Ele adorava seu carro, a capota abaixada dava a ele uma enorme sensação de liberdade e o ronco do motor do antigo carro era a melhor coisa para o garoto. Anunciavam a ele que ele estava em um lugar só dele, que ninguém jamais poderia estragar.

Após algumas horas Damon voltou para a casa de Elena. O sol já batia em suas janelas e pessoas passavam aos montes pelas ruas, era um horário comum já. Após tocar a campainha algumas vezes uma Elena de cabelo bagunçado e rosto inchado abriu a porta piscando várias vezes para se acostumar com a claridade.

— O que está fazendo aqui? – Perguntou ela nervosa.

— Eu vim ver como está... Ver se precisa de algo, não sei... Algo assim.

— Não preciso de nada seu – Respondeu a morena fechando a porta em sua cara.

— Espera, espera – Disse Damon segurando a porta – Eu só quero te ajudar, no que você for fazer. Meu irmão não se importa, mas eu sim.

— Não sei porque – Sibilou Elena – Até duvidou de mim ontem, acha que esqueci?

— Me deixa te ajudar – Pediu Damon –Você não precisa passar por isso sozinha.

— O que quer dizer com isso? Está falando da gravidez? – Indagou Elena com a voz cada vez mais fina – Eu já disse seu idiota, não vou ter esse bebê, vou abortar.

— Eu sei, eu sei – Respondeu ele – Eu estou falando sobre isso mesmo, vou te ajudar, ficar do seu lado.

— Por quê? – Quis saber Elena – Por quê se importa?

— Porque sim, sei que você está apavorada, deu para ver ontem – Respondeu Damon – Se eu puder tornar algo mais fácil ou confortável para você seria mais fácil passar por isso, não acha?

— Está bem – Concordou Elena com desconfiança estreitando os olhos – Aparece aqui amanhã, que preciso ver o que vou fazer ainda. Preciso pesquisar tudo, como funciona e arrumar as coisas.

— Ok – Disse Damon –Às 2, pode ser?

Elena concordou com a cabeça e após Damon se virar para ir embora, fechou a porta e voltou a dormir. No dia seguinte Damon apareceu no horário combinado e sentou no sofá da casa de Elena para ouvi-la.

— Não acha melhor irmos para algum cômodo mais reservado? – Perguntou ele – Vai que alguém nos escuta aqui...

— Ninguém vai nos escutar, eu moro sozinha – Respondeu Elena.

— Ah sim... – Disse Damon surpreso, ele não imaginava que a garota não estivesse sob a guarda de ninguém – Nenhum parente apareceu quando aconteceu aquilo, com sua a sua família?

— Minha tia me emancipou um tempo depois do acidente – Disse ela – Eu pedi, foi melhor assim, ela teria que se mudar com o marido para cá, eu ia causar mais desordem para minha família – Concluiu por fim Elena.

Damon assentiu de modo a finalizar o assunto, podia ver o quão difícil era para ela falar sobre isso, a culpa era visível em seus olhos, notou ele. Seria melhor mudar de assunto.

— Então, já sabe como vai fazer tudo?

— Sim – Respondeu ela pegando seu notebook e mostrando a ele – Olha esse site, ele ensina passo a passo.

Após analisar o conteúdo do site e checar tudo, o moreno a encarou seriamente e disse:

— Tem certeza de que quer fazer? Essas ervas... para o chá, podem não ser eficazes, podem só resultar numa má formação fetal, você leu essa parte? Não me parece seguro para você, Elena.

— Fazer um aborto caseiro não é seguro Damon – Corrigiu ela – Mas é minha única opção, não desejo ter filhos, é uma escolha minha, sei que envolve outra vida, mas mais do que ela, afeta todo o futuro da minha. É uma escolha que vou pagar até o fim.

— Tudo bem – Suspirou Damon – Onde você vai comprar isso? A bebida forte, deixa que eu trago, meu pai tem Wisky em casa, deve servir.

— Sim, deve – Concordou Elena afinando a voz – Mas... Se não funcionar terei de arriscar outros métodos, algum remédio ou uma internação em alguma clínica clandestina.

— Elena você entende a gravidade dessa situação? – Perguntou Damon segurando a mão da garota e a olhando nos olhos – Você pode morrer, isso vai além da sua escolha, não é seguro! Isso acaba sendo uma questão de saúde, você pode entrar em mais uma das estatísticas de morte do país. Não seria melhor ter o bebê, mas continuar com sua vida? Não é vergonha nenhuma errar... O que importa é assumir as consequências disso tudo.

— Eu sei, eu sei. E estou pronta para aceitar as consequências de um aborto! É uma decisão minha não ter esse filho, não é só porque eu estou com medo e possivelmente seu irmão não vai assumir a criança. Eu nunca cogitei a ideia de ter filhos, detesto criança, só a ideia de uma já me deixa louca e isso vai mudar demais minha vida, só eu que vou ter que lidar com isso, ninguém poderá fazer algo por mim, desse modo sou eu quem decide então. O corpo é meu Damon, a vida a ser mudada será a minha, acredito que a decisão sobre meu futuro cabe a mim e a mais ninguém.

— Tudo bem – Suspirou Damon – Eu só estou com medo por você, só isso.

— Eu também, mas não posso deixar isso acontecer...

— Então, onde arranjamos essas ervas?

— Tem uma benzedeira no fim do quarteirão, vou ver se ela tem ou sabe onde podemos achar, vamos torcer.

— Vamos lá agora, então – Sugeriu o garoto.

Elena assentiu e após guardar o notebook, pegar sua carteira e trancar a casa se dirigiu junto a Damon ao terreiro da benzedeira. Ao chegarem lá bateram palmas e chamaram por alguém e após alguns segundo uma velha corcunda com um ramo de flores na mão apareceu para recebê-los.

— O que querem aqui? – Perguntou ela.

— Precisamos de umas ervas – Falou Elena – Gostaria de saber se a senhora as tem.

— Pois bem, entrem – Disse a velha – Estou terminando um trabalho, mas já atendo vocês.

Dito isso a senhora entrou novamente na casa de barro e por ela desapareceu. Damon e Elena a seguiram, mas ao escutarem gritos e orações distintas se mantiveram parados a porta para esperarem sua vez de serem atendidos.

Após o que pareceu uma eternidade a velha saiu dos cômodos escuros da casa acompanhada de uma mulher de meia idade que a agradecia repetidamente e prometia retorno em alguns dias. Assim que ela se foi a velha virou-se para os dois e perguntou:

— Que tipo de erva estão procurando?

— Ervas fortes, fortes o suficiente para provocar um aborto – Respondeu Elena aparentando uma falsa confiança.

Damon abraçou seus ombros e a puxou para mais perto de si. A velha então olhou bem os olhos de Elena e soltou um meio sorriso.

— Entendi – Falou – Já atendi muitas meninas na sua situação. Aflitas e com medo. Espere aqui.

A senhora arrastou-se novamente para um de seus cômodos e pôs-se a fuçar em seu armário. Enquanto isso Damon acariciava o braço de Elena para afugentar seus tremores e lhe passar segurança. “Vai ficar tudo bem” foi o que ele disse baixinho em seu ouvido. “Estou aqui”.

Quando a senhora voltou trazia consigo duas embalagens medianas em sua mão. As balançou para Elena e disse:

— Aqui, cobro cinquenta dólares pelas duas, dou certeza que vai funcionar.

— Tudo bem, eu vou ficar – Garantiu Elena pegando sua carteira e dela retirando uma nota de cinquenta – Como vou usar elas?

— Você vai preparar um chá com elas, as duas juntas, misture com uma bebida alcoólica, alguma forte e espere – Orientou a benzedeira – Tome o chá por alguns dias, mesmo após começar o sangramento. Vai dar certo.

— Você tem certeza que é seguro? – Interviu Damon.

— Eu não disse que era seguro – Sorriu a velha.

Damon respirou fundo temendo por Elena e a apertou mais contra si, a garota simplesmente agradeceu à senhora e voltou com Damon para sua casa.

— Vai fazer agora? – Perguntou ele assim que ela jogou-se no sofá.

— Não – Respondeu a garota – Estou apavorada de mais, é uma coisa difícil, não vai ser agradável, preciso me preparar.

Damon assentiu em compreensão enquanto se abaixava ao braço do sofá e tocava seu rosto.

— Amanhã fazemos então – Falou – Depois da escola?

Elena concordou com a cabeça e fechou os olhos por breves segundos para que suas lágrimas escorressem. Damon sentou-se no chão e segurou sua mão enquanto ela derramava suas lágrimas, sem fazer nenhuma pergunta ou movimento.

Elena chorou por um bom tempo, estava apavorada com o risco que corria e por todos os seus planos para o futuro estarem possivelmente arruinados por causa de tal situação. Conforme se acalmava a garota assumia uma postura afirmativa, dizendo para si que iria conseguir passar por isso e que teria seu futuro como havia planejado com seus pais. Sim, teria.

Damon ao final da tarde foi embora e após jantar correndo para não ver seu pai chegar para outra briga com sua mãe, foi para seu quarto e colocou seus fones de ouvido. Mesmo não sabendo, do outro lado da cidade Elena estava fazendo a mesma coisa. A música por vezes acabava sendo a única amiga deles, a saída de escape, dessa vez não foi diferente.


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Notas finais do capítulo

Como disse posto depois das minhas provas, me digam a opinião e o palpite de vocês sobre o que vai acontecer no próximo capítulo hahaha.
Beijos ♥



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