Circus escrita por MaryDiAngelo, Semideusadorock


Capítulo 1
Que o espetáculo comece!


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas e cerejinhas ♥
Viemos aqui com mais um mundo para ser explorado por vocês. Esperamos que vocês gostem!

Good Reading ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759102/chapter/1

 

— Em hipótese alguma vocês podem se distrair. Nem se separarem. E nem pensem em perder o foco do que estão fazendo lá dentro. Vocês sabem como aquela tenda é perigosa, sabem o que pode ter atrás daquilo. E vocês estão lá para investigar, não para lutar sozinhos. Lembrem-se disso. Me ouviram bem? — Hades di Angelo finalizou seu discurso, alternando o olhar entre seus dois filhos à sua frente, que assentiram de pronto. — Tomem cuidado, por favor. Agora falando como pai preocupado.

Nico e Bianca di Angelo assentiram novamente, sendo envolvidos em um abraço apertado. Depois, deram as costas para Hades e se aproximaram mais da tenda de circo logo à frente.

Os irmãos deram as mãos, como se estivessem aproveitando o lindo céu estrelado de Portland para uma visita ao circo. Em sua mão, Nico levava dois bilhetes, um era no tom vermelho e preto em um jogo de listras que se assemelhavam com uma ilusão de ótica, já o outro era apenas listras diagonais, como se fossem duas sessões diferentes.

— Boa noite — havia um homem sentado dentro de uma cabine vermelha, recebendo os bilhetes que davam acesso ao espetáculo. O di Angelo sorriu minimamente, interpretando o papel de adulto feliz que estava indo passear. Contudo, vacilou quando piscou, vendo a língua do homem se tornar bifurcada, estreita e não parando dentro de sua boca, igualmente a uma serpente.

— Boa noite. — Nico respondeu. O homem pareceu sibilar, levando o polegar para o canto da boca para livrar-se da gota de veneno que havia escapado de seus lábios rubros.

— Aproveitem o show!

O di Angelo assentiu, voltando-se para sua irmã e indo para dentro da tenda. Pode notar o aceno discreto dela, indicando que também havia visto o homem se tornar meio cobra. Ou seja: a ilusão não estava funcionando com eles. E isso era um ótimo sinal.

Entretanto, quando ambos passaram pela tenda, notaram que aquilo era completamente uma mentira. As pessoas vibraram ao redor, mas não tinham a consciência que eles tinham que as arquibancadas estavam em um estado deplorável: os assentos de madeira rangiam e pareciam querer despencar para o chão a todo custo. O chão era enlameado e com vestígios de espetáculos anteriores, inundados em lixo. No centro da tenda simplesmente nada acontecia. Era apenas um terreno um pouco mais alto do que onde os humanos ficavam, cheio de terra e lama.

Uma brisa entrou pelo local, balançando um pedaço de ferro quebrado e enferrujado, que ambos demoraram alguns segundos para entender que aquilo deveria ser um trapézio. A rede furada logo abaixo mostrava os anos que não deveriam ser utilizados. Assim como os filetes de tecido vermelho e negro subindo para formar o que deveria ser o topo da tenda, mas, se chovesse, todos sairiam completamente encharcados.

— Estão perdidos? — uma voz masculina chamou atenção deles, assim como um corpo entrou em ambos os campos de visões, deixando-os sem a visão do circo.

A primeira coisa que Nico observou foi o tom dourado da calça do homem que reluzia de modo exagerado. Seu olhar foi subindo, passando para a capa negra fechada em seu peitoral; a cartola em sua cabeça amassando os leves cachos castanhos que eram seus cabelos, e, por fim, as feições élficas: olhos castanhos e um sorriso sugestivo de alguém que poderia aprontar a qualquer momento.

— Nós não decidimos que lugar é melhor para ver o espetáculo — Bianca respondeu quase de imediato, abrindo um sorriso e tentando achar alguma coisa de sobrenatural no homem.

— Olha — Leo Valdez começou, subindo as sobrancelhas —, eu votaria daquele lado ali — ele apontou para o lado esquerdo — lá dá pra ver as coisas com mais clareza e é preferido por mim, sabe como é, não?

— Obrigada! — a di Angelo sorriu minimamente, encaixando seu braço no de Nico e o puxando para o lado oposto. Nico segurou a risada em seus lábios ao ver a cara de tacho que o garoto havia ficado, mas preferiu não comentar nada e apenas seguir a irmã até uma cadeira relativamente alta, tomando cuidado para não pisar em falso e cair para, possivelmente, a morte.

“Senhoras e senhores... E agora daremos início ao espetáculo que vocês nunca vão esquecer em suas vidas!”. A voz soou pela tenda e o di Angelo levou seus olhos negros para a entrada, onde os filetes de fita “fecharam” a entrada.

Ele se forçou a não arregalar os olhos ao ver dois trolls enormes e monstruosos parando em frente a tenda, como se fossem os seguranças do local, que era o que os humanos – afetados pela ilusão do circo abandonado - provavelmente estavam vendo.

Uma explosão ensurdecedora e uma luz fez com que a multidão gritasse em animação. E, assim, o show deu-se por iniciado.

As pessoas que estavam presentes pararam, estáticas. Os olhos fixos em um ponto cego. E foi quando a mesma voz que anunciou que o show havia iniciado, surgiu. Porém, agora falando para os monstros.

“Vocês têm uma hora e meia. Lembrem-se. Sem mortes!”.

A cortina se abriu, revelando as mais estranhas espécies de monstros que haviam se juntado ao circo abandonado para conseguir se manter. Vampiros, lobisomens, quimeras, ciclopes, trolls, djinns, entre outros, correram em direção a plateia inconsciente.

— Sabe... — a voz veio de trás de Bianca e Nico, que sentiram um frio na espinha, já que não poderiam sequer demonstrar que estavam respirando, já que estavam ali por uma investigação da parte dos caçadores. Era Leo. — Você me magoou.

Ele continuou, empurrando Nico um pouco para o lado, que começou a tombar para o lado como se estivesse em efeito da ilusão. O Valdez o segurou, endireitando-o e voltando-se para Bianca. Passou um dos braços pelos ombros dela.

— Eu juro, eu te achei muito bonita. — Pontuou, continuando seu monologo e ignorando a discussão entre dois vampiros por uma garota que estava alguns degraus acima. — Eu te mandei para aquele lado porque a possibilidade de você ser mordida era mínima. Os vampiros não vão pra lá por causa da luz. E você ainda fez o que? Feriu meu coração! Me deixou em frangalhos! Despedaçado! Arruinad...

— Dramático! — atrás dele, a voz feminina soou como uma melodia.

A garota pulou Leo com uma tremenda facilidade, caindo no degrau a frente dele e fazendo-o subir a sobrancelha em reprovação ao ver a madeira gemer em protesto ao salto.

— O que você está fazendo aqui? — ela voltou a indagar, virando-se com os braços cruzados embaixo dos seios.

— Sempre desagradável, não é? — o Valdez repeliu, revirando os olhos.

Thalia Grace apenas sorriu, lasciva.

— Você que parece que está sendo bem desagradável, dando uma dor de cabeça para essa menina.

— Ela é o amor da minha vida!

Alguém me diz como ficar impassível diante de uma declaração dessas, produção? Bianca pensou consigo mesma, temendo que esboçasse qualquer feição que pudesse chamar atenção para sua consciência diante da ilusão.

— Amor da sua vida sou eu, Leo. — Thalia negou em reprovação. — Assim como a Reyna... E a Hazel... E a Annabeth...

— Mas dessa vez eu sinto que é verdade! — Leo virou seu rosto para o de Bianca, que ainda mantinha seus olhos fixos em um ponto cego a frente, no caso, Thalia. Ele segurou o maxilar dela, virando seu rosto para encara-la. — Olhe em meus olhos, meu amor.

— Leo, ela não pode olhar nos seus olhos, eu não sei se você lembra, mas ela está enfeitiçada — a Grace o lembrou, subindo as sobrancelhas desacreditada.

— Eu poderia fazer ela se juntar a mim... — o Valdez sorriu, molhando os lábios em êxtase.

— Leo...Não!

— Só uma mordidinha...

Ele aproximou sua boca do pescoço de Bianca, que teve que lutar contra todas as forças de seu corpo para permanecer imóvel, torcendo para que a garota desconhecida empurrasse o homem para longe de si e não deixasse que se transformasse em sei lá o que que ele era.

— Olha, bolinha! — Thalia balançou uma bolinha de tênis em sua mão, sorrindo debochada quando atraiu a atenção do lobisomem, que começou a mexer a cabeça de acordo com os movimentos que ela fazia com a mão, de um lado para o outro. — Ah, você se interessa por uma bolinha, não é mesmo, Totó?

— Para, por favor, para! — Leo suplicou, mas seu lado cachorrinho não conseguia aguentar a pressão de ter uma bolinha bem ali na frente sem pensar em estraçalha-la.

— Você quer a bolinha? Você quer? — a Grace riu quando ele largou Bianca por completo, que voltou o rosto para frente. — Então, vai buscar!

Jogou a bolinha para o palco, observando Leo saltar desesperadamente pelos degraus, atropelando algumas pessoas que se queixaram irritadas, mas ele pouco se importou: saltou no ar, se transformando em um enorme lobo de pelos alaranjados.

Contudo, toda a pose superior que ele havia adquirido, se esvaiu em segundos que suas patas dianteiras fincaram-se na lama, fazendo com que seu corpo fosse lançado para frente e tornando aquilo uma cambalhota dolorosa. Mas é claro que Leo não estava nem aí.

Seu pensamento não parava um segundo sequer, voltando totalmente para a palavra “bolinha”, repetida muitas vezes em desespero enquanto ele farejava a areia, lançando lama para cima e para os lados atrás de sua preciosa. Quando, finalmente, achou, pulou em cima, jogando suas patas dianteiras em cima dela e virando o focinho de um lado para o outro quando constatou que a bola havia sumido. Depois, tirou as patas de cima, achando.

— Lobisomens — Thalia negou em reprovação, subindo as sobrancelhas levemente surpresa quando a bolinha estourou.

As orelhas de Leo se abaixaram em pesar, assim como seus olhos se tornaram tristonhos e um choramingo escapou de seu focinho. Ele começou a andar com o rabo entre as patas até estar atrás da cortina, onde iria ficar até o próximo espetáculo, tentando recompor-se da perda recente de sua preciosa.

A Grace voltou-se para os irmãos à sua frente, franzindo o cenho ao demorar seus olhos em Nico, que sentia que estava sendo observado e, consequentemente, observava ela também por estar bem a sua frente. Ela se inclinou, levando seu pé até o degrau onde Nico apoiava seus pés, deixando-o entre as pernas dele e usando-o de apoio para se aproximar o suficiente.

Ela sabia que conhecia aquele cabelo negro de algum lugar. A pele extremamente pálida. Agora, usando uma blusa preta, junto de uma calça jeans e a jaqueta no mesmo tom.

Pegou, sem delicadeza alguma, o braço dele, virando-a para ficar com a palma da mão para cima e arregalando os olhos, pasma, quando viu a pequena cicatriz de três círculos esbranquiçados que, algum dia, foi uma queimadura de cigarro.

 —... Nico?!

Thalia nem teve tempo de ficar surpresa o suficiente, já que, ao lado do pescoço do di Angelo, uma vampira apareceu com os caninos pingando sangue e a postos para se deliciar dele.

— Ele não. — A Grace respondeu de imediato, a vampira quase soltou um muxoxo triste, mas apenas assentiu e passou para Bianca, que não teve a mesma sorte de ter sido livrada da mordida.

Na pequena distração de Thalia, Nico segurou o ar em seus pulmões.

Thalia?! Ele pensou consigo mesmo. Queria arregalar os olhos. Queria fazer alguma coisa. Mas não poderia. Só conseguiu manter seus olhos em seu rosto bem próximo. Os olhos azuis de um tom escuro que chegava a parecer eletrizante. As leves sardas salpicadas por sua bochecha e nariz. O delineador marcante da maquiagem negra. A pele pálida. Tudo isso em um belo contraste com suas roupas, que consistiam em um corpete vinho e negro, uma saia armada e suficientemente curta no mesmo tom do corpete, botas de cano longo negras que chegavam até suas coxas e, para completar, uma cinta liga, dando um toque ousado.

 “Thalia Grace”. A voz chamou, ecoando pela tenda e fazendo a Djinn, responsável por manter a ilusão na mente de todos os presentes naquela sessão, se afastar por completo de Nico. Antes de ir para seu posto, voltou-se para a vampira que havia terminado de provar um pouco das veias de Bianca, que queria chorar, mas não poderia se mexer.

— Não deixa ninguém chegar perto dele. — Ordenou. — Ele é meu. Me ouviu bem?

A vampira apenas assentiu, sorrindo de canto e limpando o sangue de sua boca. Se sentou ao lado de Nico, levando as mãos para trás da cabeça, dando-se por satisfeita.

Thalia assentiu de volta, respirando fundo antes de saltar, flexionando seus joelhos ao cair no palco.

Depois, se apressou em ir para trás das cortinas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final do primeiro capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? Alguma teoria? Nós gostamos de ouvir teorias!

Grupo no facebook da Semideusadorock: https://www.facebook.com/groups/semideusadorockfanfic/?ref=bookmarks

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Circus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.