Harry e Gina: a vida após as batalhas escrita por Ravena Witch


Capítulo 2
Esperança renovada.




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Harry estava se aprontando para o memorial da Batalhas de Hogwarts, se vestia com trajes a rigor e tentava – como sempre - ajeitar seus cabelos, até – como sempre – desistir de fazê-los ficar no lugar. Já fazia dois meses desde que a batalha terminara, todos já haviam enterrado seus mortos, e já haviam começado a se recuperar dos acontecimentos tão tristes, dando lugar à felicidade do momento. Naquela noite o memorial seria em Hogwarts, e homenagearia todos aqueles que morreram pela causa.

            Haveriam discursos e apresentações e, para a infelicidade de Harry, ele seria o último a discursar. Até aquele momento ele não fazia ideia do que iria falar. A única coisa que conseguia pensar era que ainda não havia conseguido falar com Gina, na verdade não tinha tido coragem de falar com a garota. Após a batalha, a família Weasley havia ficado despedaçada, assim como ele, e o instante acabou se perdendo em meio a tantos compromissos. Mas ele já não aguentava a saudade de estar perto dela. Foram tão poucos os momentos que tiveram, tão poucas as vezes que pôde beijá-la, que sua ausência chegava a sufocá-lo.

            Todos aparatavam naquela noite em Hogsmead, ou usavam chaves de portal, pois em Hogwarts não é possível aparatar e a rede de flu ficaria totalmente congestionada com tantas pessoas tentando aterrissar em um só lugar. Harry seguiu o resto do caminho a pé, até o gramado que circundava o grande lago. Ele respondeu o boa noite de muitas pessoas que queriam falar com ele, o eterno Eleito. Quando chegou à frente, a família Weasley já estava lá, ou uma parte dela:

— Senhora Weasley, como está a senhora?

— Querido – a senhora Weasley lhe deu um daqueles abraços fortes que o faziam se sentir tão bem. – Você não foi mais nos visitar, estava preocupada com você.

— Eu também senti saudades Senhora Weasley, mas estava, sabe, tentando dar um tempo para a família se...

— Não diga besteiras Harry querido, você faz parte de nossa família. - Harry abraçou a Senhora Weasley, acariciado e emocionado pelo gesto da matriarca daquela família de que tanto amava. Depois cumprimentou todos que ali estavam: Arthur, Gui, Fleur, Percy  e Jorge.

— Onde estão os outros?

— Rony, Hermione e Gina saíram para os jardins, disseram que queriam caminhar – Gui respondeu a Harry.

— Vou ver se os encontro. – respondeu o garoto, saindo em disparada. – Com licença.

            A tarde começava a cair sobre os terrenos de Hogwarts, e o castelo estava lindo, como sempre esteve. Tudo havia sido restaurado, e a impressão era que a construção havia saído imaculada à guerra. O garoto viu quem procurava, sentados em uma pedra, os três pareciam rir de algo. Harry notou que Hermione estava abraçada com Rony, recostada em seu corpo com muita naturalidade; aquela visão o deixou extremamente feliz. Finalmente seus amigos parariam de brigar.

— Olá. – Harry disse sem jeito.

— Olá. – todos disseram em uníssono. Hermione abraçou o garoto e depois voltou para abraçar o namorado.

— Você estava demorando – disse Rony - pensei que não iria vir, pra fugir do discurso.

— Nem me lembre. – disse Harry sem jeito, olhando para Gina. – Podemos conversar um pouco?

— Claro Harry – Gina respondeu um pouco confusa e tímida.

— O que você quer com ela? – perguntou Rony se levantando desajeitado da  pedra.

— Ronald, não acho que isso seja de sua conta – respondeu Gina com seu jeito felino, virando-se para Harry – Vamos para outro lugar.

            Enquanto Gina e Harry seguiam para o outro lado do jardim, podiam ouvir os resmungos de Rony, e Hermione tentando apaziguar a situação. Chegaram a um canteiro de flores brancas, com um grande banco à frente e ali se sentaram. Os dois, sem saber o que dizer.

— Gina, eu não sabia como lhe dizer antes mas, sinto muito pelo Fred. – disse sem jeito.

— Obrigada Harry, está sendo bem difícil, principalmente para o Jorge e a mamãe.

— Imagino. – um breve e constrangedor silêncio – Eu sei que não te procurei antes, mas eu, realmente não sabia o que dizer a você depois de tudo e... Acho que ainda não sei pra falar a verdade.

— Harry. – Gina se virou para ele, e fitar aqueles olhos castanhos era como se perder em um infinito – Você não precisa ter tantas cerimônias, eu sou forte, e, não posso negar que ainda amo você, isso seria a maior mentira que eu poderia dizer, - essas palavras fizeram o coração de Harry saltar do peito: “Então ela ainda me ama!” - mas... Quero que saiba – Ela estava falando intensamente e nesse momento colocou sua mão sobre a mão de Harry – Que não precisa se sentir obrigado a nada e que, por te amar tanto, quero que seja feliz, mesmo que não seja comigo.

— Mas do que está falando Gina? – Harry estava surpreso com o rumo que a conversa tomara.

— Harry, eu sei que estivemos juntos por pouco tempo e que ficamos bastante tempo separados... Sei que não quer me machucar e por isso eu mesma te digo que, se você, neste tempo em que não estamos juntos, percebeu que ama outra mulher eu... – ela soltou sua mão, e virou-se para frente, mirando o horizonte – eu realmente quero que seja feliz Harry.

— Gina, me escute. – Harry começou, atônito para fazê-la entender. – Você não entendeu nada direito, eu não mudei de ideia. Eu me separei de você pura e simplesmente para sua proteção, já que não podia suportar a ideia de perdê-la. Eu simplesmente não podia conceber a ideia de que você morresse. Gina, olhe pra mim. – ele tocou o queixo de Gina, fazendo-a se virar para ele – Eu amo você.

— Harry... – a garota começou, mas Harry não queria ser interrompido naquele momento.

— Não Gina, me deixe terminar. – Continuou após uns segundos de pausa. – Eu demorei muito tempo para perceber que a mulher da minha vida estava do meu lado durante todo o tempo, demorei demais Gina, e me sinto um estúpido por isso. Durante todo o tempo que estivemos separados o que mais me fazia infeliz era perceber o quanto havia sido estúpido, não percebendo que te amava.

— Mas você não amava Harry. – disse Gina

— Talvez não. – ele riu – Mas meu amor por você já estava certo Gina, pois amar você é fácil, é simples e natural como respirar. Eu queria ter podido ver isso antes. Teríamos tido mais tempo juntos, mais momentos nesses jardins que, para mim, só ficam bonitos quando estou com você.

— Harry, você está falando sério? – a garota tinha os olhos marejados, algo muito raro, dada sua estranha força interior.

— Ginevra Weasley o que posso fazer para que me perdoe por tê-la deixado e pra que você volte pra mim?

— Nada Harry, eu nunca deixei de estar com você, nem por um segundo.

            Os dois se beijaram, um beijo doce e cúmplice, mas ao mesmo tempo forte e repleto de saudade. Os dedos de Harry se entravam nos cabelos de Gina, e a maciez na ponta de seus dedos o fazia perceber o quanto a amava. Ainda mais do que pensava, como se, a cada beijo o amor que sentisse por ela se multiplicasse. Os dois se abraçaram e Harry cheirou os cabelos de Gina, que ainda mantinham aquele perfume floral especial.

— Sabe quando descobri meus sentimentos por você? – perguntou o garoto.

— Não. Quando?

— No sexto ano, no primeiro dia de aula, o professor Slugorn nos levou Amortentia, e eu senti um cheiro que eu não conseguia reconhecer, um cheiro que eu sabia que havia sentido na Toca, mas não conseguia reconhecer de que era. – Harry pegou uma mexa de fios ruivos nas mãos e pôs-se a brincar com ele - Um dia você chegou de fininho, no salão principal e eu senti o cheiro de seus cabelos. – ele cheirou a mexa de cabelos em sua mão – tão cheiroso. – Ele voltou os olhos para a garota, que sorria apaixonadamente. – Tão linda! – Harry acariciou o rosto de Gina e a beijou novamente.

— Eu comecei a te amar no dia em que te conheci. – disse Gina – Na Estação Kings Cross, se lembra? E meu coração nunca mais se livrou de você. - Os dois ficaram abraçados por um tempo, até que estivesse completamente escuro.

— Está na hora. – falou Gina, se levantando – Você não pode se atrasar.

— Eu não sei o que falar Gina, não sei fazer discursos. – ele estava nervoso.

— Acalme-se, é só falar com o coração. – Gina arrumou a gravata de Harry e lhe deu um selinho – Como quando falou comigo. Quando se fala com o coração, tudo sempre dá certo. Ou quase sempre. – a ruiva completou sorrindo.

— Como assim quase? – O garoto a olhou perplexo.

— Um dia você vai ter que falar com meu pai sobre nós... e com meus irmãos. – a ruiva riu da expressão chocada do namorado – Não acho que falar com o coração vá funcionar com aqueles seis.

— Obrigado por lembrar! – Harry agora estava ainda mais nervoso, e Gina ria abertamente da situação. Mas os dois estavam felizes, pois, a partir daquele momento, sempre teriam um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!



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