O vermelho de Copenhague escrita por Letícia Matias


Capítulo 33
Trinta e três


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Como vocês estão? Me desculpem não ter postado ontem haha! Estou postando hoje pra, espero, alegrar o sábado de vocês ♡♡♡
Espero que gostem desse capítulo!
Ah é gente sério, perdoem qualquer erro de digitação, português e etc. Eu estava dando uma rápida lida na história e vi que tem bastante kkkkk Socorro! Desculpem por isso.



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Tranquei a porta do quarto logo após ele passar por ela. Eu até podia me importar de que eu estivesse sem maquiagem e com uma cara horrorosa, mas eu não era tão vaidosa assim. Estava de luto, assim como ele. E eu achava que Jullian não se importaria, afinal.

– Você está com fome? - ele fungou e colocou a sacola em cima da escrivaninha onde o meu computador estava. - trouxe comida.

Assenti e ele olhou para o meu rosto.

– Estou sim. Obrigada. - minha voz saiu baixa. De repente, eu queria chorar de novo.

O rosto de Jullian estava horrível. Ele estava exausto e os olhos sem vida. Imaginava que ele estivesse tão anestesiado quanto eu.

– Como está sua mãe? Chegou a vê-la?

– Sim, está bem. Melhor do que todo mundo, eu acho.

Ignorei os pensamentos e lembranças do que a sra. Zarch tinha me falado uma hora e meia atrás. Apenas assenti.

– O que você trouxe para comer?

– São algumas porções de batata assada com salada de couve. Espero que você goste dessas coisas.

– Está ótimo. Você já comeu? - perguntei abrindo a embalagem se isopor.

– Sim, Betty Berry nos fez um café e... comi um pão. Não estou com muita fome.

Eu achei que não estaria também, mas quando sentei na cama e comecei a comer, eu estava realmente faminta. Jullian estava sentado na cadeira que ficava em frente à escrivaninha e olhava para mim.

– Você... quer falar alguma coisa? - perguntei.

Ele balançou a cabeça em negativa. Eu assenti novamente. Acho que era um dos momentos em que a gente só precisa de companhia, mas não uma companhia falante. Continuei a comer, saboreando cada pedaço de batata e cada pedaço de brócolis temperado deliciosamente. Se sentisse fome ainda naquela noite, poderia ir até o refeitório e comer algo.

– O funeral vai ser amanhã. - Jullian quebrou o silêncio. Sua voz estava um pouco grogue. Ele não estava bêbado nem nada, apenas exausto. - Ás dez da manhã. Você vai?

Olhei para seu rosto e franzi o cenho.

– É claro que sim.

Ele assente e desvia o olhar. Permaneci o fitando atentamente. O olhar perdido de Jullian era a coisa mais triste que eu já havia visto. Queria que ele voltasse a ser ignorante e rude, de repente. Quando ele começa a chorar, um choro abrupto e silencioso, fazendo seus ombros chacoalhar, me levanto da cama e deixo a comida de lado. Vou até a cadeira e me agacho à sua frente. Ele não está me vendo, pois tem os olhos fechados e pressiona os dedos nas suas pálpebras.

– Jullian. - sussurro. - Eu sinto muito.

Tento afastar suas mãos do seu rosto e ele não resiste. Olha para mim e permanece assim por um instante e depois ele me beija. É um beijo desesperado, necessitado.

Podia parecer insano que, por todas as circunstâncias, estávamos ali, no dormitório nos beijando. Mas eu não me importava com as circunstâncias. Eram por elas que estávamos ali e que  outras coisas aconteceram naquela noite. Jullian deitou sobre mim em cima da cama de solteiro estreita e em algum momento fechei meus olhos sentindo a necessidade de responder aos seus toques e aos seus beijos. As circunstâncias, por piores que podiam ser, tinham nos levado até ali. Não tínhamos explicações no momento, mas aquilo bastou. Por ora.

***

Ao abrir meus olhos, senti um pouco de dificuldade de me lembrar onde estava e o que tinha acontecido. Eu senti minhas bochechas esquentarem de modo abrupto ao me dar conta de que estava deitada em cima de Jullian, de modo que minha bochecha esquerda encontrava-se contra a pele de seu peito. Pisquei algumas vezes encarando a parede de tijolos vermelhos. Eu não fazia a mínima ideia de que horas eram. A única coisa de que sabia era que eu me sentia relaxada e não queria me mover para sair dali.

Senti uma das mãos dele passearem por meus cabelos e com isso permaneci imóvel. Aquilo era muito... íntimo e estranho. Jullian tinha se mostrado uma pessoa completamente diferente nos últimos dias e aquilo era extremamente assustador.

– Vai continuar fingindo que está dormindo?

Sua voz estava rouca, demonstrava um pouco de cansaço. Mas lá estava Jullian com suas alfinetadas. Até mesmo consegui sorrir diante daquela. Tomei coragem para olhar para seu rosto, apoiando meu queixo eu seu peito. Jullian olhou para baixo, para meu rosto. Seus olhos continuavam pequenos e cansados e eu imaginava que os meus também.

– Eu não estava fingindo. - respondi.

Seus olhos eram realmente de um azul incrível.

– Que horas que é? - perguntei franzindo o cenho ao ver pela janela que ainda estava escuro. Parecia que eu tinha dormido por horas. Era impossível que não tivesse dormido muito.

– Deve ser por volta de umas quatro da manhã.

– Uau. - uni as sobrancelhas.

Jullian continuou a fitar meu rosto; eu não tinha a menor pista do que ele poderia estar pensando. O que eu estava pensando era que aquela situação toda era surreal e eu não tinha previsto aquilo.

– Você está bem? - ele perguntou.

Absorvi sua pergunta tentando prestar atenção em algo diferente no meu corpo. Eu me sentia relaxada, dolorida e cansada ao mesmo tempo.

– Estou bem. E você?

Deixei minha ansiedade transparecer em minha voz. Ele deu de ombros.

– Estou bem.

Assenti. Por que de repente eu me sentia estranha, como se tivesse acabado de cometer um crime? Suspirei.

– O quê?

– Nada. - balancei a cabeça em negativa. - Você está bem mesmo? Digo... em algumas horas...

– Não quero pensar nisso. Não agora.

Me calei para aquele assunto.

– Tudo bem. - concordei.

Ele continuava a passar os dedos pelos fios vermelhos do meu cabelo.

– Seu cabelo é mesmo o vermelho de Copenhague.

Não respondi àquilo e ele complementou:

– Vibrante.

Sorri de lado.

– Vou considerar como um elogio.

Vi a sombra de um sorriso amarelo cruzar seus lábios. No momento, eu podia olhar para o rosto de Jullian pelas horas seguintes sem desviar a atenção por nenhum segundo. Era um momento demasiado fantasioso e eu não sabia o que fazer.

– Você está com fome? - perguntei.

Ele balançou a cabeça em negativa.

– Acho que... preciso descansar um pouco mais. Se estiver tudo bem.

– Claro.

Bocejo e Jullian se vira de lado, me colocando contra a parede. Era estranho e surpreendente que ambos de nós cabíamos naquela cama de solteiro. Ainda bem que tinha um cobertor sobre nós.

– Obrigado. - ele sussurrou de olhos fechados.

Franzi o cenho.

– Pelo o quê?

Mas eu não obtive resposta. Jullian já estava dormindo pesadamente. Ou então ignorou minha pergunta. Preferi acreditar no primeiro.

Com o pensamento de que talvez eu devesse fazer o mesmo e voltar a dormir, pois ainda me sentia cansada, fechei meus olhos e esperei que a escuridão tomasse conta de minha mente de novo. Foi algo fácil e acolhedor.


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Notas finais do capítulo

Como sempre, O que vocês acharam desse capítulo? Fortes emoções??
Eu que queria acordar com o Jullian viu ai ai. Pera, deixa eu me controlar! Hahaha.
Beeem, eu espero muito que vocês tenham gostado!
Lembrando que faltam apenas 4 capítulos pra história acabar. Espero muito que gostem do final e que tenha válido a pena ter lido até aqui!
Estou animada porque já comecei a escrever outra história. Ela é um thriller e espero que dê tudo certinho. Se vcs quiserem, conto mais sobre ela aqui ♡
Um grande beijo e um ótimo final de semana ♡



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