O vermelho de Copenhague escrita por Letícia Matias


Capítulo 26
Vinte e seis


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoal!!! Como vocês estão? Espero que todos bem depois de uma greve terrível. Hoje volto a trabalhar. Deoois de praticamente uma semana e meia. Tô contente mas bate aquela preguiça, né? Kkkkkk
Bem, eu estava bem ansiosa pra postar esse capítulo e espero que vocês gostem :)



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Meu reflexo no espelho me deixava nervosa com meu nervoso transparente em minhas feições. Por algum motivo, meu coração encontrava-se loucamente disparado.

A noite estava gostosa, um clima morno de primavera com uma brisa leve e bem vinda. A janela do quarto estava aberta. Encontrava-me em frente ao espelho que tinha na cômoda. Meus cabelos ruivos  estavam soltos e ondulados, tinha vestido uma espécie de vestido jeans claro de alça, qual o busto tinha forma de coração e coloquei uma gargantilha preta. Tinha um par de sapatilhas com um pano sintético de jeans. Não tinha passado muita maquiagem; não queria exagerar.

Não estava totalmente satisfeita com meu reflexo, por  isso, de último instante, decidi prender meu cabelo em um rabo de cavalo. Enquanto o fazia, sentia alguns fios finos de cabelo grudando em minha nuca por causa do calor. Bufei para meu próprio reflexo e decidi não me olhar
nenhum segundo a mais.

Enquanto estive me arrumando, tentei preparar-me psicologicamente para os olhares ansiosos de Betty, Nigel e o sr. Zarch. Quando, na mesa do jantar, Jullian dissera que iríamos dar uma volta por Skagen naquela noite, Nigel exageradamente engasgou, fazendo com que meu rosto se afogueasse de maneira que eu não conseguisse esconder.

Tudo bem, Wendy. Não é nada demais.

Comecei a descer os degraus da escada, a pequena sala foi ganhando forma e amplitude diante dos meus olhos. A primeira coisa que vi foi Jullian atrás do sofá maior de costas para a escada. Todos pareciam estar imersos na televisão. O primeiro a olhar para mim foi Nigel. Ele assobiou. Eu até poderia ter sorrido, dado uma risadinha e agradecido se fosse outra situação. Contudo, apenas ignorei. Eu estava prestes a ter um colapso nervoso.

Jullian, que estava com ambas as mãos apoiadas no encosto do sofá, olhou para cima, para minha direção. Engoli em seco e desviei o olhar de seu rosto. Ele estava vestindo uma camisa social verde escura, quase preta, uma calça preta jeans e um par de tênis preto casual. Seus cabelos pareciam um pouco úmidos por causa do banho.

Quando cheguei no primeiro degrau, Betty Berry exclamou e disse:

– Olhe só Frederick, como ela está linda!

Arqueei as sobrancelhas e sorri nervosa. Betty virou a cadeira de rodas do sr. Zarch para que ele pudesse olhar em minha direção. Dei um sorriso tímido quando ele o fez. Seu rosto retorceu-se em um sorriso tão intenso que toda sua face se enrugou.

– Wendy, você é mesmo uma obra de arte.

– Tudo bem, vocês estão exagerando muito e me deixando com vergonha. - ri.

Betty, Nigel e o sr. Zarch riram em uníssono.

– Tudo bem, estamos indo. Não precisam esperar acordados. -  Jullian disse com aquela sua simpatia de sempre.

Olhou para meu rosto e perguntou se podíamos ir. Assenti e engoli em seco mais uma vez. Sendo assim, saímos pela porta da sala. Fui na frente. O perfume de Jullian era forte e bom. Daqueles que ficam no ambiente por uma hora.

Na ruazinha de paralelepípedos silenciosa, o ar estava estagnado. Não estava um calor insuportável e isso era bom. Apesar disso, sentia meu corpo com uma temperatura quase febril. Também conseguia ouvir a maré forte se quebrando na praia alguns metros à frente.

Jullian se encaminhou para o banco do motorista da pequena vã/carro em que tínhamos vindo e eu tomei o lugar do banco do carona. Dentro do carro o seu perfume parecia fazer o meu sumir. Mas, na realidade, eu não conseguia sentir o cheiro do meu próprio perfume.

Coloquei o cinto de segurança enquanto ele ligava o carro. Ele deu a ré pela ruazinha em completo silêncio. Eu olhava a última casinha da rua se distanciando de nós e perguntei-me se aquilo seria uma boa ideia.

– O que foi? Está querendo voltar para a casa? Sou tão mal assim?

Franzi o cenho ao ouvir a pergunta repentina de Jullian cortar o silêncio dentro do veículo.

– O quê? Não, eu... só estava olhando.

Sua resposta foi uma espécie de "hm". Eu não sabia como responder àquilo.

– Olha, obrigada por me convidar. Eu não sou muito de sair e... bem, é muito legal estar saindo hoje.

– Sem problemas. - Jullian respondeu olhando pelo retrovisor.

Mordi o lábio inferior. Agora estávamos andando pela rodovia.

– Temos de pegar uma parte da rodovia para chegarmos até os clubes aqui.

Assenti.

– Tudo bem. Não acho que esteja me sequestrado.

– Você não é uma pessoa que eu sequestraria.

Olhei para seu rosto. A luz alaranjada e pálida do painel refletia em suas feições. Jullian olhou para mim. Revirei os olhos e balancei a cabeça exasperada.

– Porque você é uma chata. - completou.

– Eu acho que já consegui deduzir o motivo, Jullian. Não precisa me explicar. E fico feliz por isso.

De soslaio, o vi sorrir, como havia feito na noite anterior. Eu estava encarando o breu da estrada à minha frente, a única iluminação sendo dos faróis refletindo no concreto. Também sorri.

***

O clube onde fomos era um enorme local com três andares quase na beira da estrada. Era um local esquisito para um clube. Mas parecia ter muita gente. Havia fileiras de carros estacionados e pessoas andando de um lado para o outro em grupos e sorrindo.

Quando saí do carro, senti o vento bater rudemente contra meu corpo. Arrependi-me amargamente por não ter trago comigo um casaco. Ouvi Jullian ativar o alarme do carro. Percebi enquanto começamos a andar, que o chão era composto de areia e cascalho.

Observando a estrutura do local por fora, concluí que ele tinha mesmo uns três andares. Não tinha um letreiro indicando que era um clube nem nada. Apenas algumas lâmpadas iluminando o estacionamento e a entrada. Tinha uma fila consideravelmente grande para entrar. Quando Jullian e eu paramos atrás da fila de pessoas, o ouvi resmungar. Olhei para seu rosto e arqueei uma das sobrancelhas.

– O que foi? Você gosta de ficar esperando em filas?

Revirei os olhos.

– Você é acostumado a ter as coisas na hora que sempre quer?

Jullian uniu as sobrancelhas de leve. Parecia estar realmente refletindo sobre minha pergunta.

– Na verdade, quase sempre.


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Notas finais do capítulo

Bem, como sempre, gostaria de saber o que vocês acharam :) kkkkk
Also, tenho que avisar que a história vai tomar um rumo bem diferente dentro de alguns capítulos e, bem, acho que não são todos que estão esperando isso. Mas estamos praticamente na metade do livro e ainda falta bastante coisa pra acontecer. De qualquer forma, espero que estejam gostando até aqui :)
O que vocês acham que vai acontecer nesse clube hein? Será que vai rolar beijinhos?? u.u
Eu não sei kkkkk
Até quarta:)
Beijos



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