Eu, Ela e o Bebê escrita por Lara


Capítulo 7
Pais e Filhos


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Desculpa não ter postado capítulo ontem. É que eu tive inúmeros problemas e precisei fazer alguns trabalhos da faculdade. Enfim, vamos ao primeiro ao meu surto do dia. AAAAAAAAA, EU RECEBI MAIS UMA RECOMENDAÇÃO!! OBRIGADA FLAT!!! EU AMEI E QUERO DEDICAR ESSE CAPÍTULO INTENSO A VOCÊ. MUITO OBRIGADA MESMO!!

E obrigada também a Suh Souza, Jade, Aninha, LittleFairy, Pequena Rosa, Bruninha, isabelsilva, Bih Silva, Mrs Ackles, buuuu louca, maya , Isabelle, kaialasilva, Juliana Lorena e Lari pelos comentários incríveis e motivadores no capítulo passado. Espero que gostem desse capítulo. Boa leitura...



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Capítulo VI – Pais e Filhos

 

“Então saltei para a calçada, com a intenção de parecer sofisticada e dona da situação. Entretanto, eu não contava com o azar de ficar presa ao freio de mão pela alça da bolsa. Entendo muito pouco - ou quase nada - de física e para explicar o que houve. Só sei que, com o impulso dado para sair do carro, ao se sentir preso, meu corpo voltou com tudo para dentro do veículo. Desequilibrada, claro que não consegui cair com graça. Acabei estatelada entre os dois bancos da frente, com metade de mim caída no colo de Bernardo. E ainda soquei o as costelas na alavanca do câmbio. O maior vexame".

Azul da Cor do Mar – Marina Carvalho

 

Desespero. Essa era única palavra que conseguia definir o meu estado atual. Felicity permanecia em choque e encarava o médico boquiaberta. Provavelmente, ela ainda não estava acreditando no resultado daquele exame. Eu também não estava muito diferente. E ainda que aquela notícia não estivesse nada a ver comigo, eu estava tão assustado e preocupado quanto Felicity.

— Eu vou deixá-los à sós para que possam absorver melhor a notícia. – Avisa o médico, sorrindo compreensível – Parabéns aos novos papais.

O médico deixa o quarto e o silêncio volta a se fazer presente. Tommy nos encarava confuso e eu não sabia como reagir. Felicity observa o exame em suas mãos, mais uma vez. Enquanto isso, meu melhor amigo se aproxima de mim e cutuca meu ombro, tentando chamar a minha atenção.

— Desde quando Felicity é casada? – Sussurra o outro, parecendo temer agir bruscamente perto da loira. – E por que você está sendo chamado de papai?

E então, antes que eu dissesse qualquer coisa a Tommy, Felicity joga os papeis em suas mãos para longe e me olhar com desespero. Como uma criança, ela traz os joelhos para mais perto, onde encosta o queixo e abraça as pernas com força. E as lágrimas começam a cair de maneira discreta. Ela realmente estava desesperada.

— Felicity... – Sussurro e me surpreendo quando ela me encara.

— Eu estou grávida! Tem uma criança dentro de mim! – Fala Felicity, ainda atordoada. Balanço a cabeça, calmamente, sem entender o que eu deveria dizer a ela. – Ai meu Deus! O que eu vou fazer? Eu não sei cuidar nem de mim mesma, quem dirá de uma criança?

— Felicity, fica calma. – Peço, vendo-a me encarar como uma louca. Ela estava me assustando com aqueles olhos azuis arregalados, as lágrimas descendo de maneira intensa pelo rosto alvo e um sorriso assustador assumia seus lábios.

— Calma? Calma? – Grita Felicity, rindo irônica. – Como eu vou ficar calma, Oliver? Eu acabei de perder meu marido, mudei de cidade, estou em um novo emprego. Muita coisa está acontecendo em minha vida. Como você quer que eu fique calma? Ai meu Deus! O que eu vou fazer? Como eu vou cuidar dessa criança?

— Então você realmente é casada? – Pergunta Tommy e eu o encaro com firmeza. – O quê? Só eu estou surpreso que ela tem um marido?

— Cala a boca, Tommy! – Repreendo meu melhor amigo, que bufa, frustrado. – Felicity, me escuta, por favor. – Peço, sentando-me em seu leito. Pego em seus ombros e a prendo para que me encarasse. – Você precisa se acalmar.

— Eu vou ter um bebê, Oliver! - Repete, agitada.

— Eu sei. - Respondo suavemente, tentando manter a calma, mas era uma tarefa difícil quando eu estava diante de uma mulher com um olhar aterrorizante.

— Tem um bebê dentro de mim. - Afirma, rindo nervosa, enquanto chorava.

— Sim. Você vai ser mamãe! Isso não é uma notícia boa? - Fala Tommy, encarando-a, confuso. Se eu tivesse o poder do Superman de atirar raios pelos olhos, provavelmente, Tommy não estaria vivo.

— Qual a parte do "cala a boca, Tommy", você não entendeu? - Pergunto e ele me encara ofendido.

— O quê? Eu estou tentando ajudar. Até alguns instantes atrás, para mim, Felicity era solteira e uma pessoa reservada. E agora, de repente, ela é casada, você é marido dela, ela está grávida e você vai ser pai. - Responde Tommy, cruzando os braços. - Se alguém tinha que está com raiva e surtando, esse alguém deveria ser eu.

— Eu não vou ser pai e não estou casado com Felicity. - Afirmo, revirando os olhos.

— Então por que o médico disse que você é casado com ela e que você é o pai do bebê? – Questiona, encarando-me com desconfiança. – Você por acaso conhecia Felicity antes e não me contou?

— O meu bebê não terá pai e a culpa é toda minha! – Grita Felicity, de repente, chorando ainda mais desesperada.

— Que merda, Tommy! Será que dar para piorar ainda mais a situação? – Reclamo, olhando frustrado para meu melhor amigo. – Eu não sei o porquê desse médico achar que eu sou marido da Felicity, mas eu não vou ser pai e não sou casado com ela. Então será que dá para calar a maldita boca e ficar quieto ou eu terei que fazer isso por conta própria?

— Ignorante. – Sussurra o rapaz, sentando-se no sofá próximo a maca de Felicity, enquanto nos observava com os braços cruzados e me encara magoado. Suspiro. Em alguns casos, meu melhor amigo conseguia ser mais infantil e sem noção que uma criança de quatro anos.

Desvio meu olhar para Felicity e a observo em seu momento de histeria. Em alguns momentos, ela ria e encarava o colar que estava em seu pescoço, para logo em seguida ela chorar com ainda mais intensidade e levar as mãos aos cabelos, puxando-os em seguida. Eu estava realmente assustado com a forma como ela reagindo a notícia. Será que isso era normal? Eu nunca tinha passado por uma situação como aquela e a única mulher grávida com quem eu realmente tive um contato mais profundo foi com a minha mãe, há exatos vinte anos.

Respiro fundo e volto a pegar nos ombros de Felicity com firmeza, mas tomando cuidado para não a machucar. Assim que tenho sua atenção, encaro-a com seriedade. Felicity ainda parecia um pouco fora de controle, mas ao menos ela havia parado de ri e chorar ao mesmo tempo. Aquele sorriso psicótico havia me assustado e eu realmente esperava não ter pesadelos com aquela cena.

— Felicity, me escuta, por favor. – Peço de maneira suave. Ela me encara e eu dou um sorriso fraco. – Fique calma, está bem? Você já passou mal mais cedo. Não queremos que sua saúde piore. Além disso, você também tem que pensar nesse bebê, então ainda que seja difícil, tente se acalmar.

— O que eu faço, Oliver? – Balbucia a loira, finalmente parecendo voltar a agir como uma pessoa normal. Suspiro e a abraço. – O que eu vou fazer agora?

Felicity corresponde ao abraço e me aperta, desesperada. As lágrimas continuavam a descer com intensidade, mas dessa vez, discretamente. Ela estava com medo e eu me sentia um inútil sem saber como fazer para dar mais confiança a loira. Acaricio suas costas e suspiro. Como eu poderia confortá-la? Por mais que eu não quisesse admitir, apesar de todas as dores de cabeça que Felicity já me causou e que eu tenho certeza que ela me causaria, eu havia aprendido a gostar dela e a me importar com ela. Obviamente, isso jamais seria dito em voz alta.

— Eu sinceramente não sei o que você deve fazer de agora em diante. Mas, por hora, tente se acalmar. – Digo e a afasto o suficiente para encarar seus olhos cristalinos. Limpo sua face manchada pelas lágrimas com delicadeza e coloco as mechas de cabelo que havia em seu rosto atrás de suas orelhas. – Eu sei que estou longe de ser alguém que possa entender sua situação e, acredite em mim, eu nem mesmo faço ideia do que estou falando ou do que estou fazendo. Na verdade, minha mente agora está em branco e eu não sei bem como te animar, mas...

— O que ele está tentando dizer é que você não está sozinha nessa situação complicada, Felicity. – Completa Tommy, suspirando. – Ollie não é bom em expressar seus sentimentos e é um idiota, mas ele tem um bom coração e te admira muito.

— Obrigado. – Sussurro, virando-me para ele com um sorriso agradecido.

— Engraçado! Agora você não me mandou calar a boca, não é, Oliver Jonas Queen? – Ironiza Tommy e eu reviro os olhos diante de seu drama.

— Para de drama, Tommy! – Respondo, encarando-o com ironia.

— E isso é jeito de falar comigo depois de eu ter poupado Felicity de te ouvir tagarelando por horas? Que amigo ótimo amigo eu tenho! – Tommy leva a mão ao peito, como se minha atitude tivesse machucado seu coração.

E então Felicity começa a ri, mas dessa vez, ela parecia uma pessoa normal. A mesma Felicity de sempre. Suspiro aliviado e não consigo não sorri ao ver que ela já parecia mais animada. Olho discretamente para Tommy, que sorri e me lança uma piscadela. Fazer Felicity ri foi sua forma de se desculpar por ter me envolvido naquela situação complicada.

— Obrigada, rapazes. – Agradeça a loira, assim que se recupera de sua crise de riso. Ela respira fundo e limpas o restante das lágrimas que haviam em seu rosto. – De verdade, muito obrigada.

¶¶¶

Depois de toda a confusão que Felicity, Tommy e eu vivemos, eu não consegui ir me encontrar com meu pai no restaurante que ele havia marcado. Por outro lado, eu estava agradecido por não ter ido. A última pessoa que eu gostaria de ver naquele dia era Robert Queen com toda a sua prepotência e insensibilidade. Entretanto, o que eu não me lembrava era que a vida é uma maldita sádica e que o seu prazer é me fazer sofrer.

Assim que retorno ao jornal noto que havia algo de errado. Meus colegas de trabalho estavam tensos e o clima pesado era perceptível de longe. Tommy e Felicity pareciam ter notado o mesmo que eu, pois param de andar no meio do corredor e me encaram confusos, como se questionassem o que estava acontecendo naquele lugar que é sempre tão animado e agitado.

— Seu pai está te esperando na sala do chefe, Ollie. – Avisa John, encarando-me com seriedade.

— E ele não parece muito feliz. – Completa Kevin, olhando-me com preocupação.

— Droga. Com toda aquela correria, eu acabei esquecendo de avisar a ele que eu não iria ao restaurante. – Murmuro a mim mesmo, sentindo todos os músculos de meu corpo se tencionarem. – Tommy, cuide de Felicity.

— Tudo bem. – Concorda meu melhor amigo com seriedade.

— Eu não sou uma criança e estou bem. Pare de se preocupar e vá conversar com seu pai. – Responde Felicity, dando um sorriso compreensível para mim. – Se precisar, estaremos aqui para te consolar.

— Eu não sou uma criança. – Repito o que ela havia dito, rebatendo ao seu comentário. Ela ri e balança a cabeça lentamente, como se não acreditasse de fato em minhas palavras. – Eu não demoro.

— Eu não tenho tanta certeza disso. – Afirma Tommy, apontando para a sala de Alec que ficava de frente para o nosso setor. Pela porta de vidro era possível que meu pai estava bastante irritado, enquanto andava de um lado para o outro com sua expressão furiosa. – Boa sorte.

Suspiro. Aquele dia estava indo de mal a pior. Eu realmente não queria ter que me encontrar com meu pai. Todas as vezes que ele aparece em minha vida, alguém sai machucado e na maior parte das vezes, esse alguém sou eu. Ainda que eu diga que eu o odeio e que não me importo com sua opinião, ele continua sendo meu pai. Então, é inevitável eu não me sentir afetado com seus comentários e ações.

Despeço-me da equipe que me encarava preocupados com um aceno e sigo para a sala de Alec. Respiro fundo e dou três batidas na porta, antes de abrir e entrar. Meu pai para de andar e me encara com frieza. Alec suspira e me lança um sorriso entristecido. Ele sabia melhor do que ninguém o quanto esses encontros são tóxicos para mim. Fecho a porta e me aproximo do homem de aparência tão semelhante à minha, apesar de nossas diferenças.

— Oi pai. – Cumprimento o homem com seriedade.

— Onde você estava e por que não atendeu o seu maldito telefone? – Questiona o homem com rispidez.

— Eu tive um contratempo e não consegui entrar em contato. – Respondo, dirigindo-me a máquina de café para tomar um pouco do meu líquido vicioso. Eu precisava manter a calma e depois de um dia exaustivo, somente a cafeína seria capaz de me fazer manter a sanidade. – O que tinha de tão importante para falar comigo que não poderia esperar para um outro dia?

— Diferente de você que fica perdendo tempo o dia todo indo atrás de pessoas insignificantes, eu sou um homem ocupado. Se eu marquei uma reunião, a sua obrigação é aparecer no horário. – Responde Robert e eu respiro fundo, concentrando-me na máquina de café. Ele então se aproxima de mim e me vira com força para que eu o encarasse. – Olhe para mim quando eu estiver falando.

— Eu não tenho obrigação alguma com você. – Digo friamente, enquanto puxo meu braço de volta e aperto meus punhos, tentando controlar o meu temperamento. – E não venha me exigir respeito quando você não me trata de tal forma. Agora se venho aqui apenas para fazer esse escândalo, eu sugiro que vá embora. Eu tive um dia estressante e não tenho nenhuma intenção de estragá-lo ainda mais com os seus comentários tóxicos.

Respondo, pegando minha xícara que estava cheia de café. Tomo um gole e me afasto do homem responsável pelos meus traumas. Alec me encarava preocupado e tudo que consigo é dar um sorriso gengival desanimado. Entretanto, o meu plano de dar a conversa com meu pai por encerrada vai por água abaixo no momento em que ouço o nome de minha mãe sair da boca de meu pai.

— Eu irei demolir a casa de Moira. – Avisa o homem com firmeza. Paro de andar e aperto a xícara de café com força. – Irei usar o terreno para construir um shopping.

Sem me importar com o líquido quente caindo em minha mão ou com os cacos da xícara sobre o chão, impulsionado pelos meus instintos, avanço contra meu pai, segurando-o pelo colarinho da blusa social contra a parede da sala de Alec. Eu estava cego pela raiva. Ele sabia o que aquela casa significava para mim, mas como era de se esperar, meu pai não se importava. Robert Queen era guiado pela ganância e pouco se importava com os sentimentos das pessoas.

— Oliver! Solte o seu pai! – Exclama Alec, aproximando-se nós para tentar me deter. No entanto, qualquer esforço seu é inútil contra a força do meu ódio. Eu estava possesso demais para que alguém conseguisse me parar. E eu apenas o empurro e volto a pressionar o corpo de Robert contra a parede.

— Você não tem direito algum sobre aquela casa. Eu não vou permitir que destrua a única lembrança que eu tenho de minha mãe e de minha irmã. – Aviso, furioso. Eu sentia minha cabeça quente e meu coração estava acelerado. No mesmo instante, a porta da sala é aberta, mas nem mesmo me dou ao trabalho de olhar quem havia entrado.

— Elas estão mortas, Oliver! Supere isso! Seu sentimentalismo barato não trará lucro algum. Conservar aquela casa não as trará de volta. Então não me venha com essa droga de apego que você tem por algo que jamais mudará! Elas morreram há vinte anos. Não há o que ser feito. Agora cresça e haja como um homem! – Robert parecia tão furioso quanto eu. Suas palavras me ferem como lâminas afiadas e ainda que ele tivesse razão, eu simplesmente não podia me desfazer da casa onde passei momentos tão felizes ao lado de minha mãe e de minha amada irmãzinha.

— Eu odeio você! – Grito, pronto para acertar o rosto de meu pai com um soco.

— Oliver! Não! – A voz desesperada de Felicity junto ao seu corpo abraçando minhas costas me fazem parar no mesmo instante. Sinto toda a tensão se acumular em meus punhos. – Não faça isso! Não vale a pena! Pare, por favor!

Ainda atordoado, solto o meu pai e me afasto para não fazer nenhuma besteira. Felicity me solta e me encara com preocupação. Robert e eu continuamos a nos encarar em silêncio, em uma troca de insultos mudos que somente nós dois conhecíamos. Alec, Tommy e Felicity pareciam indecisos sobre o que fazer e ao mesmo tempo em alerta para o caso de nos atracarmos mais uma vez.

— Eu vou embora. – Avisa meu pai, ajeitando as roupas caras que usava. Ele então respira fundo e me encara com frieza. – Essa conversa ainda não terminou. Eu irei demolir aquela casa e não há nada que você possa fazer para impedir isso.

— Isso é o que nós vamos ver. – Retruco e Felicity segura meu pulso, como se temesse que eu avançasse contra meu pai.

O homem me encara por mais alguns instantes e deixa a sala a passos pesados. Permaneço estático por um tempo e quando consigo acalmar um pouco os meus nervos, solto o ar preso em meus pulmões. Meu corpo doía e minha cabeça latejava intensamente. Minha mão queimada pelo café derramado ardia, mas não havia machucado maior do que a dor que eu sentia ao saber que eu poderia perder o último bem que eu cuidava com tanto esmero. A casa onde minha mãe viveu os últimos dias de sua vida.

— Oliver... a sua mão... – Balbucia Felicity, encarando minha mão direita com preocupação.

Cansado demais para dizer qualquer coisa, eu apenas me afasto com delicadeza do toque de Felicity e sigo para a sala do departamento investigativo. Eu precisava ocupar a minha mente e a minha melhor solução era trabalhar. Todos do setor me encaravam preocupados, em especial, Tommy e Felicity, mas eu não me importava com nada naquele momento, além de procurar algo para fazer que pudesse me desligar de todos os problemas que me assombravam naquele dia.

— Ollie... – Chama Tommy, mas eu não lhe dou atenção. Continuo com os olhos atentos a tela do meu computador, enquanto digitava incessantemente a procura de uma reportagem que pudesse fazer aquele dia valer a pena. – Ao menos cuide da queimadura em sua mão.

— Eu estou bem, Tommy. – Respondo, lendo as páginas de notícias locais.

— É melhor deixar ele em paz. – Ouço Tommy explicar a Felicity, que me observava com evidente preocupação. – Nos dias que ele encontra o pai, o melhor a fazer é deixar que ele trabalhe. Concentrar sua mente em procurar soluções para um mistério é a válvula de escape dele.

— Mas ele está machucado... – Sussurra Felicity, contrariada.

— Eu sei. – Afirma Tommy, pensativo. – Mas o coração dele está muito pior.

Sem dar mais ouvidos ao que ocorria ao meu redor, continuo a procurar meus contatos e notícias interessantes que haviam sido publicadas recentemente. E após finalizar mais uma de minhas ligações com os meus contatos espalhados pela cidade, meu telefone toca. Atendo, ansioso para que pudesse ser algum caso realmente grandioso. Assim, talvez, eu conseguisse fazer minha mente ir para outro lugar do que para um passado que somente me trazia dor e saudade.

— Arrow News, Editoria Investigativa. Com quem eu falo? – Atendo ao telefone.

Olá. Eu me chamo Bruce Wright. Eu estou no Night’s Motel e acabo de presenciar um assassinato. – Revela Bruce do outro lado da linha. – Nós estávamos gravando um filme, quando no meio da cena um corpo é jogado de cima do prédio. Imaginei que isso pudesse ser uma grande matéria.

— Com certeza é. – Afirmo, sorrindo satisfeito. – Bruce, eu me chamo Oliver Queen. Em no máximo quinze minutos, eu estarei chegando.

Tudo bem. A polícia está conversando com as testemunhas, então duvido que eu possa ir muito longe tão cedo. – Responde Bruce com indiferença.

Após conversar mais alguns instantes com Bruce, pego meus materiais, a chave do carro e me levanto, inspirado a trabalhar. No mesmo instante, Tommy e Felicity também se levantam e me encaram atentos. Suspiro. Eles não me deixariam em paz até o fim do dia. Dou de ombros e os encaro de volta.

— Assassinato no Night’s Motel. Vamos. – Aviso e os dois não demoram mais do que alguns minutos para estarem prontos.

E como mais cedo, nós três seguimos pelas ruas de Star City sendo guiados pelo GPS. A minha mão continuava a arder e me incomodar, mas eu estava tão ansioso para trabalhar, que nem mesmo me importava com a dor. O sol já havia se podo, dando lugar ao céu iluminado pelas estrelas. Mais uma vez, eu teria que fazer hora extra, mas eu estava agradecido pela oportunidade de ocupar a minha mente.

O Night’s Motel, assim como o próprio nome diz, é um motel bastante popular na cidade. Por causa da sua variedade de quartos e beleza, o lugar é muito frequentado por atores pornográficos e pessoas que fazem filmes eróticos. Então, eu não me surpreendi ao encontrar no estacionamento do hotel dezenas de carros de polícia, pessoas curiosas e diversos equipamentos de filmagem no local.

Com meu material em mãos, respiro fundo e saio do carro, observando o vai e vem de policiais, enquanto isolavam a área. Felicity e Tommy descem do carro com seus materiais e se colocam ao meu lado. A garota parecia tensa e eu me perguntava se estava tudo bem com ela. No entanto, eu estava ansioso demais para desvendar o mistério por detrás do acidente, então acabo ignorando a preocupação evidente em seus olhos.

— Qual é o nome da pessoa que está procurando? – Pergunta Tommy, olhando em volta do lugar.

— Bruce Wright. – Respondo, pensativo. – Ele disse que estaria aqui assim que chegássemos. Que estranho!

— Talvez ele seja aquele cara conversando com aquela mulher bonita. – Sugere Tommy, apontando para suas pessoas no canto.

— Talvez tenha razão. Vamos nos aproximar e perguntar. – Coordeno, indo em direção ao casal, no entanto, paro de andar assim que percebo que Felicity não estava ao nosso lado.

À contragosto, a garota volta a se colocar ao meu lado. Encaro-a preocupado com sua saúde. Felicity então sorri nervoso e continua a se aproximar do casal de maneira discreta. E mais uma vez, ignoro os sinais de que Felicity não estava bem e continuo a me aproximar com os outros dois. E assim que notam nossa presença, o casal para de conversar e eu consigo ver que a mulher estava chorando intensamente. Ela provavelmente era próxima ao homem que foi assassinado. Respiro fundo, tentando me concentrar e dou o meu melhor sorriso para o casal.

— Felicity, você está bem? – Questiona Tommy e eu finalmente encaro meus amigos. – Você está pálida. Aconteceu alguma coisa?

No entanto, antes que Felicity tivesse a chance de explicar o que estava acontecendo com ela para ter ficado tão calada e não ter me dado nenhum hematoma, a mulher nota a nossa presença e, ainda hesitante, ela se aproxima lentamente, com um sorriso nervoso no rosto.

— Felicity? – Sussurra a mulher, parando de frente para nós.

— Quem é ela? – Pergunto com curiosidade.

— Essa pessoa... – Felicity suspira e encara a mulher com insegurança. - O nome dela é Donna Smoak.

— E como você saber disso? – Questiona Tommy com desconfiança.

— Felicity? – Grita a mulher, sorrindo largamente. E em poucos instantes, ela se joga sobre o corpo da loira e a abraça com carinho e intensidade. Observo um pouco mais o rosto da mulher e consigo encontrar alguns traços que me lembravam Felicity. Principalmente os olhos azuis brilhantes como o da mais nova. – Filha! Quanto tempo! Desde quando voltou para Star City? Por que não me disse nada? Eu estava com tanta saudade de você.

— Respondendo a sua pergunta, Tommy. – Felicity fecha os olhos e respira profundamente. Ela parecia prestes a ter um colapso. Eu continuava a encarar a cena, surpreso. Aquela mulher com certeza era uma atriz pornográfica. Não havia dúvidas disso. E então Felicity empurra a mulher para longe e suspira mais uma vez. – Eu sei o nome dela, porque... porque ela é a minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! O que acharam? Que dia agitado o desse trio, certo? Eu realmente espero que tenham gostado do capítulo e estou bem ansiosa para saber o que estão achando. A partir de agora, teremos bastante interação Olicity. Espero não decepcionar. Beijocas e até mais ♥

Cupcakes da Lara: https://www.facebook.com/groups/677328449023646
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