Eu, Ela e o Bebê escrita por Lara


Capítulo 11
Caso Quentin Lance


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS!!

Oii Cupcakes ♥! Antes de mais nada, eu tenho que dar alguns avisos para vocês. Amores da minha vida, eu acho que muitas pessoas não leram as notas iniciais do primeiro capítulo, então vou repetir aqui. EU NÃO ASSISTO A SÉRIE E O MÁXIMO QUE VI FORAM 4 EPISÓDIOS DA PRIMEIRA TEMPORADA. Ai vocês me perguntam: Mas Lara, se você não assiste a série, por que você está postando nessa categoria? Simples! Essa fic é um presente para uma leitora de outra categoria. Então, eu jamais vou conseguir fazer os personagens com as mesmas características com os da série, eu não fazia ideia de que os fãs de Olicity odeiam o apelido "Ollie" e por ai vai. Então, eu lamento muito se estou decepcionando vocês, mas infelizmente eu não vou mudar a história.

Então, se ainda assim, você estiver disposto a abrir sua mente e coração para aceitar o meu universo, que é completamente inventado por mim, será muito bem vindo. Não temos um casal perfeito, Felicity e Oliver não são perfeitos e o mundo que eles vivem não é perfeito. Haverá momentos em que eles serão chatos, farão bobagens, serão sensíveis, dependentes um do outro e se emocionarão por coisas que vocês consideram idiotices e é isso. Aceito todas as críticas, mas não vou mudar a personalidade dos personagens. Peço desculpas por esse textão aqui, mas achei necessário me defender, depois de alguns comentários que me deixaram um pouco triste, porque as pessoas nem mesmo estão tentando entender o contexto. Estão apenas associando a fanfic a história da série. E se vocês fizerem isso, vão realmente se decepcionar. Espero que entendo.

Mas, agora, eu tenho que agradecer as pessoas que ainda me incentivam a continuar. Muito obrigada kaialasilva, Pequena Rosa, Bruninha, Jade, juguimaraes, maya, Lari, Mrs Ackles, isabelsilva, Kah Mocchi, Bianca Rocha, Fatyph22, Isabelle, Juliana Lorena, Nanda, AnnaCullenPatz, FLAT e rosaflor. Espero que gostem desse capítulo que tem o foco total no nosso criminoso Bruce. Boa leitura...



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Capítulo X – Caso Quentin Lance

 

“Enquanto fiz a exposição dos fatos, ele evitou me interromper. Isso me induziu a ser bastante sincera e precisa, evitando deixar de lado detalhes que poderiam fazer toda diferença no julgamento dele. Porque eu não precisava apenas desabafar; eu também queria muito ouvir alguns conselhos. Só assim para saber se estava enlouquecendo ou não.”

Azul da Cor do Mar – Marina Carvalho

 

A tensão estava presente dentro de mim. Eu dirigia pelas ruas de Star City a toda velocidade, desviando dos carros que estavam a minha frente e torcendo para que eu não estivesse louco em acreditar nas palavras daquele desconhecido. Além de fazer uma grande matéria, eu esperava ser capaz de impedir que o assassino saísse impune ou ao menos conseguir provas que pudesse me levar a desvendar esse mistério que me consumia.

Felicity falava com Tommy ao telefone, dando as orientações para onde ele deveria nos encontrar com nosso equipamento. Mais uma vez, por causa da alta demanda do setor investigativo do jornal para reportagens sobre o envolvimento de políticos nos escândalos no rombo dos cofres públicos da cidade, meu melhor amigo precisou substituir George e Colin como fotógrafo e câmera de apoio.

Assim que termina de conversa com Tommy, Felicity desliga o celular e o joga dentro de sua bolsa. Instantes depois, ela me encara por alguns segundos e coloca a mão em meu bolso para pegar o meu celular, com um sorriso travesso em seus lábios. Observo-a de maneira incrédula e ela dá de ombros, voltando a mexer em meu celular, em clara provocação.

— Você não sabe a minha senha. – Digo, sorrindo vitorioso.

— Ah, eu sei sim. – E como um passe de mágicas, Felicity desbloqueia o meu celular e sorri com ironia. Encaro-a, sem acreditar como ela havia descoberto.

— Como você...?

— O quê? – Pergunta Felicity, rindo. – Digamos que a senha 11111 não seja exatamente a mais segura do mundo e que eu vi você digitando a senha alguns dias atrás.

Descrente, volto a minha atenção a pista, enquanto Felicity continua a mexer em meu celular. Sem que eu conseguisse evitar, prendo um riso, me questionando se havia alguma coisa que a loira não fosse capaz de você. Era incrível como quanto mais eu conhecia Felicity, menos eu sabia sobre ela. Era como se a loira tivesse o dom de me surpreender e me enlouquecer, tudo ao mesmo tempo.

 

— Alô.
— Oliver Queen! Sentiu minha falta?
—  O que você quer, Bruce?
— Você é tão estraga prazeres. Eu só estou ligando para te falar sobre a sua nova matéria. Vá para o Edifício Leon que fica no centro da cidade. Você terá uma surpresa e tanta.
— Edifício Leon?
— Isso mesmo! Nós nos vemos em breve, Revilo.

 

E enquanto Felicity ouvia a gravação de minha breve ligação com Bruce pela terceira vez, eu estaciono meu carro em frente ao Edifício Leon. Diferente do que imaginei, não havia sinal algum que um crime tivesse acontecido. O vai e vem de pessoas característico do centro de Star City seguia em seu ritmo normal, intenso e agitado, com pessoas absortas demais em seus assuntos para dar atenção ao que ocorria ao seu redor.

Observo o prédio com atenção e alguns flashes daquele lugar vem a minha mente, no entanto, nada parecia fazer sentido. Ainda que eu tentasse, não conseguia me lembrar o que aquele edifício significava para mim. Balanço a cabeça, tentando afastar qualquer tipo de pensamento e observo Felicity concentrada, ouvindo a gravação mais uma vez, enquanto fazia anotações em seu bloco de notas.

— Descobriu alguma coisa? – Pergunto e ela me encara, incerta.

— Nada além de suposições. – Responde a loira, suspirando. Ela anota mais algumas coisas e me entrega o meu celular. – O nome Revilo te lembra alguma coisa, além de ser o seu nome ao contrário?

— É o meu nome ao contrário? – Questiono, surpreso e Felicity me mostra o caderno de notas, confirmando a sua afirmação. – Eu não consigo associar a nada, ainda que não seja um nome estranho para mim.

— Bom, eu estava contando com as lembranças do seu passado, mas já que não temos nada, precisamos pensar o que está levando esse homem a desejar tanta a sua atenção. Se analisarmos a segunda conversa que você teve com Bruce e essa terceira, nós conseguimos encontrar alguns detalhes que podem servir como pistas para chegarmos ao criminoso. – Conta Felicity, enquanto ajeita os óculos em seu rosto. Ela então pega seu bloco de notas e me mostra alguns tópicos que havia feito. – Na primeira conversa que você teve com ele, eu percebi alguns detalhes que podem significar nada ou podem ser as peças chaves desse quebra-cabeça.

Leio as anotações, relembrando das três conversas que tive com Bruce, se é que esse é realmente o nome do assassino. Felicity espera até que eu terminasse, encarando-me com atenção. Ela provavelmente esperava que aqueles pontos pudessem me fazer lembrar de onde eu poderia conhecer o criminoso, mas, por mais que eu tentasse, nada vinha a minha mente.

— Na primeira gravação, Bruce falava como se fosse um velho conhecido seu. Imaginei que fosse apenas uma forma de provocação, mas ao comparar a segunda gravação, eu percebi que não era. Outro ponto é que na primeira conversa, Bruce mostra que deseja vingança e que você fará parte dela. Em momento algum, ele te ameaçou, o que me leva a acreditar que ele irá te usar para atingir alguém próximo a você. – Felicity vai para a próxima página de seu bloco de nota e volta a me encarar. – Ao contrário do que você e Tommy pensam, acho que ele não te odeia. Acredito que na verdade, ele te admira.

— Que ótima notícia. – Murmuro, irônico.

— Pode não parecer, mas é realmente uma boa notícia. Ao menos você não será uma vítima desse maníaco. – Responde Felicity e eu dou de ombros, não realmente animado com sua afirmação. – Ele também afirmou que está mais perto de você do que pode imaginar. Se isso for verdade, isso significa que você conhece esse assassino e ele pode estar debaixo de nossos narizes.

 - Eu sei. E é isso que está me deixando louco. – Afirmo, suspirando cansado. – Acha mesmo que ele fará alguma coisa dentro desse prédio? Esse edifício parecer ser seguro demais para que um grupo de pessoas cometa um crime e consiga escapar.

— Não sei se é garantia, mas de acordo com os horários que Bruce ligou, já podemos descartar algumas pessoas do jornal, como, por exemplo, Tommy e eu. Nós estávamos com você no momento do contato e, pela voz, não parece que Bruce usou um programa de modificação. Isso significa que você também reconheceria a voz, se fosse alguém com quem você tem contato diariamente. – Aponta Felicity, pensativa.

— Mas isso deixa a situação ainda mais complicada. – Afirmo, observando as expressões de Felicity. Ela balança a cabeça, concordando. – Se ele estiver falando a verdade e for uma pessoa próxima a mim, como eu não o reconheceria? Além disso, qual é a motivação dele? Ele não parece também está agindo como um louco e matando aleatoriamente. Parece que ele tem algo em mente. Agora, o que será que é?

— Eu não sei. Mas é isso que espero que a gente descubra hoje. – Responde Felicity, abrindo a porta do carro. Ela me olha séria e impaciente. – Anda, Oliver! O que você está esperando? Pegue suas coisas e venha comigo.

E lá estava a personalidade mandona de Felicity falando mais alto. Sem esperar por mim, ela começa a observar o ambiente a procura de alguma pessoa suspeita ou algo que indicasse o acidente. Em suas mãos, o celular gravava cada passo dado, esperando encontrar a minha próxima grande matéria, como havia sido anunciado por Bruce em nossa ligação.

Desço do carro com meus equipamentos e, após trancar o veículo, aproximo-me de Felicity para ajudar na busca. No entanto, tudo estava normal e as pessoas já começavam a nos encarar desconfiadas e preocupadas. Nossos crachás e as atitudes nadas discretas revelavam nossas identidades e despertava o interesse dos curiosos que passavam próximos de nós.

Não demora muito para que a figura de meu melhor amigo aparecesse em meio ao trânsito de pessoas em frente ao edifício. Com uma câmera profissional em mãos e os olhos atentos ao que ocorria ao nosso redor, Tommy se aproxima de nós com a confusão estampada em sua face. Após dar mais uma olhada no local, ele volta a em encarar.

— Parece que nada aconteceu. Tem certeza que será aqui? – Pergunta Tommy, desconfiado.

— Bruce nos orientou a vir até aqui. Ele não parecia estar mentindo. – Afirma Felicity, com um leve tom de confiança em sua voz. Ela desliga a câmera do celular e suspira, buscando alguma atividade suspeita que pudesse levar aos criminosos.

— Ele é um assassino. Não dá para confiar em alguém assim. Além disso, quem garante que ele não está armando para nós? – Questiona Tommy, suspirando em seguida.

— A questão é: O que ele ganharia com isso? – Continua Felicity, pensativa.

— Talvez ele seja de um jornal concorrente e esteja querendo nos prejudicar. – Supõe meu melhor amigo e Felicity balança a cabeça, negando.

— Nenhum funcionário, por mais que goste de onde trabalha, colocaria a própria reputação e nome em risco matando pessoas, apenas para prejudicar o concorrente. Nós estamos falando de crimes graves e planejados por alguém que se diz estar próximo de Oliver. – Responde a loira e Tommy me encara preocupado.

— Por hora, vamos apenas investigar e ver se conseguimos encontrar alguma pista ou evitar que algum crime aconteça. Ainda que ganhássemos muito por cobrir um caso de assassinato, eu prefiro que ganhemos destaque por salvarmos uma vida. – Digo e os outros dois parecem concordar com a minha opinião. – Tommy, fique com o seu celular em mãos e investigue ao redor. Felicity e eu vamos buscar pistas dentro do edifício. Eu sinto que conheço esse lugar e já estive aqui antes.

— Oliver. – Chama Felicity, interrompendo a minha orientação e aponta para o alto e quase posso ver a adrenalina se espalhar pelo seu sangue. – Olha!

E assim que encaro o alto do Edifício Leon, vejo com certa dificuldade, um grupo de quatro pessoas com as descrições semelhantes aos dados por Donna no dia do assassinato de Charles Brandon. Eles eram altos e usavam toucas pretas em seus rostos para esconder suas identidades. A vítima parecia ser um homem de idade e tentava, sem sucesso, se proteger dos golpes dados pelos criminosos. Ele parecia gritar, mas por estar muito ao alto, não conseguíamos ouvir o que ele dizia.

Tommy liga sua câmera no mesmo instante e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Felicity corre em direção a entrada do prédio. Eu não sabia o que ela tinha em mente, mas, mais uma vez, a imagem do dia em que ela correu atrás de um suspeito me trazem lembranças preocupantes. Meus instintos se alarmam e sinto que ela estava prestes a ser levada pelo impulso, sem pensar que estava colocando sua vida em risco.

— O que a louca vai fazer? – Questiona Tommy, preocupado, gravando a briga no último andar do edifício.

— Cuide da filmagem. Eu vou atrás de Felicity! – Afirmo, correndo na mesma direção que a loira havia ido.

Assim que entro no edifício, vejo Felicity entrando em um elevador. Corro em direção ao mesmo, mas ele se fecha antes que eu tivesse chance de entrar. Naquele momento, as recepcionistas me chamavam para que eu pudesse me identificar e os seguranças já se colocavam em posição de alerta. No entanto, eu não tinha tempo para isso. Felicity estava em perigo e eu precisava impedir que ela fizesse uma besteira.

Ignorando os chamados pela equipe de segurança, corro até a porta que dava as escadas de emergência do prédio e vou em direção ao último andar. Acelero meus passos ao ver que estava sendo seguido pelos seguranças. Eu precisava chegar ao último andar o mais rápido possível, então a corrida se seguiu intensa por um bom tempo.

No entanto, no décimo segundo andar, eu já sentia meu corpo implorar por descanso. Meus pulmões ardiam, a respiração começava a falhar, minhas pernas imploravam por descanso e todo o meu desgaste piorava ao imaginar que ainda faltava muitos lances de escadas pela frente. A equipe de segurança parecia a ponto de desistir e a única coisa que me motivava a continuar era pensar em Felicity frente a frente com quatro homens armados, prontos para acabar matar qualquer um que entrasse em seu caminho.

 Quando finalmente chego ao último andar, fraquejo um pouco. Meu corpo estava no limite e eu sentia que estava prestes a perder a consciência. Abro a porta com cuidado e sentia que meu coração estava a ponto de sair de dentro do meu corpo. Eu arfava e suava intensamente, sem conseguir controlar o som que saia de minha boca. Qualquer esforço parecia se complicado demais para mim. Haviam sido vinte andares. Centenas de degraus e lance de escadas feitos em questões de minutos.

Assim que me coloco para fora, sinto o medo me invadir. Até aquele momento, eu não tinha pensado na possibilidade do que eu faria caso estivesse de frente para os criminosos, mas ao ver Felicity na mira de um dos homens, eu sabia que precisava agir o mais rápido possível. E por isso, mesmo colocando-me em perigo, não penso duas vezes antes de me aproximar de Felicity, que estava encostada na mureta que impedia a queda da loira, e me colocar em sua frente, como um escudo.

— Oliver! – Felicity me repreende, assustada. Ela tremia e seus olhos azuis estavam arregalados, evidenciando o medo que sentia naquele momento. Os quatro homens continuavam a nos encarar de maneira curiosa, como se quisessem entender o que eu tinha em mente. – O que está fazendo aqui?

— Eu que deveria dizer isso! O que deu em você para vir atrás de homens armados sem qualquer proteção? – Repreendo-a, em um misto de preocupação e raiva. Eu ainda estava cansado e completamente sem fôlego. – Quem você pensa que é? A Mulher Maravilha?

— Eu... eu... – Felicity balbucia, mas nada coerente saia de sua boca.

— É tocante esse reencontro de vocês, mas eu não tenho o dia todo. Eu tenho um assassinato de um porco para finalizar. Será que poderiam ficar em silêncio enquanto eu termino o serviço? – A maneira fria com a qual Bruce falava, faz minha espinha gelar. Ele com certeza era perigoso. Ele não tinha medo e parecia estar se divertindo com o transtorno que estava causando.

— Me... ajudem... – Sussurra o homem, quase inconsciente. Ele finalmente levanta o rosto e eu consigo encarar sua face. Prendo minha respiração ao reconhecer aquele homem que implorava por sua vida. – Me ajudem...por favor...

— Tio Quentin... – Digo, sem acreditar no que eu estava vendo. Tento dar mais um passo e os outros três homens sacam suas armas e as engatilham na minha direção.

— Não, não, não, Revilo! Não seja um menino mau! – Apesar de sua face, com exceção de seus olhos negros, consigo ver Bruce sorri de maneira macabra. – Ainda que eu goste de você, não ouse me desafiar.

— Droga! – Resmungo, desesperado.

Quentin Lace é sócio do meu pai. Um homem sério e um amigo de longa data de Robert Queen. Apesar das minhas brigas com aquele homem, que eu conhecia desde que era um bebê. Pai de Laurel e Sara, esse homem havia convivido em minha casa por muito mais tempo que até a minha própria mãe. Quando eu era criança, aquele homem sempre levava as filhas para brincarem comigo, enquanto cuidava de assuntos da Consolidações Queen com meu pai. Ele era como um tio incomodo que implicava com todas as minhas atitudes, mas ainda assim, ele demonstrava muito mais preocupação comigo do que até mesmo o meu pai.

— Oliver! – Quentin me reconhece e me olha apavorado e suplicante. – O que está fazendo aqui? Chame a polícia!

— Tio Quentin... – E antes que eu completasse minha sentença, cerca de dez seguranças invadem o último andar do prédio tanto pela escada de emergência quanto pelo elevador.

E para a minha surpresa, os homens que acompanhavam Bruce começam a atirar em direção aos seguranças que tentavam se aproximar. Para proteger Felicity, eu a abraço e nos abaixamos. Os criminosos eram habilidosos e precisos. Como em um filme, eles atingiam a todos sem dificuldades e não faziam movimentos desnecessários. Bruce permanecia com sua arma apontada para Quentin e o encarava com seriedade. Eu não sabia como o interpretar, mas a forma como seu corpo estava tenso me dizia que ele guardava muita fúria daquele homem a sua frente.

De repente, os tiros cessaram. O silêncio volta a se fazer presente. Felicity tremia, mas permanecia em quieta e filmando a cena, discretamente, com a câmera do celular. Encaro-a, preocupado e com repreensão, no entanto, a loira estava disposta a capturar o máximo possível dos criminosos. Suspiro e assim que confirmo que os comparsas de Bruce haviam parado com os tiros, volto a ficar de pé.

Como uma espécie de proteção, os corpos dos seguranças são usados como barreira para impedir que alguém abrisse a porta das escadas de emergência. Os três então se colocam de frente para as três portas de elevadores, com forte armamento, prontos para atirar em qualquer um que ousasse subir e atrapalhar.

— Por que está fazendo isso, Bruce? Por que está matando pessoas inocentes aleatoriamente? - Pergunto, tentando obter o máximo de informação possível do criminoso.

Bruce desvia o olhar de Quentin, que continuava a implorar por socorro. O assassino ri e se aproxima do sócio de meu pai. Com um olhar perigoso e tenebroso, ele encara o homem e o puxa pelo terno até que eu ele estivesse em pé. Com a arma na cabeça de Quentin, Bruce me observa e vejo desprezo em seus olhos. Era como se animal selvagem guiado somente pelo ódio. E naquele momento, eu realmente temi pela minha vida. Apenas seu olhar era o suficiente para eu entender que ele não estava brincando e que iria até o fim para conquistar o que desejava.

— Inocente? Mortes aleatórias? – Pergunta Bruce, rindo irônico. – Olhe bem para esse homem. Você realmente acha que ele é inocente, Revilo? Eu achei que você fosse mais inteligente.

— Ele é pai. Tem uma família esperando que ele volte para casa. Não cometa esse erro, Bruce. – Insisto, mas minhas palavras só fazem a mágoa de Bruce se tornar ainda mais evidente em seus olhos.

Por mais que Laurel e eu não estivéssemos em nosso melhor momento, eu ainda tinha alguma consideração pela pessoa que mais se aproximou de uma amiga. Eu precisava evitar sua morte ou eu jamais me perdoaria. Não quando eu estava tão próximo de Bruce e parecia ser a única pessoa que ele não tinha o desejo de matar, caso Felicity estivesse realmente certa.

— Eu também era pai e tinha uma família esperando que eu voltasse para casa. – Responde o homem, apertando sua arma com mais intensidade contra a cabeça de Quentin. – Mas graças a pessoas como ele, eu já não tenho mais nada. Eu não tenho nada a perder, Revilo. Então, não venha com discursos motivacionais. Isso não funciona mais comigo.

— Oliver, não! – Felicity agarra em meu pulso no momento em que eu ameaço me aproximar de Bruce. E somente nesse momento, percebo que os três homens que acompanhavam Bruce apontavam suas armas em direção a Quentin e Bruce.

— Não me mate, por favor! – Sussurra Quentin, chorando desesperado. – Eu lhe imploro! Tenha misericórdia!

— Você não merece misericórdia! – Grita Bruce, alterado.

Bruce o encara com desprezo, mais uma vez, e o joga no chão, sem qualquer delicadeza. E em questão de segundos, os homens de Bruce atiram diversas vezes contra o corpo de Quentin. Observo a cena, assustado. Por fim, Bruce dá um último tiro na cabeça de Quentin e encara o corpo sem demonstrar qualquer remorso ou arrependimento pelo crime que acabara de cometer. O som do carro de polícia ecoa ao fundo e isso parece despertar Bruce de seus pensamentos.

Como se não fosse o suficiente os inúmeros tiros que haviam dado no homem, os três homens se aproximam do corpo sem vida de Quentin. E exatamente como no caso de Charles Brandon, os quatro criminosos pegam o corpo quase sem vida e sem qualquer piedade ou hesitação, eles jogam o corpo da vítima da cobertura do Edifício Leon. Os homens observam a paisagem com seriedade e se encaram em seguida, em uma conversa muda entre si.

Felicity e eu assistíamos a cena, perplexos demais para agirmos. Segundos depois, eles pegam suas bolsas e colocam as armas dentro. Bruce me lança um último olhar. Ele leva a mão direita com a palma virada para cima até o peito esquerdo. De alguma forma, aquele gesto me trouxe alguns flashes de minha infância. Aquele sinal significava “amigo”. Eu sabia disso, mas não me lembrava o motivo de saber libras. Como eu sabia? Por que eu não me lembrava de nada?

Bruce e seus amigos colocam as mochilas pretas em suas costas, eles pegam impulso e pulam do edifício, caindo na cobertura do prédio de trás ao Edifício Leon. Como ratos, eles se movem agilmente. Em poucos segundos, não havia mais sinal algum dos quatro homens. A polícia, fortemente armada, invade o local onde Felicity e eu estávamos, a procura dos criminosos, mas tudo que encontraram foram rastros de sangue e os estojos das balas espalhadas pelo chão.

Eu me encontrava paralisado diante da cena de assassinato que eu havia presenciado e da fuga surpreendente dos quatro homens. Era como se meu mundo não fizesse nenhum sentido. Eu estava em estado de choque, sem acreditar que acabara de presenciar o assassinato do homem que chamei de tio a minha vida inteira. Felicity se aproxima e aperta a minha mão com força. Ainda sem acreditar no que estava acontecendo, viro-me para a loira, que me encarava preocupada. Ela parecia entender o que eu sentia naquele momento e sem fazer qualquer questionamento, ela me abraça com força, transmitindo um pouco do calor humano que eu precisava naquele momento. E a única coisa que consigo fazer é corresponder ao abraço e prometer a mim mesmo que aquele crime não sairia impune.


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Notas finais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! O que acharam? Eu agradeço a quem me deu a chance de continuar lendo a história e as pessoas que estão me apoiando. É por causa de vocês que estou me esforçando para postar os capítulos o mais rápido possível. Ah e no próximo capítulo será revelado o nome da bebê. A votação continua. Se você ainda não votou, deixe nos comentários o nome que vocês querem.

A) Olivia
B) Thea
C) Amanda

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