Dnangel - a Luz e as Trevas sempre Renascem escrita por Darky Lilith


Capítulo 3
Capítulo 3 - Encrencas mil




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/7589/chapter/3

 

Na manhã seguinte...


- Bom dia, Dai-chan! - disse Mitsue totalmente cheia de energia, pulando e contente, puxando as cobertas do primo dorminhoco.


- Que foi Mitsue-chan? Me deixa ficar mais cinco minutos... - disse ele se enrolando na coberta.


- Você não vai para a escola? Quero conhecer sua namorada! - disse a menina ainda mais feliz. - Vai ser bom fazer amizade com uma menina para variar. - deu um típico sorriso.


- Minha namorada... - o coração de Daisuke acelerou mil vezes talvez.


Mitsue ficou então dando voltas pelo quarto, observando as prateleiras, fuçando um pouco entre seus livros. Normalmente, não faria isso, mas sabia que seu primo não se incomodaria.


Ele ainda mergulhado em pensamentos nem sequer notara isso.


- Dai-chan? - disse a menina passando a mão em frente de seus olhos.


- Hã? O que? - perguntou ele saindo de seu transe romântico.


- Vá se arrumar logo, senão não verá sua Riku... - disse ela com um sorrisinho debochado e saindo do quarto. Então foi descendo as escadas e sempre alegre como costumava ser. - Bom dia! Como estão vocês? - saiu tagarelando pela casa, depois de encontrar os parentes.


- Bom dia, Mitsue-chan. - Emiko foi logo respondendo tão alegre quanto. - O café da manhã está quase pronto, querida. Sente-se ali na sala com as Haradas e espere.


- Com as...? - Mitsue saiu pulando. Se as Haradas estavam ali, significava que a famosa namorada de quem Daisuke falava nas cartas também estaria. Mas a reação de Riku, não foi muito boa ao ver uma menina desconhecida na casa do amado. - Bom dia, meninas! - disse a jovem num sorriso.


No mesmo instante, Risa respondeu doce como sempre fora.


- Bom dia.


Mas Riku fechou a cara. Aproximou-se da menina e falando autoritariamente a um palmo do rosto dela começou a interrogá-la:


- E quem é você? O que está fazendo na casa de Dai-chan?


Mitsue estava com os olhos arregalados. E nem sequer conseguia responder. O susto daquele ataque interrogativo lhe cortara as palavras.


- Riku-chan... - disse Daisuke descendo as escadas e vendo tal cena sem entender muito - Algo errado?


A Harada mais velha cerrou os dentes e olhou para o namorado.


- E você ainda pergunta? Ah! - Afastou-se de Mitsue e foi apanhando suas coisas, catou Risa pelo braço e finalmente disse - Seu cínico! - saindo porta a fora.


- Mitsue-chan, o que você disse pra ela? - perguntou o garoto quase num acesso histérico.


- Na verdade, Dai-chan... Eu não disse nada. Nem sequer pude dizer meu nome.  - garota estava sem graça e triste. Afinal, sem nem saber como, deixara a namorada do primo, a quem ele tanto amava, brava com ele.


- Deixe para lá... Riku-chan sempre foi temperamental mesmo... - frisou Emiko ao vir anunciar que o café estava pronto.


Sentaram-se à mesa e comeram.


- "Ah... Ela não era grande coisa mesmo..." - era a voz inconfundível de Dark perturbando o interior de Daisuke.


- Cala a boca, seu chato!


- Você está bem, primo? - perguntou a jovem menina que foi a única que escutou a resposta mal educada de Daisuke, fazendo-o arregalar os olhos e responder sem graça:


- Sim... Estou bem sim... Vamos logo, senão perderemos a hora.


- Claro! - mesmo depois do incidente matinal, ela logo pôde recobrar as energias de alegria que sempre tinha.


Então rumaram pelas ruas da cidade, onde inevitavelmente, Daisuke acabava fazendo demonstrações de habilidade por que sempre alguém derrubava alguma coisa. E Mitsue naquela manhã foi uma espectadora.


- Aquilo foi fantástico, primo! - dizia ela enchendo totalmente o ego dele enquanto rumavam para a escola.


Acabaram por encontrar as irmãs Harada no mesmo bonde, mas elas (diga-se de passagem, que, por culpa de Riku) os ignoraram. Pior. Agora mais, já que eles estavam indo para a escola juntos.


Sem graça, os primos então seguiram para a instituição. Daisuke, com sinais claros de desgosto. No meio do caminho, Mitsue acabou por esbarrar numa menina. O encontrão fez com que elas se olhassem. Seus cabelos eram claros. Não louros, mas um castanho iluminado. Não sabia-se por que. Tinha raiva dela. Talvez medo.


- Maldita! - saiu da boca de ambas as garotas num impulso. E no mesmo impulso, ambas taparam as bocas.


- Perdão... - Mitsue foi logo dizendo. - Eu não sei por que disse isso...


- Igualmente. - disse a menina virando-se e indo em direção à uma das classes.


- Mitsue-chan... Por que disse aquilo? - perguntou o primo intrigado.


- Eu não sei... Nunca vi essa menina na minha vida... - Mesmo a voz da jovem parecia diferente. Parecia mais... Adulta. Até mais revoltada.


- "Quem é você?" - Dark perguntava-se no interior. - "Esses olhos... Tão... Brilhantes...".


Daisuke estava começando a sentir os sintomas novamente. Mas se transformar em plena escola? Isso seria catastrófico. E se Krad também resolvesse aparecer?


Naquele mesmo instante, a jovem apanhou-lhe o pescoço. E o levantou? Como? Mitsue era tão magrelinha, mal conseguia agüentar o peso da bolsa da escola. Levantá-lo no ar? Não... Isso era absurdo.


De certa forma, ninguém tentou impedir, já que o sinal já havia tocado e boa parte dos alunos já havia entrado na sala.


- Solte o garoto, senhorita. - disse uma voz já conhecida por nós. O jovem comandante Satoshi Hiwatari.


Sem tirar a mão do pescoço do jovem, Mitsue olhou na direção da voz, vendo o garoto de cabelos alvos lhe dando uma ordem. Quis rir.


- E por que eu faria isso? - disse ela. Sua voz estava ainda naquele mesmo tom estranho.


- Por que é assim que tem que ser. - Era a menina. A mesma menina em quem ela esbarrara.


Imediatamente, ela soltou o jovem no chão. Ia investir contra a outra, mas Satoshi a segurou pelo tronco.


- Largue-me! Eu a matarei! - gritou ela.


Nesse instante, surgiu um dos inspetores da escola.


- O que está acontecendo aqui? Estão brigando?


Daisuke estava no chão, tossindo devido à pressão. A jovem de cabelos claros, em silêncio.  Satoshi segurando Mitsue.


- Todos para a diretoria! - disse o homem.


A prima de Daisuke então voltou à si. Estranhando tudo que acontecera. Ruborizando levemente ao notar que um rapaz lhe segurava daquela maneira. Ele, sem alterar-se muito, soltou-se dela e rumou para a direção apontada pelo inspetor de alunos. Acabando por ser seguido pela outra jovem.


- Primo, você está bem? - disse logo procurando confortá-lo. Abraçou-o com carinho. Idéia ruim, já que nessa hora, Riku saíra da sala para ir ao banheiro.


Ao ver a cena, saiu dali pisando duro.


O dia do jovem, que já não estava bom, acabara de piorar. Então levantaram-se para ir para a diretoria.


Lá, depois de um belo sermão sobre valores, o diretor concluiu que como era o primeiro castigo para todos eles, ficariam depois da aula para limpar a quadra de esportes, organizar os artigos esportivos e repintar as faixas da pista de corrida.


- Mas isso levará uma eternidade! - suspirou Mitsue depois de saírem daquele lugar.


- Você vai limpar mais, menina, afinal a culpa foi sua. - disse a jovem de cabelos claros.


- A culpa não foi minha! Eu nem sei direito o que aconteceu. - retrucou.


- Não importa de quem foi a culpa. Todos ficaremos depois da aula. - disse Satoshi encerrando a confusão. - E vamos para nossas salas. Ainda temos que estudar.


As duas meninas saíram andando na frente, buscando não olhar-se.


- Niwa... Descobriram alguma coisa sobre... Aquilo? - perguntou o jovem comandante se aproximando do amigo.


- Não... Quer dizer... Uma coisa meio estranha aconteceu ontem depois que você foi embora.

- enquanto conversavam, rumavam para a sala.


- E o que foi? - perguntou.


- Mitsue me trouxe de volta... E não sei explicar como...


- Krad me disse que viu algo dentro dela.


- Você conversa com ele agora? - perguntou Daisuke surpreso.


- Às vezes... - disse o garoto abaixando os olhos. - Mas como eu dizia...  Ele me disse que viu algo dentro dela. Algo como... - pensou um pouco, procurando as palavras - Como quando ele vê o Dark em você.


- Acha que tem alguém dentro dela?


A conversa se estendeu um pouco até que finalmente entrassem na sala. E por falar na sala, ambas as meninas também haviam entrado em suas salas. Quer dizer, na sua. Afinal, elas eram da mesma classe. O que foi um choque para ambas.


- Bom dia, encrenqueiras... - disse a professora num riso, fazendo as duas meninas ruborizarem. Mitsue abaixou a cabeça e esfregou um pouco a nuca com a pontinha da língua para fora. Já a outra garota, cruzou os braços e olhou para cima. - Podem começar, se apresentando para a sala.


A prima de Daisuke foi logo falando como sempre fazia.


- Eu sou Mitsue Noboyuki. Gosto de ler, odeio televisão. Adoro peças de teatro, principalmente se estou atuando nelas.  - e depois de uma longa lista de coisas que ela gosta de fazer, comer e estudar, a professora a impediu de continuar, dizendo apenas docemente:


- Você é uma garota bastante ativa. Por que não se senta agora para que sua colega possa se apresentar?


- Sim senhora, professora! - e alegre como sempre era, foi atrás de um lugar para sentar. E achou propício, sentar entre duas carteiras vazias que enxergara no fundo da sala.


- Agora, apresente-se senhorita. - disse a mulher referindo-se à outra garota.


- Meu nome é Kurenai Shinohara. E acho que isso é mais que suficiente.


A expressão de espanto no rosto da professora e de todos os outros alunos foi óbvia. Apenas sendo cortada depois que a jovem foi se sentar. Talvez por falta de lugar, talvez por provocação, ela sentou-se bem à frente de Mitsue.


- Então continuemos a aula, sim? - falou a professora.


- Sim! - disse a sala em coro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpe a demora, queridos, mas aqui está...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dnangel - a Luz e as Trevas sempre Renascem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.