L'Ange Noir escrita por The Escapist


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu tive certa dificuldade pra escrever isso, como eu disse, tá bem diferente do que costumo escrever, entao tô bem insegura quanto ao resultado. Espero que gostem.



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Dominic sentia a cabeça um pouco zonza. As várias doses de vodca cobravam seu preço, ele pensou, enquanto tateava no bolso à procura das chaves. O corredor estava quase escuro, as lâmpadas que antes o iluminavam haviam queimado há meses e nunca foram substituídas. A semiescuridão e sua quase embriaguez dificultaram o simples processo de inserir as chaves na fechadura. No entanto, uma vez finalizada esta tarefa, percebeu que a porta estava apenas encostada. Olhou para os lados, desconfiado. Tinha certeza de que a havia trancado ao sair. Empurrou a porta com cautela. A segurança naquele prédio não era das melhores, portanto, não descartava a hipótese de encontrar um invasor em seu apartamento, apesar de que um possível ladrão iria apenas se frustrar ali, pois não havia nada de valor.

Entrou devagar, calculando mentalmente o tempo que levaria para chegar ao local onde guardava sua arma, andando no escuro. Não sentia medo, era dotado de certa autoconfiança: era alto, forte e praticava jiu-jitsu desde a adolescência. Além, é claro, do revólver. Contudo, não pôde evitar um leve tremor quando distinguiu uma silhueta se movendo na penumbra.

A figura ainda oculta pelas sombras da noite cruzou a sala e postou-se à sua frente. Só então Dominic o reconheceu, mas isso não diminuiu o frio em sua espinha. Que droga, nunca quis que as coisas acabassem daquele jeito.

— Nicholas! Você me assustou! — disse, tentando imprimir um tom tranquilo às suas palavras, mas o suor que brotava em sua testa denunciava sua falha.

— Não foi minha intenção. Avisei que passaria para pegar o resto das minhas coisas — Nicholas respondeu de maneira displicente. Porém, como a de Dominic, a calma dele era forçada.

— É uma hora um pouco estranha pra uma visita, não acha? — continuou, dessa vez, acrescentou um sorriso sem vontade à fala.

— Uma visita? — Nicholas bufou, depois deu uma risadinha abafada. — Quer dizer que eu fui reduzido a uma mera visita? Uma visita indesejada, ainda por cima. — ele ergueu o tom de voz e agitou um pouco a mão direita, na qual segurava o revólver.

— Não foi o que eu quis dizer — tentou apaziguar os ânimos. Aquilo que o fazia se sentir relativamente seguro minutos antes, agora tinha o efeito contrário. Sua arma, que ele mesmo nunca usara para atirar em alguém, nas mãos de Nicholas... Era, sem dúvidas, o lugar menos indicado para um objeto tão perigoso.

— Mas que bom que você finalmente resolveu colocar as coisas nos termos certos, Dominic.

— Nich...

— Eu tentei te ligar, sabia? — Nicholas continuou. — Mas sempre caía na caixa postal.

— Eu... perdi meu telefone, tive que trocar de número. — Aquilo era apenas uma meia mentira: tinha mesmo trocado de número, não porque tivesse perdido o telefone, mas por causa das ligações fora de hora e em tom ameaçador que passara a receber de Nicholas após o termino do relacionamento.

— Liguei pro seu trabalho, mas sempre me diziam que você estava fora. Mandei centenas de e-mails e você ignorou.

— Eu...

Dominic deu um passo à frente. Tentava pensar numa maneira de se aproximar o suficiente para desarmar Nicholas. Mas teve que parar quando o rapaz esfregou o cano da arma nas têmporas.

— Não vim aqui pra ouvir mentiras, Dominic. Não quero ouvir mentiras.

Nicholas mordeu o lábio. Seu olhar meio perdido vagava pela sala, o verde intenso destacando-se à meia-luz. Por um instante, Dominic sentiu saudades do tempo que estavam juntos, de ouvir as risadas exageradas dele, de sentaram-se naquele sofá velho e carcomido para assistir filmes idiotas e comer pizza. Mas o rapaz por quem fora apaixonado parecia ter desaparecido por completo e aquele ali era apenas um estranho usando o mesmo corpo.

— Nico — chamou-o pelo velho apelido, a fim de ganhar sua confiança. — Você veio buscar suas coisas, pegue-as e vá.

— Eu te amei. Não, eu te amo. E você... você me chutou pra fora da sua vida como se eu fosse nada.

Dominic tentava se manter calmo, mas a arma na mão de Nicholas não ajudava em nada nesta tentativa. Podia compreender que terminar uma relação era difícil para a maioria das pessoas, porém, com Nicholas, as coisas estavam tomando proporções assustadoras.

— Nico, eu estou um pouco cansado, você não quer...

— Você estava com ele, não é? — perguntou, sua voz se transformando num lamento. Ele deu dois passos em direção a Dominic. — Dá pra sentir o cheiro ruim dele em você.

A distância entre eles era propícia para que Dominic aplicasse um golpe e retirasse a arma de Nicholas, porém, não conseguiu colocar em prática os movimentos desenhados por seu cérebro. Ficou parado, estático, enquanto o rapaz inspirava seu perfume misturado com vodca e cigarro, tal como faria um cachorro farejando.

— Não entendo, o que ele tem que eu não tenho, Dominic? Ele nunca vai te amar como eu te amo.

— Não precisa entender, Nico, apenas aceitar — falou, quase sussurrando. Nicholas o olhava de cima, era uns bons dez centímetros mais alto que ele; àquela distância, podia ver com nitidez as olheiras sob os olhos, a expressão de cansaço no rosto dele. Aquele rosto outrora tão feliz parecia ter envelhecido dez anos.

Dominic não conseguia evitar a culpa. Mesmo sem intenção, fora ele quem transformara o jovem saudável e feliz que Nicholas era no espectro que o encarava naquele momento. Se pudesse desfazer tudo o que acontecera nos últimos meses, sem dúvida o faria. Queria ser capaz de devolver a Nicholas os melhores anos da vida dele, de colocar um sorriso sincero naqueles lábios cheios, de vê-lo fazer planos para sua carreira... Mas nada disto estava em suas mãos. Cometera o erro de tomar para si a responsabilidade pela felicidade dele e sabia que não poderia persistir nesse erro.

— O que houve entre nós foi maravilhoso, mas acabou. Você tem que seguir com a sua vida, e me deixar seguir com a minha.

— Você fala como se... — Nicholas afastou-se bruscamente e Dominic viu seus olhos se enxerem de lágrimas. — Não posso seguir minha vida sem você, Dom.

— Por favor, não diga isso. Você é jovem, tem uma vida inteira pela frente, não pode...

— Não posso e não quero viver sem você. Você não entende, eu tentei. — Deu vários passos aleatórios pela sala, passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os ainda mais. Balançava a cabeça de um lado para o outro, como se travasse uma batalha com os próprios pensamentos, talvez tentando negá-los. — Eu tentei. Mas voltar pra casa, voltar a ser filhinho perfeito, àquela vida de antes de você... Nada faz sentido, Dominic, nada.

Dominic fechou os olhos e tentou imaginar o que teria acontecido se, três anos antes, ele tivesse dado ouvidos quando seus amigos lhe disseram para não se envolver com Nicholas, que aquilo era uma irresponsabilidade, uma loucura. Mas fora idiota, soberbo, acreditara que Nicholas teria maturidade para lidar com um relacionamento com um homem mais velho.

Claro que não o havia enganado. Apaixonara-se de verdade por ele, e resistiu o máximo que pôde àqueles sentimentos, mas a presença constante do rapaz em sua vida levou-o por um caminho sem volta. Via, naquele momento, que deveria ter sido mais forte. Os três anos que passaram juntos foram bons, mas as consequências, não.

Nicholas tinha apenas dezessete anos de idade quando o conheceu. Não era a primeira vez que trabalhava como guarda-costas de um garoto rico, tampouco era o tipo de emprego que lhe dava prazer, mas pagava bem suas contas e ele não estava em condições de escolher demais.

Porém, seu novo trabalho se mostrou diferente desde o começo. Ao contrário de suas experiências anteriores, Nicholas era um rapaz quieto, que não gostava muito de sair de casa, e quando o fazia, era para ir a algum museu, à ópera ou coisas do gênero. Ele não bebia, não usava drogas e nunca se metia em confusão. Por várias vezes, Dominic se perguntava por que ele precisava de um segurança, contudo, também não estava em seu poder questionar as ações dos pais de Nicholas. Contanto que seu salário fosse pago, não se importava de ficar o dia inteiro observando o rapaz tocar piano.

Porque foi assim que a relação dos dois se desenvolveu. Com os pais viajando durante a maior parte do tempo, Nicholas ficava muito tempo sozinho. Além de levá-lo à escola e a qualquer lugar que ele quisesse ir, às vezes, Dominic era chamado por ele para lhe fazer companhia dentro da casa. Depois de um certo tempo, Nicholas o surpreendeu com o pedido para que o ensinasse a se defender. A princípio, não entendeu direito o que ele queria, mas o garoto acabou confessando que alguns de seus colegas de escola costumavam não ser muito gentis.

— É por isso que seu pai me contratou? — perguntara, à época e recebera um sorrisinho irônico de Nicholas.

— Não, ele contratou você para me vigiar.

— Mas você não faz nada de errado!

— Concordo com você, mas meu pai, não.

Dominic continuou sem entender, e logo os motivos de sua presença ali deixaram de ter importância. Sua relação com Nicholas se tornou mais estreita com o passar do tempo. Durante as corridas e as aulas de defesa pessoal, os dois conversavam sobre os mais variados assuntos. Por vezes, Dominic pensava em si mesmo como um homem pouco instruído — terminara o colegial a muito custo, e nunca tivera interesse em continuar estudando. Seus músculos eram muito mais desenvolvidos do que seu cérebro. Mas gostava de ouvir Nicholas falar sobre os livros que ele lia, sobre os quadros que via no museu, e principalmente, gostava de ouvi-lo tocar piano.

Quando Nicholas se tornou maior de idade e se mudou para Paris para fazer faculdade — eventos que aconteceram na mesma época —, Dominic pensou que seria dispensado de seus serviços. Para ele, era natural que um rapaz de dezoito anos, já na universidade, quisesse ter sua liberdade, e ele merecia isso. Porém, ficou surpreso ao saber que continuaria em seu posto, e mais surpreso ainda porque fora o próprio Nicholas quem pedira para que fosse assim.

A nova cidade e a nova rotina fizeram Dominic descobrir um novo Nicholas, mais determinado, menos tímido e muito seguro do que queria e, principalmente, do que não queria. Contudo, sua maior descoberta foram os sentimentos que começou a nutrir por ele. Não havia relevado sua orientação sexual a seu empregador, em seu ramo de trabalho isso às vezes era um problema. Além do mais, não julgava que fosse uma questão relevante, nem tinha pretensões de concretizar seus desejos. Claro que conviver com Nicholas durante vinte e quatro horas por dia dificultava muito sua decisão.

Àquela altura, Nicholas já nem sequer o tratava como um empregado. Eram amigos, moravam juntos, compartilhavam todas as refeições e conversavam à noite, depois do jantar, nas noites em que Nicholas sentia preguiça de estudar. Às vezes, saíam para comer fora, e ainda que tivesse a fortuna dos pais à sua disposição e pudesse escolher sempre os melhores restaurantes, Nicholas não se incomodava de ir a lugares mais simples. De vez em quando, Dominic precisava informar à família de Nicholas sobre o comportamento dele. Uma vez, o sr. Delafond fez uma série de perguntas sobre as relações do filho e insistiu especialmente em saber se ele costumava sair com garotas. Dominic não se considerava um homem covarde, mas naquele momento, sentiu as entranhas reviradas. Seu trabalho era cuidar de Nicholas, mantê-lo seguro, não querer beijá-lo e sentir fisgadas no baixo ventre só de olhar para os lábios dele. Depois disso, decidiu que era hora de deixar aquele emprego. Ali, em Paris, não era difícil encontrar trabalho, inclusive já tinha alguns conhecidos que poderiam ajudá-lo. Porém, quando comunicou sua decisão, Nicholas não a recebeu muito bem.

— Você não pode me abandonar — ele dissera.

— Você não precisa de mim pra nada, Nicholas — respondera, encarando-o sem titubear, mas o rapaz sustentou o olhar por bastante tempo e o obrigou a desviar o seu.

— Por que você quer ir embora? Você tem um bom salário e não precisa fazer muita coisa — tentara argumentar.

— Isso não é certo.

Houvera um longo instante de silêncio entre eles, durante o qual muita coisa foi dita. Nicholas dera alguns passos em sua direção, estendera a mão e tocara seu rosto. Ele havia crescido desde que o conhecera e já o ultrapassava em altura.

— Preciso de você mais do que pode imaginar. 

Quando uma pessoa se apaixona, ainda que saiba que se trata de um amor impossível, cultiva esperanças de ser correspondido. A constatação da reciprocidade de seus sentimentos por parte de Nicholas, fizera Dominic tremer, porque aquele era o tipo de desejo perigoso, um fogo que não deveria ser aceso.

— Você não sabe o que está dizendo — sua voz soara incerta, em contraste com a certeza que havia no olhar de Nicholas.

— Sei, sim.

No instante em que Nicholas dera dois passos em sua direção e, aproximando lentamente o rosto do seu, o beijara, Dominic soube que estava condenado.

Sua história com Nicholas passava diante de seus olhos como um filme — um filme clichê. Havia resistido o máximo que pôde à tentação, mas sucumbira e entregara-se àquele romance inconsequente.

No começo, tudo foi perfeito. Eram dois jovens apaixonados, morando na cidade do amor, o que poderia dar errado nessa história? Foram dois anos e meio de puro romance, pareciam recém-casados, trocando beijos todas as manhãs, deixando bilhetes com recados colados na geladeira, ligando no meio do dia apenas para dizer um “oi”. Durante alguns meses após começarem a namorar, Dominic continuou fingindo que era o segurança de Nicholas para os pais dele, mas tratou logo de pedir demissão. Sentia como se estivesse se prostituindo por receber dinheiro da família dele, ainda que os Delafond não fizessem ideia do que acontecia em Paris. Para eles, Nicholas continuava o mesmo garoto de antes, um dedicado estudante da Sorbonne que os enchia de orgulho.

Dominic ouvira muitas vezes as pessoas dizerem que o amor nos deixava cegos, algo em que ele não acreditava até ter sua razão nublada por este sentimento. Os amigos que fizera e com quem desenvolvera uma relação de confiança tentaram alertá-lo. Costumavam dizer que aquele relacionamento era um caminho para confusão, que Nicholas era imaturo, que ele estava envolvido demais e que não saberia lidar com os problemas que poderiam surgir. Ele sabia disso tudo, mas também sabia que amava Nicholas e era amado por ele, e isso não tinha como ser ignorado.

O primeiro passo para que fossem expulsos do paraíso foi quando os Delafond descobriram que estavam juntos. Ainda que Nicholas fosse maior de idade — e Dominic nunca tivesse tocado nele antes disso —, não pudera evitar ser acusado de aproveitador, molestador, pederasta, entre outras coisas.

Primeiro, a família de Nicholas tentara separá-los, quisera levá-lo de volta a Bordeaux e até cogitaram a possibilidade de mandá-lo estudar no exterior, a fim de mantê-lo o mais distante possível de Dominic. A seguir, viera a ruptura. Como as tentativas de separá-los não surtiram efeito, o sr. Delafond começara a fazer ameaças ao filho, dizendo que o deixaria sem dinheiro e, posteriormente, o deserdaria, caso ele escolhesse aquele homem em detrimento da própria família.

Ser escolhido, no entanto, não causou em Dominic o efeito que ele esperava. Nicholas abrira mão de tudo, do dinheiro da família, do conforto, da certeza de um futuro sem preocupações, por ele. Isso podia ser muito romântico, mas era também insensato.

Ainda viveram bem por alguns meses, mesmo depois de deixar o espaçoso apartamento no Marais e mudarem-se para um lugar muito mais modesto. Talvez, o amor fosse o bastante... Dominic tentava se convencer. No entanto, só quando começaram a viver em condições semelhantes, as diferenças entre eles se tornaram nítidas. Uma coisa era Nicholas não se incomodar de jantar um cachorro quente esporadicamente, outra era ele saber que não podia gastar numa noite o equivalente a um mês de aluguel. Por mais que ele se esforçasse, tinha dificuldades em se adaptar ao novo estilo de vida. Enquanto Dominic trabalhava até tarde e mantinha as contas da casa, Nicholas se sentia como um inútil. Ele queria ser escritor, mas seus poemas eram cada dia mais medíocres, e ele não conseguia nem sequer se sentir inspirado.

Aos problemas cotidianos somaram-se os ciúmes. Durante muito tempo, Nicholas acreditara ser o centro do universo de Dominic, perceber — e sentir na pele — que isso não era verdade, foi algo com que ele não soube lidar.

Ele ainda não sabia, pensou Dominic, sentindo-se fraco, impotente, diante da cena que se desenrolava ali. Nicholas continuava com a arma em punho, manejando-a de uma maneira que fazia um calafrio percorrer sua espinha a cada segundo, os olhos dele estavam vermelhos e marejados, e ele parecia prestes a cair de joelhos.

— Volta pra mim, Dom, eu juro que tudo vai ser diferente, vou mudar, te juro. Vou ser o cara que você merece.

Dominic aproximou-se dele devagar, estendendo os braços até tocá-lo e trazê-lo para junto de si. As lágrimas se transformaram em soluço quando Nicholas se deixou abraçar e apoiou a cabeça em seu ombro. Esperava ganhar tempo, acalmá-lo até conseguir tirar o revólver das mãos dele, porém, tudo aconteceu muito rápido. Não saberia se foi o tremor em seu corpo ou as batidas aceleradas do coração que o entregaram, mas Nicholas soube que aquele abraço não vinha de seu amante, do homem a quem ele desejava, que mesmo com o corpo quase colado ao seu, Dominic estava mais distante do que jamais estivera de si.

Suas últimas palavras para Nicholas foram abafadas pelo barulho ensurdecedor do tiro. No segundo seguinte, a mão de Nicholas caiu ao lado do corpo, deixando a arma correr para o chão, enquanto Dominic sentia as batidas do coração dele diminuírem até cessarem de vez.


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