Prometida - Tekila escrita por Débora Silva


Capítulo 22
#Prometida - 22


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Era chegada à hora de pagar tudo que tinha feito aquela família, principalmente a Refúgio a quem mais tinha destruído a vida. Sabia que era o fim e estava aterrorizado com a morte chegando nele o rondando e tinha um gosto e o cheiro tão ruim que chegou a chorar tentando se soltar, mas era impossível porque Romeu tinha feito um ótimo trabalho ali ao prendê-lo, chorou gritando, mas ninguém iria ouvir os apelos e muito menos seu desespero era a hora do fim para Marcos...  

[...]

Com o passar dos dias Romeu tratou de aterrorizar Marcos com tortura psicológica, queria ele bem perturbado e somente parava quando ele desmaiava, as sessões eram sempre no mesmo horário e Marcos gritava por socorro em vão porque ele ligava uma musica bem alta e como castigo o deixava lá dentro ouvindo  até seus ouvidos sangrarem. Eram pequenas torturas que ele nunca esqueceria em sua vida se saísse vivo o que ele não deixaria acontecer.

Diferente do que acontecia ali na casa de Romeu, a casa de Refúgio era somente alegria e ela estava em paz com seu amor, mas tentava controlar seus ciumes que era sempre maior do que ela imaginava um dia poder sentir. Mas Dionísio sabia como dobrar o seu amor e muito bem porque o que ele queria era ela assim sempre boa mesmo tendo um ciúmes incontrolável.

Os dias que passaram fora foram os melhores que poderiam ter, apenas os quatro ali sendo um do outro, sendo pais e ao mesmo tempo "amantes" nas horas vagas.  Refúgio era a mulher mais feliz do mundo ali junto a seus três amores, mas também sabia que a mãe tinha algo a dizer e sempre que ligava desconversava mais sabia e sentia que ela também era uma mulher feliz.

Quando voltaram pra casa, uns três dias depois Refúgio tratou de marcar um jantar para eles para que Renata pudesse contar a novidade. Mas ela estava nervosa ele tinha a idade de Dionísio e eram amigos, nem sabia como poderiam tomar aquele romance dos dois, mas ela estava disposta a tentar já que todos os outros relacionamentos tinham dado errado.

Quando Renata chegou àquela noite as sete e meia, estava tão nervosa que quase derrubou o jarro na entrada da casa. Refúgio sorriu e entendeu que para mãe aquele momento era tudo e a abraçou passando confiança.

— Eu te amo minha filha! - falou toda amorosa tocando seu rosto. - Eu fico tão feliz de poder te ver assim sorrindo e bem! - dizia a verdade porque Refúgio era a vida dela.

Refúgio sorriu ficava tão orgulhosa de saber que estava mostrando mesmo o quanto estava bem porque era assim que se sentia é abraçou novamente sua mãe.

— Obrigada, mamãe por tudo! - a beijou. - Vem, Helena está aqui! - segurou a mão da mãe e caminharam para a sala onde ela foi agarrada e beijada pelo neto e Camilly que imitava tudo que o irmão fazia ciumenta.

Dionísio veio até elas e ficou agarrado a seu amor enquanto conversavam os quatro ali sobre qualquer coisa que não fosse problema e Patrício se intrometia em tudo como que ele realmente soubesse do que estavam falando.

Eles riam muito com ele, mas Renata sempre olhava o relógio e assim que a campainha tocou muitos minutos depois ela foi a primeira a levantar e todos a olharam.

— O que está aprontando, mamãe? - Refúgio podia sentir o quanto ela estava nervosa.

— Eu quero que vocês saibam que nada foi planejado e que tudo aconteceu porque tinha que acontecer! - respirou pesado mexendo as mãos como uma adolescente. - Eu estou namorando! - falou de uma vez e Refúgio ficou de pé.

A empregada veio e disse com calma.

— Desculpe senhora, mas seu pai está aí e insiste em falar com a senhora!

Refúgio tinha os olhos nela e depois olhou a mãe sem acreditar no que ela estava pensando e deduzindo disse com fogo nos olhos.

— Você voltou para o meu pai? - falou com pavor. - Você, não podia fazer isso, mãe!

Renata tratou de negar de imediato e fazer com que a filha entendesse que dizia a pior bobagem de sua vida.

— Não diga nunca mais uma coisa dessas! Eu, não estou com sei pai e nunca vou voltar a estar! - tocou seu rosto. - Acredita em mim porque o meu namorado é outro.

— O mande embora! - Dionísio falou com firmeza e a empregada assentiu saiu.

Refúgio olhou para o marido e pela primeira vez sentiu que tinha que falar com ele.

— Não faça isso! - a empregada parou esperando para ver o que ela iria dizer. - Eu vou falar com ele.

— Refúgio... - Dionísio a advertiu.

— Meu amor, eu sinto que preciso! - foi a ele segurando em sua mão e depois olhou para Helena.

— Você precisa sanar essa dor dentro de si e acho que chegou o momento! - falou como médica e como a boa amiga que tinha se tornado para ela.

Refúgio voltou seus olhos ao marido e esperou que ele aprovasse também.

— Mas eu vou ficar por perto!

Ela sorriu e segurou a mão dele.

— Eu iria pedir isso mesmo! - saiu com ele pedindo para que a mãe ficasse com o filho.

Renata estava nervosa e foi até a janela que dava para a saída da casa e olhou mais uma vez pela janela, Pedro estava atrasado e iria chegar naquele maldito tumulto. Refúgio caminhou até a saída deixando Dionísio para trás mesmo a contra gosto.

Ela queria que aquele momento fosse dos dois e ao parar na frente dele esperou pelo que viria. Romeu a olhou era tão linda e igual a mãe que o fazia a amar ainda mais, mas ele não tinha dado valor a nenhuma delas nunca em sua vida e agora se arrependia amargamente, mas seu destino estava traçado e ele estava ali somente para se despedir dela.

— Me desculpe vir mais uma vez sem avisar! - suspirou estava tão triste. - Mas eu precisava te olhar mais uma vez e pedir... Pedir não, implorar para que me deixe ver meus netos e entregar a eles o presente. - mostrou a mão com as sacolas. - É a única vez que quero que me deixe vê-los.

Refúgio sentiu o peito acelerar e o olhou, estava tão mudado desde a última vez que tinha o visto, agora estava mais magro a barba por fazer e se mostrava bem abatido. Não era nem de longe o Romeu a quem todos tinham que respeitar.

— Por que eu deveria deixar que veja, meus filhos? - foi direta com a voz dura.

— Porque essa será a última vez que verá esse pouco homem! - falou com o coração rasgado de sentimentos. - Eu vim somente para que pudesse me ver uma última vez e que eu pudesse ver os meus netos e sentisse um pouco de vida... Eu sei e você não precisa me dizer que é tarde demais! Mas eu estou implorando para que me deixe vê-los... - não pensou apenas se ajoelhou na frente dela.

— Levante-se Romeu! - não o chamou de pai e naquele momento ele se sentiu ainda mais desgraçado e chorou desesperado por perdão.

Pedro desceu de seu carro naquele momento e olhou aquela cena, queria voltar mais já era tarde demais e ele se aproximou apenas acenando para Refúgio e entrou querendo dar a ela a privacidade que necessitava.

— Levante-se daí! - não queria fraquejar diante de seu pai.

Refúgio não era uma má pessoa mesmo depois de tudo que ela tinha passado ali naquele momento ela não consegui ter ódio o suficiente para mandá-lo embora. Romeu a olhava nos olhos e deixava que toda sua tristeza e ódio por si mesmo tomassem seu rosto era o momento decisivo de sua vida.

— Você me destruiu quando decidiu apoiar aquele homem e não a sua família, você acabou com a minha chance de ser feliz por um tempo, me tirou o desejo de ser mulher e quase conseguiu junto a ele tirar a minha sanidade. - começou a narrar a sua vida. - Aquele homem que está ali esperando por mim e me protegendo era a quem você deveria lealdade! Não aquele porco que faz das mulheres seu pano de chão. - cuspia as palavras o envenenando ainda mais a alma. - Você nunca acreditou em nenhum de nós e agora está aí ajoelhado na frente da mulher a quem deveria cuidar e não vender como se vende um relógio de sua coleção.

Era a hora da verdade de despejar nele toda a sua dor e sofrimento de anos. Refúgio só tinha chegado até ali graças a Dionísio, seus filhos e Renata, porque se não fosse aquela base ela estava num limbo ou até mesmo morta.

— Você tem noção do quanto eu sofri? De quantas noites eu despertei gritando sem saber onde estava ou quem poderia está ao meu lado? Você tem noção que deixou na mão daquele homem o seu tesouro mais precioso? Se era dinheiro que você sempre quis por que não ficou ao lado do meu marido? Ele sempre te deu tudo e você nunca devolveu nem se quer um obrigado!

— Eu estava cego... - quase nem conseguia falar.

— Claro que estava e não sei quem foi que tirou a venda de seus olhos, mas é tarde demais! - Romeu que tinha os olhos no chão a mirou iria falar, mas ela não deixou. - Mas eu vou te mostrar que eu ou o meu marido não somos como você ou aquele homem que você protege. Hoje vamos dar a chance de você conhecer seus netos, mas depois te quero longe da gente porque você por perto é perigoso demais!

Refúgio não chorou e não sentiu vontade de fazer, precisava daquele momento para seguir em frente e mostrar ao pai que apesar de tudo que tinha feito contra ela e sua família ela estava ali de pé mostrando a ele que o mal não vence quando a amor verdadeiro.

— Levanta! - foi firme e ele levantou. - É a sua única chance, não estrague!

Mostrou a entrada para ele que limpou o rosto com o lenço e caminhou para dentro. Dionísio se pôs no caminhou olhando para Refúgio que assentiu estendendo a mão para ele que segurou sem entender porque ela permitia que ele estivesse ali dentro.

— Boa noite! - disse olhando o genro. - Prometo não me demorar aqui!

Caminharam para dentro e Refúgio olhou a mãe ao lado de Pedro e depois olhou o filho que veio correndo com sua moto na mão.

— Olá Milly o cabeça banca! - falou rindo com a irmã que estava no colo da babá. - Eu sou Patício chavelo Feler e você? - falou com um sorriso no rosto todo empolgado por seus cabelos brancos.

Romeu quase se desmontou ali mesmo mais uma vez em choro e abaixou ficando mais ou menos na altura dele e disse com a voz embargada.

— Eu sou o vovô, Romeu! - estendeu a mão para ele.

Patrício arregalou os olhos e olhou para os pais que estavam abraçados e esperando que eles tivessem o momento deles.

— Outo vovô? É ingual os namolados da vovó que quele que eu çame assim de vovô? - fofocou tão empolgado que nem se dava conta do que contava.

Renata olhou para Pedro no mesmo momento querendo saber o que ele pensaria e ele sorriu para ela louco de vontade de agarrar seu amor e mostrar que agora o único vovô seria ele. Refúgio pegou os dois apenas com um olhar e mesmo querendo rir não o fez, iria esperar para que a mãe contasse.

Dionísio não ficou atrás e se pudesse iria sentar umas porradas na cara de seu amigo por não ter contado. Romeu sorriu para o neto que tinha segurado sua mão todo carinhoso.

— Eu sou seu vovô o pai da sua mãe! - pegou uma sacola e deu a ele. - Eu só vim para te trazer esse presente.

Patrício largou da mão dele e largou a moto no chão no mesmo momento eufórico por ganhar presente porque ele amava ganhar presente sempre.

— O que eu mais quelia era um carrinho de vovô! - se jogou nos braços de Romeu que não aguentou mais e chorou abraçado a seu neto.

Neto que ele tinha apenas visto de longe e nunca tocado daquele modo. Queria naquele momento que as coisas fossem totalmente distintas e que ele pudesse ter vivido ao lado de sua família os melhores momentos de sua vida. Mas era tarde para ele e para todas aquelas lamentações já que tinha sido ele mesmo a traçar seu destino.

— Não çola vovô! - limpou o rosto dele que nem conseguia mais falar. - Eu só feo mais sei solir. - abriu bem a boca sorrindo com seus dentinhos todos a mostras. - Pode solir tamém vovô.

A cada novo "vovô" de Patrício, Romeu sentia seu corpo tremer era tão ou mais gostoso do que ouvir "papai". Olhou a filha e agradeceu com um olhar e ela pediu que a babá trouxesse Camilly e ela se aproximou com a menina nos braços e ele ficou novamente de pé.

— Olá Milly é vovô! - falou eufórico e voltou a tentar abrir seu presente.

Camilly era apenas um bebê e ele tocou em sua mãozinha e ela tirou se encolhendo toda no colo da babá, não conhecia e seu instinto ainda de bebê era se proteger não indo no colo de quem não conhecia. Ele sorriu era a cara da filha e mesmo ela se negando beijou seu bracinho sem arriscar pegar no colo para que ela não chorasse.

— Patrício esse é da sua irmã. - Romeu falou por fim e deu a ele a outra sacola. - Você pode abrir para ela?

Ele assentiu e chamou o pai para ajudar que foi rapidamente até o filho o ajudando. Romeu aproveitou o momento e foi a ela com uma sacola e estendeu.

— Aqui tem um pra você, mas quero que abra quando eu não estiver mais aqui!

Refúgio pegou desconfiada e olhou por cima e um tanto curiosa também e ele aproximou mais dando um beijo em sua testa.

— Eu te amo minha filha! - Refúgio o olhou nos olhos. - Mesmo que seja algo tão difícil de acreditar.

— Suas atitudes sempre demonstraram o contrário.

— Porque eu sou um maldito! - suspirou. - Agradeço que tenha me deixando ver meus netos... Agora eu posso terminar o que comecei em paz! - beijou mais uma vez em sua testa e mesmo que ela não tenha retribuído ele a abraçou forte.

Deixando que ela sentisse assim o amor do qual ele falava. Refúgio se afastou e ele foi até os netos e os beijou mais uma vez e logo saiu sem olhar para trás. Era a hora do fim...


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