Cap.21

Demorou alguns instantes para a ficha cair. Confesso que esperava tudo, desde gritos a explosões e até mesmo o silencio, mas ser expulsa de casa não era uma delas.
   - Demore o tempo que precisar, ficarei hospedado em um hotel... - Informou Jacob. -Quando sair, deixe as chaves...
  - Jacob, você não pode está falando serio? - Saltei do sofá e me aproximei dele. - Isso é ridículo! Você não escutou nada do que eu disse?
Jacob soltou um longo suspiro e deu dois passos para trás, afastando-se de mim. Ele mal olhava para mim e sinceramente no lugar dele não sei se agiria diferente.
   - A verdade é que não suporto mais, não suporto nem mesmo olhar pra você.
 Franzi o cenho, sentindo as lagrimas marejarem meus olhos. Talvez eu merecesse ouvir isso, mas doía tanto, era como se uma adaga estivesse sido cravada em meu coração.
   - Você não suporta mais olhar para mim? Você ouviu tudo o que eu disse? Estávamos prestes a perder o apartamento e...
  - Ouvi sim... - Interrompeu ele. - ... e não quero ouvir mais. Bella, eu fiz tudo por você. Estive ao seu lado nos piores momentos, por um instante pensei que em algum momento você me notaria e talvez me amasse nem que fosse um pouco. Quando nos beijamos achei que finalmente você seria minha, mas na primeira oportunidade você correu para os braços do Edward.
  - Não! Claro que não! - Protestei entre lagrimas. - Me perdoe, nunca foi minha intenção alimentar sua esperança, aquele beijo foi um erro...
   - Tudo foi um erro.
  - Jake... - Me aproximei dele e ergui as mãos, colocando as sobre suas bochechas. Seu olhos negros perfuraram os meus, a tristeza encobria seu olhar e isso foi o suficiente para estraçalhar meu coração. Como eu queria dizer a ele que o amava, que seria somente dele e o faria o homem mais feliz do mundo, mas eu não podia, por mais que tentasse me enganar, meu coração foi capaz de amar apenas uma pessoa e ama-ló sem ser correspondida seria o meu castigo até o ultimo dia da minha vida. -...eu sinto muito.
  - Eu também sinto. - Jacob afastou minhas mãos bruscamente e virou de costas, dirigindo-se a bancada da cozinha. Ele tirou a carteira do bolso da calça jeans , abrindo a mesma e retirando o talão de cheque e depois começou a escrever rapidamente, após terminar, destacou a folha e jogou em mim. - Pague a divida e seja livre. - Sem ao menos me olhar, ele saiu porta a fora, batendo a mesma com força.
   Lagrimas frias escorrem pela minha face. Eu tinha acabado de estragar a única coisa boa que havia acontecido na minha vida. Jacob me odiava e eu nem mesmo podia culpa-ló. Me ajoelhei no chão e peguei a folha de cheque, depois limpei as lagrimas com as costas da mão e me levantei. Naquele instante eu não podia mudar o passado, mas podia mudar o presente e talvez o futuro. Corri até o meu quarto e me troquei, vesti o vestido vermelho que jamais pensei que usaria, retoquei a maquiagem e ajeitei meu cabelo, deixando-o ondulado. Peguei a bolsa na cama e o óculos de sol, depois me dirigi até a porta. Antes de sair, respirei fundo e me vesti com toda coragem que ainda me restava.
  Todos os olhares estavam voltados para mim. Cruzei o hall com o queixo erguido, jamais senti tanta confiança em toda a minha vida, talvez fosse os saltos ou o vestido provocante, enfim, eu fecharia um capitulo da minha vida e somente isso importava. Entrei no elevador e apertei o botão do vigésimo andar. Tirei os óculos de sol e olhei meu reflexo no espelho, aquela nem ao menos parecia comigo, mas é como sempre dizem, precisamos de uma mascara para enfrentar nossas guerras e era exatamente disso que eu precisava.
A porta abriu e o andar estava vazio. Caminhei até o escritório do Christian e abri a porta. Ele estava sentado na cadeira giratória, seu olhar desviou da tela do computar e fixou-se em mim. Um sorriso malicioso curvou-se no canto do seus lábios e seu olhar lascivo deslizou-se pelo meu corpo. Meu estomago contraiu-se com nojo ao lembra que em algum momento eu tinha desejado aquele olhar.
   - Bella... uau! - Exclamou Christian ao levantar-se da cadeira. Ele contornou a mesa e caminhou em minha direção. - Você está deliciosa com esse vestido, mas ficaria ainda mais sem ele...
  - Não ouse se aproximar de mim. - Espalmei seu peito com a palma da mão, impedindo-o de aproximar-se. - Nós acabamos por aqui ou melhor, nunca existiu nada...vamos acertar nossa divida e eu nunca mais quero ver você...
  -Enlouqueceu? - Ele franziu o cenho e afastou minha mão. - Como assim vamos acertar nossa divida? Esse jogo só termina quando eu disser...
  Um sorriso curvou no canto dos meus lábios.
  - Eu sempre achei você um idiota e agora tenho certeza. - Retruquei. - Você não decide nada e nunca decidiu. Está acabado! - Abri a bolsa e tirei o cheque de dentro da mesma e o entreguei a ele.
   - O que isso?
   - O pagamento da divida.
   Christian rasgou o cheque e o jogou em minha direção.
   - Não seja patética, quem dita as regras sou eu! Você é minha!
  Soltei uma gargalhada e me aproximei dele, ergui a mão e toquei o centro do seu lábio inferior com o polegar, deslizando o dedo até o queixo, seus lábios  entre abriram-se e ele avançou contra mim, segurando-me pela cintura. Fiquei imóvel, seus olhos azuis queimavam como fogo, eu o fitei e por um instante senti pena. Christian era um homem patético que vivia a sombra do cunhado. Nunca o primeiro e sempre o segundo.
  - Christian, você é o único patético aqui. - Disse suavemente. - O dinheiro está depositado na sua conta, acha mesmo que eu seria tola de vim aqui sem ao menos ter pensando em algo? Bom... você tem dez segundos para tirar essas mãos nojentas de mim e se afastar ou se não...
  - Se não o que? - Debochou ele ao cravar aos mãos por entre meus cabelos.    - Vai gritar?
   Sorri.
   - Não, mas os tabloides vão adorar ver o nosso videozinho. - Disse sarcástica. - Imagina os noticiários, Christian McIntosh assediador de secretarias...
  Christian me soltou bruscamente, por pouco não desiquilibrei. Ele franziu as sobrancelhas, seu olhar tornou-se frio.
  - Você está blefando.
  - Quer pagar para ver?
   - Saia daqui! - Exaltou-se ele. - Nunca mais quero ver você!
  - Pelo menos chegamos a um acordo. - Sorri irônica. - Até nunca mais Christian. - Me virei e dirigi-me até a porta.
   - Você não vai receber nenhum centavo!
   - Adeus. - Sai porta a fora e fui em direção ao elevador, ao entrar no mesmo, minhas pernas cederam. A adrenalina esvaiu-se do meu corpo e então as lagrimas voltaram. Céus, o que eu tinha feito? Por entre as lagrimas surgiu um sorriso que se transformou em riso. Eu só podia ter enlouquecido, mas o sentimento de alivio era tão incrível. Foi libertador encerrar aquele capitulo. Me levantei e soltei um longo suspiro ,porém  ainda faltava uma coisa para encerrar de vez...Edward Cullen.