Meu Conto de Fadas escrita por KAT


Capítulo 2
Eu sinto tanto por te decepcionar mãe, mas eu não sou você.


Notas iniciais do capítulo

Depois de bastante tempo com essa estória apenas em minhas ideias, consegui trazer algo além do prólogo pra cá, e espero de todo meu coração que tenha ficado bom. A partir de agora a frequência de postagens vão aumentar ;)



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Tudo começa em um belo reino, iluminado pelas luzes das estrelas daquela noite. Pessoas indo e vindo, tranquilas por saberem que estão seguras em um reino que a maldade foi exilada há séculos. Entretanto, uma maldição grande está mais perto do que podem imaginar: Uma rainha solteira.

O amor da Bela e a Fera era a pilastra em que aquele povo sempre havia se apoiado nos momentos difíceis do reino, mas um reino sem amor? Isso era uma novidade para eles. Contudo, não é aqui que nossa história começa.

Perto das ruas, encontrava-se o grande castelo e dentro dele uma princesa insegura e infeliz.

Isadora encarava seu próprio reflexo no espelho: Os cabelos ruivos e longos, os olhos verdes, destacados pelo lápis, e os lábios vermelho sangue. Pequena, doce e bonita; era a visão de todos os súditos a seu respeito.

Entretanto, não era como a mesma se via.

Pequena demais para ser notada, uma doçura falsa que escondia um coração amargurado, e não bonita o suficiente para ser a futura rainha.

Era essa sua visão sobre si própria.

Isadora afastou-se do espelho rapidamente. Odiava ser pega de surpresa por esses pensamentos tristes. Que se dane sua insatisfação consigo mesma, ela tinha um reino para cuidar.

Que se dane seu amor próprio, ela precisava do amor de um rei.

Contanto, se perguntava constantemente: Como alguém poderia amá-la se nem ela via motivos para fazer isso?

 

Outrora, distante dali, havia outro reino. Desta vez o da bela Adormecida e seu Rei Phillip.

— James – Phillip chamou o filho. — Boatos se espalham por todo o reino, sobre o desejo da Princesa Isadora de encontrar um príncipe.

— Não vamos pressioná-lo Phillip, por favor. – Aurora interferiu, fazendo com que seu marido a encarasse de forma ameaçadora.

— Você sabe muito bem que precisamos que James nos salve da miséria. Sofremos com um reino desiludido e sem esperanças, enquanto o nosso “querido Reino vizinho” tem isso de sobra.

— O amor da Bela e a Fera inspira todos ali e isso faz o nosso “querido Reino vizinho” prosperar. – respondeu, com sarcasmo.

— O que está querendo dizer? – Phillip questionou, levantando a mão para aquela rainha infeliz que se perguntava onde havia se perdido o seu conto de fadas.

— Não toque nela, Pai. – Foi a vez de James interferir. — Juro que irei me aproximar da Princesa Isadora e farei o possível para que ela me aceite como seu Rei.

— Não esperava menos de você, James. Agora vá para o seu quarto, sua mãe e eu temos assuntos a tratar. – Phillip disse.

— Pai, por favor. Não… – os olhos do garoto se encontravam cheios d’água.

— AGORA! – Phillip berrou, cuspindo no rosto de seu filho que saiu dali, correndo e assustado.

James adentrou seu quarto e fechou com força a porta atrás de si, outra vez sentindo-se culpado por temer tanto o pai a ponto de não conseguir defender sua mãe.

Precisou tapar os ouvidos quando ouviu os gritos de dor da mesma.

Pobre rainha infeliz.

 

No dia seguinte

 

Isadora acordou animada, afinal, tinha um baile real para organizar. De certa forma, todos sabiam que seu baile repentino tinha o intuito secreto de encontrar um Rei.

Contudo, jamais se atreveria a dizer, apenas a julgavam em silêncio por usar um golpe tão baixo e supostamente sujo para uma mulher.

— Princesa, seus pais lhe aguardam para o café da manhã. – era a Governanta Samovar, tão preciosa para aquela família.

— Já irei descer. – avisou, retocando seu batom pela milésima vez.

— Você parece nervosa. Aceita uma xícara de chá? Sempre ajuda. – Samovar indagou, fazendo Isadora gargalhar.

— Ser um bule de chá por tanto tempo não lhe fez bem, madame Samovar. – comentou, sem deixar o sorriso morrer.

— Está mais sorridente que o costume, Princesa. – Samovar comentou, desviando do assunto atual.

— Bom, minha felicidade tem um motivo: Farei um baile esta noite. – explicou.

— Notei os convites sendo entregues por aí. – Bela entrou no quarto repentinamente. — Por que não me avisou desse baile, Isadora? – Pelo tom de voz a Rainha parecia nervosa, mas jamais seria possível ter certeza. Afinal, ela tinha o mesmo rosto doce e o olhar iluminado de sempre, era impossível distinguir os dias maus e bons que Bela tinha.

— Não estava me esperando com o papai pro café da manhã? – Isadora indagou.

— Resolvi vir eu mesma lhe chamar – Bela respondeu. — Agora teria como me responder?

— Por que eu sabia que teria essa reação. – Isadora disse, suspirando.

— Como assim?

— Eu sabia que você imaginaria que a proposta desse baile, tem algum intuito além de danças e diversão.

— E eu estaria propondo algo errado?

— Não, mãe. É exatamente isso, quero fazer um baile para tentar encontrar um Rei á minha altura, que se case comigo antes da coroação que terei em menos de um mês.

— Você não precisa fazer isso, não se cobre tanto Isadora. Você merece mais que um amor forçado.

— Eu sinto tanto por te decepcionar mãe, mas eu não sou você. Ou nenhuma outra princesa comum. Quando tentei beijar um sapo aos oito anos, ele não se transformou em um belo príncipe encantado, ele correu de mim, assustado. Quando me forcei a ficar na cama por mais de uma semana aos dez anos, nenhum príncipe apareceu me dando um beijo mágico, e lembra também dos meus treze anos? Perdi todos meus sapatos preferidos abandonando eles por aí, com a esperança de que um príncipe os encontrasse, mas não aconteceu. E o meu tempo está acabando. Eu não posso pegar um livro, sentada, enquanto espero uma Fera aparecer. Não tenho tempo para isso. – Isadora soltou todas aquelas palavras entaladas por tanto tempo em sua garganta.

E Bela por sua vez, conseguia apenas encarar a filha, confusa e intacta. Ambas ficaram se encarando por cerca de cinco minutos sem parar, em um silêncio total e desconfortável.

— Bom… Alguém aceita uma xícara de chá? – Samovar quebrou o silêncio, levando a atenção de ambas para si.

— Vamos apenas tomar aquele café da manhã normalmente, está bem? – Bela sugeriu, precisaria de tempo para processar as palavras de sua filha.

— Está bem. – Isadora soltou um sorriso forçado. — Fingir é o que faço de melhor, mamãe.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Comente, sua opinião é muito importante para mim.



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