Rulers escrita por May


Capítulo 2
Capítulo 2 - A Coragem da Princesa


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 2 da fic, muito obrigada a todo mundo q comentou e tá acompanhando, isso motiva dms ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758226/chapter/2

Haviam marchado por bastante tempo, finalmente o rei Augusto estava frente a frente com Constantino, exigindo a libertação de sua filha. Afonso esperava junto ao exército, porém o duque parecia muito confiante e disposto a não entregar Catarina, somente quando ele surgiu no alto da colina com todo o exército de Artena as suas costas ele viu a expressão de Constantino vacilar, era visível a sua surpresa, seu olhar se encontrou com o de Afonso e os dois se encararam longamente, o ex-príncipe sentiu um desagrado imenso com isso.

Agora já com o acampamento montado e esperando a libertação da princesa, o rei Augusto parecia incerto se aquela teria sido a melhor decisão tomada, ele temia pela vida de Catarina nas mãos do duque, porém Afonso logo tratou de lhe assegurar que essa era a melhor estratégia, sendo apoiado por Demétrio. Mesmo relutante, o rei concordou com os dois.

—__&___

Catarina não aguentava mais ficar amarrada daquele jeito, seu corpo todo doía, especialmente suas costelas machucadas pelos solavancos da carroça, e seus pulsos, que pareciam cada vez mais apertados naquelas cordas, começavam a escoriar com a sua insistência em soltá-los. Suspirou longamente, por hora derrotada, e encostou a cabeça no mastro de madeira ao qual estava amarrada. Passados alguns minutos percebeu que Constantino tinha entrado na tenda e estava começando a desamarrá-la.

— O que é isso? - Indagou surpresa.

— Vamos.

— Vamos pra onde? - Continuou temerosa.

— Vamos. - Era tudo que o duque se limitava a dizer.

Finalmente de pé, a princesa foi guiada pelo acampamento de Constantino até um cavalo, ele a fez subir e de pronto voltou a lhe amarrar os pulsos, que reclamaram de dor.

— O que está acontecendo? - Ela continuou a insistir, ignorando o leve ardor em sua carne escoriada.

— Temos visitas, vamos cumprimentá-las.

O duque subiu no mesmo cavalo e começaram a se deslocar com os homens de Constantino junto a eles, Catarina só conseguia pensar que seu pai viera em seu socorro, seu pai deveria estar por ali em algum lugar e o duque queria mostrar que ela estava viva, que realmente a tinha, só poderia ser isso. Cavalgaram por algum tempo e quando pararam em um campo aberto Catarina pôde ver: um exército estava ali e ela tentou encontrar rostos conhecidos na multidão, conseguiu identificar os cabelos grisalhos de seu pai e viu que ele estava a frente de todos, e muito próximo a ele… Não poderia ser, seria mesmo ele? Sim, Catarina sabia identificá-lo muito bem. Mas o que Afonso estaria fazendo ali? A princesa se perguntava.

— Minha filha. - Augusto suspirou com ansiedade.

Estava agitado com a chegada deles, finalmente estava tão perto de ter sua filha de volta.

O duque desceu do cavalo sob os olhos atentos de Afonso, ergueu Catarina para tirá-la de cima do cavalo e a princesa reprimiu um gemido de dor quando Constantino encostou em suas costelas machucadas, mas ela manteve a expressão firme, não iria se permitir demonstrar nenhum tipo de fraqueza diante do duque.

— O meu pai pagou o resgate? - Perguntou assim que seus pés tocaram o chão.

— Vai. - Constantino disse secamente, cortando as cordas que a prendiam.

Insatisfeita em não ser respondida, Catarina fez uma expressão furiosa. Ficando impaciente, Constantino gritou:

— VAI!

Catarina lhe lançou um olhar fulminante cheio de ódio, lhe deu as costas e começou a caminhar em direção a seu pai, Afonso e ao exército, acelerou o passo e logo estava correndo, porém parou abruptamente quando três flechas choveram diante de seus pés. Rei Augusto parecia desesperado e Catarina virou-se para Constantino que anunciou:

— O prazo será até o pôr do sol. - Subindo no cavalo ele continuou. - Se ao cair da noite vossa majestade não tiver tomado a decisão de pagar o resgate, lhes asseguro, meus homens não vão errar o alvo.

— Não ceda meu pai! - A princesa gritou. - Não pague nenhuma moeda a esse crápula! E aconteça o que acontecer, Constantino deve morrer!

Augusto olhava pra sua filha apreensivo enquanto o duque avança na direção de Catarina.

— Não tenha misericórdia! - Ela concluiu ao ver o duque a cercar, montado no cavalo.

— Catarina! - O rei a chamou quando o duque a colocou no cavalo de brucos e partiu.

— Não, majestade. - Afonso logo interveio. - Não é hora de tentarmos nada. - Aconselhou enquanto observava Catarina ser levada embora, muito admirado com a princesa por sua coragem de desafiar o duque na frente de todos em um momento como aqueles.

—__&___

Estavam de volta ao acampamento e, na tenda, Afonso tentava dissuadir o rei da ideia de pagar o resgate.

— Eu peço que vossa majestade reflita melhor. Se ceder e pagar a um criminoso perderíamos…

— Eu deveria ter tomado a decisão que o meu coração pedia desde o início. - Augusto o interrompeu. – Não devia tê-lo escutado, Afonso, mesmo sabendo que suas intenções são as melhores. Mas é minha filha! Minha única filha! - O rei agora deixava transparecer seu desespero.

— Eu entendo a vossa angústia, mas rogo que tenha calma.

— Eu vou pagar o resgate, Afonso, está decidido. - Afirmou levantando-se.

— Então, majestade, eu peço que permaneça aqui junto de vosso exército, por precaução que seja. Eu não quero que, além da princesa, o rei seja feito refém também.

Respeitando a decisão de Augusto, Afonso se retirou da tenda e, junto com Demétrio, levou consigo alguns homens até o acampamento de Constantino, onde entregaria as moedas que o duque pedia em troca de Catarina.

— Fico feliz que o rei recuperou seu bom senso. - Constantino havia acabado de conferir a autenticidade do pagamento e agora falava para Afonso e Demétrio enquanto comia.

— Onde está a princesa? - Afonso perguntou sem rodeios, estava querendo acabar logo com aquilo.

— A salvo.

— Nós cumprimos nossa parte do acordo, duque. – Demétrio se pronunciou.

— E eu vou cumprir a minha, mas vocês terão que ter um pouco mais de paciência.

— Do que você está falando?

A paciência de Afonso estava se esgotando e, ver o duque ali na sua frente, comendo tranquilamente enquanto Catarina estava por ali em algum lugar, provavelmente amarrada de com fome, o deixava mais irritado.

— Ao amanhecer, o exército de Artena terá que abrir passagem para todos nós, aí quando estivermos num local seguro, só aí, a princesa será libertada.

— E onde a princesa será libertada? - Demétrio perguntou.

— Um mensageiro lhes avisará.

— Mas esse não é o nosso trato. – Disse Afonso calmamente, o encarando.

— Afonso… - Começou fazendo uma pausa pra morder um pedaço de pão. - A partir do momento que nós entregarmos a princesa, eu não tenho garantias que o rei Augusto não ordenará um ataque, estou somente tomando minhas precauções.

— E que garantia teremos que você cumprirá sua palavra? - Indagou o ex-príncipe colocando a mão no cabo de sua espada.

— Não terão garantias, apenas escolha.

Afonso começou a puxar sua espada da bainha, mas foi impedido de continuar por Demétrio. Todos os homens de Constantino entraram em alerta e ele teve que retroceder sua ação.

—__&___

A noite tinha caído e eles estavam de volta ao acampamento, o rei Augusto estava decidido a não deixar o duque partir levando sua filha e se recusava terminantemente a abrir passagem para o exército de mercenários de Constantino, havia decidido: prepararia o exército de Artena e atacariam ao amanhecer.

Afonso estava preocupado com a segurança da princesa, expôs a Augusto que temia que um ataque com Catarina ainda sob o poder do duque poderia acabar machucando-a, porém o rei voltou a afirmar que não deixaria que partissem levando sua filha novamente e que ao primeiro raio de sol atacariam.

Afonso não conseguiu dormir aquela noite, a perspectiva do que aconteceria ao amanhecer lhe tirava o sono, não podia deixar que acontecesse uma batalha com Catarina no meio de tudo, ela não era preparada pra isso, poderia acabar ferida, o ex-príncipe refletiu durante toda noite e chegou a conclusão de que precisava tirá-la de lá antes de tudo acontecer, evitando assim um massacre desnecessário.

Algum tempo antes do sol nascer, saiu sorrateiramente do acampamento e foi caminhando com cautela em direção ao acampamento de Constantino, chegou lá quando os primeiros raios de sol começavam e despontar e tratou logo de procurar por Catarina no maior silêncio que conseguiu, depois de algumas tentativas frustradas, ao entrar em uma tenda ele a viu.

Lá estava ela, dormindo sentada, com a cabeça encostada ao mastro de madeira ao qual estava amarrada, Afonso poderia jurar que a princesa tivera uma noite péssima, e ele estava certo. Catarina tinha o corpo todo dolorido por ficar constantemente nessa posição, sentada e com os braços amarrados pra trás, ela tinha demorado bastante a conseguir pegar no sono, além de ficar tentando incansavelmente soltar seus pulsos, era muito difícil dormir tendo como apoio apenas um pedaço de madeira.

Afonso se aproximou lentamente de Catarina, não queria acordá-la no susto, ela poderia denunciar sua presença ali caso se assustasse, chegou perto dela bem devagar, podia ouvir sua respiração ritmada. Se adiantou tapando sua boca para evitar qualquer grito de surpresa, a princesa saltou ao ser acordada por aquela mão que lhe cobria a boca, por um milésimo de segundo sentiu pânico, mas no mesmo instante a voz familiar a fez suspirar de alívio liberando toda tensão acumulada em seu corpo.

— Não grite. - Afonso sussurrou em seu ouvido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Até o próximo capítulo
Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rulers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.