Rulers escrita por May


Capítulo 3
Capítulo 3 - Conexão


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo, espero q gostem, mto obrigada quem comentou ♥



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Catarina dirigiu seu olhar rapidamente para Afonso, que se apressou em cortar as cordas que prendiam seus pulsos enquanto falava.

— Vosso pai vai ordenar o ataque dentro de alguns instantes, precisamos ser rápidos.

— Mas como vamos sair daqui? - A princesa perguntou enquanto passava a mão em seus pulsos agora livres, e sentia sua carne machucada arder um pouco.

— Confie em mim, princesa.

Afonso pediu olhando decididamente para Catarina, que lhe retribuiu o olhar profundo. Durante aquele tempo em que se encararam, sem palavras, conseguiram se comunicar perfeitamente, Catarina confiava nele, e Afonso faria de tudo para protegê-la e tirá-la dali a salvo, e ambos sabiam disso, pois conseguiram ler um ao outro como nunca fizeram com ninguém.

Começaram a se esgueirar pelo acampamento de Constantino, Afonso os conduzia e tinham que se desviar a todo momento dos homens do duque, Afonso nocauteou um que tinha acabado de sair de uma tenda, porém o outro que estava entre eles e a floresta, o ex-príncipe precisou matar.

Andou sorrateiramente até suas costas e enfiou-lhe uma adaga no pescoço, logo estendendo a mão para que Catarina continuasse vindo atrás dele, a princesa o seguiu, olhando para o corpo estendido quando passou pelo mesmo, a única coisa que lhe passava a cabeça naquele momento era que Afonso havia matado por ela, mas subitamente se concentrou em sair dali e seguiu Afonso para dentro da floresta.

Não muito longe do acampamento de Constantino, os dois pararam para ver qual seria o melhor caminho até o rei Augusto, Catarina olhava apreensiva para os lados com medo de alguém surgir ali e os surpreender, estava tão tensa que sobressaltou quando sentiu o toque de Afonso em suas mãos, o ex-príncipe as segurava e analisava os ferimentos em seus pulsos.

— Não é nada de mais. - Ela tratou logo de tranquilizá-lo.

Assim que tinha desamarrado Catarina ainda na tenda no acampamento, Afonso tinha visto seus ferimentos, ele queria ter dado imediata atenção a aquilo, mas precisavam ser rápidos na fuga, então esperou por um momento mais calmo para se certificar do bem-estar da princesa, mesmo não sendo este o momento ideal para isso, afinal ainda poderiam ser apanhados, Afonso queria chegar com ela em segurança e com a certeza de que estava tudo bem.

— Vossa alteza está bem? Está ferida em algum outro lugar? – Ele insistiu.

Catarina lembrou-se que estava sim machucada em suas costelas, mas não quis preocupá-lo com isso, apenas assentiu e então eles continuaram caminhando floresta a dentro, não tinham dado muitos passos quando foram surpreendidos por dois homens de Constantino que por ali andavam. Afonso prontamente se colocou a frente de Catarina e tirou a sua espada da bainha, pronto pra lutar.

O som das espadas colidindo e dos gritos preencheu o local, Afonso lutava com maestria contra os dois, mas ainda sim, dois. Logo o ex-príncipe começou a encontrar dificuldades em seu combate, mas se mantinha bem a medida do possível. Catarina o observava atrás de uma árvore, a cada golpe dado e desviado ela soltava o fôlego preso pela tensão, e apertava com mais força a árvore a qual estava encostada.

Depois de levar um chute, Afonso bateu com as costas no tronco da árvore de Catarina, a princesa o olhou apreensiva, seus cabelos grudavam em seu rosto devido ao suor causado pela batalha, tudo em que ele pensava era em tirá-la dali, ele sabia que poderia dar tempo a Catarina para fugir se continuasse a duelar, mas se ela continuasse ali com ele os dois poderiam acabar capturados ou coisa pior.

— Fuja, princesa. Corra.

Ela queria argumentar, discutir, não queria deixá-lo sozinho assim naquela situação, mas não havia nada que ela pudesse fazer para ajudá-lo, ela não sabia lutar, tudo o que lhe restava a fazer era correr o mais rápido que pudesse ao acampamento de seu pai e pedir reforços para Afonso.

Olhou-o uma última vez e disparou floresta a dentro, deixando pra trás o tilintar das espadas e os gritos dos homens.

Não tinha se distanciado muito quando novos sons lhe invadiram os ouvidos, dessa vez não era apenas três espadas colidindo ou três homens gritando, eram centenas. Catarina teve a certeza de que seu pai iniciara o ataque a Constantino, mas será que conseguiriam chegar até Afonso a tempo de ajudá-lo?

Mesmo caindo e tropeçando, continuou a correr obstinada em busca de alguém de confiança. Resolveu seguir os sons da batalha na esperança de encontrar seu pai, e lá estava ele. A uma curta distância do embate, em seu cavalo com Demétrio ao seu lado. Assim que a viu o rei Augusto desmontou e veio rapidamente em sua direção.

— Minha filha!

— Meu pai! - A princesa foi na direção do pai aos prantos. - Graças a Deus.

— Você está bem?

— Sim.

— Não está ferida?

— Foi Afonso que me salvou. - Ela se apressou em dizer, ignorando o resto de suas perguntas. - Mas ele ficou lutando sozinho contra vários homens.

— Demétrio! Mande os homens ajudarem Afonso, ele é a nossa prioridade.

Rei Augusto ordenou fazendo Catarina soltar um suspiro de alívio.

—__&___

Assim que Catarina havia saído, mais homens de Constantino apareceram cercando Afonso, agora ele lutava contra três, sua situação estava muito difícil, mas ele se saia bem, a maneira que se esquivava conseguia desorientar seus oponentes, que acabavam por esbarrar uns nos outros, foi em uma dessas aberturas que conseguiu derrotar dois de uma vez só, riscou sua espada nas costas do primeiro e quando este caiu, tratou de enfiar a espada na barriga do que estava por trás dele.

Agora ele lutava com o único que restara, este parecia estar um pouco amedrontado pelo que vira o ex-príncipe fazer, mas investiu contra ele mesmo assim. Afonso ofegava com os cabelos grudados em seu rosto suado, as espadas continuavam a colidir, em um movimento conseguiu empurrar o homem pra longe e criar uma abertura, era seu fim. Afonso havia lhe cortado a barriga.

Cansado ao extremo depois de derrotar tantos, ele se ajoelhou com a respiração descompassada, uma onda de alívio o invadiu, estava tudo acabado. Aparentemente tinha comemorado cedo demais. De supetão ele sentiu uma lâmina gelada em sua nuca.

— Bravo. - A voz do duque ecoou em seus ouvidos. – Sozinho você derrotou alguns dos meus melhores homens.

Afonso virou-se e viu a face de Constantino, ele tinha uma irritação contida em sua expressão.

— Bom, mas provavelmente não eram assim tão bons. – O duque concluiu.

Na situação em que estava Afonso não podia se mexer, não poderia arriscar atacar Constantino, que mantinha a lâmina fria de sua espada em sua nuca, naquele momento ele estava a mercê do duque.

—__&___

Os homens de Constantino haviam se rendido e agora Catarina e Augusto esperavam por notícias do próprio duque e de Afonso em uma tenda. A princesa tinha os pulsos enfaixados e suas costelas também. Ela se servia de um pouco de água enquanto garantia ao pai que estava bem.

— Já estou bem, meu pai, pode ficar tranquilo.

— Aquele covarde! Como pôde fazer isso com você? Sequestrar sua própria noiva!

— Fui pega completamente desprevenida. Estava passeando pelo jardim quando ele me surpreendeu. O que eu ainda não compreendo é como ele conseguiu escapar da masmorra. - Mentiu a princesa.

— Com licença. - Demétrio havia acabado de entrar na tenda.

— E então? Algum sinal de Afonso ou de Constantino? - Quis saber o rei, fazendo Catarina ficar atenta.

— Nada, majestade. Já vasculhamos o acampamento inteiro e não conseguimos uma pista sequer que nos indicassem aonde podem ter ido ou o que aconteceu com eles.

As notícias trazidas por Demétrio causaram uma angústia instantânea em Catarina, a princesa, porém, tentou manter sua expressão o mais neutra possível diante delas.

— Isso não é possível, isso não faz sentido! - Rei Augusto protestou.

— A única explicação é que Constantino tenha fugido, e que, dessa vez, levou Afonso como refém.

Por um instante a expressão de Catarina vacilou, ela não podia acreditar que Constantino tinha levado Afonso, não podia aceitar, não, Afonso conseguiria fugir. Ele era um exímio cavaleiro, sabia lutar como ela nunca havia visto ninguém lutar, nem o mais condecorado comandante do exército de Artena. Ele venceria o duque e conseguiria escapar, a princesa dizia a si mesma em sua tentativa de se acalmar.

—__&___

Afonso encontrava-se amarrado ao tronco de uma árvore, não tinha tido escolha a não ser se render ao duque que agora acendia uma fogueira a sua frente.

— Bom, aqui, por enquanto, estamos a salvo. Longe o suficiente para que ninguém veja nosso fogo, longe o suficiente para que eu possa pensar com calma. É… Para pensar o que eu vou fazer com você.

Afonso, que apenas o encarava calado, resolveu falar.

— Você sabe que não tem muitas opções.

— É verdade… Eu não tenho muitas opções não. - Concordou calmamente enquanto se dirigia ao seu prisioneiro. - Se ao menos você fosse um rei, um príncipe, aí poderia ter algum valor para mim, mas você não é nada.

Afonso continuou a olhá-lo com uma expressão desafiadora.

— Mas ao mesmo tempo seu irmão, o rei, ele pode estar disposto a pagar algumas moedas de ouro por você, talvez a gente consiga chegar a um acordo.

— Meu irmão jamais fará acordo com um facínora como você. Jamais. – Disparou confiante.

— Isso é o que veremos. Bom, mas agora está na hora de descansar, porque amanhã vai ser um dia bastante longo e cansativo… Principalmente pra você. - Acrescentou maldoso.

Constantino se recostou em uma árvore e colocou a espada em seu colo, Afonso verificou suas cordas, constatando que estavam bem firmes e que não conseguiria se soltar. Respirou fundo. Amanhã quando ele e o duque estivessem se deslocando ele poderia tentar alguma coisa para sair dali e escapar de seu raptor.

No meio de sua confusão de pensamentos ele só tinha certeza de uma coisa: Catarina tinha conseguido escapar, a princesa estava a salvo, e isso lhe deu uma certa leveza e ânimo que lhe causaram estranheza. Não sabia porque estava sentindo aquilo, então resolveu concluir que esses sentimentos se deviam a sua missão cumprida de salvar a princesa em segurança.


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Notas finais do capítulo

Enton? Gostaram?



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