Quebrei minha casca escrita por Eduardo Marais


Capítulo 18
Avante


Notas iniciais do capítulo

Descrição romanceada de uma cena de sexo.



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Não era aquilo que  Regina queria para aquela noite. Queria mais...

A policial solta um grito quando se vê sendo erguida nos braços do parceiro. Ele a ergue junto ao peito e a conduz para o quarto, porque não queria perder tempo e não iria arriscar a mudança de pensamento. Ele a queria, mas não sabia se era recíproco.

Deita-a sobre sua cama e observa seu pacote precioso, lindo e protegido pelo excesso de roupas. Ágil, sem deixar de ser delicado e cuidadoso, Yose vai livrando-se das peças de cobriam o corpo de Regina, sentindo que seus dedos tremiam pelo nervosismo e pela chegada da excitação.

O sutiã se vai e dois pequenos montes redondos se exibem atrevidos e convidativos às mãos, aos lábios e à língua de Yose. Que sensação maravilhosa! Mesmo sendo ousado, percebe que estava sendo bem vindo, ao sentir as mãos de Regina acariciando os cabelos de sua nuca. Ela o estava incentivando! Uau!

Era um regalo caído dos Céus! E ele iria viajar naquele corpo, sem medo de ser feliz!

Quando a calcinha vai para algum lugar longe dali, ele sabe que não haveria volta e que deveria saber que estava lidando com uma peça rara em cristal. Não iria trincá-la, pois não haveria como restaurá-la. Além disso, não iria decepcionar aquela mulher, porque já havia dito aquela frase em outra ocasião.

Yose sorri e avança em sua exploração daquele espaço que se oferecia ao conhecimento. O gosto, o cheiro, o calor que emanava daquela parte do corpo o estava deixando completamente excitado e ainda mais apaixonado. Aquele território seria seu e iria fazer com que sua dona implorasse, quisesse mais e mais viver aquela exploração e aquela invasão.

Lá pelas tantas, depois de tantos gritos, gemidos e palavras obscenas e incentivo, nada sendo ouvidos, Yose percebe que ainda está totalmente vestido, enquanto que o corpo de sua diva estava totalmente despido, exposto e umedecido pela sua saliva que brilhava sobre a pele dela, mostrando o quão longe ele havia ido, com seus lábios e língua.

Em pé junto à cama, Yose começa a despir-se com orgulho de exibir seu corpo cinzelado, talhado pelos cuidados dos exercícios e pela necessidade de manter-se saudável. Viril, mostrando-se impávido e seguro do que exibia para sua amante, ele ofega e aguarda o convite para que a intimidade aumentasse ainda mais.

E é o que acontece. Os dois não hesitam a oferecer prazer um para o outro, esquecendo-se por horas do motivo que os havia colocado frente à frente em momentos passados. Eram apenas amantes, agora.

Sem se preocupar em quem dominava quem naquele encontro, Regina roda seu corpo sobre o corpo de Yose e retribui toda a diversidade de delícias, ao assumir sua situação de gata selvagem num momento de banho ao seu filhote. Iria provocar o homem tátil e despertar mais vontades naquele corpo. Bancaria a dominadora naquele instante e usaria seus lábios, sua língua e sua boca quente para trazer à tona, ainda mais desejo em seu amante. Queria abocanhá-lo e não deixar espaço para qualquer forma de defesa.

Yose geme alto e olha para baixo, acariciando os cabelos de Regina que caiam sobre sua barriga. Mesmo com sua boca ocupada, ela sorri ao ver naqueles olhos lindos, muita luxuria, a mais intensa e pura luxuria. Ele dizia sim com seus olhos grandes e iluminados pela ansiedade de ser engolido e experimentado.

Mas a explosão daquele encontro acontece no momento quando uma parte do corpo de Yose invade carinhosa e lentamente o corpo de Regina, provocando nela uma confusão de emoções e choques semelhantes aos choques elétricos. Era puro prazer, quase selvagem e há muito tempo deixado de lado. Temendo que ele fugisse daquele encontro, Regina se contrai violentamente, prende-o e  agarra seu corpo com os braços e pernas, para que aquele momento durasse o maior tempo possível. Os gemidos dele descreviam o que ele estava sentindo.

Buscar prazer em si mesma, era como comer comida sem sal, comparado àquela situação. O peso do corpo dele, a força das mãos dele, os pelos do peito dele esfregando-se contra seus seios macios provocavam as mais loucas sensações e fantasias na cabeça de Regina. Por segundos, ela se vê sobre o palco da boate, sendo observada por espectadores calados e mascarados, focados naquela dança primitiva e sensual demais.

Regina estava completamente embriagada por aquela doce bebida, saborosa, quente e... jovem. Jovem? Por segundos, ela sente uma pontada de culpa e vergonha, por estar na cama, numa transação sexual, sob o corpo de um cara com onze anos a menos que ela! Ah! Que se danasse! Era o corpo mais jovem que o dela que estava tremendo de prazer, eram lábios mais jovens que os seus que estavam sussurrando coisas indecentes ao seu ouvido e era aquela anatomia mais jovem que estava dentro de seu corpo, massageando seus músculos e estimulando sensações não apenas deliciosas, mas indescritíveis para quem não tivesse as palavras corretas. E ela quase havia perdido a ideia do quanto era gostoso devorar outro corpo, produzir desejo e consequentemente produzir orgasmo em um homem, que a estava vendo como mulher.

Mas naquele momento, tudo estava sendo presenteado e o destino havia escolhido o melhor embrulho e o melhor regalo para que ela retornasse ao mundo das pessoas sexualmente ativas. E que presentão! Com mais de um metro e noventa de altura, belíssimas piscinas celestes que chamava de olhos e um corpo de despertar inveja aos deuses olimpianos, o jovem que estava despido naquela cama não parecia estar preocupado com a diferença de idade e muito menos com o fato de ter carregado sua chefe para uma noite de sexo fabuloso.

Quando Regina começa a sentir frio, percebe que tudo havia acabado e que ambos estavam deitados de frente um para outro, olhando-se de maneira abobalhada. Algum tempo depois do clímax passara e nenhum dos dois tinha percebido que já estava separado do corpo um do outro.

— Você é linda... – ele sussurra quase rouco.

— Você é um fofo, Yose. Obrigado por me tratar tão bem...

Ele se senta na cama e a olha como se tivesse levado um soco no narigão. Faz uma careta de dor e a olha indignado. Abre e fecha a boca algumas vezes e não consegue elaborar nenhuma frase que pudesse expressar seus atuais sentimentos. Ele havia lido mesmo aquela frase imbecil, nos lábios dela?

Sem conseguir esboçar qualquer reação que exibisse seu estado de espírito, Yose se levanta da cama e intenta em ir para o banheiro. Volta-se na direção da cama, olha Regina, muda a expressão para algo que beirasse o desespero, retoma o caminho para fugir, olha a mulher por cima do ombro e decide sair do campo de visão dela.

— Yose, espere! Ele tem apenas dez por cento da audição, Regina! – ela fala de sai para si. Sai da cama e vai para o banheiro, encontrando a porta trancada. – E não adianta bater...

Quase uma hora depois, a porta do banheiro é aberta e Yose sai protegido por uma toalha em torno da cintura. Havia se banhado e a expressão de seu rosto não era das melhores. Ele estava contrariado e ofendido.

“Tem toalha no armário, escova de dente e pode usar meus produtos.”— ele gesticula, caminhando para o armário de roupas.

Regina segura o braço dele e o obriga a encará-la. Leva a mão à nuca dele.

— O que eu disse que o ofendeu?

“Você não é demente e sabe o que sai de sua boca?”

— Eu quero saber onde eu errei.

“Por favor, tome banho e vá embora. Não preciso de sua piedade ou de seu conforto. Passe sua mão na cabeça do seu gatinho de rua e não na cabeça do homem com quem fez sexo!”


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