A guerra contra as Máquinas Mutantes havia se espalhado por todo o globo e os exércitos de todos os países do mundo lutavam em um esforço conjunto para detê-las. Os auxiliando, estava o poderoso Exército de Rejick e graças a isso, as defesas terrestres se tornaram capazes de enfrentar a incessante invasão inimiga. Não tão à parte disso, os lutadores mais fortes lutavam com todas as forças para sobreviver.
— Shin Hasshuken! - Rei Chappa movia os braços em extrema velocidade, golpeando uma Máquina Mutante roxa que tinha sua estatura e corpo semelhante ao de Gill.
As palmas de suas mãos deixaram vários amassados no corpo metálico do inimigo, que deitou no chão. Nisso o velho lutador se viu cercado por mais máquinas ali no centro do salão do seu grande dojô parcialmente derrubado, arqueando as mãos e ficando em posição enquanto manejava os olhos ao redor. Foi quando seus discípulos em trajes indianos brancos avançaram contra elas.
— Lutaremos ao seu lado mestre, não vamos deixar que esses robôs o matem e destruam o dojô! - disse um deles, fazendo o velho Rei Chappa esboçar um sorriso.
— Tudo bem, mas tomem cuidado, muitas dessas coisas são até mesmo mais fortes do que o demônio que me assassinou há quase quarenta anos. - Rei Chappa viu a Máquina Mutante que derrubara se levantando e por isso, colocou as mãos uma em frente à outra, abaixou os braços e respirou fundo, uma aura branca envolveu a silhueta de seu corpo. - Hassenshuken! - ele avançou movendo seus braços alucinadamente, sua nova técnica especial fazia com que seus braços parecessem incontáveis, metralhando o corpo do inimigo sem dó, o qual desta vez se desmanchou em pedaços, com Rei Chappa terminando levemente exausto. - Apenas aguentem firme, pois eu sei que Uub e Son Goku vão fazer alguma coisa.

Em outra parte do planeta, num prado verdejante ao extremo leste, onde já era noite, um guerreiro solitário em azul, com chifres na cabeça e rabo pontiagudo, planava com suas asas sob a luz das estrelas. Seu tridente arremessado e envolto em energia cravou-se no peito de uma Máquina Mutante que caiu em curto.
— Acham mesmo que podem enfrentar o terrível Akkuman?
— Eek! - um Saibaman Mutante se lançou contra ele no intuito de se autodestruir, mas o demônio evitou o contato o arranhando no peito, evitando diretamente a explosão que o lançou para trás, aterrissando em pé.
— Hmm... Essa foi por pouco. - com um sorriso confiante, ele viu mais quatro Saibamen diante de si. - Vocês criaturas verdes são perigosas e sedentas por destruir tudo o que encontram, corações malignos como os seus não têm chance alguma contra mim e a minha técnica especial!
Akkuman concentrou o seu ki e envolto em energia escura, levou os dedos indicador e médio de ambas as mãos às têmporas.
— Gyaaah! - lançando-se ao ataque, os Saibamen bradavam em uníssono.
— Resplendor do Diabo! - jogando os braços para frente, uma onda de energia púrpura saiu de seus dedos em espiral, atravessando os Saibamen um a um, os quais seus peitos estufaram e implodiram de dentro para fora, jorrando fluído verde e no instante seguinte, sua autodestruição ativou espontaneamente, os quatro juntos em uma explosão imensa que os deixou em pedaços. - Isso se chama... final infeliz! Hahahahahahaha! - o demônio logo viu mais Máquinas e Saibamen Mutantes vindo em sua direção. - Podem vir todos, não importa o quão fortes sejam! Enquanto tiverem o mínimo de maldade em seus corações, jamais poderão derrotar o terrível Akkuman!

Na Capital do Oeste, o Esquadrão Pilaf continuava a usar seu arsenal de armas avançadas para proteger o perímetro da Corporação Cápsula. Unidos em um só, o trio de mechas formou uma barreira esférica de plasma ao seu redor e a expandiu a um tamanho suficiente para que os três se separassem.
— Mai, Shu, Operação Rolling Smash, agora!
— Sim chefe! - eles responderam em uníssono.
Enquanto o mecha rosa de Mai girava as mãos dos braços erguidos, mantendo o escudo que os protegia dos tiros de energia e das explosões dos mísseis, o pequeno mecha azul de Pilaf encolheu seus braços e pernas e começou a rolar no lugar como uma bola e nisso o mecha verde de Shu, que era predominantemente duas pernas preparou-se para chutá-lo e assim o fez, no momento exato em que Mai desativou a barreira. Ativando os propulsores, Pilaf partiu em extrema velocidade com seu mecha envolto em energia a faiscar, despedaçando uma porção de Máquinas Mutantes a explodir, ascendendo aos céus após o seu feito.
— Ha! Gostaram disso, suas latas velhas? Vocês não têm o que é preciso para dominar o mundo, como eu tenho!
— Chefe, nós já gastamos três quartos de toda a nossa munição! - alertou Shu via rádio.
— Não importa, continuem lutando! Até que o patrãozinho volte, temos que defender a cidade de qualquer jeito!
— Você ouviu o Pilaf, não ouviu Shu? Até que o Trunks volte, a segurança de todos depende de nós!
— Nesse caso, então vou dar a eles tudo o que eu tenho! - Shu apertou um botão, fazendo o compartimento de míssil surgir abaixo de sua cabine, entre as pernas do mecha, pronto para disparar. - Fogo!
Ele atirou contra uma horda de Máquinas Mutantes, causando uma pequena explosão nuclear que as destruiu por completo. Do outro lado, Mai revelou uma minigun no braço direito de seu mecha e começou a disparar continuamente contra outra horda, metralhando tiros de energia ao invés de balas comuns, enquanto que afastado deles, Pilaf desceu e usou os braços de seu mecha para erguer do asfalto uma rocha enorme de concreto, a qual arremessou contra outro grupo de Máquinas Mutantes.

Em meio ao conflito, o grupo de Pilaf não percebeu quando Trunks e seus amigos retornaram, levando consigo o corpo desacordado de Daburá, algo que deixou Bulma muito surpresa.
— Espera aí Bulma, está me dizendo que conhece esse sujeito? - perguntou Vegeta, que também havia retornado depois de sua luta contra o Androide Mutante #17.
— Sim Vegeta, a Chi-Chi, a Videl e eu o conhecemos no Outro Mundo depois da ocasião de Majin Buu ter transformado todos nós em chocolate após ter escapado da Sala do Tempo. Daburá pode um dia ter sido o Rei das Trevas, mas se tornou um homem sensível e gentil no Paraíso, era difícil acreditar que ele tivesse feito que o que fez por vontade própria.
— O que? Sensível e gentil? - indagou Vegeta, claramente não gostando daquela conversa e nisso, Dr. Briefs se aproximou, deixando o corpo inconsciente de Daburá deitado em uma mesa.
— E então vovô, conseguiram descobrir alguma coisa?
— Sim Trunks, como sua mãe e eu imaginávamos, este homem sofreu uma alteração a nível celular. Cada célula do corpo dele foi minuciosamente modificada em um processo semelhante ao do Androide #17, como pudemos constatar comparando com o diagrama dele que tínhamos guardado.
— Só que ainda assim, são processos de modificação diferentes. - completou Bulma. - O do #17 e da #18 constituía em uma reconstrução celular e molecular que alterava também o DNA e a energia vital, enquanto que a do Daburá limita-se apenas ao nível celular, através de micro-melhorias mecânicas que por si só afetam o DNA.
— Quer dizer que eles transformaram as células dele em células ciborgues, é isso? - perguntou Trunks.
— Basicamente sim, por isso a estrutura orgânica externa dele permanece intacta e talvez seja por isso também que vocês conseguem sentir o ki dele. Por estarem concentradas nas células, essas melhorias mecânicas são melhores que as que o Gill possui, eu diria que eles fizeram de Daburá, de Nappa e de Raditz híbridos de Androide e Máquina Mutante, creio que seja por isso que eles se denominam como Androides Mutantes.
— É meio confuso, mas acho que estou entendendo o que vocês estão dizendo, basicamente foi assim que o Doutor Gero e o Doutor Myuu conseguiram deixar todos eles mais fortes, não é?
— É exatamente isso Marron. - respondeu Trunks.
— Tendo descoberto como eles funcionam, acho que podemos reverter toda a modificação em seus corpos e fazê-los voltar ao normal. - comentou Bulma. - Estão vendo esse dispositivo nas orelhas dele? Essa é a única modificação corporal que ele tem. Esse dispositivo é quase indestrutível, está ligado ao cérebro e funciona como uma espécie de estabilizador para que todas as micro-melhorias se mantenham no lugar, o que significa que, se o removermos da forma correta, as melhorias robóticas ficariam instáveis e poderiam ser removidas também. Daburá voltaria a ser como era antes, já que seu DNA permanece, na prática, inalterado, apesar das modificações celulares que o influenciam.
— Tá, mas como isso pode nos ajudar a salvar o Uub e o meu pai?
— Esse dispositivo nos Androides Mutantes em específico também tem outra função Goten, que é gerar influência para que se mantenha sob o controle do Doutor Gero e do Doutor Myuu. Ele não modifica a personalidade do indivíduo, ela permanece inalterada de modo que a pessoa seja inconscientemente persuadida a obedecer, ainda que consciente de seus próprios princípios, é diferente das larvas do Baby que influenciavam as pessoas a serem seres malignos. Se Daburá ficar livre da influência daqueles cientistas, poderá nos dizer o que houve exatamente com o Goku e o Uub e como poderemos salvá-los desse tal de Abismo, tenho certeza que ele irá nos ajudar!
— Hmpf! Eu tenho minhas dúvidas quanto a isso... - disse Vegeta. - O Raditz disse que Kakarotto iria ser morto por quem ele menos imaginava e eu nunca ia pensar que ele estava falando de um Uub dominado pelo poder do miserável do Babidi, aqueles vermes pensaram em tudo!
— Pobre Uub... - lamentou Buu, quase chorando enquanto tinha em mãos o Bastão Mágico que Uub deixara para trás após a batalha. - Se pelo menos eu soubesse o que é e como chegar a esse tal de Abismo, eu...
— Está tudo bem Buu, nós vamos dar um jeito... Não vamos?
— Claro que sim, Senhor Satan. - respondeu Trunks. - Ouça mamãe, em quanto tempo acha que a senhora e o vovô podem reverter todo o processo de modificação que o Daburá sofreu?
— Eu não sei, algumas horas talvez... É um processo complexo que deve ter levado semanas para o Doutor Gero e o Doutor Myuu construir, mas creio que desconstruir seja muito mais fácil, apesar de ser arriscado, o Daburá pode acabar morrendo se não tomarmos o cuidado necessário durante o período de instabilidade das células.
— Tudo bem, leve o tempo que precisar e enquanto isso, eu pretendo retomar o plano de invadirmos o portal e parar a invasão.
— E nós vamos com você Trunks! - disse Goten, junto de Marron.
— Podem ir, eu vou ficar aqui. - disse Vegeta. - Diferente da sua mãe, não confio nesse sujeito chamado Daburá e eu quero estar aqui para matá-lo quando ele acordar e tentar encostar um dedo nela.
— Ai Vegeta, como você é desconfiado! Daburá mudou quando deixou de ser servo de Babidi, será que não confia na palavra da sua linda esposa, hein?
— Hmpf!
— Eu também não posso ir, eu tenho que ficar aqui, eu... preciso salvar o Uub!
— E eu vou ficar aqui com o Buu, se não se importarem, heheheh... - disse Mr. Satan.
— Está bem, então nós vamos.
Trunks, Goten e Marron deram as costas para se retirar, quando Vegeta os chamou:
— Trunks... Não há como saber o que aqueles malditos guardam do outro lado, por isso, tomem cuidado.
Um tanto surpreso, Trunks assentiu com a cabeça e Goten falou:
— Não se preocupe Senhor Vegeta, nós vamos conseguir, eu prometo!
Vegeta sorriu de canto, vendo a determinação dos jovens guerreiros a sair da sala.
Lá fora, antes de decolarem, um quarto e pequeno membro se juntou ao trio ao se aproximar flutuando.
— Espere Trunks!
— Gill?
— Gill vai com vocês, Gill acha que pode ser útil na invasão da fábrica de Máquinas Mutantes do Doutor Myuu.
— Mas e se a Mai e os outros precisarem de você?
— Está tudo sob controle, Gill já deu um jeito para que eles não ficassem sem munição até nós voltarmos.
— Bem, se é assim... Além disso, agora que o meu pai e o Buu estão aqui, acho que não devo me preocupar, vamos nessa então Gill!
— Gill, Gill! - o pequeno robô repousou contente sob o ombro do saiyajin.
— É a velha equipe de busca das Esferas do Dragão de Estrelas Negras junta novamente! - comentou Goten.
— Pois é, eu só queria que o Uub também estivesse aqui com a gente...
— Nós vamos fazer isso por ele Marron e depois vamos salvá-lo, onde quer que ele esteja. - comentou Trunks antes partirem da Capital do Oeste, rumo ao seu destino.

E o destino de discípulo e mestre era o mais ingrato possível, os corpos de Majin Uub e Son Goku lutavam movidos apenas por seus instintos, abalando as escuras profundezas do Abismo.
Berrando a dor de sua alma, Uub escancarou a boca e disparou uma rajada de energia contínua rosa, a qual Goku desviou com um movimento suave para a esquerda, sob o brilho do Instinto Superior incompleto, deixando o ataque explodir no invisível chão cinza do local. O corpo do terráqueo se lançou ao ataque após isso, desferindo um soco que o corpo do saiyajin esquivou abaixando-se, revidando com a esquerda no estômago, o que fez com que ele vomitasse sangue. Uub gritou ao sentir a dor daquele golpe, o punho de seu mestre ficou enterrado na abertura que havia em seu tronco, manchando-o de sangue. A vida de seu discípulo estava se esvaindo, os imponentes olhos prateados do saiyajin empalideceram, quase que inconscientemente recuando o punho. Em meio à dor, o sorriso demoníaco se fez presente na face do terráqueo, que com toda a fúria levou as mãos ao pescoço de seu mestre.
— Kyeeeeeeeeeaaaaaaaah!!! - apertando-o com todas as forças, suas unhas se cravaram na carne de Goku, jorrando o líquido vermelho no processo. Um pilar de energia rosada os envolveu e Uub gritou ainda mais. - WHOOOOAAAAAAAAH!!!
Tudo parecia tremer e a luz daquele pilar foi ficando cada vez mais intensa, até que uma explosão catastrófica aconteceu, iluminando a escuridão onde agonizavam as almas um dia assassinadas pela Família do Mal, até que tudo se apagou outra vez. Ambos agora pairavam no ar, com suas auras os iluminando, o gi azul e amarelo de Goku estava em fiapos, tendo o pescoço sangrando e escoriações por todo o corpo enquanto sua expressão inviolável era brindada pela insistente presença de lágrimas em seus olhos ao ver Uub morrer aos poucos, totalmente ensandecido, mas com o sorriso de maldade de Kid Buu que insistia em aparecer vez ou outra.
Seus corpos se atraíram para o choque mútuo, que se repetiu por mais umas três vezes ao se repelirem após os impactos, antes de darem início a uma troca de golpes em alta velocidade. Uub começou um despejo de socos, pisões e chutes de maneira selvagem e Goku começou a desviar como se os mesmos estivessem em câmera lenta para na abertura revidar com uma sequência de socos tão rápidos que o corpo do jovem terráqueo pareceu ter sido bombardeado por um emaranhado de punhos em uma fração de segundo, com o último lhe atingindo do lado esquerdo do rosto. O corpo de Uub girou cambaleante na escuridão, com a ferida no peito totalmente aberta outra vez e com a boca inundada de sangue, escancarando-a em fúria e liberando fumaça das narinas como um touro raivoso, partindo contra seu mestre novamente. No momento em que sua estocada dupla iria atingi-lo, Goku sumiu do seu campo de visão em um piscar de olhos, surgindo atrás de suas costas como se o tivesse atravessado e no instante seguinte, o corpo de Uub foi massacrado em pleno vácuo, como se o saiyajin ainda estivesse ali atrás lhe desferindo milhões de golpes em um segundo. Sangue espirrou de seu peito quando a sequência o lançou para o alto, com o corpo de Goku se elevando até ele e virando um mortal para trás em um chute de bicicleta que o devolveu a descer, o seguindo de cabeça para baixo até girar em diagonal e desferir um chute nas costas, ficando em pé no processo. Majin Uub foi lançado para longe, voando a uma altura baixa do invisível chão cinza, colidindo com uma parede invisível que se partiu como vidro, sua cabeça girou em cento e oitenta graus, sorrindo maleficamente para Goku, que o viu deslocar os ombros para trás para lhe apontar as mãos com as quais lançou uma rajada de ki. O mestre manobrou por em torno do ataque e se aproximando de seu possuído discípulo, sumiu mais uma vez, aparecendo do outro lado e desferindo um chute no meio do corpo que o lançou na direção contrária, onde o corpo de Uub caiu, quicando algumas vezes no solo até rolar e por fim parar de bruços.
— Uub... - a expressão no rosto de Goku, que até então se mantinha inviolável apesar do lacrimejar, começou a se entristecer.
O saiyajin estava vendo o corpo de seu discípulo estralar suas articulações de volta no lugar e se levantar novamente com extrema dificuldade. O mesmo ofegava, deixando uma grande quantidade de sangue no chão, era incrível como ele ainda estava vivo naquele estado em que sua pele já se encontrava pálida e fria, quase como a de um cadáver, tudo o que o movia era o mal e a angústia dentro de si. Ele bradava, tentando forçar uma regeneração que o corpo não era capaz de fazer, levando as mãos à cabeça em agonia após isso para depois soltá-la abrindo os braços com os punhos fechados, envolvendo-se em sua aura de ki rosada, antes de batê-los no peito como um gorila.
— Ooohoohoohoo... Gwaaaah! - ele levou as mãos ao tórax, se contorcendo ao sentir tremenda dor.
— Eu não posso continuar vendo isso! - Goku fechou os olhos e sacudiu a cabeça. - Por que a alma de Majin Buu insiste em ficar consciente no corpo dele? Por que o Uub sofre tanto?! Mesmo com o poder de ataque do Instinto Superior limitado nesse estado, os meus golpes ainda machucam o Uub, droga! - ele então abriu os olhos, olhando com raiva para seu próprio punho. - Por que eu fui ficar tão forte? Pela primeira vez... Pela primeira vez na vida... Eu só queria ser mais fraco para não acabar matando ele!
— Gaaaaaaaaah!!! - curvando levemente o tronco, mantendo os braços curvos e firmes, Uub começou a elevar o seu ki.
— A angústia dele é mais forte, não consigo deixá-lo inconsciente e eu também não quero meu corpo o esquivando enquanto o vejo morrer! Eu prefiro... Eu prefiro desistir e deixar que o Doutor Gero e o Doutor Myuu consigam o que eles querem!
— Kyaaaaaaaaah!!!
Pensando demais, Goku abriu a guarda do seu Instinto Superior e foi naquele momento que o possuído Uub ascendeu ao ataque, desferindo um potente soco em seu estômago e depois estendendo a mão, disparando uma rajada de energia à queima-roupa que o atravessou pelas costas. Caindo para trás, o saiyajin o viu se aproximar outra vez e aplicar um chute no rosto que o mandou em diagonal para baixo, impactando-se contra o invisível chão cinza. Ao se levantar vagarosamente, Goku olhou para cima, vendo Uub com a mão direita para o alto, onde uma grande esfera de energia rosa começou a se formar. A mesma lhe foi arremessada e o saiyajin a segurou com ambas as mãos.
— Pare de tentar lutar corpo! Eu não quero... Eu não quero matar o Uub!
— Haaaaaaaaaaaaahh!!!
Uub tentava forçar o seu ataque quando o inevitável aconteceu, o corpo de Goku, que já estava praticamente sem energias, chegou ao seu limite. Como quando lutou com Jiren no Torneio do Poder, seu corpo sentiu o preço em quebrar seus limites ao usar a habilidade que é difícil até mesmo para os deuses de conseguir naquele estado, suas costas arderam, suas pupilas viraram e raios negros envolveram seu corpo. Mais ensandecido do que nunca, Uub continuou a forçar seu poder e não demorou muito, Goku foi engolido pela grande esfera de energia e uma explosão enorme se sucedeu na escuridão do Abismo mais uma vez, uma ainda maior do que as anteriores. Tudo aquilo terminou com o corpo de Goku estirado, agora em seu estado normal, aparentemente morto e banhando em sangue. Lá no alto, o corpo de Uub também sangrava e depois daquele ataque, começou a ficar com a visão turva e perdendo a consciência, despencou do céu, caindo de bruços em um baque.
Mestre e discípulo jaziam caídos, sem resquício aparente de um fôlego de vida e com a dor eterna de um combate vazio em um lugar vazio que os levou a derramar o sangue um do outro. O terrível plano do Doutor Gero e do Doutor Myuu parecia estar se cumprindo e o pedido de socorro da Terra não era capaz de chegar ao silêncio das profundezas do Abismo.