Acordei com o meu celular vibrando (era uma mensagem da operadora u-u), olhei para o relógio ao lado da cama e marcavam exatas 7hrs, o quarto estava escuro as cortinas estavam fechadas e o dia nublado não ajudava muito, passei a mão por trás de mim com a esperança de sentir Harry, porém ele não estava lá, me sentei na cama para poder acordar direito e avistei uma foto emoldurada e pendurada na parede em frente à cama, na foto estavam Harry, Liam, Louis, Zayn e Niall... Mas não eram o Harry, Liam, Louis, Zayn e Niall da One Direction, eram apenas eles, Harry, Liam, Louis, Zayn, Niall, grandes amigos, irmãos, brincando, se divertindo. Na foto estava Niall pendurado nas costas de Zayn enquanto Zayn estava mostrando a língua, Harry e Louis estavam bagunçando um o cabelo do outro e Liam estava agarrado no Zayn fazendo careta, era uma foto engraçada, que eu nunca havia visto antes, olhei em volta, observando cada detalhe do quarto, as roupas jogadas na poltrona, o sapato ao lado da cama, as fotos da família e dos meninos, - “é impressionante como Deus é sensacional, de tudo que eu sofri, tudo o que eu passei, agora eu estou aqui, vivendo uma coisa que eu nunca achei que fosse viver, estou sendo recompensada, digamos assim.” – pensei, soltando um sorrisinho bobo e olhando em volta, - “por favor alguém me belisca?” – pensei rindo.

— Nath? Meu telefone tocou? Ai, não era para ter te acordado! – Harry apareceu na porta sem camisa, colocando o cinto.

— Não, foi o meu celular que vibrou, - falei ainda sorrindo bobamente.

— Que foi? Viu um passarinho azul? – Ele perguntou vestindo sua camiseta.

— Não seu bobo, por quê? – perguntei, agora o encarando.

— Porque tu tais sorrindo igual uma boba – ele disse se aproximando e se sentou em minha frente na cama.

— Aah, sabe o que é? – falei e ele soltou um ‘hum’ – É por causa de 5 passarinhos lindos, - disse e ele riu.

— A Bird Direction? – Ele disse rindo.

— Bird Direction Harry? Sério? – o olhei e ele continuou rindo. – Depois sou eu que só falo merda né – falei segurando o riso.

— Viu como a gente nasceu um para o outro? – ele parou de rir e me encarou.

— Claro, nunca tive dúvidas disso, só é um pouco demais pra mim ouvir isso do próprio ídolo, deixa eu me matar ali e já volto – eu disse rapidamente, já que o que ele acaba de falar foi um pouco demais para uma pequena e sonhadora menina, ok, de pequena eu não tenho nada, só de sonhadora.

— Não, não se mata não... – ele disse rindo. – Eu tenho que ir né, - ele se levantou e me encarou eu fiz uma carinha triste – Não faz essa carinha, poxa – ele voltou a se sentar na cama em minha frente e apertou as minhas bochechas levemente.

— Então espera eu jogar uma água no meu rosto e daí eu vou com você, - falei se levantando – daí você me deixa lá em casa, ou eu vou de taxi, sei lá... – completei indo até a frente dele.

— Não Nath, fica aí... – Ele me puxou me fazendo cair na cama ao seu lado. – Eu volto depois do almoço, volta a dormir aí e quando eu voltar a gente faz algo, por favor... – Ele disse com cara de pidão.

— Aé, não vou conseguir dormir de volta Styles... – falei.

— Então não dorme, faz outra coisa sei lá, tu já visse o tamanho dessa casa? – ele me olhou e eu soltei um ‘uhum’ – É a casa do teu ídolo, vai conhecer, sei lá, tu é directioner pow, o que tu faria na casa de um de teus ídolos? – Ele completou me olhando e eu fui obrigada a rir das ideias dele.

— Eu faria várias coisas, mas todas elas os envolvem junto... – eu disse soltando um sorriso malicioso e ele me encarou assustado.

— Essa é minha fã... – Ele falou colocando a mão nos olhos e logo depois rindo. – Ta, eu tenho que ir... Se vira aí Natália, só por favor fica aí, - ele disse se levantando da cama e pegando seu celular encima da mesinha, - eu volto pra gente almoçar juntos daí, - ele se aproximou de mim, - se você for pra casa antes de eu voltar, eu vou até lá e te busco e te bato entendeu? – ele falou sério.

— Ui, bate que eu gamo – falei rindo.

— Sua idiota, to indo – ele disse se dirigindo a porta, - qualquer coisa me liga, - ele falou, esperei ele sair e me joguei pra trás, me deitando de braços abertos nos lençóis com cheiro de Harry Styles, - Sério Natália, se eu voltar e tu não tiver aqui, eu te mato – ele apareceu no quarto novamente e dei um pulo da cama, ele me assustou.

— Vaza Styles, vaza... – Falei jogando um travesseiro nele, - Vai fazer o que teu tens que fazer que eu me viro, papai – completei rindo, - E pode deixar, EU VOU ESTAR AQUI QUANDO VOCÊ VOLTAR! – Disse quase gritando e ele apenas disse baixinho “acho bom” e saiu, me deitei na cama se agarrando aos lençóis com o cheiro dele e adormeci novamente. 

Acordei com o meu telefone tocando, demorei um tempo para raciocinar, fui atender.

Ligação on:

— Alô? – Falei sonolenta.

— NATÁLIA? CADÊ VOCÊ SUA CABRITA? – Disse aquela voz irritante vindo do outro da linha, que eu reconheceria até se fosse em irlandês.

— Calma Brenda, eu to na casa do Harry... – Disse coçando os olhos.

— O QUÊ? NATÁLIA FONSECA, A SENHORITA ESTÁ ME DIZENDO QUE DORMIU COM ELE?? SUA TONTA, EU VOU TE MATAR, IRMÃ MINHA NÃO FAZ ISSO, PORQUE... – Ela gritava que nem uma condenada, enquanto eu afastava o celular dos meus ouvidos para que eu não ficasse surda.

— Não Brenda, não dormi com ele... – Falei assim que ela calou a boca, talvez por ter perdido o fôlego de tanto que gritou. – Ele só me trouxe aqui porque... – dei uma pausa. – Ah quer saber, não te interessa, eu já tenho 18 anos e sei muito bem cuidar da minha vida... – Falei irritada desligando a chamada.

Ligação off.

Ela voltou a ligar, apenas ignorei a chamada, deitei minha cabeça no travesseiro e ela novamente ligou, ignorei a chamada de novo e depois desliguei o celular, para que ela não me atormente novamente. Eu não sou tão trouxa aponto de dormir com o cara no primeiro encontro, até que com o Harry eu acho que rolaria... Mas, não! É loucura pensar nisso, porque até então Harry Styles pra mim era tipo uma vitrine de uma loja cara, na qual eu só podia ficar olhando e babando através daquele vidro, desejando um dia poder ter o que aquela vitrine expõe, era exatamente isso que o Harry era pra mim, eu ficava babando por ele, e desejando tê-lo pra mim, só que eu não podia tocá-lo, porque tinha aquele bendito vidro nós separando, mas por alguma força do destino, ou sei lá, aquele vidro sumiu e eu agora posso tocá-lo, vê-lo, senti-lo, tê-lo porque, agora, ele está fora da vitrine... Ou eu que estou dentro dela?

Resolvi deixar meu pensamentos e ir vasculhar a casa (devo dizer castelo? Parque de diversões? Wonderland?) do Harry. Sai do quarto e caminhei pelo corredor, percorri todo o perímetro da casa, desde dos mais minúsculos cômodos até os mais extensos, a decoração era perfeita, havia muito luxo mas nada de muito exagerado, os móveis tinham um acabamento fantástico, muito bem cuidados, os quadros nas paredes deixavam um ar diferente na casa, e o que me chamou atenção foram os retratos, havia de todos os tipos, pendurados na parede, colocados sobre os móveis, retratos dos meninos ainda no X- Factor, retratos da sua família, com sua mãe, havia com alguns amigos, fotos realmente de todos os tipos e datas, fotos que eu não havia visto nunca na vida, fiquei admirando os retratos, e assim eu ia conhecendo um pouco do Harry que a mídia não conhece.

Resolvi voltar para o quarto do Harry ver o que havia de bom para bisbilhotar lá, já que era o único cômodo que eu ainda não havia, literalmente, bisbilhotado. Cheguei no quarto, com certa dificuldade já que a casa é gigantesca e os corredores enormes, é um lugar fácil para se perder, mas o quarto de Harry não era tão difícil de achar já que é o maior da casa. Fiquei mexendo nas prateleiras do quarto, nas gavetas e em algumas eu achei milhares, mais milhares de preservativos de todos os jeitos, cores e sabores, também havia ursinhos de pelúcia, provavelmente presentes de fãs, tinha pedaços de letras de músicas não acabadas. Em seguida fui para o banheiro do quarto, lá era gigantesco, talvez do tamanho do meu antigo quarto no Brasil, ou até maior, era bem lindo e bem decorado como o resto da casa, vasculhei tudo e não encontrei nada de que um banheiro comum não tivesse. Voltei para o quarto e avistei uma outra porta, a abri e dei de cara com uma espécie de closet, haviam cabides e mais cabides com blazers de todas as cores e tipos, os sapatos na partezinha de baixo, as milhares de camisas, os chapéus, as tocas, as suas calças, tênis... Enfim, eram milhares de roupas de todos os tipos, mais pra frente havia um tipo de mural gigantesco, nele havia no canto apenas alguns recados do Louis:

“Bro, eu te amo, não esquece de levar as 20 pizzas que tu ta devendo pra mim e pro Niall amanhã ta?”

“Porra, esqueceu do aniversário do Liam é?”

“Vai se foder vai!”

“Cara, não fica brabo comigo, desculpa ter dito que o Zayn é mais bonito que você, sério... Mas cara ele é o Zayn!”

E algumas fotos e desenhos de fãs. No meio havia um imenso espaço em branco. Fiquei observando por um tempo o espaço vazio até que uma ideia me veio a cabeça, olhei para o relógio e ainda faltavam algumas horas até que Harry chegasse, “acho que dá tempo” – pensei. Fui até o computador de Harry.