Imagine - SUPERNATURAL escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 18
Sam Winchester




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Bunker

—E esse é o que eu chamo de “O mundo de Dean”!

—Que nem o “Mundo de Michael” de Eu, a patroa e as crianças? – Você destruiu a ideia aparentemente original de Dean num piscar de olhos.

—Não, S/n.... - Ele estava claramente irritado.

—Pois eu acho. – Você continua a implicar, achando uma graça vê-lo armar um biquinho.

—Desde quando você tem tempo de arrumar isso aqui, Dean? – Sam estava embasbacado em como não havia percebido nada. – Como você passou um sofá sem que eu percebesse?

—Ah, Sam... Como se quando S/n tivesse por perto você percebesse as coisas ao seu redor. – Ele havia sido ácido propositalmente.

Apesar de aquilo ser verdade, vocês dois não puderam evitar corar.  Era até fofa a maneira como ele se comportava diante a sua presença: alheio a tudo, com olhos somente em você. Não era novidade para ninguém e muito menos para vocês dois que um era louco pelo outro, mas nunca tomaram coragem para nada. Há seguramente dois anos apenas ficavam enrolando, provocando um ao outro, mas sem nunca partir para os finalmente. Dean apostava que vocês dois eram covardes por não quererem avançar, e talvez até fosse um pouco isso.

—Isso.... Não é verdade. – Você até que tentou sair por cima, mas falhou miseravelmente.

—Aham, sei. Agora será que pode parar de ficar com vergonha e vir me ajudar, Sammy?

Sem esforço algum, Sam ajudou Dean a colocar a grande televisão em cima do móvel. Você até fingiu que não percebeu ele forçando seus braços mais do que devia, mas só fingiu.

—Agora é só ligar e ....

—Hã, Dean?

—O que?

—Certeza que você fez isso direito?

—Está insinuando que não sei colocar um fio em uma tomada direito?

—Não é isso. É só que.... – Você preferiu apontar para a televisão que fazia um som de estática terrível, adquirindo um tom roxo inundando toda a sala.

Vocês em si apenas sentiram um choque atravessar por seus corpos seguida da sensação de serem sugados para algum lugar. Com um baque, caíram no asfalto quente, reclamando levemente de dores.

—O que foi isso? -Você se levantou com cautela, colocando sua mão na cabeça verificando se não havia nada de errado até olhar para os garotos e soltar um grito agudo digno de filme de terror.

Não, sério. Aquilo realmente soou como um grito de terror. Com as mãos na garganta, você olhava assustada para os Winchester’s que agora também berravam e se olhavam sem entender nada.

—Eu sou um desenho!

—Não, eu sou um desenho!

—Nós somos a droga de um desenho!  Como que isso aconteceu?!

—Isso não acontecia no mundo de Michael.

—Sam, o que fizeram com o seu rosto? Essas linhas estão desproporcionais.... – Você não havia sido eficiente em falar baixo, atraindo a atenção para si.

—E desde quando isso importa, S/n? – Dean disse a verdade. – Nós fomos sugados por uma televisão e você está preocupada com os traços do Sammy?! Pela mãe do guarda, viu?

—Os seus estão certos até demais se quiser saber.... – Sam confessou timidamente após uma longa e detalhada inspeção por suas curvas. Vocês estavam um encarando o outro com sorrisos tímidos no rosto. Era de fato uma cena fofa de se ver.

—Ah, pelo amor de Deus! Não comecem com isso mais uma vez!

—Não estamos fazendo nada, Dean.

—Imagina, nós só estamos no universo do Scooby-Doo e vocês insistindo que não tem nada entre vocês.

—Você não precisa exagerar, Dean.

—Não, é sério. Não estão vendo a máquina de mistérios logo ali?

—Mas o quê...? De tantos desenhos para ir, porque justamente esse?

—Você não gosta do Scooby-Doo, S/n? – Dean estava indignado.

—Não é bem uma questão de gostar, Dean. É mais o fator de ter pânico de cachorros.

—Mas o Scooby é completamente inofensivo!

—Enquanto ele é só a droga de um desenho! Mas estando aqui, significa que ele também é.... Real.

—Eu não sei vocês, mas eu é quem não vou ficar perdendo tempo aqui enquanto eles estão lá dentro! – Dean ignorou o drama que estava se formando na tentativa de conhecer o seu desenho favorito, te deixando sozinha com Sam.

—Você vem comigo? – Ele te estendeu a mão, receoso da sua recusa. – Eu prometo que te deixo longe daquele cachorro.

—Se você promete... – Você aceitou sua mão com um pouco de medo, mas ao sentir o calor de seus dedos imediatamente sentiu-se relaxar.

Tinha de tomar cuidado, por ser um desenho todas as situações ficavam literais.

E não seria nada agradável Sam ter que lidar uma poça de S/n naquela hora.

***

—Não é qualquer cão falante, é O cão falante!

EU SEI! Agora será que dá para irmos embora logo?

—E você pretende me contar como fazer isso, S/n? A única solução lógica que vejo são eles nos ajudando.

—Aham, sei, Dean. Nenhum interesse nisso?

—Absolutamente nenhum. – Seu sorriso cafajeste entregava que era mentira.

Você apenas conseguia engolir em seco perante a aproximação da mesa da turma, e o fato de Sam segurar forte sua mão tentando transmitir segurança não ajudava em nada. Para ser sincero, Samuel também não estava em condições de te acalmar, já que ele mesmo estava um poço de nervosismo por estar tão perto de você. Nunca naqueles dois anos que se conheciam haviam segurado as mãos em um período tão curto de tempo. Chegava a ser engraçado você não ter medo dos monstros, mas sim de um cachorrinho. Parecia que ele finalmente poderia cumprir um papel de protetor para a garota que ele gostava.

E ele adorava isso.

—É claro que ele não tinha nenhum interesse nisso, não é? – Você sussurrou para Sam ao notar Dean beijando a mão de Daphne, atordoado com a realidade.

—É claro que não... – Sam rolou os olhos, nada surpreso com o irmão.

Vocês se aproximaram da mesa, com ele tendo todo o cuidado de te deixar o mais distante possível do Scooby. Não que isso fizesse muita diferença já que o cachorro parecia ocupar quase que a mesa toda. No momento em que Dean se divertia com o tamanho que sua boca conseguiria fica com um sanduíche, você começou a reparar que havia algo errado naquilo tudo. Sabia que o loiro pretendia conquistar Daphne, mas não era bem aquilo que estava acontecendo. Certo, eram dois caras novos - o que automaticamente chamou atenção das meninas, mas algo em seu âmago dizia que a partir daquele dia você detestaria ainda mais aquele desenho.

***

—A CASA É ASSOMBRADA?! – Sam e Scooby exclamaram ao saber da condição para a herança.

Aquilo beirava já ao ridículo para você.

—É sério que só precisamos chegar ao final do episódio para sairmos daqui?

—Não corta o meu barato, S/n! – Dean ralhou.

—Sam, o que mais você esperava? Era óbvio que seria assombrada! – Você ameaçava perder a paciência com a incredulidade do moreno. – Só segue o fluxo para acabarmos logo com isso. E nem adianta me olhar com essa cara, Dean. Só quero minha realidade de volta. – Você se encolheu, passando seus braços ao seu redor.

Aquilo tudo te incomodava de uma forma que não conseguia explicar. Não era só o medo de cachorro, mas também o estar fora da sua zona de conforto. Queria sua casa, sua cama de volta. Estavam lá a menos de uma hora e já havia se aproximado de Sam de uma forma que nunca havia conseguido em dois anos, e aquilo era assustador.

Talvez tanto quanto os mistérios eram para a turma do Scooby.

—Quem é que aceita passar uma noite em uma casa mal-assombrada por um milhão de dólares? Isso é loucura! – Sam insistia em tentar compreender um desenho animado, irritando você e Dean, até que...

—Qual é, Sam! A casa não é assombrada. – Aquela voz estridente – pelo menos para você, se fez presente. Uma coisa era você convencer pela exaustão Sam a só seguir o ritmo, outra totalmente diferente era Velma insistir que não tinha fantasma coisa nenhuma. E pelo o que você conhecia do moreno, Velma teria toda a atenção do rapaz agora.

Sabia que ele adorava convencer alguém de que estava certo.

***

—Garotas e rapazes não dormem no mesmo quarto, Dean. – Daphne impediu os avanços do mais velho.

—Aposto como ele não esperava ouvir isso. – Sam sussurrou para você, que riu em resposta.

—Melhor irmos para o quarto, S/n, Velma. – Daphne chamou vocês duas escada acima, apenas dando uma última visão de Dean se enfurecendo mais ao notar Fred passar os braços sob seus ombros.

Aquela seria uma longa noite.

—Os rapazes novos até que são bem legais. – Daphne puxava assunto enquanto arrumava a cama.

—São sim, mas aquele grandão é meio bobo. – Velma disse como quem não queria nada.

—Como é? – Você não se aguentou.

—Ele acha que essa casa é realmente assombrada, S/n...

Daphne apenas soltou um muxoxo, sentando-se na sua cama.

—O que foi, Daphne?

—Nada, eu só pensei que você curtisse os grandões.

—Como é que é? – Sua pergunta se alterou um pouco, esbugalhando os olhos.

Era impossível que sua concorrente fosse um desenho animado, aquilo não estava acontecendo.

Velma não havia respondido nada, apenas corado como um pimentão. Diferente de você que apenas havia esmagado um travesseio com ódio de Dean por ter pego aquela maldita televisão.

***

“AAHHHHH”

 Aquele grito estridente havia acordado toda a Mansão e só significava uma coisa: a aventura havia de fato começado. Sem se importar de estarem de pijama, as garotas saíram correndo em direção ao quarto. Você não ligava para nada – era só um desenho, afinal, mas ao chegar no ambiente e dar de cara com os garotos já investigando o local, um arrepio subiu por sua espinha. Sam se virou a tempo de te ver diminuir o ritmo da corrida, procurando um dos irmãos para que pudesse reclamar e ao encontrar justamente o moreno te encarando, tomou consciência da fina e pequena camisola que Daphne havia emprestado. Era evidente o pomo de Adão de Samuel subindo e descendo com dificuldade, sua respiração descompassada -  momento este completamente arruinado por Dean surtando ao perceber que o homem estava morto de verdade.

—Isso não pode estar acontecendo...

—Parece que temos outro mistério em nossas mãos, turma!

—Fred, você tá brincando? Esse cara morreu de verdade, é um caso de polícia! – Sam havia voltado ao seu estado normal: indignado com a animação.

 -É melhor nós começarmos a procurar pistas. Fluidos, por exemplo! – Velma estava radiante com a oportunidade.

—Fluidos?!

—Sam, não surta. – Você rodava os olhos por ele continuar a gastar energia com aquele tipo de preocupação. – É só um desenho!

—Onde que assassinato é desenho de criança, S/n?!

—Ser um desenho não necessariamente significa que é para crianças, Sam! Acorda, nós nunca teremos um universo normal então era óbvio que isso aconteceria aqui! SÓ – RELAXA!

***

Castiel havia aparecido contando como tinha sido sugado para dentro da televisão quando o fantasma resolver dar as caras, o que significava que estavam no meio do episódio. Fred tinha feito a burrice de pular contra o monstro, o que só afetou ainda mais a sua paciência, resultando em Dean caído no chão, com as paredes arranhadas – além de você ter se colocado na frente de Sam quando o fantasma se virou em sua direção, arranhando seu rosto antes que o moreno te jogasse no chão com Fred.

—Muito obrigada mesmo, Fred. – Você bufou, passando a mão pelo corte. – Você tem sorte de não ter sido um lobisomem.

—Foi mal, S/n... – Ele respondeu sem graça.

—Fantasmas não existem, muito menos lobisomens! – Velma começou, se deslocando até a parede onde ele tinha desaparecido. – Deve ter sido só uma porta secreta...

—AH MEU DEUS, OUTRO CORPO! – Daphne se espantou ao entrar no quarto de onde a criatura havia saído, deparando-se com alguém esquartejado.

—Meu desenho... – Dean sussurrou, chateado com sua infância destruída.

—Vamos ter que nos separar e procurar pistas! – Fred declarou com sua mão na cintura, como se fosse um líder super-herói.

—Ah, fala sério! Não estão vendo que é um fantasma?

—Fantasmas não existem, S/n! –Velma insistiu.

—Mas... – Castiel começou, mas desistiu no mesmo instante. – Esse é o plano? – Ele estava desacreditado. Nunca que em todos os seus anos na Terra tinha visto algo tão... simples?

—Olha, eu não acho que nos separarmos seja uma boa ideia. É mais fácil Dean, S/n e eu protegermos vocês se ficarmos todos juntos. – Sam foi sensato, fazendo com que você e Dean batesse a mão no rosto.

—É sério, Sam? – Velma se aproximou – Eu nunca achei que um cara.... De ombros largos como você – Velma babava enquanto passava a mão pelos braços de Sam – Fosse medroso com o Salsicha. Sem ofensas.

Dean só olhou para você, que fuzilava a garota com o olhar.

—Eu apoio a ideia, Fred. Vou fazer dupla com a Daphne! – Dean se aproveitou da situação correndo para o lado da garota.

—ÓTIMO! Então seremos nós três! Castiel, Salsicha e Scooby fazem um trio e Velma, Sam e S/n o outro! – Fred simplificou as coisas.

—Nós vamos checar o sótão, quer dizer, a não ser que você esteja com medo. – Velma se jogou para cima de Sam, que desviava o olhar dela para você, sem graça.

Sam não era burro, sabia que ela estava dando em cima dele, mas também era ciente do lance que tinha entre vocês – por isso nada mais junto do que ficar receoso com a aproximação da adolescente. Ele tinha medo do que você pensaria.

***

—Acho que esse é o seu primeiro mistério. – Velma concluiu ao entrarem no sótão.

—Maravilha, eu sou inexistente para ela! – Você era ignorada pelos dois, já que Velma só tinha olhos para Sam, e ele, bem, ele ainda tentava convencê-la de monstros eram reais.

—Se você puder manter esses ombros largos longes das pistas será ótimo! – Ela pediu, correndo para se espremer entre caixas com os ombros dele.

—Velma, você tem algum problema com ombros largos? – Você foi ao ponto.

—E-eu? Não, porque? – Ela ficou sem graça.

—Porque parece que você está muito incomodada com os do Sam. Incomodada até demais.

—Ei... – Sam estendeu o braço na sua direção, mas parou ao concluir que não saberia o que fazer.

—Olhem só! Pistas! – Velma fugiu do assunto mostrando um baú aberto. – Os brinquedos são as únicas coisas limpas, e...

—Sam, ectoplasma! – Você mostrou.

—Fantasmas não... – A fala dela foi interrompida quando os brinquedos levitaram e foram na direção de vocês.

—Ele bem que avisou. – Você alfinetou enquanto corria.

—ISSO NÃO É NADA! DEVEM SER SÓ LUZES DE NATAL E LINHAS DE PESCAR.

Você parou de correr e ia você mesma pegar um brinquedo voador para atirar na cabeça de Velma, afim de ver se ela criava juízo e enxergava o óbvio, mas foi impedida por Sam que viu bem a tempo.

—S/n, não. – Ele tirou o brinquedo de suas mãos e passou carinhosamente a mão pelos seus ombros, te acalmando.

O fantasma estava atacando de novo – o que fez todos correrem. Você mal acreditou quando a famosa perseguição de porta em porta começou permitindo-se pela primeira vez se divertir – esquecendo-se até que Velma ficou perdida sozinha com Sam em alguns momentos. Oras, você tinha encontrado o Scooby- Loo! Certo, ele ainda era um cachorro, mas era inusitado ele estar bem ali. Você participava de um easter egg! Outro momento em que caiu na risada foi quando Dean agarrou na mão de Daphne, puxando-a para se esconder – o que só fez Sam se sentir constrangido.

Todos vocês estavam reunidos em um quarto, preparando-se para o ataque do fantasma. Você, Sam e Dean ficavam a frente, enquanto Castiel fazia a proteção traseira.

—O Dean pegou o fantasma pelas coxas! – Daphne acusou.

—Você fez o que? - Castiel perguntou.

—Eu não fiz nada não! – Dean se defendeu masculamente.

—Pela última vez pessoal, fantasmas NÃO EXISTEM! – Velma se irritou, tendo a respiração a mostra bem a sua frente devido a temperatura do quarto.

—Ah é? E como me explica isso? – Sua acidez já era perceptível a várias cenas do episódio.

—Ar condicionado quebrado?

—AH, FALA SÉRIO, VELMA! Você se diz a mais inteligente da turma e não quer aceitar o óbvio?!  Se tem quatro pessoas mais velhas que você aqui – e ressalto que somos mais velhos do que os seus dezesseis anos – você disse olhando dela para Sam, explicitando – Dizendo que isso é a droga de um fantasma então só aceite que É A DROGA DE UM FANTASMA! – Sua fala foi completada pela criatura escancarando a aporta, assustando a todos.

—Uau, porque você não estava no desenho original? – Dean adorou o efeito dramático.

—Essa fantasia parece bem real... – A voz dela já estava trêmula, tendo Sam te abraçado antes mesmo que você pensasse em pular no seu pescoço para fazê-la enxergar a realidade.

—Vou perder a cabeça mais vezes se você fizer isso... – Você sussurrou de modo que apenas Sam escutou, com ele soltando uma risadinha baixa que reverberou em todo o seu pescoço, descompassando seu coração e molhando sua calcinha.

Quando enfim o fantasma atacou e prendeu todos nas paredes você ficou mais do que contente em pegar os candelabros que Sam havia jogado para você e Dean, atacando a aparição. Só não contava que Sam fosse pegar Velma no ar – mas isso não importava, pelo menos não agora que mostraria como estava certa.

Apesar que...

—Foram só cabos!

—Eu desisto, é sério! Para mim já deu, pessoal! Eu sempre preferi os Flinstones mesmo! – Você jogou seus braços para o alto, desistindo de se estressar. – Eu só quero ir para casa!

—Dean, nós precisamos contar a verdade. – Sam estava preocupado com você. Já tinha percebido como tinha se estressado por causa dele e tinha medo que isso afetasse a relação de vocês de alguma forma.

—Que verdade? – Daphne escutou.

—O fantasma... ele é real. Os monstros são reais.

—Como assim? – Fred estava confuso.

—Não é um cara vestindo uma máscara. É um espírito vingador que voltou dos mortos.

—Então tudo o que você me disse é verdade? – Velma tremia.

—Ah, mas com certeza é! – Você foi bem enfática.

***

Aquela armadilha não ia funcionar, mas não seria você quem iria avisar.

—Me desculpe pelo meu surto de mais cedo, eu não queria.... – Você se aproveitou do pequeno momento de privacidade para esclarecer algumas coisas com Sam.

—Não, não tem problema. Sério, eu entendo você. Ela também me irritou com aquilo.

—Não entendo a dificuldade em não conseguir admitir que não era uma fantasia.

—É, isso também, mas eu estava falando do lance dos ombros largos. – Sam coçou a cabeça, forçando o braço para você, levemente envergonhado.

—Sammy, você tem ombros largos. – Você suspirou, gostava daquilo.- Só foi estranho um desenho animado também se encantar por isso.

—Também? - Ele sorriu. – Por acaso conhece mais alguém que goste? – Ele se aproximou, apoiando seu braço na parede. Poderia te encurralar se quisesse.

Você se demorou a responder, passando os olhos pelo braço forçado na parede, indo para os ombros até que enfim chegou aos seus ombros. Ele estava perto demais praticamente pedindo para ser tocado.

—Para falar a verdade, eu conheço sim.... – Você passou suas mãos pelo peito dele, parando próximo ao coração. – Sam sorriu com a provocação tomando enfim a coragem para se aproximar e tentar alguma coisa.

 Seus narizes já estavam se tocando quando o barulho das correntes de ferro se fez presente, indicando que tinham trabalho a fazer. Qualquer clima existente se dissipou como fumaça, com vocês correndo a seus lugares apenas para ver Castiel ficar preso dentro de uma máquina de lavar.

—HORA DO PLANO B! – Dean deus as ordens, correndo para chegar a tempo alçapão.

Com o fantasma preso no círculo de sal e a turma fora daquilo tudo, enfim podiam relaxar – pelo menos até saberem o que a aparição queria.

—É.... uma criança? – Castiel não entendeu muito os motivos que ele teria para fazer aquilo tudo.

—Eu fui obrigado, não queria machucar ninguém!

—Nós podemos te ajudar se você tirar a gente daqui.

—Mesmo?

—Sério.

Quando se preparam para sair, perceberam a turma em pânico, e não podiam deixá-los daquela maneira.

—Nós precisamos que faça um favor para a gente, garoto.- Dean foi sério.

—Ah, não.... – Aquilo só significava uma coisa e você não gostou nadinha.

***

—Pessoal, nós nos enganamos! – Dean tentava tranquilizar a turma

—A Velma.... – Sam começou.

—...estava certa. – E você terminou completamente entediada.

—Como assim? – Salsicha não compreendia.

—Esse... esse não era um fantasma de verdade, e nós fomos enganados. Mas você não, não é Velma? – Sam deu toda a tenção para a garota, que corou e ficou radiante com aquilo.

—Era tudo...?

—Cabos, projeções e bonecos com xarope de milho. – Você ajudou.

—Então eu estava certa, grandão! Não existe essa coisa de sobrenatural! – Velma deu um tapinha no braço de Sam, atraindo a atenção de Castiel.

—Nem tenta, Cas, só abstrai. – Você aconselhou.

—Vamos até a sorveteria para comemorar! – Fred convidou.

Você só assistia de longe a última tentativa de Dean para Daphne, nem se preocupando em esconder a risada, até que....

—Foi bom trabalhar com você, Velma. – Sam estendeu a mão.

—Igualmente, Sam. – E ela o puxou, colando seus lábios aos dele.

Sam ficara completamente sem reação, como ele tinha deixado isso acontecer? Já você...

—COMO ELA OUSA...? – Fumaça saia pelos seus ouvidos, assim como sua cara completamente vermelha de raiva e o som de uma chaleira apitando.

—Até um desenho animado tem mais atitude do que as duas crianças aí. – Dean alfinetou.

—Ah, esses ombros!

—Só vamos sair logo daqui.

***

—Tá legal, o que aconteceu foi demais! – Sam estava maravilhado ao perceber que eram humanos de novo.

—Demais? Isso foi a melhor coisa da minha vida!

—Uau. – Você se restringiu a isso.

—E isso inclui as gêmeas Carthyright. – Dean completou.

—O que você fez com as gêmeas Carthyright? – Castiel perguntou.

—Ah... Rapaz, nem queira saber. – Dean saiu nostálgico e levemente envergonhado.

—Eu não quero saber. – Você deu logo sua opinião, porém ele não desistiria tão fácil, seguindo o loiro.

Logo que se viram sozinhos o peso de tudo o que tinham vivido naquela noite caiu sobre vocês dois, os deixando envergonhados e bem vermelhos.

—Eu... Até que me diverti hoje. – Você começou sem saber muito o que fazer.

Quer dizer, vocês haviam quase se beijado em um desenho animado!

—Digo o mesmo. – Sam tinha o coração acelerado, com as mãos suadas. Ele queria tanto fazer o que quase tinha feito naquele quarto mais cedo, mas simplesmente não sabia como.

—Disso não tenho a menor dúvida, Sammy . – Você não controlou o sarcasmo, mas riu mesmo assim.

—Como assim?

—Você teve as suas coisas preferidas: alguém para convencer de que estava certo, se provou que estava certo e ainda riu do seu irmão tentando se dar bem com a Daphne. Ah, e beijou uma personagem de desenho. Qual cara não iria querer isso?

—Eu mesmo. Você sabe muito bem que não queria nada daquilo. – Ele deu um passo à sua frente, de modo que você ficasse perigosamente perto do sofá.

—Sei, é? – Você começava o seu jogo. Sabia que ele não pararia agora que já tinham começado uma vez.

—Ah, e como sabe... – Sam já estava perigosamente perto – Até passou a noite toda irritada por se sentir desafiada.

—Você não pode provar nada disso. – Você balançava seu corpo para os lados devagar, envolvendo-o completamente nas suas intenções.

—Acho que eu posso sim. – Sam enlaçou a sua cintura com força. – Uma certa pessoa me disse que você também é afim dos meus ombros largos. – Seus narizes estavam novamente colados.

—Sua fonte está completamente certa então, Sammy.

—Me desculpe por não ter feito isso antes.

Sam terminou de falar e grudou sua boca na dele com urgência e fome, muita fome. O choque de seus lábios levou a uma descarga elétrica por seus corpos, arrepiando todos os pelos possíveis, assim como trazendo suspiros à tona. Mal haviam começado a se beijar e já tinha uma confusão de braços acontecendo. Suas línguas se enroscavam com avidez, distribuindo mordidas pela boca e pescoço quando você tirou a jaqueta de couro dele, assim como começou a abrir sua camisa de flanela, arrancando-a sem dó nem piedade. Ele até tentou te empurrar para o sofá, mas você foi mais rápida, se virando e o jogando nele, ficando por cima de seu corpo. Sam conseguiu que você se livrasse de seu casaco e começasse a desabotoar sua blusa quando você se deitou sobre seu peito e voltou a beijá-lo cheia de paixão. Enquanto suas mãos estavam mais preocupadas em acariciar seus ombros largos, as dele estavam mais focadas em passear pelas suas pernas e apertar sua bunda com força, o que te fazia gemer e se mexer em seu colo, elevando ainda mais a temperatura do ‘Mundo de Dean’.

—Ih, rapaz.... – Dean havia voltado com um maçarico para queimarem o canivete do fantasma, mas encontrou vocês dois naquela situação comprometedora.

Ele pôr fim achou melhor voltar algum tempo depois, já que pelo o que ele vira você queria mostrar que era muito melhor que um desenho animado.

Melhor até mesmo que o Scooby – Doo.


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