A Estrela e o Vira-lata escrita por renard


Capítulo 5
Nakama




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"Nakama (仲間 ) é uma palavra japonesa que significa 'amigo(s)', 'companheiro(s)'. Esse termo é usado extensivamente para descrever amigos que são mais próximos que qualquer família."

 

***

— Rápido, Kurosaki-kun! Eu não gosto nada dessa passagem. - Uma bela jovem com longos cabelos ruivos dizia enquanto corria em um local que parecia ser um portal. Haviam mais três jovens logo atrás dela, todos da mesma faixa etária, por volta dos 18 ou 19 anos.

— Espere, Inoue-san! Não precisa ter tanta pressa. Aqui estamos seguro, já que não somos mais considerados ryokas. - Um jovem de cabelos azuis e óculos estava logo atrás. Um outro muito alto e de traços latinos seguia logo atrás deles dois.

— Até mais, Urahara-san. Obrigada por nos ajudar. - O último deles começava então a seguir seus companheiros pela passagem. Tinha o cabelo laranja e espetado e expressões marcantes. Era um velho conhecido da Soul Society. Na verdade, todos eles eram, mas o ruivo é conhecido por ter sido substituto de Shinigami e salvou várias vezes a Soul Society, inclusive na última Grande Guerra. Seus poderes foram despertados graças à Rukia, que foi como sua mestra durante todo esse tempo, e cuja amizade ultrapassou a barreira dos dois mundos.

— Não podemos demorar tanto, Ichigo. Vamos indo rápido. - Dizia o garoto latino.

— Eu sei, Chado. Mas... eu preciso saber como está a situação lá. Já se passaram várias semanas desde o fim da guerra. Espero que estejam se recuperando rápido. - O garoto dizia pensativo e preocupado.

— Tenho certeza que estão! - A garota dizia com entusiasmo - Ah, e como será que está a Kuchiki-san? Estou com tanta saudade dela! Espero que ela e o Abarai-kun tenham se recuperado dos ferimentos.

— Com certeza já. Afinal, você já deixou parte dos ferimentos deles curados. Você ajudou muito, Inoue. - O garoto sorria discretamente enquanto corria junto com todos. A garota corava ligeiramente com o comentário de Ichigo, mas tentava disfarçar.

***

Era uma tarde ensolarada. Rukia estava em seu local de trabalho, porém, naquele dia não houve nenhuma intercorrência. Na verdade, já fazia semanas que estava tudo na mais estranha calmaria. Os soldados dos 13 esquadrões podiam transitar tranquilamente pela Seireitei que nada acontecia. A capitã interina estava apenas organizando alguns documentos e, em seguida, ia para o lado de fora. Chegando lá, avistava uma grande cerejeira e ia para a sombra dela, onde sentava e fechava um pouco os olhos. Podia sentir aquela brisa suave batendo sutilmente em seu rosto e balançando seus cabelos. Aquele perfume a agradava muito, e era exatamente o mesmo perfume que exalava do jardim de Byakuya. Ficava pensando várias coisas que aconteceram ao longo daqueles dias, e tambem sobre várias sensações que vinham aflorando em sua alma. Ela imaginou naquele momento o que Renji estaria fazendo, e depois ficou se perguntando do porquê se perguntar isso tantas vezes por dia. Contudo, subitamente, a shinigami escutava vários passos apressados vindos de longe, ao mesmo tempo que sentia familiares energias espirituais, embora bem diminuídas.

— S-Será possível? - Ela rapidamente abria os olhos e olhava ao redor.

— KU-CHI-KI-SAAAAAAAN! - Uma alegre Orihime ia correndo para onde Rukia estava, ascenando e sorrindo para ela. Logo atrás dela vinham Ichigo, Uryuu e Sado.

— Inoue!! - A shinigami rapidamente se levantava, dando alguns passos para a direção que eles vinham - Ichigo! Ishida! Chado!

A ruiva chegava antes de todos, abraçando Rukia tão forte que a rodopiava. A morena corava um pouco, mas sorria alegremente.

— Q... Que surpresa ver vocês!

— Eu estava com tanta saudade!! AAAH, como eu sou estabanada! Você já está bem? Eu te machuquei? Me desculpa!! - Ela dizia essa última frase choramingando. Apoiava as duas mãos com delicadeza nos ombros da amiga.

— Eu estou ótima. Graças à você, Inoue! Muito obrigada! - Ela sorria com ternura, demonstrando gratidão.

— E aí. - Ichigo se aproximava das duas, direcionando o olhar para Rukia, ao mesmo tempo que tinha um sorriso de alívio nos lábios ao perceber que estava tudo bem com a pequena shinigami.

— Não tem jeito, acho que teremos que conviver um com o outro para sempre, né, Ichigo? - Ela dizia isso como uma forma de cumprimento para o ruivo, sorrindo da mesma forma. - É muito bom revê-los, pessoal.

— Parece que as coisas aqui estão bastante tranquilas, não é mesmo? - Ichigo dizia enquanto olhava ao redor. - Cadê o Renji? Aquele desgraçado nem ao menos veio nos receber.

— Como assim? Até ele sabia que viriam? E nem me avisaram? - Ela dizia isso inflando as bochechas e cruzando os braços, típico de quando estava chateada.

— A Inoue-san queria fazer uma surpresa pra você. - Dizia Uryuu, ajeitando os óculos.

— Me perdoe, Kuchiki-san! - Ela dizia corando de leve e coçando a cabeça.

— Mas parece que funcionou, você deveria ver sua cara de boba quando viu a gente. - Ichigo dizia num tom brincalhão.

— Cale a boca. - A morena disse baixinho olhando para o ruivo, ainda de braços cruzados.

Um jovem Hanatarou surgia correndo em direção ao grupo.

— Pessoal! Que bom que vieram! - Ele dizia ascenando e sorrindo, mas demonstrava preocupação. - Inoue-san, por favor, meu esquadrão precisa de sua ajuda. Estamos ainda com alguns pacientes graves, e nossa capitã Unohana já não está aqui conosco. Seus poderes de rejeição podem vir a nos auxiliar muito! - Ele se curvava em frente a garota.

— M-Mas minhas habilidades estão muito enfraquecidas... parece que estão sumindo desde que terminou a guerra. - Ela dizia tristonha mas, ao notar a expressão desapontada de Hanatarou, ela mudava o rumo da conversa - Mas é claro que farei o possível pra ajudar! Vamos!

— Muito obrigada, Inoue-san!

— Eu já volto, Kuchiki-san!

Os dois iam então em passos apressados em direção ao 4o esquadrão.

— Kurosaki, eu e Sado prometemos que íamos visitar alguns esquadrões. Não iremos demorar muito. Até logo, Kuchiki-san. - Uryuu e Sado saíam dali em pequenos passos, deixando Rukia e Ichigo a sós.

— Parece que você cresceu, Ichigo. - Ela encarava o garoto erguendo a cabeça. Desde que o conhecera, quando ele tinha 15 anos, ela pode acompanhar que ele crescia de modo acelerado.

— É que diferente de você, eu ainda estou em fase de crescimento. - O ruivo dava uns risos discretos.

— Idiota. - Ela dava um leve soco no peito dele, que dava um passo para trás; embora fosse um soco leve, aquela baixinha tinha muita força.

— Rukia, parece que você em breve será capitã. - Ele tava um leve suspiro, notando que ela mudara de expressão ao ouvir essas palavras - Então provavelmente não vai ter mais tempo para fazer missões no nosso mundo. - O garoto coçava a cabeça.

— De fato. Mas não se preocupe, Ichigo. Não vai morrer de saudades de mim. Eu e Renji estamos planejando fazer visitas periódicas naquele seu cafofo que você chama de casa. - Ela dizia isso na intenção de irritá-lo e mudar de assunto a respeito do seu cargo.

— Tsc, cafofo que você ficou hospedada de graça e nem reclamava. Mas e o Renji? Como vai sua relação com ele? - Ichigo colocava as mãos no bolso e encarava Rukia.

— Então ele te contou algo, não foi?

— Sim, e inclusive ele me agradeceu. Ele disse que eu ajudei ele a se reaproximar de você. Ele ainda disse que o tempo que ele passou afastado de você pareceu uma eternidade e foi muito doloroso e... - O ruivo coçava a cabeça interrompendo a frase, fechando os olhos. Ficou se perguntando se realmente deveria ter dito aquilo, pois notou que Rukia ficara embaraçada.

— Nossa relação está voltando a ser como antes. Mas agora somos pessoas diferentes de anos atrás, temos outras responsabilidades e... moramos em lugares distintos. "Renji, seu bobo".

— Blá blá blá família nobre, blá blá blá os Kuchiki são cri-cri, blá blá blá a princesinha não pode viver a própria vida, senão vai desapontar o irmão. Rukia, eu fico surpreso por alguém tão independente e forte quanto você ainda se deixar levar por esse tipo de tradição inútil. Não acha que passou tempo demais se privando de coisas que te faziam bem só porque agora pertence à nobreza?

Rukia ficava por alguns segundos em silêncio, encarando Ichigo. Impressionou-se ao perceber o quão bem o garoto a conhecia, e se deu conta que a relação dos dois aprofundou-se de tal maneira que até conheciam as cicatrizes mais profundas de ambos. Ela lembrou-se que também conhecia o passado doloroso de Ichigo, e vivenciou parte disso quando o conheceu.

— Desgraçado... Como pode falar essas coisas? - Ela dizia num tom baixo, baixando a cabeça de leve - Como pode saber de tudo isso sem eu nunca ter te dito quase nada a respeito?

— Amizade. Companheirismo. Afeto. Empatia. Acho que você sabe que criamos esses laços nesse tempo, depois de tudo o que passamos juntos. É dessa forma que eu te conheci e que você me conheceu. E eu quero que sua vida seja plena e feliz.- Ele dava um peteleco subitamente na testa dela. - Você sabe também que há coisas sobre mim que você conhece melhor do que eu mesmo.

— Arrg! - Ela fazia uma suave expressão de dor, que logo sumia quando ela lembrava que alguém muito semelhante à Ichigo, sendo mais velho, a tratava daquela forma. - Ichigo... Sabe algo sobre Kaien-dono?

— Ah, o Shiba que era sobrinho do meu velho? Eu fiquei sabendo. - O ruivo coçava a cabeça - Nunca suspeitei que eu fosse descendente daquele clã maluco. Então esse Kaien era meu primo, não é isso?

— Sim. Suspeitei desde que te conheci que você tinha alguma relação com ele. Seu pai então me revelou que era do clã Shiba antes de ir morar no Mundo Humano. Fiquei em choque no início, mas depois tudo fez sentido pra mim. - Ela sorria com ternura. - Inclusive você é tão implicante quanto ele. - Dizia isso esfregando a testa.

— Boba.

— Ah, a propósito. Eu espero que esteja cuidando direito da Inoue. Não seja um idiota com ela. Se um dia eu a pegar triste por sua causa eu juro que te espanco. - A pequena dizia erguendo o punho.

— D...Do que está falando? - Ele arqueava uma das sobrancelhas, encarando-a.

— Você é um estúpido, por isso não entendeu o que eu quis dizer. Se daqui a algum tempo você não cair na real, eu serei obrigada a tomar medidas drásticas. - Rukia colocava as mãos na cintura, encarando o rapaz.

— V-Você é maluca, isso sim. 


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