Adotada! escrita por ArnaldoBBMarques


Capítulo 13
Entregando o corpo




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— Mas você registrou bem tudo aquilo que nós conversamos da última vez que você esteve aqui, não foi?

Com os olhos transidos de lágrimas, Bia contemplava a expressão serena no rosto de dona Maria Lúcia, sinalizando que não havia pecado que não pudesse ser perdoado. Mas ela se sentia tão mal que achava que o perdão seria uma injustiça.

— Eu não quero ser perdoada... eu quero ser castigada pelo que eu fiz... eu não mereço...

— Bia, Bia, o perdão não exclui o castigo! O perdão é o reconhecimento do arrependimento do pecador. O castigo é o remédio necessário para que você não torne a pecar!

Bia ficou surpresa. Como ela não havia entendido aquilo antes?

— Então, vamos lá falar com dona Silvana?

Bia enxugou as lágrimas, ajudada pela prima Beth, que a levara até ali, onde dona Maria Lúcia a recebera a despeito de todos os compromissos que tinha para atender. Estava enormemente arrependida por não haver dado antes o devido valor àquelas duas pessoas tão valorosas, e receosa de encarar a mãe, mas a conversa que acabara de ter lhe dera a devida orientação.

A porta se abriu, e a mãe estava como sempre. No fundo da sala, Fernando e Rosana assistiam.

— Não disse que ela ia voltar? Agora, ela mesma vai dizer tudo o que tem a dizer, eu não vou falar nada!

Bia fez força para levantar o olhar, e começou:

— Mãe... eu...

Um nó lhe subiu à garganta, e ela caiu no choro

— Chore um pouco, minha filha, para se aliviar, quando se sentir melhor você continua.

Aquelas palavras gentis acalmaram Bia, que prosseguiu após alguns soluços:

— Mãe... eu me prostituí... porque eu entreguei meu corpo para um homem... em troca dele me sustentar... eu não honrei a senhora... nem a mim própria...

Fez uma pausa. A mãe continuava a fita-la sem nada responder. Bia sabia que tinha que ir até o fim...

— Então eu te peço perdão... e peço que a senhora me castigue... porque eu desonrei meu corpo... então eu entrego meu corpo à senhora... para que me castigue...

Os braços da mãe se cruzaram, e ela abriu um sorriso.

— Muito bem, minha filha, você mostrou que tem entendimento do que fez! Mas antes de castigar o seu corpo, eu quero examinar o seu corpo! Vamos lá para dentro?

Bia foi para o quarto, e despiu-se. Ficou esperando a mãe, que estava agradecendo e servindo um bolo para dona Maria Lúcia e Beth na sala. Quando a mãe entrou no quarto, examinou cada palmo do corpo dela. Fê-la se deitar na cama e inspecionou suas partes íntimas, na frente e atrás.

— Hum... parece que você esteve com um animal, minha filha! Mas podia ter sido pior.

Bia suspirou. Sentia-se bem ali com a mãe, naquele momento, sabia que estava protegida dos males do mundo.

— Agora vamos cuidar do castigo! Te prepara, moça!

O bem estar de Bia não se abalou nem quando viu a mãe entrar no quarto com o cinto na mão. Incontinenti, virou-se de bruços e as cintadas começaram a estalar em suas nádegas nuas. O ardor se espalhava pelas pernas abaixo, mas ela fez força para aguentar, pois não queria desapontar a mãe. Mas dona Silvana fazia pausas de tanto em tanto e punha a mão no rosto dela, para sentir o suor e as lágrimas. Bia estava ofegante, mas não tinha medo, confiava inteiramente na mãe. Na sala, dona Maria Lucia e Beth escutavam o estalar das cintadas enquanto serviam-se de bolo.

Quando a mãe terminou, Bia sentiu uma paz muito grande, como se tudo o que havia de ruim dentro dela houvesse saído, e adormeceu com um sono tão profundo que nem se lembrava qual a última vez que havia sentido.


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