A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 8
A carta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Primeiro de tudo, vocês já devem ter lido a carta, mas com certeza leram errado — Guta começou a explicar. — Leiam novamente em voz alta e prestem atenção.

Os três se entreolharam confusos, mas resolveram obedecer. Lucy tirou a carta do bolso e leu para todos ouvirem.

 

Cara Maga Celestial.

Estou enviando essa carta para alertar algumas coisas. O seu caminho a partir de agora não será fácil, você e seus amigos vão enfrentar desafios difíceis aos olhos de qualquer ser humano vivo, se vocês falharem é o fim.

Branco e preto, duas pedras. As respostas que vocês procuram só podem ser encontradas depois que vocês estiverem com as duas, claro que não vai ser tão fácil.

Cuidado com os arredores, vocês não podem relaxar. Vocês NUNCA estão sozinhos.

Todo o cuidado é pouco, espero que sejam inteligentes em suas escolhas, caso contrário, esperem o pior.

 

— O que vocês entenderam com isso? — perguntou Guta olhando de um para o outro.

— Uma ameaça, uma armadilha... — Lucy respondeu rapidamente.

— Como eu pensei. Bem, vocês estão errados. Essa carta é a ajuda que vocês precisam, ela será a guia de vocês.

— Guia?

— Sim. A carta que vocês tem em mãos não é um simples pedaço de papel com palavras, e sim uma carta mágica — sorriu carinhosa.

— Espera, a senhora está querendo dizer que isso aqui é tipo um mapa? — perguntou Sting, não estava entendendo nada.

— Não exatamente. A carta foi feita para ter duas habilidades. Primeiro: quem ler ou escutar a leitura da carta e se afastar dela esquece o que foi lido ou escutado, isso evita pessoas má intencionadas de tirarem proveito facilmente. Segundo: o que está escrito nela muda constantemente, dando dicas de onde vocês devem ir.

— Oh, incrível — Lector olhava admirado para o papel nas mãos da loira.

— Então ela vai nos ajudar, mas como fazemos para ela mudar o que está escrito? — Lucy olhou para a carta, esperando que algo acontecesse.

— Nada.

— Nada?

— Nada.

— Sério?

— Sim. Ela vai mudar quando achar que vocês precisam de ajuda. Se até agora ela não se manifestou é porque vocês estão seguindo o caminho certo.

— Como a senhora sabe de tudo isso?

— Eu criei essa pousada única e exclusivamente para explicar sobre a carta para o trio da profecia, mas eu não sabia quando vocês viriam. A profecia já existe faz muitos anos, mas só foi descoberta agora... A água do chuveiro tem um tom avermelhado por causa do pó mágico revelador, eu coloquei em todos os chuveiros na esperança de descobrir o trio certo. Finalmente encontrei — explicou fazendo uma dancinha da alegria.

— Espera... A senhora sabe o que tudo isso significa?

— Sim, eu sou moradora do lugar para onde vocês devem ir, mas não posso dar mais informações do que já dei, vocês precisam encontrar as respostas sozinhos.

— Bem, pelo menos já sabemos mais do que antes, muito obrigada pelas informações Dona Guta.

— Disponha. Agora vou deixar vocês descansarem. A magia no chuveiro só funciona uma vez, podem usar tranquilamente agora — saiu do quarto.

— Vou tomar outro banho para tirar esse treco de mim — Sting levantou-se do sofá e seguiu para o banheiro.

— Fada-san, o que achou de tudo isso? — perguntou Lector olhando para a loira.

— Sendo sincera eu achei bem suspeito, mas não temos mais em que confiar além disso — levantou a carta. — Vem, vamos terminar de fazer a comida.

— Sim...

—— // ——

— Sting, isso não é uma boa ideia — Lucy escondia-se atrás do loiro com Lector no colo.

— Claro que é. Vamos explorar!

Depois de todos terem tomado banho e comido, Sting teve a brilhante ideia de explorar a pousada como se estivessem participando de uma caça aos tesouros. Lucy e Lector relutaram, mas o loiro nem se importou e saiu do quarto arrastando os dois. 

— Pode ser divertido. Vocês dois não sentem vontade de descobrir outros segredos além daquele quadro maluco?

— Não — responderam juntos.

— Seus chatos. Então voltem para o quarto, eu vou explorar cada centímetro desse lugar — andou animado pelo corredor até sair de vista.

— Francamente, esse idiota...

— Fada-san, o que é aquilo no final do corredor?

Lucy virou para onde Lector apontava e se arrependeu, no final do corredor estava algo que parecia um lobisomem de olhos vermelhos, com a diferença de que ele não tinha dois braços e sim quatro. A criatura começou a correr na direção dos dois, Lucy não pensou duas vezes, entrou no quarto e fechou a porta, estava apavorada.

— Ufa, foi por pouco... Não quero mais sair lá para fora, ainda bem que escapamos e... Droga.

— O que foi, Fada-san?

— Aquela coisa, se ela passou direto o Sting pode estar com perigo. Você vem comigo, Lector?

— Claro, faço tudo para ajudar o Sting-kun.

— Certo, então vamos!

A porta foi aberta e os dois olharam para fora, o corredor parecia limpo, nenhum sinal do lobisomem. Lucy andou nas pontas dos pés pelo mesmo caminho em que o loiro tinha ido.

O corredor dava para uma única porta de ferro, por debaixo da mesma era possível ver luzes piscando. A loira respirou fundo e abriu a porta.

O lobisomem estava caído no chão e parecia desmaiado, ao seu lado Sting o olhava com uma expressão raivosa.

— STING-KUN — Lector voou até o companheiro.

— Lector? Lucy? Vocês não tinham voltado para o quarto?

— Tínhamos, mas vimos essa coisa indo atrás de você... Ficamos preocupados — respondeu Lucy mais calma.

— Ele machucou vocês?

— Não, nos escondemos assim que ele começou a correr. É um robô?

— Não, é um ser vivo mesmo... Nunca vi algo assim.

— Credo.

— Vocês são bem curiosos para três pirralhos em perigo, não acham? — uma voz perguntou do fundo da sala.

— Quem está ai? — Lucy preparou seu chicote.

— Quem mais seria — Guta saiu do escuro, ela olhava para os três com raiva.

— Dona Guta, que susto...

— Desculpa por isso, da próxima vez vou me assegurar de que você não só assuste, como também caia dura no chão — sorriu carinhosa. — Vocês deveriam obedecer os mais velhos, agora por culpa da curiosidade de vocês eu vou ter que elimina-los antes do esperado.

O chão começou a tremer, círculos mágicos se formaram fazendo surgir novas criaturas igual a que Sting tinha derrotado.

— Mais lobisomens — Sting aproximou-se de Lucy, encostando suas costas nas dela.

— Eles não são lobisomens, são criaturas criadas de pura magia negra, mas ainda não possuem um nome definitivo, mas isso não importa. Vocês não vão precisar saber o nome deles quando forem derrotados. Até nunca mais, jovens magos — acenou, sumindo em uma nuvem de fumaça.

Sting foi o primeiro a se mexer, atacou um atrás do outros, o primeiro tinha o ensinado o ponto fraco daquelas criaturas: o braço direito.

— Lucy, acerta no braço direito deles, um pouco abaixo do cotovelo.

— Ok.

A loira não perdeu tempo e fez o que Sting falou. As criaturas eram rápidas, mas um tanto cegas, tornando a tarefa de atacar mais fácil, mas uma delas era diferente.

Depois que derrotaram quase todas e deixarem só uma, os dois perceberam que não seria tão fácil. A criatura era quase idêntica às outras, com a diferença de seus olhos que eram da cor azul.

Os dois atacavam o braço dela, mas não parecia surtir efeito, apenas faziam com que ficasse com mais raiva. Continuaram os ataques, até que o lobisomem se mexeu pela primeira vez, abriu a boca e soltou um grito estridente, fazendo os dois loiros caírem no chão ajoelhados e com as mãos tampando as orelhas.

O grito logo foi cessado e os loiros abriram os olhos, mas a criatura tinha sumido, assim a porta por onde eles entraram.

—— // ——

Guta andava calmamente pelos corredores da pousada, seu objetivo era o último andar da mesma onde ficava sua sala. Nos seus braços encontrava-se Lector desacordado, a mulher tinha usado os lobisomens de distração apenas para pegar o exceed, ela tinha certeza de que ele era o tal gato da profecia.

O que contou para os três magos não tinha sido mentira, realmente tinha sido mandada ali para explicar sobre a carta, mas agora seu objetivo estava concluído, o que queria dizer que ela não precisava mais seguir ordens. Estava por conta própria.

A profecia sempre foi algo que fez parte de sua vida desde pequena, as pessoas onde ela morava sempre falavam dela, esperando pelo dia em que o trio chegaria. Isso atiçou sua curiosidade e uma sede por poder que ela não achou que teria um dia.

Unir-se àquela guilda das trevas não estava em seus planos, mas agora era tarde para se arrepender, apenas faria o que lhe foi mandado: levar o gato até o teletransportador. E ela teria conseguido, se uma explosão não tivesse a impedido.


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