Party of Four escrita por Fluconheira


Capítulo 3
S01E03 - Transportadores, Procurados & Foras da Lei


Notas iniciais do capítulo

Eu sei. EU SEI! Eu mereço ser xingada. Podem xingar. Mas eu tive motivos, certo?! MIL PERDÕES pela demora!! Eu realmente sinto tanto. Gostaria de ter escrito mais rápido, mas o bloqueio me pegou e estive trabalhando. Então, sem tempo e sem inspiração. Mais uma vez, me desculpem pela falta de comprometimento. E venho me redimir com esse singelo episódio. Espero que vocês sejam recompensadas pela demora.

E também gostaria de agradecer a todos os comentários, os elogios, etc., isso me deixa muito feliz! E saber que deixei o dia de vocês melhor com um capítulo… isso não tem preço. Obrigada. Vocês são incríveis! ♡

E gostaria de agradecer a Paddy, por recomendar uma fanfic com apenas dois capítulos!

Boa leitura.



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PARTY OF FOUR

 

S01E03: Transportadores, Procurados & Foras da Lei.

 

— Por que não posso entrar no Club de vocês? — perguntou Sirius à Alice, enquanto parava a garota no corredor da Hogwarts High School.

 

Alice soltou um suspiro pesado e rolou os olhos pelo o que pareceu a milésima vez.

 

— Porque não é pra você, Sirius. Desista. — respondeu a morena. — E nós sabemos que você quer entrar por causa da Marlene.

 

— Isso não é verdade! — protestou Sirius. — Eu posso ser uma boa fada. Olha pra mim! — Sirius abriu os braços e os bateu como um passarinho desajeitado. — Sei que você vai querer ser. uma. de. nós. — cantou pausadamente e bem desafinado.

 

Peter e Remus aproximaram-se da dupla.

 

— E ele ainda pergunta porquê foi reprovado no show de talentos — comentou Peter balançando a cabeça negativamente.

 

— Só fui reprovado porque aqueles malditos e míseros mortais não chegaram ao nível de sabedoria e entendimento da arte — retrucou Sirius carrancudo.

 

— Então… o que estão fazendo parados aqui? — quis saber Remus.

 

— Sirius quer entrar no nosso club das winx — respondeu Alice — ele tá tentando me convencer de que é elegível.

 

— E eu sou elegível? — se interessou Peter.

 

— Se elas estivessem interessadas em dragões, iam procurar o Gandalf. — falou Sirius reprimindo uma risada debochada.

 

Todos os presentes riram, Remus deu uma gargalhada mais alta que os demais. Peter fechou a cara.

 

— Pelo menos não estou implorando pela atenção da Marlene, consigo isso sem mendigar. — e se afastou com o nariz empinado, e passou pela loira que vinha em direção contrária. — Oi, Lene.

 

Marlene parou de andar abruptamente e tampou o nariz, e começou a procurar algo invisível pelos ares.

 

— Alguém peidou?

 

Peter fez uma expressão de descrença, fazendo Sirius e Alice rirem, mas Remus apontou para um ponto atrás de Lene.

 

— Nah! O Snape chegou. — disse Remus com um tom de que explicava tudo. — O ar sempre fede.

 

— Ah, bom! Sendo assim… — Marlene começou a procurar algo em sua bolsa e puxou de lá um inseticida. — Temos que matar a praga. — e fez sinal de andar até o garoto de cabelos oleosos, chacoalhando o produto, até ser detida por Alice.

 

— Marlene, sem gracinhas!

 

— Lice, uma barata já é ruim, uma barata falante já é muito pior, mas uma barata falante que fede é inadmissível! — e fez mais um movimento para ir atrás de Snape, que já se afastava do grupo, e foi mais uma vez parada por Alice.

 

— Deixa pra matar a barata longe da escola tá? — falou Alice. — Podem existir leis que protegem elas de ataques de inseticidas…

 

Marlene suspirou e concordou um aceno de cabeça, guardando o inseticida na bolsa.

 

— Que aula é agora? — perguntou a loira mais para si, do que para alguém.

 

— Aula de Beija a Minha Boca. — flertou Sirius, piscando para Marlene.

 

— Acho que vou matar essa.

 

A expressão de Peter mudou e ele virou para Remus, fazendo o sinal com a cabeça e arregalando os olhos, comunicando-se com o olhar. Ou pelos menos, estava tentando. Remus estreitou os olhos e sem entender, disse:

 

— O que?

 

Peter bufou e balançou a cabeça, com os olhos ainda arregalados.

 

— Temos que ir ao banheiro.

 

— Nós temos? — perguntou Remus com desconfiança.

 

— Temos! — insistiu Peter.

 

Remus coçou o alto da cabeça e a balançou.

 

— Cara, não sei do que você tá falando…

 

Peter fechou a cara e cochichou algo no ouvido do amigo, cuja expressão mudou, finalmente entendendo o recado, e sorriu amarelo em seguida.

 

— Isso. Temos que ir ao banheiro.

 

Alice e Marlene trocaram olhares, mas não se importaram. Cada um foi para sua respectiva aula, menos Remus e Peter, pois tinham assuntos mais interessantes para resolver.



—_____________________________________________________



— As coisas que eu faço por dinheiro… — começou Remus. — Por que estamos fazendo isso mesmo? — perguntou a Peter, enquanto o mesmo andava para lá e pra cá, impaciente.

 

— Eu preciso comprar equipamentos novos para gravar meus vídeos, e você para comprar uma passagem para visitar sua avó no Texas. — disse Peter, com firmeza.

 

— Peter! Estamos tão desesperados a ponto de nos tornarmos traficantes?

 

Eles estavam no banheiro dos zeladores, o qual estava interditado, ou seja, ninguém ia lá e não havia chances de serem pegos planejando algo malicioso e fora da lei.

 

— Shiu! Fale baixo. — implorou Peter, aos sussurros. — E não somos traficantes. Só vamos levar sei lá o que de um canto, para o outro. — explicou rapidamente. Não queria falar a palavra “droga” pois achou muito pesado para a ocasião.

 

— E do que você acha que eles chamam esses caras?! — perguntou Remus exasperado, jogando as mãos para o alto.

 

— Transportadores?

 

Era uma pergunta retórica, mas Remus continuou olhando Peter incrédulo. Suas bochechas estavam avermelhadas e seus cabelos castanhos claros estavam arrepiados.

 

— Chega. — disse Remus. — Eu tô fora. — e fez menção de sair do banheiro, mas Peter o segurou pelos ombros e o chacoalhou.

 

— Você é um homem ou é um rato?

 

Remus balançou a cabeça em negação.

 

— Ratos devem viver mais tempo que traficantes, Peter. Você devia saber disso como ninguém.

 

Não entendendo o que o amigo quis dizer com aquilo, Peter continuou:

 

— Nós não somos traficantes, Remus. Vai ser rápido.

 

— E se formos pegos?

 

— Isso não vai acontecer.

 

A porta abriu silenciosamente, fazendo os dois sobressaltar. Era um garoto do último ano, de rosto pálido. Ele levou a mão ao interior do casaco e puxou um envelope, e o entregando-o para Peter, que aceitou com um leve tremor nas mãos. O garoto se retirou, deixando os amigos a sós novamente.

 

— O que tem aí? — perguntou Remus nervoso.

 

Peter abriu o envelope. Era um endereço. Remus arregalou os olhos.

 

— Onde devemos ir para pegar a encomenda. Receberemos quando os trabalhos forem concluídos.

— E se pegarmos o dinheiro e cair fora antes?

 

Peter encarou o amigo.

 

— Seremos mortos. — disse sombrio.

 

A única coisa a ser ouvida naquele banheiro foi a saliva de Remus, sendo forçada a descer por sua garganta.



—_________________________________________________________

 

Dois dias depois...



— Quem vai ser o primeiro a cair na piscina de chocolate? — berrou Dorcas, em cima de uma mesa equilibrando uma garrafa de whisky na mão, completamente bêbada.

 

A mansão dos Meadowes estava repleta de adolescentes bebendo em copos plásticos, “Cheap Thrills” da cantora Sia tocava na caixa de som gigante, ecoando pelo quintal. Adolescentes agrupados em canto, visivelmente drogados era uma cena comum desde que a festa havia começado. E nem eram 20h.

 

Marlene estava indisposta. Sentia cólicas desde que chegou na festa e nem mesmo ficar plantada na borda da piscina, em uma cadeira de plastico, fez elas diminuírem. Maldita TPM. Observou uma de suas melhores amigas abraçada com Frank Longbottom. Alice não parecia bêbada, mas também não estava sóbria. Algo entre os dois, era o estado de Alice.

 

Os dois estavam saindo há uns dias, mas Marlene não achava que eles iam ficar nessa por pouco tempo. Alice era romântica às vezes, e Frank era um cara legal. Ele aparentava, pelo menos. E quando Marlene dizia que sua amiga era romântica, era por que ela ainda se emocionava com “Titanic” e suspirava com o live action de Cinderela. Ela esperava que o príncipe encantado aparecesse a qualquer momento. E mesmo que Longbottom não fosse um sinônimo de príncipe, Marlene achava que Lice merecia ter seu momento de contos de fadas.

 

Eles iam namorar. E em algum momento de suas vidas, ele iria mostrar o sapo que era e que não valia o peido da jumenta. Era assim que era. Era assim que funcionava. Por que vocês acham que nos contos de fadas acabam bem na parte feliz e em seguida vem o felizes para sempre?

 

A loira fez uma careta ao sentir outra pontada. Ligou para sua mãe, na esperança que ela lhe buscasse, mas o celular estava fora de área. Ela não iria pedir para ir embora quando Alice parecia tão animada em seu próprio sonho realístico. Teria que pedir carona a outra pessoa. Olhou em volta, mas ninguém parecia disposto a ir embora. Não era todos os dias que o sr. e a sra. Meadowes saiam de casa e sua filha única dava uma festa. Ao pensar nela, Marlene viu Dorcas se banhar numa piscina de chocolate com outros dois garotos. Quando fez menção de se levantar, suas cólicas a lembraram do porquê estava ali. Marlene voltou a sentar em sua cadeira até que sentiu no ar um perfume masculino, e ao olhar pra cima, fez cara de tédio. Ele só tinha aquela jaqueta de couro preta?

 

— Você só tem essa roupa? Já sei o que vou comprar no bazar da igreja.

 

— Sua preocupação é comovente. — disse Sirius sarcasticamente ao sentar ao seu lado, em outra cadeira de plastico. —  Mas ao contrário de você, McKinnon, tenho máquina de lavar em casa.

 

—  Meu Deus! — exclamou Marlene, fingindo surpresa. —  Você tem uma casa!

 

Sirius esboçou um sorriso, mas ficou sério novamente. Marlene olhou em volta e notou algo.

 

—  Sabe de uma coisa interessante? Você não está com seus amigos.

 

Era verdade. Nem Peter, nem Remus e nem James estavam lá.

 

—  Não nasci grudado com eles, Marlene. E você também não parece tão feliz em estar sozinha.

 

Marlene olhou pra frente.

 

—  Elas estão se divertindo. E Lily disse que não poderia vir.

 

—  Verdade. James mencionou algo sobre ir ao cinema. —  disse Sirius.

 

Marlene olhou para o garoto ao seu lado com atenção.

 

—  Você não está bebendo. —  reparou.

 

—  E você anda fazendo perguntas demais.

 

—  Não foi uma pergunta, foi uma afirmação.

 

Sirius deu de ombros.

 

—  Não faz diferença. Não vale a pena gastar linguística com você. —  disse, e levantou-se.

 

Marlene perguntou-se o porquê dele estar tão na defensiva. Geralmente ele flertava com ela e a ignorava depois dela cortar suas investidas. Era brincadeira da parte dele, ela sabia. Tudo pra ele era sempre uma grande brincadeira. Ela apenas fingiu mexer no celular, mas sentiu o olhar dele sobre ela.

 

— Você quer ir pra casa?

 

— Não, eu tô bem.

 

Sirius riu sarcástico.

 

— Não me venha com essas, sua cara de lesma entrega. Eu tô sendo educado, McKinnon. Mas se você prefere ficar no seu mundinho em que é superior a mim, tudo bem. — disse sem rodeios.

 

Marlene levantou o olhar e encarou aquele par de olhos cinzentos. Ela lambeu os lábios. Seu orgulho podia ser grande, mas as dores de cólicas eram maiores, ainda mais quando eram equivalentes a uma escola de samba desfilando na sua barriga.

 

— Você… tá de TPM? — perguntou ela.

 

— Você não compra meus absorventes. — falou Sirius. Marlene achou engraçado, até irritado ele era engraçado. — Vai querer a carona ou não?

 

Vamos lá, Marlene. O idiota do Black só está sendo altruísta. Só havia três tempos em que Sirius era filantrópico:

 

No nascimento de CristoNa ressurreição de CristoNa volta de Cristo

 

Contando que os dois primeiros haviam sido próximos, o tempo entre eles e o último devia ser considerado. E o último também ainda não tinha acontecido… bem, até agora. Marlene suspirou.

 

—  Quero.

 

Sirius assentiu e se dirigiu para fora do quintal. Marlene tomou forças e levantou-se da cadeira, seguindo ele. Olhou para trás e viu Alice ainda entretida, dançando com Frank. Ela ficaria bem.

 

Sim, Alice ficaria bem. Marlene, em compensação, não fazia a menor idéia do que iria lhe acontecer.

 

—_________________________________________________

 

Enquanto isso…

 

Peter estacionou o carro do seu pai numa rua escura e aparentemente perigosa. Olhou em volta e estava deserta.

 

— Ainda podemos desistir. — disse Remus tentando não soar tão esperançoso, sem obter sucesso.

 

— Remus, pense positivo. — falou Peter, tirando as chaves e abrindo a porta. — Nós teremos histórias interessantes para contar aos nossos netos. — e saiu do automóvel, batendo a porta atrás de si.

 

Remus seguiu o amigo.

 

— Você já parou pra pensar que não podemos ter filhos se vamos mofar o resto da vida no xilindró?

 

— Isso são detalhes técnicos. — respondeu Peter, atravessando a rua.

 

Os dois pararam em frente a um apartamento. A confiança de Peter caiu ao seus pés quando a porta abriu sem nem mesmo eles baterem. Um rapaz alto e malhado, o rosto marcado com cicatrizes e a ponta de uma tatuagem foi quem estava do outro lado.

 

— Foi engano. — Remus deu meia volta e fez menção para voltar ao carro, mas Peter segurou sem braço sem olhar para trás e o puxou de volta.

 

— Ochefetemumtrabalhoparanós. — disse Peter rapidamente puxando o endereço que lhe foi entregue. O rapaz pegou e leu, lhe dando espaço para os meninos entrarem.

 

Remus poderia se sentir em o filme de O Poderoso Chefão, mas ele nunca assistiu ao filme e não sabia do que se tratava exatamente e apenas três palavras piscavam em sua mente como um holofote: armas, ameaças e mortes. Uma atrás da outra.

 

O cômodo era iluminado e eles foram levados para a cozinha. Havia dois caras sentados, conversando algo que Remus não pôde escutar, pois pararam imediatamente quando viram os rapazes.

 

Mal.

 

O cara era magro e alto, tinha cabelos mal cortados e fedia a suor. Tinha uma tatuagem de cruz abaixo dos olhos, que tinham olheiras. Ele tinha uma cara de mal. Peter pigarreou.

 

— Você… você é o chefe?

 

Os homens riram. Peter deu um sorriso amarelo, na esperança de se enturmar ou não pagar de pateta. Mas esse era Peter. Ele sempre foi um pateta.

 

— O chefe tá ocupado demais para se importar com sua existência.

 

Peter engoliu a seco. Remus viu seu amigo enxugar as mãos suadas na calça jeans.

 

— Eu… huh, o que vamos fazer?

 

O homem com cara de mal ergueu as sobrancelhas.

 

— Está com pressa?

 

— Não! Eu posso ficar quanto tempo for necessário. Eu tenho tempo. E disposição. E tempo. Muito tempo.

 

Remus apertou e beliscou o braço do Peter. O que esse pateta estava fazendo? Ele estava louco pra sair dali e Peter diz uma coisas dessas.

 

— Você comeu a língua invés do rabo do seu namorado? Ele não fala? — perguntou o cara.

 

A língua de Remus ergueu asas e voou, pois não soube o que responder.

 

— Ele não é meu namorado! — exclamou Peter esganiçado, sua voz subindo uma oitava. Ele pigarreou mais uma vez, e repetiu, com a voz grossa: — Ele não é meu namorado.

 

Os homens riram de novo, e o cara com feições antipática levantou-se e saiu da cozinha, trazendo consigo um pacote enrolado. Um kg do que Remus deduziu que era maconha. Quando se aproximou deles, tinha uma expressão de zombaria.

 

— Aqui. Se sair bem sucedido, você tá dentro. — falou para Peter.

 

Peter pegou o pacote e balançou a cabeça rapidamente. Eles encararam os meninos, Peter olhou para a maconha e deu as costas, saindo do apartamento com Remus em seu encalço.

 

Quando acharam que estavam finalmente livres, voltaram nos mesmo pés, com Peter ligeiramente assustado:

 

— Onde vamos deixar isso?

 

O cara malhado que abriu a porta, sorriu.

 

— Atrás da igreja. Vocês vão saber quando um dos nossos for buscar.

 

Peter arregalou os olhos e balançou a cabeça.

 

— Certo, certo.

 

E saiu novamente, com Remus o acompanhando. Quando finalmente puseram os pés para fora, Peter enfiou o pacote debaixo da camisa, marcando um quadrado ridículo que certamente não fazia parte da sua barriga.

 

Eles correram para o carro e quando estavam seguros, Remus berrou:

 

— Mortos! Quase mortos pela versão tatuada de Edward, Mãos de Tesoura!

 

— Shiu! Grite mais um pouco e aí sim estaremos mortos.

 

Remus se calou e Peter tirou a encomenda debaixo da camisa, e a olhou.

 

— Acho que estão nos zoando. — disse o loiro.

 

— Brincadeiras a parte, claro! Só faltou nos darem tiros no pé. — disse Remus, sarcástico. — Sério? Jogue isso no lixo. Ou queime. Vamos pra casa.

 

— Não. Vamos ver no que dá…

 

Remus olhou para o amigo como se folhas da planta que ele mantinha na mão estivesse crescendo na sua cara.

 

— Eu vou fazer você engolir isso.

 

— O pior já passou, Remus. Só vamos entregar e pronto. É um teste. Vai ser rápido. Não vai acontecer nada, eu prometo.

 

—________________________________________________



Marlene se forçou a segurar na barriga de Sirius quando ele resolveu que era hora de testar a capacidade de sua moto de voar. Eles estavam indo muito rápido, e a escuridão só deixava Marlene com medo.

 

Estava frio, e o conjunto de mansões onde Dorcas morava era um pouco longe do centro da Hogsmeade, onde era mais povoado. A estrada era rodeada por uma floresta não muito densa, mas havia muita terra. Marlene podia reparar mais nisso, se não estivesse a ponto de ter uma conversa com Deus mais cedo do que esperava.

 

— Devagar! — gritou ela contra o capacete. — DEVAGAAAAAAAAAAAAAAAR! — berrou.

 

Em resposta, a moto roncou, e começou a ir mais rápido do que já estava. Sirius Black, maldito seja.

 

Marlene começou a dar socos nas costas e na barriga dele.

 

— PARE DE FAZER CÓCEGAS! — berrou Sirius contra o vento.

 

Marlene o odiava. Começou a se sentir tonta. Apertou os lados da barriga dele, e seu corpo reagiu. Ela sorriu quando Sirius diminuiu a velocidade e estacionou a moto na beira da floresta, defronte a um carro que também estava estacionado. Marlene pulou da moto e tirou o capacete.

 

— Você é um maldito! Odeio você.

 

Sirius tirou seu capacete e o descansou no colo. Marlene percebeu o quanto ele era bonito, um pouco descabelado e os olhos ferozes.

 

— Você é maluca.

 

— Babaca.

 

— Gorda.

 

— Filho da p… — Marlene não terminou sua frase, pois um carro passou buzinando por trás deles.

 

Sirius riu.

 

— Foi mal. Irei mais devagar, ok.? Prometo.

 

Marlene olhou para ele desconfiada, mas quando se deu conta que pensou em “Black” e “bonito” na mesma frase, se deu um tapa mentalmente.

 

— Que cara é essa?

 

— Cara nenhuma, essa é a minha cara e pronto. — bufou ela.

 

Sirius desviou o olhar dela e seus olhos se fixaram em um ponto, atrás da garota. Marlene virou-se também. Um rapaz saiu detrás das árvores, fumando um cigarro, provavelmente o dono do carro. Ele parou de andar abruptamente quando viu que estava sendo observado. Ele tinha os cabelos raspados e usava uma jaqueta de couro preta parecida com a de Sirius, mas a dele era mais suja e surrada.

 

Marlene quis desviar o olhar, mas não conseguiu. O homem avaliou Marlene, de cima a baixo e deu um sorriso sacana. Por fim, olhou para Sirius, perguntando-se se daria conta. Ele voltou a encarar Lene, e começou a andar em sua direção.

 

Com o peito cheio de medo, desejou ter consigo um spray de pimenta. Com o canto dos olhos viu Sirius descer da moto e se pondo na frente de Marlene, de forma protetora.

 

— Perdeu alguma coisa? — perguntou Sirius.

 

O homem continuou andando até que chegou cara a cara com Sirius. Eles eram do mesmo tamanho, mas o primeiro era bem mais velho.

 

— Ela é sua? — perguntou ele, apontando com a cabeça para Marlene.

 

Marlene olhou para Sirius depois da pergunta feita. Isso era um tipo de jogo que homens tinham? Black olhou para Lene, que tinha uma sobrancelha arqueada. Sirius voltou a olhar para o cara.

 

— Você não respondeu minha pergunta. E não gosto de repetir. — falou cruzando os braços no peito.

 

Marlene reparou que na mão dele havia uma tatuagem de uma numeração. Se pudesse arriscar um palpite, diria que era seu número de presidiário. Ele ignorou Sirius e fez menção de ir até Marlene, como se o garoto na sua frente fosse um fantasma que pudesse ser atravessado. Sirius fechou os punhos com raiva e acertou um soco bem no maxilar do estranho. Ele tombou para trás, mas quando voltou havia uma arma em sua mão direita, e ela estava apontada para o rosto do moreno. Marlene gritou.

 

Desespero e horror tomaram conta da garota. Sirius ficou paralisado por um momento e o rapaz armado por sua vez, achou que tinha tudo sob controle. Mas Sirius Black não era dotado de inteligência. Marlene berrou quando seu amigo reagiu rapidamente, segurando o punho do rapaz com uma mão, e com a palma da outra, bateu na arma, na tentativa de desarmá-lo.

 

Os dois se atracaram e Marlene correu em volta das beira da estrada. Encontrou um galho de árvore caído e o buscou, o arrastando em direção ao duelo. Um tiro foi disparado.

 

A garota olhou rapidamente para saber o que havia acontecido, mas foi um disparo sem mira. Os dois não pareciam feridos. O homem malvado conseguiu sair por cima, chutando Sirius, que estava caído no chão e apontou-lhe a pistola. Reunindo suas forças, sorrateiramente Marlene levantou o galho acima de sua cabeça e o descansou sob a lateral da cabeça do maldito.

 

O homem desfaleceu.

 

Marlene largou o galho e encarou Sirius, que estava pálido. Ele engoliu a seco e ergueu-se, e por fim, encarou o corpo caído no chão.

 

— Ele morreu? — perguntou Marlene mais para si do que para Sirius.

 

Ele deu de ombros e chutou o cara caído. Marlene perguntou-se se aquele ato foi uma espécie de vingança do chute que havia levado a tempos atrás. Marlene, devagar, se inclinou sobre o corpo e pôs dois dedos na veia em seu pescoço, para sentir a pressão sanguínea.

 

Sentiu alívio quando afirmou para Sirius:

 

— Ele está vivo.

 

Ele assentiu, também suspirando aliviado. Marlene fechou os punhos e começou a bater no garoto a sua frente, com sangue nos olhos.

 

— Você ficou maluco?! Quer morrer, garoto?! Se você morresse, eu matava você!

 

Sirius levantou os braços para protegê-se dos ataques.

 

— Calma, mulher! Eu só estava tentando…

 

— Bancar o herói? — perguntou Marlene, soltando faísca. — Diga isso para os protagonistas de The Avengers!

 

Sirius ficou calado, e depois de um tempo em silêncio olhando para baixo, perguntou:

 

— O que faremos? Deixamos o corpo aqui? E quando ele acordar? Vai se lembrar e procurar a gente? E essa arma?

 

Os dois trocaram olhares significativos.

 

—____________________________________________________



Peter andava para lá e pra cá, na  calçada que levava para as portas do fundo da enorme igreja paroquial de Hogsmeade. Remus havia desistido de ficar calmo e começou a roer as unhas, um tanto desesperado. Eles haviam encontrado uma bolsa preta de lado, simples, que pertencia ao pai de Peter, no interior do carro. Lá eles colocaram o pacote. Os dois deram um sobressalto quando os sinos tocaram, anunciando a hora da missa.

 

Impaciente, Peter olhou para o relógio no seu pulso. Que horas esse cara iria chegar? Seus pensamentos foram interrompidos por uma senhora, que usava uma bata e se aproximou dos dois com olhos ferozes.

— Finalmente! O que estão fazendo aqui fora? — perguntou, segurando a gola da camisas dos dois, os empurrando para dentro da igreja. — O padre se atrasou, mas acabou de chegar. Vamos, andem!

 

— Senhora, está acontecendo um engano... — disse Peter, tentando se livrar do aperto em sua camisa.

 

Remus, sentindo um estranho alívio disse:

 

— Estávamos só tomando um ar, já íamos entrar.

 

Peter arregalou os olhos, Remus pediu desculpas com um balançar de ombros.

 

Eles entraram na igreja, Peter apertando a bolsa ao lado do seu corpo como se alguém tivesse um olhar raio-x, e lhe pegasse no ato. Os garotos foram levados para a sacristia.

 

— Dentro do guarda-roupa tem suas vestes. — explicou a mulher. — Os dois vão carregar o incenso durante a procissão…

 

— Procissão? — interrompeu Remus, de olhos arregalados.

 

— ...Você será o turiferário. — disse para Remus e apontou para um grande cômoda de madeira. — E o incenso, a naveta e o turíbulo estão na última gaveta. Podem deixar suas coisas dentro do guarda-roupa. Agora, vamos! Os fiéis estão indo para fora. — e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

 

Peter virou-se para Remus, estapeando o amigo.

 

— Filho de uma chocadeira!! Você viu nos que nos colocou?!

 

— Calma… Só temos que fingir que temos tudo sob controle. — falou Remus, tentando não surtar.

 

— Tudo sob controle? Tudo sob controle? — repetiu, Peter, sua voz subindo uma oitava. — Vou arrancar sua cabeça, infeliz!

 

— Vamos esconder essa… coisa logo. Antes que alguém volte. — disse Remus, apontando para a bolsa que Peter carregava ao lado do braço.

 

Tomando uma iniciativa, ele abriu a porta do guarda-roupa e encontrou duas vestes sobrando, o que seriam as deles, Remus deduziu e puxou-as, jogando uma para Peter. O loiro pegou a roupa branca com detalhes dourados no ar, e a vestiu.

 

— O que faço com isto? — perguntou Peter, apontando para a maconha, guardada em sua maleta preta.

 

— Engole, você que teve a idéia de conseguir dinheiro extra da forma mais errada possível.

 

— Se não fosse por você, não estávamos sendo condenados ao inferno por sua idéia! — exclamou Peter aos sussurros.

 

Remus fez uma careta.

 

— Talvez ninguém seja de xeretar e descubra… — disse esperançoso, vestindo as vestes que deveria ser de outra pessoa.

 

— Você tá brincando? — perguntou Peter, incrédulo. — Você pode se surpreender com o que essas velhinhas de igreja pega-na-mão-de-Deus-e-vai é capaz de fazer. Temos que esconder.

 

— Onde?

 

Peter olhou para a parte de baixo do guarda-roupa e uma bolsa preta exatamente igual ao de seu pai estava descansando em um canto. Os dois se entreolharam.

 

— Não. — disse Remus com confiança.

 

Peter ignorou.

 

— Estou falando sério. Essa pessoa pode ser presa. — disse o garoto, sensato. — Um inocente.

 

— Antes esse azarado do que a gente. — falou Peter e andou até o guarda-roupa.

 

Remus cobriu os olhos e respirou fundo. Onde diabos havia se metido? Tirou as mãos dos olhos e disse:

 

— Espere. Podemos colocar junto ao turíbulo, e ela queimaria junto com o incenso. Ninguém vai desconfiar.

 

Peter arregalou os olhos e sorriu.

— Isso é uma idéia brilhante!

 

E levantou-se feliz da vida em direção à gaveta. Pegou o suporte de incenso, a naveta e o turíbulo, objeto litúrgico onde o incenso queimava junto com o carvão, e colocou em cima da cômoda. Derrubou o incenso em cima da parte superior e pegou o kg de maconha, e suas chaves no bolso e rasgou a fita que segurava a planta. Pôs o máximo de maconha triturada que conseguiu dentro do suporte do incenso e quando começou a cobrir com o incenso, ouviram vozes.

 

Os dois nervosamente, começaram a suar. Peter jogou o pacote para Remus, que jogou de volta para Peter, que começou a rodar feito uma barata tonta dentro do sacristia.

 

Até que se voltou contra o guarda-roupa e enfiou o pacote de maconha aberto dentro da bolsa que era igualzinho a sua. Ele não sabia de quem era aquilo, e nem queria saber. Apenas não queria ser culpado.

 

Ouviu Remus sibilar atrás de si, e então, chutou a bolsa preta do seu pai para debaixo do guarda-roupa e no momento em que fechou a porta, a porta da sacristia abriu-se, revelando uma menina da sua idade, com cabelos curtos e cacheados, iguaizinhos aos de Dorcas, mas seus olhos eram amendoados, e sua pele mais escura. Lembrou a Peter a mulher que os carregaram para dentro da igreja.

 

— Achei que tivessem sido arrebatados! — a voz dela era doce como um som de violino, tão mágico. Peter não soube quanto tempo ficou ali babando para a garota até que ela deu uma risadinha gostosa. — Vamos. O carvão já está pronto. Ah, esqueci de me apresentar. Meu nome é Mary. Mary McDonald.

 

Peter balbuciou:

 

— Mary…

 

Remus deu um tapa na nuca do amigo, na esperança dele acordar. Talvez tenha funcionado e o loiro saiu de seu transe. Mary também usava vestes como as dos meninos; ela era uma coroinha.

 

— Nós somos… — começou Remus.

 

— Cédric e Oliver. — interrompeu ela. — Eu sei. Estou feliz por estarem aqui, mas é bom nós nos apressarmos, ou minha mãe vai nos matar. O padre já está lá fora, pronto para benzer o incenso. Vamos. — E saiu.

 

Peter foi o último a se mover, Remus pegou a naveta e o turíbulo, e o outro com o suporte do incenso. Os dois seguiram Mary para fora, onde ela ajudou os meninos a colocar o carvão. Mary olhou desconfiada para Remus, quando esse não soube usar o objeto de maneira correta. Peter não sabia desviar os olhos da garota.

 

— Eu só estou nervoso. — disse Remus, com um sorriso amarelo, olhando para o objeto em suas mãos. Olhou para seu amigo e Peter parecia que estava olhando pra um extraterrestre em sua frente. — Ele tem um leve retardo mental, Deus o abençoe. — disse Remus, apontando para o amigo.

— Oh. — as bochechas de Mary ruborizaram. — Sim. Ele aparenta. — disse, olhando com uma certa pena para Peter. — Deus o abençoe. — repetiu.

 

Os dois foram a frente, com Remus segurando a risada, e Peter logo atrás deles tropeçando em suas longas vestes. Os dois ficaram a frente do mar de fiéis na frente da igreja. O padre benzeu o incenso que estavam nas mãos de Peter e pegou a colher que usaria para despejar no turíbulo. Remus começou a suar, torcendo para ele não depositar incenso demais e a maconha aparecer no fundo do suporte. Felizmente, isso não aconteceu.

 

Velas foram acesas e o padre começou a andar, falando palavras em latim e do incenso começou a sair a fumaça. Remus segurou nas correntes e começou a balançar o objeto para lá e pra cá. Virou-se para Peter para comentar sobre Mary, quando pegou o pateta olhando para trás, procurando algo na imensidão de gente. Remus rolou os olhos.

 

— Será que dá para agir como um ser humano normal? Você age como se ela tivesse duas cabeças. — sussurrou Remus. — Ah, não. Espere. Você não é normal.

 

Peter abriu a boca para argumentar, mas um punhado de fumaça de incenso entrou na boca dele, fazendo-o tossir.

 

Há um bocado de metros atrás, dois rapazes chegaram à igreja suados, de tanto correr. Oliver e Cédric haviam se atrasado para a procissão que obviamente já haviam sido iniciada e nem estava mais à vista. A única pergunta que flutuavam em suas cabeças era quem os havia substituído na tarefa de carregar o naveta e o turíbulo.

 

—_______________________________________________

 

— No três. Um, dois, três.

 

Marlene e Sirius suspenderam o homem para dentro do porta-malas do carro. O impala 67 preto era mesmo do rapaz, pois as chaves estavam em seu bolso. Após jogar o corpo lá dentro, Marlene percebeu uma mochila esverdeada no canto da mala, ela não sabia o que era, e nem queria saber. Eles fecharam a mala e olharam para a pistola ainda caída na terra. Um carro passou em alta velocidade pelos dois e mais uma vez, estavam sozinhos na noite silenciosa. Nenhum deles havia tomado coragem o suficiente para pegar na arma depois que Marlene lembrou que podia ficar as deles digitais lá.

— E se a gente enterrar? — perguntou Sirius.

 

Marlene queria dizer que era uma boa idéia, mas se a polícia por acaso parasse ali para averiguar, e encontrar a arma no carro do homem, o bandido estaria em apuros. E não teria tempo para ir atrás dos dois. Contou sua idéia a Sirius e ele concordou em esconder a pistola no porta-luvas. Ele tirou a jaqueta e apanhou, com a outra ponta da jaqueta, abriu a porta do passageiro e escondeu a arma no porta-luvas.

 

Ao terminar, Marlene olhou para a chave do carro em sua mão.

 

— O que vamos fazer com isso?

 

Sirius pegou a chave e andou até a floresta, e adentrou nela, desaparecendo de vista. Marlene abraçou seus braços e o seu medo aumentou; não queria ficar sozinha ali. Sirius, entretanto, não demorou muito. E voltou de mãos vazias.

 

— Enterrei. — explicou ao ver o olhar de Marlene. — Vamos. Não quero ficar mais nem um segundo aqui.

 

Marlene balançou a cabeça, feliz em os dois terem concordado em alguma coisa uma única vez na vida. Sirius subiu na moto, e Marlene subiu na garupa logo em seguida. O moreno voltou para a estrada, mais rápido do que antes e dessa vez, Marlene não reclamou.

 

Quando voltaram a cidade, Lene disse seu endereço e Sirius parou em frente a sua casa. Marlene desceu e entregou o capacete.

 

— Sirius?

 

— Marlene?

 

— Não conte a ninguém.

 

Sirius fez que sim. Ninguém significava seus amigos, e seus amigos eram como seus irmãos. Entretanto, há coisas que devem ser mantidas em segredos, até mesmo de sua família.

 

— E obrigada. — continuou baixo. — Por me defender. Eu fiquei com medo.

 

— Eu também. — admitiu Sirius. — Mas nos livramos, não é?

 

Marlene forçou um sorriso e apertou suas mãos com força.

 

— Boa noite, Black.

 

— Boa noite, McKinnon.

 

Marlene virou-se, e andou até sua casa. Sirius observou ela entrar, e quando ela estava segura dentro de casa, ele deu meia volta, indo em direção ao próprio inferno que chamava de casa, mas não antes de ver o irmão de Marlene espiando pela sacada.

 

—______________________________________________________

 

Remus olhou com desconfiança para trás, e de relance, viu uma senhora de idade próximo à eles inalar com vontade o cheiro da maconha que saia do objeto em suas mãos. Ela estava de olhos fechados e quando abriu, estava vesga. Remus olhou rapidamente para frente.

 

A comissão de frente da procissão estava quase de volta à igreja quando Peter depositou a maconha para queimar com o carvão. O fumaceiro era nítido. O padre parou de andar e olhou para Remus, que olhou para Peter, que olhou para os lados, fingindo demência.

 

— Que diabo é isso? — soltou o padre. — Isso não é incenso.

 

— Não? — perguntou Remus, colocando pra fora o seu lado ator inexistente.

 

O padre andou até Peter e tomou o suporte do incenso de suas mãos e exclamou:

 

— Que pouca vergonha! Uma atitude diabólica e pecaminosa! — cuspiu o padre cheio de desgosto. Um burburinho começou a crescer em volta deles. — Quem colocou isso aqui? Diga agora e tenha a decência de ser excomungado!

 

Silêncio.

 

A polícia foi chamada e os objetos foram tomados das mãos dos meninos, que juraram de pés juntos que quando entraram na sacristia, eles pegaram os objetos do jeito que assim estava. O coração de Remus martelava tanto que por um momento achou que ele ia fazer um buraco no seu peito e sair correndo para pular corda.

 

Eles se misturaram facilmente na multidão que voltaram em peso para a igreja, para serem perguntados sobre o que sabiam sobre a maconha ser queimada no lugar do incenso, mas havia tanta gente que a idéia de falar com todos sobre o acontecido foi descartada.

 

Os meninos se livraram de suas vestes e saíram sorrateiramente pela porta lateral da igreja e correram em direção ao carro e praticamente atravessaram a porta. Peter arrancou, olhando frequentemente pelo retrovisor para ter a certeza de que não estavam sendo seguidos.

 

Nervosos, não falaram nada sobre. Peter deixou Remus em casa e depois foi para a sua, guardando o carro de seu pai na garagem. Os dois não comentaram nunca mais sobre o acontecido e fingiam-se de surdos quando perguntados por seus pais sobre o que fizeram naquela noite.

 

No dia seguinte, James chamou seus amigos para se reunirem e conversarem. Lily fez a mesma coisa, então um super encontro na casa dos Potter foi feito.

 

Nem Alice, nem Dorcas foram, pois estavam de ressaca devido a festa da noite passada. Ao dar 18h, James fez todos se sentarem no sofá, ele e Lily estavam sorridentes e quando perguntados o porquê daquilo, explicou:

 

— Fizeram uma reportagem sobre o filme de ontem no cinema. Fomos entrevistados! — respondeu Lily muito animada.

 

Remus, Peter, James, Lily, Marlene e Sirius sentaram-se no espaçoso sofá da Dona Euphemia e ligaram a TV esperando o noticiário.

 

Rita Skeeter com seu sorriso perfeito e seus cachos loiros caindo aos seus ombros, falou com a voz irritantemente doce:

 

Boa noite. Um dos fugitivo mais procurado da região Norte da Califórnia foi encontrado pela polícia na madrugada de hoje na floresta entre um bairro nobre e a cidade de Hogsmeade. Conhecido como ‘Fenrir GreyBack’, ele foi ferido em uma luta e preso no porta-malas em um carro roubado. Ao ser questionado, ele não soube como foi parar lá, e agora, está de volta à prisão sob o comando do xerife Evans…”

 

O peito de Lily encheu-se de orgulho, enquanto as mãos de Marlene não paravam de tremer.

 

Na TV, apareceu as imagens do Impala 67 preto que Sirius e Marlene esconderam o corpo desfalecido do homem. Sirius estava tenso, apertando seus joelhos com força. O rosto Rita voltou a preencher a tela.

 

“...Uma mala com diversos tipos de armamento pesado foi encontrado junto ao sujeito. Agora, um caso peculiar. Um padre foi preso por ser suspeito de colocar maconha no turíbulo durante uma procissão. A polícia foi acionada e após uma rápida investigação foi encontrado um kg de maconha aberto dentro da maleta do próprio padre. Ele negou as acusações e diz que não faz idéia de como aquilo foi parar lá. Ele está preso até segunda ordem.”

 

James deu uma cutucada em Peter, que roía as unhas. Remus estava pálido e suas mãos suavam.

 

— É agora.

 

Rita Skeeter voltou a dar atenção a outra tela no estúdio.

 

O filme do século: adolescentes se reúnem no cinema de Hogsmeade para assistir o maior filme de super heróis da história, fazendo os ingressos esgotarem rapidamente.”

 

A tela apareceu uma fila enorme, e várias pessoas fazendo cosplay. Uma garota foi perguntada sobre o que achou do filme:

 

BUCKY, EU TE AMO! TONY E…”

 

Sua voz foi cortada e logo apareceu um casal na tela. Eram James e Lily. A ruiva estava radiante, e James fazendo carão para a câmera. Fora da tela e com um sorriso, James ficou de joelhos para a tela da TV e apontou para si mesmo, todo egocêntrico.

 

Estamos muito animados. Esperamos tanto por esse momento. Será um filme incrível.

 

Lily deu um tchauzinho e o rosto da apresentadora tomou a tela.

 

E ficamos por aqui. Tenham uma boa noite e até amanhã

 

Os casal olharam para seus amigos, mas só encontraram rostos nervosos e desconfiados.

 

— Acho que devíamos comemorar, sabe? — disse Lily, gesticulando. — É a primeira vez que isso acontece e nos saímos muito bem.

 

Todos os presentes concordaram balançando a cabeça, ainda em transe.

 

— Pizza? — perguntou James.

 

— Eu pego o telefone. — levantou-se Sirius.

 

— Eu pego o refrigerante. — disse Remus indo para a cozinha.

 

— Eu pego os guardanapos. — Marlene praticamente correu pra cozinha.

 

— Eu… — Peter pensou. — Quer saber? Eu vou ficar por aqui mesmo.

 

James sorriu e abraçou Lily de lado.

 

— Ontem foi uma noite fantástica, não foi?

 

Lily riu em resposta.

 

— Sim, ela foi demais!




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Notas finais do capítulo

AMARAM? ODIARAM? RIRAM ATÉ CAIR OS DENTES DA BOCA? Comenta aqui!! UHUL!

“QUERIDA AUTORA, QUANDO VOCÊ VAI ATUALIZAR PARTY OF FOUR? EU ESPEREI MEIO SÉCULO POR ESSE CAPÍTULO!”

Peço minhas mais sinceras desculpas por isso :(
Mas aí vai a resposta: Eu não sei.
Não tenho data de atualização. MAS NÃO DESISTAM DE MIM!!!

Eu já tenho o próximo capítulo em mente e só falta passar para o computador.

Lembrem-se: paciência é uma virtude!

E eu fico por aquiiii :(((((

Obrigada por não desistir da fic, se você veio pela notificação. E pra você que começou a ler agora e já quer mais, como já dizia a Patrulha na Noite: “e agora começa minha vigília.”

EU TÔ ZOANDO, OKAY? Brincadeiras a parte rs

Quando vocês menos esperarem, pof vai atualizar!

TCHAU!

Betagem: Lia Munhoz ♡



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