Azkaban escrita por Lhamelet


Capítulo 3
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Geente, fiquei chocada :O
Doois dias sem postar e a minha fic fooi pra pagina 4 :OO
#Parey =P


AINDA QUERO REVIEWS



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Capitulo 2: Fuga

Como era de se esperar, os pesadelos vieram para o prisioneiro naquela noite.

Não que fosse uma exceção, por que não era. Eles vinham todas as noites.

Mas o dessa noite mudou todo o curso da historia do homem.

Estava sentado em um solo macio e úmido, com folhas mortas e frutas estranhas espalhadas por todo lado.

Do seu lado, um enorme lago era iluminado pela lua cheia e arvores se erguiam sombrias ao seu redor. Inclinou-se sobre a água e, ao invés de sua imagem magra e pálida, viu refletido um enorme cão negro  com olhos claros e dentes de quase dois centímetros.

Ouviu uma risada familiar e viu o cachorro na água virar a cabeça em direção a voz, imitando seu gesto. Três garotos vinham em sua direção, rindo e falando alto, não parecendo se importar em chamar a atenção de algum monitor.

O mais alto, que tinha o cabelo castanho claro cuidadosamente penteado e olhos cor de mel¹, tinha um dos braços passados pelos ombros de um garoto magro que usava óculos por cima dos olhos castanhos esverdeados e não parecia pentear o cabelo há alguns anos.

Um pouco atrás dos dois, vinha um garoto baixinho e gordinho, com cabelos cor de trigo e olhos escuros e pequenos. Não ria como os outros. Na verdade, carregava uma expressão bem sinistra, que os outros da frente não percebiam.

- Sirius.- Chamou o garoto de óculos, com um enorme sorriso estampado na cara magra - Onde você se enfiou, garoto? Achei que ia ter que te procurar a noite toda.

O homem só o olhou, sem conseguir responder.

- Ora vamos, Sirius. Já está quase na hora. -  disse o outro, com um sorriso idêntico ao do primeiro.

Na hora? Na hora do que?- quis perguntar, mas nada saiu de sua garganta a não ser um leve ganido.

O primeiro olhou em um relógio que tinha no pulso e comentou alguma coisa como ‘ ela está atrasada’, mas Sirius nem ligou.

Não sabia quem estavam esperando e nem se importava com isso. Porque eles estavam juntos novamente: Os marotos tinham voltado a se reunir e toda aquela coisa idiota de Azkaban e Voldemort tinha sido um sonho.

Só um sonho.

Então porque sentia tanto frio?

- Ah, ai está ela. - comentou Remo olhando para a sombra do castelo, recortada contra a noite.

Uma garota com chamativos cachos vermelhos e olhos verdes brilhantes corria até eles com o que parecia ser um cobertor todo enrolado nos braços.

Ela parou e sorriu docemente para todos, menos para o homenzinho com o cabelo cor de trigo.

- Desculpe o atraso, Six. Quase não consegui sair da torre por causa da Mary.

Sirius percebeu que ela falava com ele, embora ainda estivesse em sua forma animaga. Então ela sabia? Tiago e ela tinham finalmente se entendido, então?

Todos olhavam para ele agora, como se esperassem que ele fizesse alguma coisa.

- E então? – perguntou Tiago impacientemente, quebrando o silencio. – Vai voltar ou não?

Voltar pra onde? – mais uma vez quis perguntar e de novo não saiu nada de sua garganta.

Lilian balançava sobre os calcanhares e olhava em volta distraidamente e Remo o fitava pacientemente, mas Rabicho não olhava para ele.

Olhava para o cobertor nos braços de Lilian com uma expressão que beirava a fome.

- Pode demorar o tempo que precisar, Almofadinhas. – Disse Remo gentilmente. – Sei que deve ser difícil para você depois de tanto tempo.

- Ah, qual é?  Estamos em guerra, não temos tanto...- Remo deu uma cotovelada nas costelas de Tiago e ele se calou, embora olhasse impacientemente para Sirius.

Precisava voltar à forma humana, para conversar com eles. Pelo menos para saber o que estavam esperando. Fechou os olhos, concentrando-se em sua forma humana e...Nada aconteceu.

Olhou para os outros, desesperado. O que havia de errado com ele?

Remo e Lilian só sorriram gentilmente, enquanto Tiago revirou os olhos, rindo. Um pouco atrás, Rabicho não havia demonstrado qualquer reação, ainda encarando o cobertor.

Tentou de novo. Nada

De novo. Nada.

De novo. Nada.

Na quarta vez, sentiu seu corpo alongar e perder pelos, enquanto sua pele ficava mais clara e seu focinho se encurtava até ficar do tamanho de um nariz humano.

- Ah, amém. – exclamou Tiago. – achei que nós íamos ficar aqui pelo resto da noite.

Lilian não disse nada, limitando-se a sorrir brilhantemente para Sirius e esticar-lhe o cobertor que segurava.

- Cuide bem dele, Six.

E foi quando tudo aconteceu.

Rabicho explodiu em grossas chamas verdes e quando saiu dali, encarando todos os que observavam a cena com ar de superioridade, não era mais ele.

Era Lord Voldmort.

Ele apontou a varinha para o cobertor e sussurrou algumas palavras bem escolhidas, fazendo com que um raio esverdeado saísse dali, mas antes que atingisse o montinho Tiago entrou na frente da maldição, desabando logo em seguida.

- Não! Tiago! – Gritou Lilian e estendeu o cobertor para o homem. - Vá, Sirius, corra.

No segundo que ele demorou para reagir, o Lorde fez sua segunda tentativa de acertar seu alvo e Lilian virou de costas no ultimo instante, fazendo com que o cobertor rolasse pela grama quando ela desabou, morta, ao lado de Tiago.

Remo tinha sua varinha apontada para o lorde das trevas, mas antes que conseguisse proferir qualquer feitiço, Voldemort lançou um raio prateado em sua direção que o lançou longe.

Foi quando Sirius percebeu que o cobertor se mexia.

Abaixou-se e desfez parte do montinho, revelando olhos muito verdes encaixados em um rosto de bebe.

Então, tarde demais, Sirius entendeu.

Aquele era Harry. Voldemort o estava caçando e Rabicho havia entregado os melhores amigos ao mestre. Sirius tentara matar Rabicho e ficou preso em Azkaban por doze anos.

Nunca havia sido um sonho.

Sem pensar, pegou o bebe e começou a correr para longe de Voldemort, quando foi obrigado a parar por uma sombra enorme que surgiu na sua frente.

- Sinto muito Sirius. Dumbledore disse que eu deveria levar Harry para a casa dos tios trouxas.

Sentiu o montinho ser arrancado se seus braços

- Não! – gritou – ele está em Hogwarts, ele está em Hogwarts! Voldemort está em Hogwarts!²

O prisioneiro acordou, suado e tremendo, ainda no chão imundo de sua cela.

Levantou-se de um salto, não conseguindo acreditar que tinha se esquecido da animagia.

Abaixou os olhos até o minúsculo espaço entre as barras de ferro que o prendiam ali, mediando-as. Eram projetadas para impedir que humanos fugissem, mas talvez, só talvez, ele conseguisse passar por elas como um cachorro.

 Fechou os olhos e se concentrou o melhor que pode (embora ainda estivesse com frio e vozes estranhas ainda gritassem em sua cabeça), mas a exemplo do sonho, nada aconteceu.

Pensou em Rabicho e a raiva ardeu dentro do prisioneiro.

Tentou de novo e nada aconteceu.

Pensou em Harry, no quanto desejava vê-lo.

Tentou de novo e nada aconteceu.

Pensou em quanto queria sair dali e na injustiça daquilo tudo, fazendo a recente fogueira dentro de si esquentar como se alguém tivesse jogado gasolina nela.

Tentou mais uma vez e dessa vez alguma coisa aconteceu.

Seu corpo começou a diminuir de tamanho e sua coluna começou a mudar, abrigando-o a ficar sobre quatro... patas? Isso! Suas mãos e pés haviam diminuído até ficar na forma de patas caninas e grossos pelos negros brotaram por todo o corpo do prisioneiro.

Almofadinhas estava de volta.

Um dementador entrou na cela naquele instante e Sirius descobriu que não o afetava como antes.

Claro, as vozes ainda gritavam e ainda sentia frio, mas era só uma fração do que tinha sido antes e o prisioneiro conseguia sentir a energia rastejando, timidamente, de volta ao seu corpo.

O dementador pareceu confuso e começou a circular em volta da cela do prisioneiro, sem encontrar nada.

O olhar do cachorro encolhido contra a parede foi até a ‘porta’ da cela e percebeu que na pressa de entrar, o dementador a havia deixado aberta.

Sem conseguir acreditar em sua sorte, o prisioneiro se esgueirou para o corredor e correu, simplesmente correu, o mais rápido que suas patas agüentavam. Não sabia onde estava indo, só descia as escadas como um raio negro, liberando toda a energia que havia estado acumulada por doze anos.

Depois de descer o que pareceu ser centenas de lances, o prisioneiro viu algo que o fez parar.

Havia um buraco na parede³ que deixava entrar uma rajada de ar úmido e salgado, como uma brisa marítima. Embora o buraco fosse pequeno, Sirius conseguia ver um pequeno trecho de areia e até algumas ondas se ele forçasse a vista.

Avançou inconscientemente e só percebeu os dois dementadores parados ali, quando estava quase em cima deles. Os capuzes se moveram quando os dois abaixaram as cabeças para o cachorro e começaram a flutuar em sua direção, tentando cobrir a pouca distancia entre o prisioneiro e eles.

Mas Sirius já tinha ido longe demais para ser pego a poucos centímetros da saída.

Com uma coragem que nem ele sabia que tinha, correu entre os corpos sentindo suas capas negras farfalhando em seu pelo, e se espremeu pelo buraco, caindo na areia fria da praia.

Diversas vezes depois, o prisioneiro tentou descrever o que sentiu, mas sempre lhe faltavam palavras.

Pela primeira vez em doze anos, as vozes se calaram e Sirius conseguiu pensar com clareza.

Sua energia voltou bruscamente e toda desesperança e todo o pânico que haviam se acumulado no peito do homem, simplesmente sumiram.

Era como nascer de novo, era maravilhoso!

Sirius sentia uma imensa vontade de gritar, de rolar pela areia, de rir descontroladamente até seus pulmões protestarem.

Ainda como cachorro, ele pulou sobre as ondas.

Estavam frias e um pouco de água salgada entrou pela boca aberta do agora fugitivo, mas ele nem se importou.

Aquela era a melhor sensação do planeta.

E então ele nadou. Sabia que havia uma porção de terra a apenas alguns quilômetros dali se ele nadasse em frente, mas não sabia em que parte do país iria parar e nem queria saber.

Apenas nadou, sentindo uma euforia maior do que jamais havia sentido.


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Notas finais do capítulo

O mais alto, que tinha o cabelo castanho claro cuidadosamente penteado e olhos cor de mel¹: A autora SABE que deveria ser lua cheia, mas o sonho é do Sirius, então as coisas acontecem do jeito que ele quiser =P
Voldemort está em Hogwarts : É só a autora que acha que se o Sirius falasse uma coisa assim, os dementadores iriam esquecer 'sem querer' de falar pro ministro? =P
Havia um buraco na parede³ : A 'janela' de Azkaban, para não deixar nenhum dos prisioneiros sufocar


Precisando URGENTE de alguem para betar :o
Se alguem quiser é só me mandar um review avisando