Aoi P.O.V.\'S

 Feliz? Um pouco, afinal entre os outros quatros integrantes, ele tinha recorrido a mim, claro que podia ser coincidência, mas mesmo assim estava feliz, só de ter sua companhia eu já me sentia muito melhor.

 Fechei os olhos tentando voltar a dormir. Perdi alguns minutos pensando em milhares de coisas, lembro-me de pensar como era bom ter Koyou por perto antes de cair no sono.

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Senti um cheiro alarmante de mofo, como se fosse sufocar, abri os olhos lentamente ainda com preguiça. Notei que estava dormindo num lugar iluminado a algumas velas e que, definitivamente, não parecia o meu quarto, me virei e procurei por Uruha, mas tudo que achei foi uma borda preta, algo como... uma caixa? Não eu deveria estar delirado.

 Sentei-me corretamente na cama e percebi que realmente aquilo não era uma caixa e sim um caixão. Estava em cima de uma mesa enorme, coloquei as pernas pra fora pensando no que poderia estar acontecendo, desci do féretro* e da mesa, mas quando fiquei em pé que olhei ao meu redor e reparei na estrutura do quarto, havia alguns balcões e baús empoeirados, em cima deles algumas velas brancas em castiçais, havia também um buraco na parede, mas reparei melhor e percebi que não era um buraco e sim o que deveria ser a porta, olhei pra trás para ver se achava mais alguma abertura igual aquela, mas tudo que vi foi um espelho enorme, quando cheguei mais perto dei um pulo pra trás. Não havia meu reflexo**.

Olhei para minhas mãos, estava pálido, mais branco do que a neve. Foi quando reparei numa poça de água grande ao lado do caixão, me ajoelhei e me assustei mais uma vez. Meus cabelos e minhas tranças também estavam mais escuros que o normal, meus olhos estavam um pouco avermelhados***, iguais as lentes que Ruki costumava a usar, “Ta parecendo um daqueles vampiros de filmes Trash’s” ri de mim mesmo. Percebi que realmente meus caninos haviam crescido, estavam maiores e mais afiados. Coloquei meus dedos em cima de um deles e acabei me cortando. Quando vi aquele sangue escorrer, senti algo anormal em mim e lambi o dedo de uma forma um tanto sensual. Era como se eu precisasse, como se todas as células do meu corpo necessitassem e ansiassem por aquilo.

 

 “MAIS, EU PRECISO DE MAIS!” voltei meus olhos para a direção da “porta”, será que havia mais alguém nesse lugar além de mim? Decidi sair e procurar.

Comecei a correr, e quando cheguei ao Hall foi que notei que não estava em outro lugar, ainda estava na casa mal acabada, o quarto onde eu estava era só um lugar escondido dentro dela, não me incomodei, pelo contrario fiquei feliz.

 

Acordei de meus pensamentos assim que ouvi um barulho que, provavelmente, vinha da cozinha, parecia que alguma coisa havia se quebrado. Não hesitei em apertar o passo e ver o que era.

- Bosta! – Cheguei a passos calmos até o batente, pude ver a figura de uma pessoa alta procurando por algo dentro do armário e em seguida, agachando-se para limpar, o que eu deduzi serem cacos de vidro – Cacete, se eu acordar o Kai, vou levar uma bela de uma bronca...

 

Oh, sim! Era Uruha, sabe Deus fazendo o que a essa hora da noite. Não pensei muito nisso, muito pelo contrario, achei ótimo, assim não teria que procurar por mais tempo.

- Koyou? – Ele levantou rápido, como se fosse uma criança pega no flagra fazendo alguma besteira, a minha criança.

 

- Aoi? Desculpa se te acordei, mas eu tava procurando alguma coisa pra beber e quando abri o armário o copo “suicidou” sozinho e...

 

- Não precisa se desculpar, meu anjo, não me acordou não – Não era ele que era afim de mim? Ótimo, não seria tão difícil seduzi-lo então, dei um sorriso malicioso e fiz a minha típica cara de “menino charmoso, maroto e sexy”.

-... Do que você me chamou? – Estremeceu e parou o que estava fazendo, virou de costas ainda com o copo meio quebrado nas mãos e me procurou com os olhos.

 

- Eu apenas disse ‘meu anjo’, - Sai de trás do batente da porta, falando com um tom sensual indo a sua direção, peguei em suas mãos e sussurrei em seu ouvido – Afinal de contas, eu estou mentido Kou-chan?

 

 Ele estremeceu mais e pude notar que estava mais gelado do que antes, provavelmente nunca esperou que um dia eu fosse tentar algo com ele.

 

- Escuta aqui Yuu, se isso for uma brincadeira de mau gosto, eu juro por Deus que te castro, e...

- A única brincadeira que eu quero fazer, meu lindo, é aquela em que eu fico por cima de você – Terminei sussurrando também, com a voz carregada de malícia. Peguei o copo meio quebrado e coloquei em cima da pia, que ficava do lado direito. Foi quando cortei meu dedo de novo, mas dessa vez de propósito. Levei o dedo até minha boca e lambi de uma forma muito mais erótica que a primeira e com os olhos fechados. Uruha estava estático com a boca semi-aberta e a mão ainda do jeito que estava quando segurava o copo. Abri meus olhos com calma, notei que ele estremeceu mais ainda.

 

 – Não quer brincar comigo Koyou? – Disse provocante e com um tom infantil.

 Ele pareceu voltar ao normal, mas não respondeu, apenas fechou a boca e ficou me encarando, sério, como se tentasse ver o que eu realmente queria era verdade ou não. Fiz menção de sair, mas ele segurou meu braço, virando-me com força e me prensou contra a pia. Pousou as duas mãos na minha cintura e com ânsia sua boca procurou a minha, em um quase desespero, tentava não me deixar escapar forçando suas mãos com possessão na minha cintura. Coloquei os braços ao redor de seu pescoço e o puxei mais ainda pra perto. Desci meus dedos para sua cintura e comecei a infiltrá-los por baixo de sua camisa, tocando naquela pele quente em contraste com eles tão frios. Foi quando apartou o beijo, ofegante, me olhando como se fosse uma presa prestes a ser devorada. 

Voltei a beijá-lo enquanto minhas mãos continuavam a subir em busca de seus mamilos. Quando os encontrei toquei-o com delicadeza e o senti estremecer, apertei mais uma vez, porém com um pouco mais de força.

Uruha cessou o beijo e gemeu alto. Sorri com os modos deles e o belisquei novamente, fazendo-o  gemer meu nome, pedindo por mais daquele toque.

 

Quando vi a maior veia de seu pescoço reparei que não conseguiria ficar ser beber aquele sangue. Comecei a beijar seu pescoço de leve dando finas mordidas que, por causa dos caninos mais afiados, já estavam viram machucados; Ele tombou a cabeça pro outro lado a fim de me dar mais espaço. Foi quando puxei seu baixo ventre com o meu e notei o quanto ele estava excitado, assim como eu. Não agüentando mais, puxei-o com força e mordi seu pescoço.

Ele chorava de dor, berrava e se batia, tentando me fazer soltar seu pescoço. Mas de nada adiantou. Quando o puxei mais forte senti minhas costas se chocando contra a beirada da pia, possivelmente doeria depois, mas no momento tudo que eu conseguia pensar era no como nunca havia experimentado aquilo. Aquele sangue tinha alguma coisa que me fazia querer mais e mais, enquanto eu bebia, ele tentava se soltar ou me causar dor, a fim de me fazer desistir.

 

Meu desejo era mais forte que tudo e me recusava a sair dali sem beber até a última gota, puxei uma ultima vez, mais forte, mais fundo. Deixei cair sangue pelo seu pescoço e escorrer até seu ombro que estava descoberto. Senti que já o havia matado, se não por hemorragia então por cansaço mesmo. Toquei de leve seu ombro e senti a pele já esfriando. Comecei a lamber do ombro até o pescoço, o virei de costas e lambi o restante do sangue que havia escorrido para suas costas involuntariamente. Limpei a boca e lambi meus lábios em seguida. O sangue dele havia me viciado, era a melhor coisa que já havia provado em toda minha vida.

Limpei-me e quando estava saindo, vi o corpo dele, sem vida jogado no chão gelado daquela pavorosa cozinha. Ajoelhei diante dele e tirei alguns cabelos que tapavam seu lindo rosto. Foi quando reparei o olhar dele, mesmo morto, sério, como se soubesse que eu com certeza faria aquilo, depois de terminar. Senti-me fraco, aquele olhar mesmo sem vida, me trazia arrependimento, magoa, e tristeza. Percebi que meus olhos ardiam e notei que estava chorando. Sangue é lógico, pois vampiros não têm água no corpo, apenas sangue. Fiquei ali mais um tempo até que o cansaço me venceu e acabei adormecendo do lado de seu corpo.

 

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 Dei um grito, acordei suado, ofegante e terrivelmente assustado. Passei as mãos pelo meu rosto rapidamente e logo o procurei, vendo que ainda dormia igual a um anjo. Comecei a me acalmar, ele se virou de frente pra mim e abriu os olhos.

- Pesadelos, Yuu? – Perguntou de uma forma tão doce e serena, que logo me acalmei. Não respondi, apenas acenei com a cabeça e tirei sua franja de cima dos olhos, que me impedia de ver seu lindo rosto por completo. 

- Vem cá, vem – Ele apontou pro peito e logo entendi. Fiquei olhando pensando no quanto ele ficava formoso daquele jeito, parecendo uma criança – Prometo que não vou tentar nada, é só pra te acalmar mesmo e...

 

Não o deixei terminar, sabia que não havia malicia, era compaixão por ter me visto tão assustado. Aconcheguei-me em seu peito e logo dormi ali, naqueles braços tão quentinhos e adoráveis.

Continua~~  

• Sinônimo de caixão é féretro -  By Giih

 

•  Vampiros não podem se ver no espelho (pelo menos os clássicos como os de Bram Stocker), mas há livros que isso se modifica.

Geralmente vampiros seriam mortos vivos, mas no ocultismo eles são considerados criaturas vivas (discordo plenamente, mas vamos lá...). Esses tipos de vampiros vivos não se “amedrontariam” com o alho, cruz, água benta, sol, estacas ou bala de pratas.

Mas esse ponto de vista foi “colocado” nos livros da Anne Rice.

Eu discordo muitíssimo desse tipo de vampiro que não teme essas coisas, eu continuo procurando como esses tipos morrem XDD – By Giih

 • Em Vampiro 2000, quando os olhos do vampiro tingiam-se de vermelho era porque ele estava com fome e iria atacar alguém.. – By Giih