Heart and Soldier II - O Retorno da Esperança escrita por Sapphirah


Capítulo 1
Capítulo 1 - A Volta




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Andando com Toriel após descer o monte, ela viu seus amigos se divertindo pelo gramado ao ar livre, respirando o ar da superfície que tanto desejaram. Frisk sentiu que a partir dali, surgiria um novo começo, todos os monstros irão conhecer como funciona o mundo afora e Frisk está ciente das dificuldades que irão surgir. Em fila, os monstros andavam para fora do monte e quem passava pelo topo observavam a vista do vilarejo enquanto andavam, eles mal acreditavam que aquilo era real: o céu, a floresta, a pequena vista do vilarejo e o sol brilhante que iluminava todo o local.

Enquanto todos andavam em direção ao vilarejo, Frisk ouviu barulhos pela floresta, gritos e passos se aproximavam do local onde eles estavam. Os monstros começaram a se sentir assustados e Frisk olhou por todos os lados, se perguntando o que estava acontecendo. Dos arbustos começaram a aparecer policiais, cães farejadores e detetives, todos com olhares apreensivos, eles viram Frisk cercada de criaturas completamente diferentes, alguns bizarros. Eles pararam e se entreolharam em estado de choque. Aquilo não era normal, era praticamente impossível que existissem monstros. Eles voltaram a olhar os monstros e se posicionaram, apontando suas armas e rendendo todos que se encontravam ali, ordenando que não fizessem nada com a humana. Frisk imediatamente correu até eles, ordenando que não atacassem. Os monstros olharam para os policiais e foram cercados, assustados e confusos. Frisk não sabia o que fazer naquela hora, o clima estava em completa desordem.

Antes que alguma coisa acontecesse, uma pessoa surgiu dentre os humanos e era o detetive chefe. Ele se aproximou de Frisk e pediu para que os policiais ficassem parados. Ele pegou uma nota e consultou uma lista de pessoas desaparecidas, em uma das páginas constava o nome dela.

?: Seu nome?

Frisk: Sou Frisk.

Marcos: Sou o detetive Marcos, recebi um relatório constando seu desaparecimento. Desde as 10 da manhã. Ultima localização perto do Monte Ebbot. Vou precisar fazer algumas perguntas para você.

Frisk: ... E o que vai fazer com meus amigos?

Marcos: Isso já não cabe mais a mim, o Delegado irá tomar conta do caso.

Frisk: Não!

A pessoa olhou de volta para Frisk, surpreso, vendo que ela não iria deixa-los. Um dos policiais se aproximou dele, perguntando o que deveriam fazer. Frisk se mostrava firme e relutante, mesmo se ele obrigasse, ela iria fazer de tudo para não se afastar deles. Por outro lado, os monstros olhavam-a temerosos, com exceção de Papyrus, ele estava olhando para um pastor alemão curioso e o cão se mostrava em guarda, atento a qualquer movimento dele.

Papyrus: Ei gente, esse cara aqui é igual aos da Guarda Real! Será que ele gosta de carinho?

Undyne: Ei Paps, não toque nele!

Papyrus: Ué, por quê? Eu nunca tinha visto um desses antes.

Asgore: Não se preocupe, com certeza acharemos mais cães como esses.

Todos os policiais se olharam mais confusos ainda, não esperando que eles falassem a língua deles, e ainda mais, se mostrando racionais como qualquer outro humano. Eles abaixaram as armas e esperaram a ordem do detetive. Já ele, que estava olhando ao redor, percebeu que havia uma razão para Frisk protege-los.

Marcos: Certo, manterei-os seguros até termos certeza de que eles entendem as leis do nosso povo. Mas por hora, se querem viver, terão que achar um jeito de morar na floresta.

Frisk: Mas por quê?

Marcos: Esse caso é complicado demais, precisamos analisar todo o processo antes de tomarmos qualquer decisão. Se você confia nos seus amigos, precisaremos de todas as informações.

Toriel: Não basta apenas sermos aceitos pelo seu povo?

Undyne: Ei nerd, devemos mesmo confiar nesses caras? Pra mim eles estão tramando algo.

Frisk: ... Você tem certeza disso?

Marcos: Absoluta. E garanto que eles estarão em boas mãos.

Triste pela situação em que acabou colocando todos, ela olhou para os seus amigos e os monstros ao redor, eles estavam assustados com a notícia, mas viram Frisk mostrar certo ânimo.

Frisk: Gente, eu sei que estão chateados com isso... Mas, vai ser só por um tempo! Vamos mostrar a eles que todos nós somos civilizados e temos padrões como eles.

Papyrus: Eu estou de acordo! Irei mostrar a eles meus altos padrões e minha habilidade culinária!

Asgore: Confiamos em você, criança.

Aos poucos todos os monstros se convenciam das palavras dela e eles se acalmaram. Logo, ela se virou e se aproximou do detetive para seguí-lo, ele observou que Frisk podia falar com certa autoridade e estava surpreso.

Marcos: Você tem um cargo deles?

Frisk: Eu sou a futura embaixadora dos monstros.

Marcos: Boa sorte pro seu trabalho. Venha, seus tios estão preocupados com você.

Frisk logo se lembrou do suposto sonho que teve enquanto estava na superfície, ver a imagem dos seus tios preocupados com ela foi algo surreal, porém isso não era mais uma ilusão, dessa vez, ela havia voltado.

Chegando até a delegacia, Frisk viu seus tios sentados perto do escritório do delegado. Quando eles a viram, eles correram e a abraçaram, preocupados pelo que poderia ter acontecido se eles não tivessem ajudado a acha-la. Já Frisk não estava tão animada em recebê-los.

Tia: Você está bem? Se machucou?

Frisk: Eu estou bem, sério...

Marcos: Sinto muito interromper, mas temos outro caso acima desse para resolver, preciso fazer algumas perguntas antes de liberar ela.

Os tios pararam de abraça-la e se entreolharam preocupados, se questionando qual outro caso seria esse que a envolve. Frisk foi até a sala de seu escritório e ao se sentar, ele começou a perguntar como ela foi parar no Monte Ebbot, como ela descobriu os monstros e como conseguiu libertá-los do subsolo. A princípio, Frisk não tinha certeza se deveria contar todos os detalhes, porque humanos não usavam magia como os monstros e por algum motivo, ela foi dotada de poderes. Se ele iria acreditar ou não, esse caso parecia estar longe de ser resolvido.

Frisk: Bem... Eu acabei me perdendo dos meus colegas, e não conseguia encontrar o caminho de volta, então... Pode ser difícil de acreditar, mas eu... vi uma luz flutuante, ela voou para dentro da floresta e eu decidi seguir, e ela me levou até a entrada do Monte.

Marcos estava focado escrevendo tudo que ouviu, ele não parecia nem um pouco surpreso e pediu para que continuasse.

Frisk: Quando eu entrei no subsolo, eu conheci meus amigos e soube que os monstros estavam em perigo lá, haviam seres das trevas que controlavam os monstros. Eu decidi ajudar todos eles, mesmo sabendo que eles não confiavam nos humanos, e aos poucos eles começavam a acreditar em mim e por fim consegui libertar todos eles.

A partir dali, ele parou de escrever e olhou para ela confuso. Ele esperava que aquilo não fosse uma invenção e Frisk não parecia estar mentindo.

Marcos: Como você ajudou eles?

Frisk: Eu... descobri que tinha poderes, eu podia expulsar os espíritos malignos dos monstros e fazer eles voltarem ao normal.

Nesse momento, ele ficou surpreso. Como um humano podia ter poderes? Ele começou a pensar em uma forma de conseguir uma prova disso, mas se o poder dela reagia somente com a presença de um ser das trevas, ele não conseguiria muita informação, a não ser que...

Marcos: Seus amigos podem testificar isso?

Frisk: Sim...

Marcos: Vamos precisar de testemunhas para comprovar isso e espero que eles possam colaborar.

Frisk: Senhor, eu tenho certeza que eles podem agir como nós, civilizadamente, como o senhor sugere.

Marcos: Acredito que sim. Obrigado pelas informações. Pode sair.

Frisk saiu do escritório e se sentou perto de seus tios, esperando que isso terminasse o quanto antes. Passando algum tempo, eles viram os amigos de Frisk chegarem: Asgore, Undyne, Papyrus, Toriel, Sans e Alphys, eles estavam sendo escoltados por alguns policiais. Todos os funcionários e outros detetives olharam eles chegarem com curiosidade e espanto, porém Marcos chamou um por um para entrevistar e eles esperaram sentados. Nesse meio tempo, Frisk apresentou seus tios a eles e seus amigos aos seus tios e para a sua surpresa, os tios dela se sentiram surpresos e encantados de conhecer os monstros que haviam ajudado Frisk.

Após entrevistar todos, Marcos chamou Frisk mais uma vez e ela entrou em seu escritório. Ele não estava olhando-a, pelo contrário, ele apenas conseguia olhar para o relatório que havia escrito ao entrevistar todos eles e notou que Frisk estava ali.

Frisk: ... Senhor?

Marcos: Dessa vez eu te chamei por outro motivo.

Frisk ficou esperando o que ele iria pedir, enquanto ele ajustava seu óculos e arrumava suas folhas, sem olhar para ela.

Marcos: O artefato da lenda... Ele existe?

Frisk: ... Sim.

Marcos: ... Quando eu era criança, desde que eu ouvi falar da lenda, eu queria escalar o monte e encontrar o artefato, mas minha família nunca me deixou ir lá. Você está com ele? Eu apenas quero vê-lo.

Frisk se lembrou da ultima vez que recebeu os poderes do artefato para deter Asriel, porém, ela nunca teve a chance de ver o artefato fisicamente com seus próprios olhos. Ela apenas havia recebido-o através dos seus amigos que estavam do lado dela e depois que ela havia libertado todos, o artefato havia desaparecido. Ao se lembrar disso, Frisk olhou-o apreensiva e não sabia como respondê-lo, temendo decepcioná-lo.

Frisk: Eu... Quando libertei os monstros... Ele...

Marcos: ... Desapareceu? ... Entendi.

Ela viu-o e para a sua surpresa, ele parecia contente. Marcos voltou a olhá-la, dessa vez ele parecia convencido de suas palavras.

Marcos: Obrigado por responder. Irei mandar o laudo e sua documentação para criar a embaixada. Se precisar de algo, pode contar comigo.

Após isso, Frisk viu-o estender sua mão e eles se deram as mãos, apesar de tudo, Frisk estava aliviada de ver que ele havia acreditado sem interrogar. Após a entrevista, Marcos escreveu o laudo que seria encaminhado juntamente o pedido de criação da embaixada dos monstros. Enquanto a resposta ainda não chegava, os monstros começaram a se adaptar à superfície. Eles usaram madeira e pedregulhos para construírem suas casas e usavam magia na maior parte de suas construções. Dentro do local onde eles foram refugiados, os monstros eram observados e visitados por pessoas curiosas. Aos poucos, as pessoas da vila começaram a aceita-los e reconhece-los como seres civis e eles compartilharam seu conhecimento com os monstros, enquanto os humanos tiveram a chance de conhecer o uso da magia através deles.

Ao voltar à escola, todos os colegas notaram a mudança repentina que Frisk teve e viram sua confiança e autoestima elevadas, impressionando até mesmo os professores. Frisk estava de fato feliz, ela tinha achado um motivo de vida para si mesma e estava decidida a apoiar os monstros a adaptarem-se à superfície.

Quando a resposta chegou semanas depois, Frisk leu a carta, autorizando a criação da embaixada dos monstros e pedindo a nomeação dos sócios e ministros da mesma. Frisk não perdeu tempo e pediu ajuda a seus tios para contatar sócios interessados em ajudá-la a inaugurar a embaixada, de preferência, dentro da vila. Estando cada vez mais perto de conseguir criar e administrar a embaixada, Frisk sabia que todos os seus amigos estariam do lado dela para apoiá-la. Pensando em como seus amigos reagiriam, Frisk imediatamente guardou a carta e pretendia contar a seus amigos no dia seguinte.
      Ela acordou de manhã, se levantando e olhou para seu relógio, vendo que eram nove da manhã. Seus tios haviam saído mais cedo e Frisk entrou em seu computador para navegar na internet e ver o que seus amigos estavam publicando nas redes sociais. Vendo as mesmas publicações do dia anterior, Frisk resolveu deixar a internet de lado e decidiu se arrumar para sair de casa e visitar seus amigos.

Enquanto ela andava pelo vilarejo, ela viu como os monstros estavam se adaptando aos poucos na cidade, vários estavam oferecendo seus serviços para promover o bem à sociedade e Frisk via que a interação social entre eles crescia cada vez mais. Era ótimo para ela ver aquilo, ela percebia a realização no olhar de todos os monstros. De repente, chegou uma notícia no celular, ela abriu a mensagem e recebeu um comunicado para visitar um dos sócios que ela havia contatado para ajudar na embaixada o mais breve, e se possível, acompanhada por algum responsável maior ou um guarda-costas representante. Frisk suspirou fundo e guardou seu celular, decidindo que iria fazer isso mais tarde. Então, ela parou e notou um detalhe na mensagem que havia lido. “Guarda-costas”? Por que é necessário que Frisk tenha um guarda-costas ao lado dela? Ela se perguntava se havia uma chance dela ser alvo de perseguidores que se alimentavam ódio contra os monstros. Frisk começou a se sentir tensa pensando nisso, porém, ela parou e respirou fundo, não era bom ficar pensando nisso no momento. Ela queria apenas aproveitar seu dia e visitar seus amigos antes de começar a trabalhar na embaixada.

Frisk andou até a vila dos monstros e vários deles reconheceram Frisk chegando, saudando-a. Ela andou até chegar à casa de seus pais adotivos e bateu na porta, esperando que estivessem. Porém, ninguém atendeu. Frisk não quis esperar muito e foi visitar os irmãos esqueleto, Undyne e Alphys, em suas respectivas casas, porém, ela estranhou não ter ninguém por lá. Seria uma coincidência todos terem saído? Frisk sentia que estava esquecendo-se de algo, mas não se lembrava do que era. Inconformada, ela resolveu deixar o local e voltar para casa, mas do outro lado da vila, havia alguém se aproximando e Frisk olhou para ver quem estava por perto. Ela viu Sans se aproximar e ela se sentiu aliviada de vê-lo.

Sans: E aí, criança?

Frisk: Sans! Achei que não veria ninguém hoje, todos saíram?

Sans: Sim, foram procurar emprego.

Frisk: E você não vai?

Sans: Nah, eu ainda tenho um, ajudar o Grillby a inaugurar o novo bar dele.

Frisk: Que ótimo.

Sans: E o que te trouxe aqui?

Frisk: Eu só queria ver vocês... Mas eu posso voltar mais tarde.

Frisk manteve escondida sua carta e olhou para ele ansiosamente e suando frio. Sans percebeu que ela estava escondendo algo e decidiu não perguntar, deixando que ela decidisse quando falar.

Sans: Entendo... Acredito que às seis da tarde todos vão estar aqui.

Frisk: Certo... Eu tenho que fazer umas coisas antes, mas eu vou voltar mais tarde, obrigada.

Ela acenou para ele e saiu andando rápido, ela não esperava que todos tivessem saído, mas esperava vê-los mais tarde como combinado. Relembrando a ultima vez que eles se viram, fazia alguns dias que Frisk estava tão focada nas provas finais e na embaixada que ela mal teve tempo de visitar seus amigos.

Ela estava andando tranquilamente, voltando para casa quando ela ouviu alguns passos. Ela conseguia ouvir claramente que alguém estava andando os mesmos passos e na mesma direção dela. Ela fechou os olhos e temia olhar para trás, ela podia sentir que estava sendo seguida por alguém. Frisk decidiu andar mais rápido e pegar outro atalho na tentativa de dispersá-lo. Ela então pegou um desvio e se escondeu dentro de um supermercado. Sabendo que ele não iria tentar procurá-la dentro, Frisk ficou lá por meia hora antes de sair. Quando ela deixou o supermercado, ela olhou por todos os lados sutilmente e viu que não havia mais ninguém. Aliviada, parece que ela não estava enganada, vendo que ela precisava mesmo de alguém que a protegesse mesmo fora do subsolo.

Algumas horas depois, Frisk estava em seu quarto contatando vários sócios e eles conversaram com ela, dizendo que seria ótimo se ela criasse a embaixada na capital. Mesmo sendo longe, ela teria um apoio maior. Frisk sabia que a capital era muito longe da vila e ela estava indecisa, Frisk pensava que seus amigos não iriam se adaptar bem a capital, por ser uma cidade bem mais agitada que o normal. Diante desse conflito, ela viu que hoje não era seu dia: Ela não viu seus amigos mais cedo, Frisk teve a sensação de estar sendo seguida e os sócios que ela contatou não concordavam em criar a embaixada na vila. Nesse meio tempo, seus tios a chamaram para jantar e Frisk suspirou um pouco. Ela saiu do quarto e foi até a sala quando viu que eles haviam preparado algo para ela. Na mesa havia um bolo com velas e Frisk olhou estupefata, ela havia se esquecido que era seu aniversário.

Tia: Feliz aniversário, Frisk!

Frisk: ... Obrigada...

Tia: Você está se dedicando muito pela embaixada, mas você precisa de um dia de folga, minha querida! Espero que goste do bolo.

Frisk: Eu realmente tinha me esquecido...

Tio: E ainda temos mais uma coisa para você!

Ele deu espaço para mostrar a Frisk seu presente atrás dele. Frisk olhou o que ele havia escondido e viu uma bicicleta nova, deixando-a surpresa. Ela sempre quis uma bicicleta desde nova e ela abraçou seu tio, agradecida.

Frisk: Obrigada! Você se lembrou!

Tia: E seus amigos? Você foi vê-los hoje?

Frisk: ... É mesmo!

Frisk logo se lembrou que ela ainda tinha que visitar seus amigos. Ela comeu um pedaço do bolo e correu da sala indo até seu quarto. Sem demorar muito, ela pegou a carta de volta e saiu rapidamente, pegando sua bicicleta e foi pedalando até a nova vila dos monstros.


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