Sweet Temptation escrita por Julie Kress


Capítulo 38
Decisão: Medo e Mágoa...


Notas iniciais do capítulo

Se preparem que este capítulo está bem intenso hahaha

Não tive tempo para revisar direito, farei isso amanhã com mais calma, blz?

Não vou ficar enrolando aqui, vamos lá. Aproveitem e surtem hehehe

Boa leitura à todos.



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P.O.V Do Freddie

Sam terminou de cantar e deixou o microfone no pedestal. Carly foi a primeira a aplaudir seguida por Wendy, e aos poucos o som de aplausos aumentaram, tomando conta do refeitório junto aos assovios e gritos eufóricos dados por garotas que acharam tudo aquilo romântico e fofo... E realmente foi aquilo mesmo, Samantha Joy Puckett havia se declarado para mim diante de todos, e tinha pedido desculpas à todos que um dia foram afetados por ela. Eu estava atordoado, abobalhado, feliz, orgulhoso e um tanto confuso com sua atitude.

Quêm diria que a garota mais bonita, popular, rica, durona e egocêntrica como ela iria se apaixonar por um garoto nerd, simples, tímido, bobo e ingênuo como eu? 

É, a vida e o destino nos surpreendem... Os opostos se atraem, e quêm era eu para discordar de tudo aquilo? Meus sentimentos eram fortes e verdadeiros, eu simplesmente estava perdido e loucamente apaixonado por aquela garota.

— Isso tudo é ridículo! - Mandy empurrou a bandeja de plástico com força, derramando o suco de uva.

— Calma, amiga... - Nora tentou contê-la.

— Fica na sua, Nora! - A olhou brava e nossa amiga se encolheu. 

— Mandy, eu sinto... - Tentei me desculpar já com a minha decisão tomada.

— Não! Não sente! - Levantou abruptamente e me olhou com os olhos marejados. - Você a ama, só ficou comigo por ficar, eu nunca signifiquei nada mesmo. - Disse triste e eu me senti mal por aquilo. - Vai lá, corra para os braços da sua garota e fique com aquela! - Falou ressentida. - Ainda bem que não me entreguei para você. - A encarei com pesar. - Ai, como eu fui trouxa, eu deveria saber que iria sair magoada! Não quero mais ser sua amiga, de agora em diante...

— Não exagere, Amanda! O Freddie não teve a intenção de te magoar, você mesma se iludiu e se envolveu com ele porque quis, mesmo sabendo que ele gostava de outra! - Gibby me defendeu.

— Não se intrometa, Gibby. Você também é um idiota, tá legal? Eu passei dois anos gostando de você e você nunca percebeu. Nunca! - Disse cheia de mágoa.

Por aquela eu não esperava e nem muito menos ele... O Gibson abriu a boca e a encarou de olhos arregalados.

— Se apaixonaram pelas riquinhas, as patricinhas do colégio... Claro! Quêm iria me notar? Olhar para mim com outros olhos? Eu não sou atraente e nem interessante, não é mesmo? - Vê-la chorando me deixou triste, muito triste.

— Eu... Eu não sabia... Lamento, Mandy... - Ele balbuciou atordoado e um pouco abalado com a revelação.

Nora estava com a cabeça baixa, e Ricardo estava quieto, nem quis se intrometer, ficou exatamente na dele.

— Agora não importa mais... Espero que vocês dois sejam felizes... Principalmente você, Gibson. E não me chame para ser madrinha do seu bebê... - Os olhos dele marejaram e ela me lançou o último olhar antes de sair correndo aos prantos.

Eu sabia que um de nós sairia machucado naquela história, mas não pensei que incluiria Gibby e eu também, nossa amiga estava magoada com a gente e nós dois nos sentíamos culpados, e tristes por tê-la feito sofrer...

— Vou atrás dela. - Disse meu amigo fazendo menção de se levantar.

— Não! Nem pensar, só vai piorar tudo. Ela não quer ver vocês. - Nora o segurou, ela tinha razão.

— Mas...

— Sou a melhor amiga, eu vou. Ela precisa de mim. - Se prontificou em ir consolar a baixinha.

— Nossa! Que barra, eu não queria estar no lugar de vocês. - Comentou Ricardo e eu suspirei, Gibby abaixou a cabeça e praguejou baixinho.

Então, lembrei que precisava fazer algo. Tinha que conversar com a Sam. Quando olhei para o palco, ela não estava mais ali... Onde a loira teria ido?

— O que aconteceu, amorzão? - Carly veio até nós, preocupada com o namorado.

— Depois te falo, Carls. Depois, ok? - Levantou ainda triste e ela assentiu.

— Cadê ela? - Perguntei à morena.

— A Sam? - Eu assenti. - Foi embora achando que você tinha escolhido a Valdez. - Respondeu.

— Droga! - Exclamei e olhei ao nosso redor, o pessoal ainda cochichava e alguns haviam se juntado para rir.

O sinal tocou, o horário de intervalo tinha chegado ao fim.

E sem pensar duas vezes, saí dali correndo, eu precisava encontrar a minha garota...

[...]

P.O.V Da Sam

Fiquei ali parada esperando alguma reação dele... Nada. Ele estava lá com os amigos, junto com a Valdez e pareciam ter muitos assuntos. Olhei para os nossos colegas, alguns riam, outros cochichavam e por milagre, alguns sorriam para mim, nem todos haviam me perdoado e eu os compreendia. Sempre fui tão má com eles e sem motivos, eu só queria me sentir superior... Talvez eu merecesse a mágoa/raiva que eu havia plantado, você só colhe o que planta, certo? 

Pelo visto ele tinha feito a escolha dele, sua decisão estava tomada. Desci do palco arrasada, o choro entalado na garganta, os olhos ardendo e com um aperto no peito... Como pude pensar que ele me perdoaria, e voltaria comigo? Eu fui tão boba, me sentia um fracasso...

Parei no corredor, estava vazio, claro. Ainda era horário de intervalo, os professores e os funcionários deviam estar tomando café, e se servindo de bolachinhas. Respirei fundo, segurando as malditas lágrimas e caminhei para o meu armário, com a intenção de pegar a minha bolsa, só queria dar o fora dali... Dane-se, matar mais uma aula não iria me reprovar mesmo, as minhas notas eram boas, e eu só faltava ou cabulava de vez em quando...

— Se gritar, eu corto a sua garganta! - Fui agarrada por trás, enguli em seco reconhecendo aquela voz, um calafrio percorreu meu corpo quando algo gelado pressionou de leve no meu pescoço... Era uma lâmina.

— Você não teria coragem. - Eu tinha que acreditar naquilo.

— Duvida? Quer pagar para ver, cadela? Maldita, desgraçada! Você acabou com a minha reputação! Eu disse que ia ter volta! - Era mesmo uma ameaça e pra valer.

— É melhor me soltar, Boots. Ou vai ser pior, quer parar no reformatório? Ou pior, na cadeia? - Tentei amedrontá-lo.

Ele riu debochado. Maldito. Eu tinha nojo dele.

— Cala a porra da boca e venha comigo! - Passou um braço ao redor do meu pescoço, vi o canivete que ele segurava, apertando o cabo vermelho, vi a lâmina brilhar diante dos meus olhos, bem afiada e o medo tomou conta de mim.

Eu tinha que manter a calma. Não podia me desesperar... 

Me conduziu pelo longo corredor, chegamos na porta principal, estava destrancada, e o porteiro do colégio estava ausente, talvez tivesse ido ao banheiro e o Boots me fez atravessar o gramado aparado, o carro dele estava estacionado à poucos metros dali...

— Depressa, caralho! - Pessoas passavam na rua, ele me abraçava de lado, parecíamos um casal, e o canivete estava encostado de modo discreto na minha barriga. - Sorria, amor. Nada de gracinhas ou quer ser apunhalada aqui mesmo? - Me ameaçou novamente.

Estremeci, engulindo em seco... Com uma louca vontade de gritar por socorro.

— Que gracinha! Vocês se merecem, um verme e uma hipócrita. Se declara e depois parte para outro? Uma vez vadia, sempre vadia! - A Valdez passou por nós e nos parou para nos ofender, eu quis pedir ajuda, tentei sinalizar discretamente, mas infelizmente ela nos deu as costas e seguiu para o Corolla, era azul-escuro e até bonitinho.

— Até que ela é gostosinha, pode ser cafona, mas eu não dispenso uma ninfetinha virgem! - O imbecil comentou e meu estômago embrulhou. 

— Nojento! - Cuspi as palavras.

— O quê? Isso é ciúmes, amor? - Me fez apressar os passos, me conduzindo para o Maserati preto.

— Odeio você, odeio! - Deixei bem claro e ele riu.

— É o que você diz... - Apertou o braço ao meu redor e lambeu meu pescoço, tive vontade de vomitar.

— EI, SOLTA ELA! - Aquele grito fez meu coração disparar.

Billy se virou, nos fazendo ficar de frente para o Freddie, que arregalou os olhos quando viu o canivete que o Boots segurava, me mantendo como refém.

[...]

P.O.V Do Freddie

— Olha só, o boboca apareceu para bancar o herói de novo. Quer ganhar outro olho roxo, idiota? Ou quer ver essa puta aqui sangrando? - O meu sangue ferveu após ouvir aquilo.

Billy Boots estava com a Sam, a ameaçando e eu temia por minha garota...

— Não a machuque... Solte ela. Seja homem e largue esse canivete. Venha enfrentar alguém do seu tamanho, Boots! - Eu não tinha medo dele.

— Você é menor que eu, imbecil. Não se garante comigo, eu posso te quebrar na porrada! - Disse todo confiante.

— Freddie, por favor, vá embora... - Suplicou, lágrimas começaram a banhar seu rosto angelical. 

'Peça ajuda!' 

Ela moveu os lábios formando as palavras. 

Não. Eu não podia deixá-la sozinha com aquele maluco. Se eu não chegasse à tempo, ela ia ser sequestrada e sabe Deus o que ele estaria fazendo com ela...

— É, se manda, Benson. Meu assunto é com ela e não com você! - Billy me encarou raivoso.

— Não seja covarde. Ela é só uma garota. Por favor, cara, larga ela. Não precisa machucá-la! - Falei tentando fazê-lo me ouvir e mudar de ideia, então me rendi e levantei os braços.

Sam tremia e chorava baixinho... O medo estava estampado em seu olhar e eu só temia por ela, nada mais me importava.

Algumas pessoas por perto, que passavam na rua perceberam a situação, estávamos no gramado, em frente ao colégio... Vi um homem sacar o celular do bolso, e começar a digitar com rapidez e levou o aparelho ao ouvido. Só podia estar acionando a polícia. 

— Ei, garoto! O que pensa que está fazendo? - O Sr. Ramirez, o porteiro gritou atrás de mim, me virei para olhar para o homem de quarenta e poucos anos, ele se aproximou. - Solte a menina! - Pediu tentando ajudar.

— Merda! Cai fora, velho idiota! - Gruniu, Billy ficou nervoso e começou a praguejar.

— Billy pensa bem, você não é assim, e não precisa ser desse jeito... Sinto muito, eu não... - E foi quase repentino, as sirenes soaram, ele se assustou, a soltou e ela caiu de joelhos no chão gritando de dor.

— NÃO! - Berrei ao ver sua blusa branca manchada de sangue na região do abdômen, ao lado direito.

— Era só para ser um susto, por vingança... Um susto! Eu não queria, juro que não queria machucar ninguém... - O Boots estava pálido, muito nervoso e assustado.

Até tentou correr, mas o Sr. Ramirez foi mais rápido e o alcançou, o derrubando de barriga, imobilizando-o para a polícia... A viatura parou em frente ao colégio, dois policiais correram até o Boots e ele foi logo algemado.

Estávamos sendo cercados por curiosos, alguns alunos sairam com os professores para ver o que estava acontecendo... Sr. Ramirez começou a explicar.

— Vai ficar tudo bem, já estão ligando para a emergência, logo uma ambulância vai chegar... Você vai ficar bem, princesa, eu prometo... - Abracei seu corpo, deitando sua cabeça em meu peito.

— F-Freddie... - Sam soluçava e apertava o ferimento, seus dedos ficaram molhados de sangue. - Eu... Te... Amo... - Disse com a voz fraca e quase falha.

Gibby, Carly, Wendy e outros alunos correram até nós, formando um círculo. A Shay e a ruiva gritaram apavoradas e começaram a chorar.

— Amiga... Ai, meu Deus! Uma ambulância, por favor... - A morena suplicava.

— Levanta ela com cuidado, vamos no meu carro! - Gibby sacou as chaves do bolso.

— Vamos te levar para o hospital... Você vai ficar bem, meu amor. - Levantei carregando ela.

— Eu sei, bebê... - Sussurrou e revirou os olhos, desmaiando em meus braços.

[...]

P.O.V Da Mandy

Cheguei em casa, abri a porta com a cópia da chave, eu tinha as cópias de todas as chaves, abri a garagem e guardei o Corolla. Me surpreendi quando me deparei com o James, ele estava na cozinha, vestindo camiseta e calção, e ainda por cima descalço. Ele não devia estar ali, mas estava... Distraído vasculhando a geladeira.

— O que tá fazendo aqui? - Indaguei, meu rosto devia estar vermelho assim como meus olhos, eu ainda fungava após vir o caminho todo chorando.

— O quê? Como assim? O que aconteceu com o seu celular? O papai te ligou e sua mãe te deixou vários recados. - Ele franziu o cenho, estava sério.

— Descarregou. - Minha voz saiu um pouco rouca. - Por quê? O que aconteceu? - Pela cara dele, coisa boa não era...

— O vovô está internado, sofreu um Derrame, eu acho... Não tenho certeza. A tia Lucy ligou e o papai ligou para mim, e me pediu para te fazer companhia, ele e a sua mãe viajaram às pressas. - Explicou.

— Meu Deus, coitado do vovô. - Lamentei.

Meus avós paternos moravam em San Diego junto com tia Lucy, a filha do meio, era solteira, sem filhos e cuidava dos nossos avós.

— Pois é... - Se serviu de suco e tomou um longo gole. - Saiu cedo, aconteceu alguma coisa? - Me encarou.

— Você tinha razão, Jay. Aquele garoto com quem eu estava ficando é um idiota, ele me largou sem se importar com os meus sentimentos, e o Gibby ainda ficou do lado dele... Eles me magoaram, pensei que gostassem de mim... - Desabafei e desabei em lágrimas. 

James largou o copo de suco pela metade sobre a bancada e veio me abraçar.

— Te avisei, não avisei? E você não me ouviu. Sou mais velho, tenho mais experiência, deveria ter seguido meus conselhos. Isso vai passar, eu prometo. Esse tal de Freddie é um moleque, apenas te usou. Você é divertida, inteligente, é uma menina linda. Merece alguém melhor, e isso que você sente é apenas uma paixãozinha passageira, não é amor... - Afagou minhas costas.

E se ele tivesse razão? E o Freddie realmente não era o cara certo para mim?

— Ele dizia que eu era importante, especial e que gostava muito de mim, e eu boba, acreditei... - Afundei meu rosto contra seu peito, abafando um soluço.

— Te iludiu, não é? Filho da puta! - Rosnou.

— É, rompi com a nossa amizade, não quero mais saber dele. - Tentei me afastar, mas ele continuou com os braços firmes ao meu redor. - Jay... - Ergui o rosto e fitei seus olhos azuis.

— Será que não mereço uma chance? - Sussurrou.

— Por quê quer uma chance? Têm tantas garotas da sua idade, bonitas e interessantes a fim de você, e eu...

— Você vai fazer 17 anos e eu 19, não é tanta diferença assim, e eu não me importo, mas se você me der uma chance, eu juro que consigo te fazer feliz. Eu quero você. - Segurou meu rosto.

— Você é meu irmão, Jay, seria incesto, o papai nunca iria aceitar, e nossas mães também não. - Falei atordoada.

— Meio-irmão... Já disse que não me importo com isso... Eu não queria te ver dessa forma, nunca quis sentir o que eu sinto, sei que parece doentio, você deve me achar louco, mas eu realmente não ligo... Eu amo você, não existe maneira certa de amar, e não falo do amor fraternal, pode ser pecado, pode ser crime, mas e daí? O que eu sinto é puro e verdadeiro, pequena... Só preciso que me dê uma chance, juro que vai valer à pena. - Prometeu.

— Não sei, Jay, não sei... - Eu não sabia o que pensar. Se é que eu poderia cogitar... - É complicado, eu só preciso de um tempo para mim, não quero me envolver com ninguém agora... Sinto muito. - Não era justo, nem comigo e nem com ele.

— Entendo... - Beijou minha testa e me soltou.

Agarrei sua camiseta e ele me encarou, fitei seus olhos claros, e seu olhar desceu para a minha boca. Fechei os olhos e aguardei sua reação, senti a sua respiração se misturar à minha. Se curvou para encurtar a distância de nossos rostos, seus lábios alcançaram os meus e logo nossas línguas se tocaram... E eu não me importei com mais nada. Só me deixei levar por aquela nova sensação.


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Notas finais do capítulo

Deu a louca no Boots, ele acabou ferindo a Diaba loira, tadinha... Alguém aí já sabia que ele aprontaria alguma???

Gente, a Mandy saiu bastante indignada e arrasada, não? Sobrou até para o Gibby que ficou abalado com a revelação... O negócio foi tenso, né?

Não se preocupem, o Boots vai ter o que merece.

James consolando a Mandy... Ela está confusa, frágil e vulnerável... Os pais dela viajando. Os dois sozinhos em casa... Onde isso vai dar, hein???

Será mesmo que ele foi sincero ou está apenas a enganando???

E se for tudo verdade o que ele diz... Merece uma chance??? Ou é loucura demais isso tudo???

O que acharam do capítulo? Quero saber o que pensam.

Para quem me mandou mensagem, o Nyah não está mais notificando. Só fui responder as mensagens hoje por que vi por acaso...

Se quiserem o meu WhatsApp aqui está: (91) 9624-1510.

Me chamem lá. Vai ser um prazer bater um papo com vocês. Bjs



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