In Love With a Ghost escrita por Natur Elv


Capítulo 2
The land of a giant flying sea




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A terra de um gigante mar voador

 

 

"Makkachin, por aqui!"  

Makka estava a uns oito metros de mim, cheirando o musgo das pedras aos pés das árvores, mas tão logo minha voz a alcançou, ela veio correndo até mim, suas orelhas adoráveis balançando e sua língua para fora, compondo uma expressão feliz, uma das coisas preferidas do meu coração. 

Enquanto corria, ela acabou por se assustar com o som causado por um galho caindo sobre as plantas secas no chão da floresta e saltou para a esquerda e eu não tive culpa por não conseguir conter a risada que veio. 

Deixando o som sumir no eco da floresta, afastei para um lado e para o outro as plantas no chão com o largo galho que levava comigo, batendo-o numa pedra e continuando a andar então, sempre ao alcance de Makkachin. 

Nós costumávamos a caminhar pelas florestas ora ou outra, era nossa fonte de alimento e material muitas vezes, e elas nos acolhiam sempre e nós tínhamos orgulho de conhecê-las bem, cada um de seus caminhos, cada curva imperceptível. 

Esta era uma floresta na Noruega, e eu e Makka adorávamos vir aqui. O cheiro forte das árvores sempre nos cumprimentava com muito prazer, seus padrões eram totalmente familiares aos nossos olhos, mas o verde e marrom e cinza e tantas outras cores sempre conseguiam nos surpreender sob o céu azul esbranquiçado como gelo. 

E desta vez um novo conjunto de cores capturou nossa – minha – atenção numa só vez. Na floresta, entre inúmeras árvores, no fim de um caminho traçado por elas, havia um penhasco que nos mostrava o mar, e naquele momento no penhasco havia alguém. 

De onde eu e Makka estávamos, parecia ser um homem. Chamei Makkachin num sussurro e ficamos atrás das árvores. Nunca havíamos encontrado alguém naquela floresta. 

A pessoa estava abaixada de costas para mim, tocando a grama que havia crescido em um dos lados do solo rochoso. Quando ela se levantou, havia também uma pequena folha entre seus dedos, que não demorou a levar aos lábios, apenas encostando-a na pele enquanto parecia olhar o mar em torno. 

Pisquei algumas vezes e então comprimi os olhos. Olhando bem, aquela silhueta não me era completamente estranha, tampouco aquele cabelo, curto e preto. Entortei os lábios, forçando minha memória. 

Onde será que eu havia- não. Aquilo havia acontecido há uma semana, o que não era nenhum real impedimento para a hipótese em minha cabeça, mas estávamos na Rússia. O que, bem, pensando melhor, também não significava qualquer impedimento. 

Mas... Quais as possibilidades de tal coincidência? 

Lancei o olhar à Makka, em busca de alguma resposta, mas ela estava ocupada farejando as raízes de uma árvore, e não viu o sorriso que a ofereci antes de voltar a assistir a figura no penhasco, que agora estava virada para mim, os olhos fixos no chão e uma armação azul com lentes no rosto... Era o mesmo homem na cafeteria em Moscow! 

O que será que ele estava fazendo aqui? Ah, eu queria muito perguntar, e até o faria, se o latido de Makkachin, brincando com duas borboletas, não tivesse me assustado e, consequentemente, como pude imaginar ao olhar de novo o penhasco, fazer o mesmo com o homem de cabelos escuros, porque, como na primeira vez, ele havia sumido como um fantasma. 

Juntei as sobrancelhas e mais um latido veio até meus ouvidos. Não havia mesmo ninguém mais no penhasco. Será que tinha sido tudo coisa da minha cabeça desde o momento em que alcançamos aquela parte da floresta? Não tinha como... Aquela pessoa parecia muito real para mim. Olhei ao redor, abandonando a proteção da árvore. Apenas eu e Makkachin e algumas pétalas brancas onde antes havia uma segunda pessoa. 

E só então, junto com o vento que vinha do gigante oceano e deslizava por minha pele e dançava com meus cabelos, algo estalou em mim. 

Aquele homem – o fantasma – só podia ser alguém mágico.


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