Papadaime escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 1
Papadaime de todos nós!


Notas iniciais do capítulo

Naruto é um pudim e não aceito que não seja assim!



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A parte mais difícil do trabalho não era a burocracia – embora fosse chata – ou lidar com questões diplomáticas – mesmo que Naruto se entediasse nas reuniões –, mas ficar longe de sua família. Dos filhos a quem era tão intensamente apegado.

E, embora Boruto sempre tivesse sido apegado a ele, era Himawari quem não lhe largava. Desde sempre, a filha caçula apenas parava de chorar em seus braços. E sempre era Naruto que conseguia acalmá-la nos piores momentos.

Mas agora, recém-nomeado Nanadaime, com tanta burocracia para lidar, era difícil conseguir dividir a vida. Nos primeiros dias, voltar para casa era um luxo ao qual Uzumaki Naruto não conseguia lidar. E, por vezes, acordava em meio às papeladas, com Shikamaru, nomeado seu conselheiro e conselheiro do Rokudaime antes disso, que o acordava dizendo que seria problemático demais se Naruto começasse a carreira assim.

Então, ele tentava voltar para casa com certa frequência, os filhos sempre ansiosos por seu retorno.

Mas, na maioria das vezes, Boruto estava adormecido no sofá e Himawari já estava na cama.

− Sentem sua falta, querido. – Hinata dissera enquanto Naruto se ocupava em colocar Boruto na cama, ouvindo-o murmurar algo sobre ser o maior ninja do mundo. Sorriu. Um dia também fora assim. Até alcançar a tão almejada posição.

− Aaah, eu também sinto. De todos vocês, ‘te bayo! – Depositou um beijo na testa da esposa após cobrir Boruto. Foi com uma dorzinha no peito que deixou o primogênito no quarto, repetindo a tarefa com Himawari.

− Papa..daime. – murmurou Himawari.

Os olhos de Naruto se encheram de lágrimas, pensando no quanto não queria perder nenhum daqueles momentos.

X

Acordar cedo era uma tarefa árdua, porém necessária. Hinata já havia servido o café da manhã e Naruto sentiu-se grato por todo o empenho que a esposa tinha e sua disposição em levantar antes dele.

Boruto colocava a mesa, o ar sonolento de quem fora dormir tarde demais noite passada esperando pelo pai.

− Chegou tarde de novo, ‘te basa? – O questionamento veio com ar mal-humorado. Naruto coçou a nuca, um pouco sem graça.

− Você ficaria surpreso com a pilha de papéis em minha mesa, Boruto. – Deu uma risadinha. – Acho que logo logo as coisas vão acalmar um pouco.

− Perdeu o jantar da okaa-chan outra vez.

− Eu já expliquei que seu pai estava trabalhando, Boruto-kun. Não seja tão mal-humorado assim. – Hinata, sempre afável, sentou-se de frente para Naruto.

− PAPA! PAPA! – Himawari parecia um furacão descendo pelas escadas e saltou sobre o pai.

− O-oe! Himawari-chan! – Naruto acomodou-a em seu colo. Há pouco tempo, a pequenina mal andava. E agora já corria por aí.

E não se esqueça da surra que ela te deu no dia da sua nomeação, Kurama fez questão de relembrar.

Surra esta que apagou você também, Naruto respondeu à altura, embora ainda ouvisse as risadinhas da raposa em sua mente.

− Papa, não vi você ontem! – Fez biquinho. – De novo!

− Tá vendo como não sou só eu?! – Boruto fez um bico enorme. – Preciso ir, ‘kaa-chan. Fazer a inscrição da academia.

− Hai, hai. – Hinata depositou um beijo na testa dele. Mas antes que Naruto pudesse fazer o mesmo, Boruto saiu batendo o pé.

Naruto suspirou baixinho.

− É só uma fase, Naruto-kun. Vai passar. – Hinata assegurou.

Ele esperava que sim.

X

Tomou café com Himawari em seu colo. Hinata discutindo algumas questões pendentes do clã Hyuuga. Coisas que ainda precisava repassar para Hanabi agora que ela era a sucessora por direito já que Hinata havia abdicado de sua posição.

Todos os dias, Naruto admirava a esposa por isso. Pelo fato de ter abdicado do futuro como líder do clã, uma posição de prestígio e respeito, para cuidar dos filhos, da casa e dele próprio. O mínimo que podia fazer, por todo seu esforço, era se empenhar em seu trabalho e abraçar Konoha como sua família para honrar o sacrifício pessoal que ela havia feito.

− Ahhh, tava uma delícia, Hinata-chan! – Abriu um sorriso. – Papai precisa ir agora, Himawari.

− Não, papa! Eu quero ir com você! – Himawari se agarrou à sua roupa fortemente.

− Nai, nai, Himawari-chan. Papai precisa trabalhar. – Hinata aproximou-se para pegá-la no colo. Mas os dedinhos de Himawari se fecharam firmemente sobre sua roupa.

− NÃOOOO! EU QUERO O PAPADAIME! – As lágrimas escorreram pela bochecha da pequena. Aquele gesto tão singelo, que poderia ser visto como birra, para Naruto nada mais era que a demonstração de carinho que nunca tivera durante toda sua vida.

− Tudo bem, tudo bem. – Naruto afagou as costas de Himawari, ajeitando-a em seu colo e vestiu a capa de Hokage, cobrindo-a consigo. – Vamos trabalhar com Papadaime, ‘te bayo!

− Haaaai! – Himawari mal cabia em si de tanta felicidade. E Naruto sentiu um quentinho dentro do peito. Como a calda do pudim que Hinata costumava fazer.

X

Havia pilhas e pilhas de papéis que Naruto tinha que preencher. E Shikamaru, ao ver Himawari com ele, achou que seria problemático. Mas a garotinha se ocupou em colorir pergaminhos, sentada no colo do pai enquanto ele trabalhava.

− Ne, tou-chan.

− Hm?

− Você disse que Konoha é como toda a sua família agora, não é? – Himawari continuava colorindo o pergaminho. No desenho, ela fazia Naruto – claramente reconhecível por suas roupas laranjas – com orelhas de coelhinho.

− Hai, hai. – Naruto respondeu. – Cuido de cada habitante como se fosse membro de nossa família, Himawari-chan.

− Isso faz de você o Papadaime de todos? – Ela parou por um momento, os olhinhos azuis como os dele fixos no pai.

− Eh? – Coçou a bochecha. – Acho que você pode colocar dessa forma.

Shikamaru, que havia entrado na sala a tempo de ouvir aquela conversa, deu um risinho.

− Papadaime é um termo novo, Himawari-chan, mas que acho que combina com seu pai.

− Uhum! Porque ele cuida de todos! É por isso que você chega tão tarde, tou-chan! Eu entendo agora!

Naruto sentiu o peso dessas palavras. Shikamaru pareceu sentir também.

− Que tal uma pausa pro almoço, Nanadaime-san? Posso terminar aqui. – Shikamaru se ofereceu.

− Oba, almoço com Papadaime! – Himawari ergueu os bracinhos para o alto, sua alegria e espontaneidade contagiando o pai. Até mesmo Shikamaru não conseguia evitar o sorriso.

− Claro. Vamos. – Naruto levantou-se, vendo-a correr na direção da porta e pelos corredores. – Devagar, Hima-chan!

Olhou para Shikamaru.

− Obrigado por isso.

− O tempo passa rápido demais, Nanadaime. – disse ele, sabiamente. – Lembre-se disso.

Naruto se lembraria, porque começava a compreender isso.

X

Almoçaram no Ichiraku – tradição de Naruto sempre que não trazia almoço – e depois tomaram sorvete na praça. Naruto não se lembrava quando fora a última vez que havia feito um programa assim, mas sentia-se leve.

Shikamaru dissera para ele não ter pressa de voltar e embora se sentisse culpado, acabou cedendo. Quando teria outra oportunidade assim com tantas missões para organizar?

Sorriu, sentindo-se satisfeito após uma refeição maravilhosa e deitou-se no campo gramado, ao lado dos girassóis. Himawari sentou-se ao seu lado, oferecendo o colinho que Naruto aceitou de bom grado.

− Você é incrível, papai. – Himawari murmurou, passeando os dedos pelos cabelos loiros de Naruto.

− Por quê? – Quis saber, um tanto curioso.

− Uma vila inteira de filhos pra cuidar! Só sendo o Papadaime mesmo!

Naruto não conseguiu segurar o riso.

− Mas sempre vou ser seu Papadaime e do Boruto antes de qualquer um. – E esperava que o primogênito pudesse entender isso.

− Uhum! – Himawari sentiu-se grata por ter tido aquele dia com o pai. Por finalmente poder compreender a profundidade de seu trabalho, mesmo que não o compreendesse realmente.

X

Passaram uma tarde maravilhosa, brincando no parque e conversando, Naruto contando histórias de quando havia conhecido Hinata. Himawari ficou boba, chamando-o de bobão e desentendido ao descobrir que o pai havia sido tão lerdo em descobrir os sentimentos da mãe!

− Okaa-chan tem um diário. Ela leu pra nós. – Himawari revelou. – Você é muito lerdo, Papadaime!

Naruto corou até as orelhas! Não era sua culpa ser um pouquinho devagar. Mas Himawari apenas sorriu, passando as mãos por suas bochechas e depositando um beijo estalado em sua bochecha.

− Amo você, Papadaime.

− Amo você também, meu pequeno girassol. – Naruto respondeu, enquanto a carregava nos braços, sentindo-a adormecer e desejando mais momentos assim. Desejando que o tempo desacelerasse um pouco e que ela não crescesse tão rápido. Pois não queria perder nem mesmo um minuto de sua adorável vida.


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Notas finais do capítulo

Então, mais uma fofura com o Naruto. Porque ele merece sim, gente! Vamos lotar o fandom de fics pudim pra ele! Nunca pedi nada, me ajudem com a igreja Babadaime!

Até a próxima!



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