Culpa e Perdão: O pior de uma mente apaixonada escrita por NightlyPanda


Capítulo 1
Capítulo 1 - Caminhos e Mentes Cruzados




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"Por quê você se agarra tanto à vida?"

Aquela imensidão de luzes invadia meus olhos e me desnorteavam. Sentia pouco a pouco minha consciência se estabelecer, naquela sala branca, dois vultos igualmente tonalizados no mesmo branco neve discutiam de costas para mim. Ao redor, minha noção de ambiente se chocava com os móveis e objetos ali alinhados: uma poltrona virada para a janela, cinza, mas clareada pela luz do sol que entrava, uma bancada com alguns vidros e uma jarra de água transpirando, um relógio que não fazia barulho ao passar os segundos, deslizava o ponteiro maior como um pincel sobre uma tela branca. E eu.

Eu estava disposto como um cadáver em cima daquela cama, foi quando percebi que, mais uma vez, estava em um hospital.

— Hey, ele acordou! – Disse um dos esbranquiçados vultos ao perceber que, infelizmente, eu me movimentava.

— Parece que você gosta bem de aproveitar seu tempo livre internado, não é mesmo, senhor... – Checando o formulário anexado na cama, ele completou – Costello.

Olhei para o relógio e como quis que, para mim, e talvez para o mundo inteiro, aquele ponteiro parasse de deslizar. Mas ainda preferia que apenas para mim, seria o mesmo que nada se todo o mundo acabasse junto em um mesmo horizonte de perdição e desespero. Sozinho, ao menos, poderia desfrutar da paz que não é sinônimo de humanidade.

— Bom, vou medir sua pressão e daqui alguns minutos eu mando um enfermeiro vir com sua alta. Tem alguém da sua família ou próximo a você que possa vir te buscar aqui?

"Alguém"? Será que só de olhar para mim não dá para perceber logo de cara que a resposta é óbvia?

— Não, só eu mesmo.

Depois de receber alta, vesti minhas roupas, passei pela secretaria do hospital, assinei um papel ou outro e me direcionei para a saída. "É só questão de tempo até que eu volte de novo, mais ainda para que eu saia daqui pelo setor de necropsia." Na saída do hospital, ao passar pela porta giratória, olhei pelos vidros que faziam suas faces e sem nem mesmo me dar conta, encarei um rosto que rodava para entrar no hospital. Continuei andando como que por impulso, mas não por lógica, tudo que me veio foi que aquele não era um rosto qualquer, não era um déjà vu, eu sabia que rosto era aquele, como?

Quando a porta parou de girar e eu estava do lado de fora, olhei para trás para ver se conseguia rever aquele rosto, meu pé esquerdo chegou a se posicionar para retornar para o interior do hospital, mas fui interrompido por um taxista que me perguntava se eu estava precisando de uma corrida até algum lugar.

Naquele táxi, enquanto o taxímetro corria e eu fitava os números se modificando, me perdia por completo na tentativa de lembrar direito o que ocorrera antes de eu acordar naquela cama de hospital. Eu sabia porque estava ali, o mesmo motivo de sempre. Novamente a mesma demonstração de soberba e poder pela degradação e subjugação, fui apenas o contento daqueles que anseiam descontar qualquer incerteza que os acomete pela força bruta em quem julgam inferiores. Minha inferioridade? Ser o que eles chamam de aberração, herege, degradado. E pensar que tinham essa imagem de mim sem que eu jamais tivesse confirmado em minhas atitudes, os xingamentos que me dirigiam. Dessa vez não foi dentro do próprio prédio da faculdade, mas naquele maldito beco escuro que...

— Deu quinze e cinquenta. – Dizia o motorista do táxi, olhando para o prédio que eu dei como endereço do meu "lar".

— Ah, aqui, toma, obrigado. – Entreguei o dinheiro e já abria a porta para sair.

— Moço, tem o seu troco.

— Quê? Ah, não precisa, pode ficar. Obrigado. – Sai do carro enquanto ele agradecia, nem sei ao certo quanto que eu dei para aquele homem, mas tinha algo que eu estava perdendo, algo que não fazia sentido. Corri pelo corredor da recepção do prédio, nem esperei o elevador, subi correndo pelas escadas, cheguei a esquecer que eram quinze andares até o meu flat. Entrei e bati a porta, liguei o notebook e coloquei o endereço daquele bairro na localização.

"Por quê eu passei por esse beco? Eu sempre sigo o mesmo caminho."

Algo ali não se ligava na minha mente. Eu saio todo dia pela portaria da faculdade as dez e quarenta e sete da noite, sigo até a estação do metrô do outro lado da rua e volto para casa. Onze e treze eu estou em casa, religiosamente. Mas porque eu tinha mudado meu percurso ontem à noite não me vinha à memória de jeito nenhum. E enquanto pensava naquilo, o rosto daquele homem da saída do hospital me veio novamente.

"Quem é aquele homem?".

Aquilo não estava me levando a lugar algum e eu não aguentava meu corpo inteiro, tomei um banho e me lancei na cama. De todo modo, era só um dia a mais, e para mim, ainda bem, um dia a menos!

"E as notícias mais relevantes são: um homem é encontrado morto em um canteiro de obra abandonado e esse também estava com os olhos vendados por um lenço vermelho. A polícia trabalha com a suspeita de um mercenário de uma..."

Peguei o celular para desligar o despertador, o mais próximo de uma presença humana que eu tinha era a aquela voz que ecoava do celular lendo as notícias. Eu não era alguém tão disposto assim para acordar ouvindo uma música qualquer, preferia alinhar meu despertar com o tédio que era meu dia por si só.

Escovei meus dentes, arrumei minha cama e me troquei. Aquela manhã de domingo estava fria e seca, extremamente agradável. Peguei meu cardigan comprido e sai para ir até o Café da esquina. Lá pedi o de sempre, que tomava todos os dias, um cappuccino e dois pães de queijo. Enquanto comia, passava o dedo pelo celular para me distrair com qualquer coisa. Olhei pelo vidro dali e vi uma garotinha de mãos dadas com sua mãe, segurando um balão roxo e saltitando pelo passeio. Ri sutilmente, e não sobre expressar o porquê. Aquela mesma cena de todo domingo me alegrava um pouco. Incrivelmente ela combinava a cor do balão com a de seu vestido, todo domingo, rosa, violeta, amarelo, ciano, lilás. A mãe com algumas compras na mão não deixava de dar atenção a filha saltitante, não apenas pelas mãos dadas, mas pelo olhar, aquela expressão de afeto e ternura, algo que eu não vivo, mas compreendo de certo modo. É meio que por isso que apanho frequentemente.

Saindo dali, andei pelos quarteirões do bairro até aquele jardim que ficava bem ali, no coração de todo o movimento daquele lugar. Alguns raios de sol ousavam passar pelas nuvens aglutinadas. Sentei em um banco e fiquei observando quem por ali passava, por mais triste que fosse todo esse conceito de vida, não se dava para negar que era bela. Os pássaros que voavam, e os que ainda não, mas cantavam de seus ninhos informando que estavam vivos; os peixes que nadavam no lago e as crianças e os idosos que os admiravam, os adultos raramente o faziam, estavam sempre muito ocupados com qualquer inutilidade para dar atenção a pequenos fragmentos do dia, assim, gratuitamente; os cachorros que corriam trazendo os brinquedos para seus donos; e os casais que se deitavam de mãos dadas sobre a grama e admiravam o céu. Como uma detalhada pintura, a obra em si era harmônica porque as informações nela presente eram coesas, mesmo que só especulativamente, dentro de cada um havia seu própria caos, mas externamente, a sintonia era síncrona. Apesar dos dois dias anteriores, aquele domingo estava ordinariamente rotineiro.

No fim daquele dia, eu lembrei de dar um pouco de atenção a uma das poucas coisas que me animava, ler doujinshis. Apesar de sempre ler vários e vários, eu sempre espero o lançamento de um capítulo novo do meu doujinshi favorito.

"Culpa e Perdão: O pior de uma mente apaixonada, por Nekko Noah". Deus, como eu amava quando saía um capítulo novo. Esse doujinshi estava ganhando tantos leitores que não iria demorar a chamar a atenção de alguma grande editora e virar um mangá de vez. O autor sempre disponibilizava os capítulos aos domingos à noite, mas já fazia alguns domingos que ele não atualizava. Esse domingo, entretanto, tinha um capítulo novo. "Caminhos e Mentes Cruzados, cada vez que eu leio o nome do capítulo novo eu fico mais e mais ansioso."

"Como será a vida de alguém assim? Um amor, uma identidade oculta, um caminho obscuro e sempre uma dúvida... Céus, a única pessoa no mundo que eu me importo é com o autor dessa história, e eu nem mesmo o conheço", e comecei a rir enquanto pensava isso. Fechei a tela do meu notebook, coloquei ele sobre a mesinha de canto e fui dormir.

Já era fim da tarde e eu comecei a me arrumar para ir para aula, troquei os curativos dos roxos no meu rosto da surra que havia levado, coloquei meu agasalho e me tampei com o capuz, não que fizesse diferença alguma, eu só não era invisível para o mundo quando queriam enxergar as marcas e machucados que apareciam sempre que eu apanhava. Na faculdade, eu entrava sempre para a sala e só saía do meu lugar no intervalo para ir ao banheiro vez ou outra, onde, não por acaso, eu ficava até o fim do horário quando era ali mesmo o lugar que juntavam para rirem de mim e me baterem, e quando isso não ocorria, eu voltava para o meu lugar ao fundo da aula e esperava acabar aquilo tudo para que pudesse ir embora. Essa segunda foi um dos dias onde eu assisti a aula, fui ao banheiro e voltei. Dez e quarenta e sete, pontualmente, mas dessa vez não foi a rotina de sempre. Meu estômago começou a roncar muito, eu passei o dia todo trabalhando na biblioteca e nem lembrei de comer nada. "Eu vou para casa, lá eu como..." e pronto, mal tinha pensado em ir para a estação e senti aquela fincada na barriga, achei melhor ir até a padaria no fim do outro lado da rua e comer algo por lá.

Cheguei no balcão e pedi por um salgado. Comi em pé mesmo, para não demorar muito. Agradeci à garçonete e fui pagar no caixa. Enquanto o moço que me atendeu lia a comanda, eu pedi a ele por um chiclete, ele me entregou, mas eu estava bem cansado e nem prestei atenção. Só me dei conta de que tinha caído quando o cara que estava atrás de mim se levantou do chão com ele na mão e me entregou.

— Obrig... – Eu nem sei se eu mesmo ouvi o fim do obrigado que disse. Era o mesmo homem da saída do hospital, eu não sei porquê, mas eu acabei o encarando por uns bons segundos, o suficiente para o moço do caixa me chamar duas vezes para me entregar o meu cartão com o recibo. Fiquei sem reação e sem atitude, nem olhei para ele ou agradeci e saí andando. Na estação do metrô, fiquei pensando naquele homem, e por toda viagem o perfume dele, uma sensação de outono aconchegante, que ao acabar a estação traz um aroma de orvalho das folhas ao despedir-se e receber o inverno na floresta. Quando desci na estação do meu bairro eu lembrei. "Foi ele!"

Quando entrei no meu flat, fiquei andando de um lado para o outro. Liguei o notebook, coloquei de novo no mapa da rua da faculdade, e fiquei olhando para aquele beco. "Eu passei ali porque eu estava seguindo aquele homem!". Na verdade, não sei explicar o porque eu estava seguindo ele, mas lembro que o vi com um grande casaco preto passando por mim, aquele mesmo perfume, e como contagiado por aquele momento, vi ele entrar no beco e fui atrás. Mas quando cheguei lá ele já tinha atravessado, e foi quando aquele bando apareceu me zombando e me espancaram.

"Por quê eu segui ele?"

— Estava esperando algum coroa te encontrar aqui, seu puto? A gente sabe que você é a garotinha deles e fica se esfregando num monte de homem tarado por dinheiro, sua bicha. Vai fala, ou será que a gente assustou quem ia te encontrar aqui e ele fugiu? Preocupa não princesinha, a gente cuida de você, não é galera? HAHAHAHAHAHAHAHA - "Por quê eu estou apanhando sem reagir? Esses idiotas me chutando e me batendo, e eu só deitado olhando, na verdade o idiota sou eu. Olha para mim, um covarde, ser apreço nenhum pela própria vida. E eles sabem, por isso só me batem até que eu fique inconsciente, para que nem ao menos tirar alguma vantagem de apanhar deles eu possa. E quem é aquele na sombra ao outro lado da rua no fim do beco?"

"E as notícias mais relevantes são: A polícia identificou o último homem assassinado pelo que aparece ser um assassino de aluguel, seu nome era Heitor Vernach, quarenta e sete anos, empresário da empresa Vernach Co. ramo de construção civil. Ele já é a sétima vítima do assassino..."

Eu acordei ofegante, mas não pelo sonho que tive, mas por ter acordado sentindo o cheiro daquele aroma, o mesmo de ontem, o mesmo da saída da faculdade sexta à noite. E esse sonho, bem, na verdade, era bem mais uma recordação da surra que tomei do que um sonho por bem dizer. Me arrumei e fui tomar meu café da manhã no Café da esquina. Dali, segui para a biblioteca.

— Hugo! Hugo! Você está me ouvindo? Hugo!!

— Ãnh? – Estava perdido e nem sei por onde, vi Ágatha, uma das bibliotecárias, do meu lado, mas não fazia ideia do que ela estava falando. – Me desculpa, não estava.

— Percebi. – Suspirou desapontada, mas não tanto, eu trabalhava ali com ela desde que comecei a faculdade, era tempo demais para que ela ainda reclamasse. – Chegou uns malotes das editoras com alguns livros doados, etiqueta eles e faz a entrada deles no sistema.

Fui até o depósito e comecei a tirar os livros daqueles malotes, levei o quanto consegui de uma vez para uma mesa no meio da biblioteca e comecei a colocá-los em pilhas ali, para depois etiquetar um por um. Se desse sorte, conseguia ficar o dia todo fazendo aquilo.

— Oi, será que você poderia me dar uma ajuda, eu não estou conseguindo passar esse livro na leitora digital.

— Olá, você me ouviu? – Eu nem olhei quem estava falando, mas aquele aroma, era aquele mesmo perfume. Quando eu encarei, eu não estava errado, era ele. – Olá?

— Ah, me desculpa, é... pra passar na leitora você tem que ter atualizado seu cadastro na biblioteca, você já fez isso?

— Você, você é o garoto de ontem, da padaria, não é? Você saiu tão rápido que nem pegou o chiclete da minha mão, aqui, deixei ele no bolso do casaco. Desculpa se de alguma forma eu te assustei ontem. – Ele nem precisava dizer mais nada, mas eu não conseguia parar de prestar atenção, e quando ele sorriu, algo em mim se conectou. – Eu não atualizei o meu cadastro, tem como fazer isso agora?

— Tem, tem sim... É... só você... bem, me acompanha até a ilha de atendimento que eu atualizo para você. – Eu estava agindo em um modo como se fosse autoprogramado, não tinha muita noção do que estava dizendo, mas agia como se tivesse certeza total de cada frase que saía de meus lábios. - Você me empresta seu cartão da biblioteca? O sistema vai ler o código de barras dele e atualiza sozinho.

— Prontinho, aqui seu cartão. Já está atualizado, agora quando for pegar ou devolver um livro é só passar por uma leitora digital se não quiser ir até a seção de empréstimos e devoluções. – Eu não conseguia disfarçar que estava encarando aquele homem descaradamente, e tentando disfarçar, deixei mais na cara ainda.

— Que ótimo! – Exclamou ele sorrindo. – Mas confesso que eu não sou o mais esperto do mundo com essas novidades tecnológicas, então é bem provável que eu acabe tendo que continuar fazendo o empréstimo do livro com algum atendente, hahaha. – Não sei se ele percebeu que eu o estava encarando excessivamente, mas cada vez que ele se movimentava e sorria, o perfume dele tomava conta do ambiente e de mim, mais e mais. – Ah e aqui, você ainda não pegou de volta o seu chiclete.

— O quê? Eu... Ah... Não preocupa não, pode ficar. – Eu não me dei por mim do quão inapropriado as pessoas acham receber qualquer coisa de um desconhecido.

Ele sorriu e colocou de volta no bolso do casaco. – Sendo assim, obrigado. Bom eu vou indo, até a próxima, por aí. Bom dia!

Eu fiquei vendo aquele homem ir embora até que não dava para ver ele mais do lado de fora pelos vidros da entrada da biblioteca. Voltei às minhas etiquetas e livros. Infelizmente eu acabei de etiquetar todos aqueles livros e ainda faltavam uma meia hora para acabar meu expediente, então fui fazer a entrada deles no sistema. Sentei na frente do computador, e quando a tela apareceu, eu não tinha fechado a página da atualização de cadastro. Estava ali todos os dados daquele homem.

— Nolan Dawson...

—O quê você tá dizendo aí Hugo? – Irrompeu na minha frente a voz de Ágatha.

—Ãhn? Ah, nada não, é só informação dos livros que eu tô fazendo a entrada aqui. – Ela saiu andando resmungando qualquer coisa e eu peguei meu celular, anotei o nome dele. Quis anotar o número e o endereço, mas não me senti confortável em ter isso nos meus contatos, eu não era assim tão stalker, no máximo ia procurar ele em alguma rede, mas sem fazer qualquer contato direto. Então anotei no bloco de notas, para que eu não ficasse tentado a mandar uma mensagem. Salvei e tentei não ficar olhando muito para aquela nota, para que não ficasse tentado a mudar de ideia sobre salvar como contato.

Meu expediente acabou, fui até a sala dos funcionários pegar minhas coisas e ir para faculdade. Fiquei repassando aquela cena por todo tempo que nem fui ao banheiro no intervalo. Dez e quarenta e sete e eu segui direto para à estação. No metrô, meu celular vibrou. Uma notificação. Um comentário que eu havia postado no capítulo dessa semana do meu doujinshi favorito tinha sido respondido. Fui ver, mas já tinha certeza que era uma dessas fujoshis que respondem o comentário de todo mundo.

— Estação Final! Estação Final! – A voz saía do autofalante do vagão do metrô, mas eu nem dei atenção, aquilo que eu estava vendo não parecia real, até que a senhora que sentou ao meu lado me cutucou e disse que o vagão ia fechar, e se eu não saísse, poderia dar problema para mim. Agradeci ela e subi pelas escadas da estação até a rua correndo, com o celular na mão lendo aquele comentário.

"Obrigado pelo apoio H. Sempre que posto um capítulo fico ansioso pelos seus comentários, sei que você é sempre um dos primeiros a ler, e espero pela sua crítica, sempre de suporte e apoio, porque me dão ânimo para continuar esse doujinhsi. Me desculpe pelo hiato que fiz, mas agora espero não parar até terminar. Quem sabe um dia a gente não se encontra e você me diz pessoalmente o que acha da história? Abraços, Nekko Noah!"

Eu li aquilo e fiquei parado na frente da porta da recepção do prédio, o rapaz da portaria até veio me perguntar se eu estava bem. Respondi sorrindo que estava ótimo, acho que até o assustei, ele nunca havia me visto sorrindo, na verdade, sei que ele é um dos que fofocam por aí que minha depressão não vai demorar a me matar. Subi correndo para meu flat e me atirei na cama. Fiquei olhando a tela do celular por tanto tempo que nem tenho noção para mensurar. Pensei em responder, mas fiquei receoso.

Fui tomar meu banho. Na hora de dormir, peguei o celular novamente, olhei aquele comentário, pus o celular de volta na mesa de canto, e apaguei as luzes. Passados alguns minutos, abri meus olhos, peguei o celular, entrei na plataforma que lia os doujinshis, fui no perfil do autor e mandei uma mensagem privada. Apenas coloquei meu número e um emoji de uma das minhas carinhas favoritas, fechei tudo, guardei o celular e tentei voltar a dormir. Nunca dormi tão ansioso assim.

"E as notícias mais relevantes são: após a morte do empresário Heitor, a direção da empresa Vernach Co. passou para um dos sócios do alto escalão, Augusto Fernando, que prometeu continuar com a mesma linha de comando de Heitor e dar seguimento a todos os projetos encabeçados pelo ex-diretor..."

Mais um dia começava, a mesma rotineira manhã de sempre me aguardava. Ao chegar na biblioteca, ainda faltava um monte de livros para dar entrada no sistema, mas eu estava sem ânimo algum, dessa vez pior que frequentemente, pois senti que não descansei nada nesta noite passada. Fiz toda a entrada dos livros novos, o dia correu costumeiramente e ao acabar meu expediente, me arrumei para a faculdade. Lá, o mesmo tédio de sempre. No intervalo, fui até o banheiro. Peguei meu celular. Havia uma notificação, uma nova mensagem. Um número desconhecido.

"Fico feliz que tenha me mandado seu número! Assim fica mais fácil de falarmos."

Que mensagem era essa, quem... – Não pode ser!

— Não pode ser o que, hein, seu veado de merda! Tá com esse sorriso no rosto porque, marcou programa com algum coroa tarado é? Me dá aqui esse celular.


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Notas finais do capítulo

Tentando construir essa história, então ela vai ser atualizada aos domingos! ^_~



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