A Caçada escrita por Rubellu Sidus


Capítulo 7
Masmorra do Castelo


Notas iniciais do capítulo

Após uma longa jornada, os caçadores finalmente alcançaram o Cemitério do Castelo. Em uma tentativa frustrada de cruzar uma ponte que os levaria até o próprio Castelo, Ecaterina recebe um chamado da Mãe Natureza.

Através deste chamado, os caçadores tiveram conhecimento da origem de Vlad Tepes, outrora um Rei Élfico que vendeu sua alma e seu povo para uma criatura maligna. Com os poderes da Mãe Natureza, por via de um ritual de elementos, os três caçadores puderam atravessar a ponte até o Castelo.



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Vlad Tepes está em sua Sala do Trono, sentado em seu trono fiel, e ao seu lado estava a criatura. Acorrentada, ela estava bem dócil e grunhia por liberdade. Vlad a acariciou enquanto observava o progresso do trio

—Vlad Tepes: Acalme-se, meu servo mais leal, está tudo bem! Contudo, estou deveras surpreso que os três tenham chegado até aqui!

—Vlad Tepes: Acho que vou preparar uma pequena surpresa para eles! Muahahah! – Vlad ativou uma alavanca que havia próxima ao seu trono, o barulho de engrenagens anunciava seu funcionamento.

O trio de caçadores estava caminhando por entre um corredor que suponham ser a entrada do Castelo. Até que ouviram um barulho estranho, mas o Escudo Dourado de Teodor não brilhou, então não era perigo e então gritaram

Alguns segundos depois eles acordaram no subsolo do Castelo, o cheiro fétido de morte e cadáveres perpetuava por todo canto. Eles não se machucaram muito, por causa do efeito do Cristal da Terra, mas estavam assustados pois a queda foi consideravelmente alta

—Petru: O que aconteceu? – disse levantando-se.

—Ecaterina: Caímos... eu acho?

—Teodor: Vejam! – Teodor apontava para o teto, uma abertura estava se fechando enquanto os três apenas podiam olhar.

—Petru: O que é aquilo?!

—Teodor: O correto seria: “aonde nós estamos”. Estamos em um calabouço, ou uma masmorra...

—Ecaterina: Mas isso não é utilizada apenas para prisioneiros?!

—Teodor: É o que somos para Vlad, mas temos que ficar atentos!

Eles se levantaram rapidamente, não estavam cansados nem fatigados, pegaram seus materiais e seguiram em frente, mas não antes de ouvirem uma voz grave que ecoava por entre as paredes

—Vlad Tepes: Caçadores de Sighisoara, sejam bem-vindos à minha Masmorra!

—Teodor: Vlad Tepes!

—Vlad Tepes: Reconheço a coragem e o mérito de vocês por estarem aqui, mas teriam sido mais espertos se não o fizessem pois este será o túmulo de vocês! HAHAHA! – a voz ecoante de Vlad Tepes desaparecia no ar enquanto Teodor socava uma parede.

—Teodor: Maldito! Deve haver uma saída!

—Petru: Temos que achá-la!

O trio seguiu em frente por um corredor semelhante ao da parte superior do castelo, e no fim dele haviam duas saídas. Não demorou para perceberem que estavam em um labirinto mais mortal e cruel do que o próprio Jardim da Perdição. Nas paredes haviam alguns esqueletos de prisioneiros capturados, corpos impalados e uma variedade de ferramentas crueis

Teodor foi para um lado, Ecaterina e Petru foram para o outro. Eles esperavam que pudessem se reencontrar em breve. Quando Teodor chegou no fim de seu lado, dois Espectros Fantasmagóricos partiram para atacá-lo, com suas risadas frias e crueis. Teodor rapidamente bloqueou os ataques e quando um Espectro cruzou a barreira luminosa do Escudo ele se desfez em cinzas ao solo

O outro espectro aguardou pacientemente, mas Teodor aplicou uma investida que destruiu o Espectro Fantasmagórico por completo. Teodor seguiu pelo caminho. Ecaterina e Petru foram atacados por um Zumbi Carniçal, o reflexo de Ecaterina fez com que o Zumbi caísse no solo enquanto Petru o finalizava com uma flecha no meio da testa do Zumbi. E então eles seguiram caminho

Demorou um pouco até os três se reencontrarem, haviam muitas saídas e uma parede começou a levantar. O Escudo de Teodor brilhou com intensidade e viu alguns Esqueletos Andantes vindo na direção deles. Mais uma batalha, e os Esqueletos caíram e se desmontaram em ossos

O trio seguiu caminho até uma passagem, mas era muito pequena, era como se fosse um muro levantado. Havia uma alavanca mas a força de Ecaterina não foi suficiente para ativá-la. Teodor tentou mas ela se rompeu em sua mão, mas de qualquer forma não levantou o muro. Petru então se abaixou e viu que havia uma outra alavanca, do outro lado do muro

—Petru: Eu vou lá!

—Ecaterina: Tome cuidado, filho!

Petru se abaixou e foi rastejando, junto com sua Besta Sagrada, até a alavanca. Mal se aproximou dela e ouviu uma gargalhada. Frio na espinha foi o que ele sentiu, e uma garra gélida o atacando. Petru caiu no chão, o que fez sua mãe gritar de pavor

—Petru: Estou bem! Pode vir...

Petru ficou de costas para a criatura, observando-a e quando o Espectro Fantasmagórico partiu para um novo ataque, Petru se virou e em um saque rápido bombardeou o Espectro com flechas. O Espectro ficou em brasas e desapareceu com um grito de dor ecoante

Ecaterina deu um suspiro de alívio, Teodor não demonstrou nada pois sabia do potencial do filho. É perfeitamente natural um dos pais ser mais zeloso que o outro, mas Petru não se intimidou com o ataque e ativou a alavanca, vitorioso. O muro então se levantou e os três partiram em direção a uma outra saída

Um zumbi veio avançando na direção dos três, caiu facilmente perante o poder esmagador de Ecaterina, que o transformou em um punhado de ossos e carne que caíram no chão. Partiram para mais uma bifurcação, novamente eles se dividiram mas se encontraram no final da divisão de caminhos e um novo muro se levantou perante eles

Da Sala do Trono, Vlad observava atentamente ao grupo de caçadores, pois uma de suas crias mais malignas, o Carrasco, estava do outro lado do muro. Vlad deu uma enorme gargalha, isto assustou seu companheiro sombrio

—Vlad Tepes: Eles não perdem por esperar! Uma das minhas maiores criações!

E então, uma figura sombria surgiu diante deles. Era um amontoado de corpos, uma abominação! Com uma espécie de vestimenta gótica, algo que protegia muito pouco mas demonstrava temor a todos aqueles que observavam. Um capuz negro que cobria toda a cabeça e olhos vermelhos como brasas e em sua mão ele empunha um grandioso machado de execução

—Vlad Tepes: O Carrasco!

Esta figura gelou os corpos dos caçadores, e partiu para o ataque. Os passos pesados faziam o chão tremer e o Carrasco levantou seu machado e foi golpear o primeiro alvo que viu: Ecaterina. Mas Teodor se lançou na frente e conseguiu bloquear o golpe. A potência foi tão grande que a barreira luminosa se quebrou, mas retornou após alguns segundos

—Ecaterina: Amor!

—Teodor: Não... não acredito!

Petru correu para auxiliar os pais, e a cada passo que dava, uma flecha poderosa era disparada, mas a pele da criatura era tão espessa que as flechas mal podiam feri-la. Ecaterina tentou alguns feitiços, mas eles não surtiram efeito também. A criatura se enfureceu e golpeou Petru com uma das mãos, Petru foi lançado para uma parede e ficou inconsciente

—Ecaterina: Filho!

—Teodor: Amor, para!

A criatura ia dar uma machadada em Petru, mas Ecaterina se colocou à frente dele e conseguiu ser atingida em seu lugar. O corte foi fundo, Ecaterina teve que segurar a barriga para que a ferida não sangrasse muito, nem que órgãos pudessem sair. Ela quase desmaiou, e Teodor se enfureceu a ponto de se lançar no monstro com golpes fortes

—Teodor: Fique... longe... da... minha... família! - Cada palavra que Teodor pronunciava era um golpe, mas inúteis pois suas mãos doíam mais do que machucavam O Carrasco

Ecaterina pronunciou algumas palavras e sua ferida se fechou por completo, mas ainda estava nervosa por causa do sangramento e por causa de Petru. Enquanto Teodor distraía o monstro, Ecaterina analisou seu corpo

—Ecaterina: Deve haver alguma abertura...

Petru acordara de seu breve sono, e viu o pai disputando contra a criatura, enquanto Ecaterina apenas observava, atenta, buscando algum ponto fraco

—Petru: O que você tá fazendo?!

—Ecaterina: Monstros assim devem possuir algum ponto fraco... não são imortais, isto é fato!

—Petru: Ponto fraco... - Petru começou a investigar junto com a mãe enquanto Teodor tinha dificuldade em conter o Carrasco.

Petru então sacou sua Besta Sagrada e fez um disparo em uma localização da perna direita da criatura, que deu um grito, soltou Teodor e se ajoelhou brevemente no chão. Teodor planou no ar enquanto Ecaterina buscava entender o que acontecia

—Ecaterina: Como você fez isso?!

—Petru: Lembra das armaduras dos guerreiros de antigamente?

Antigamente, os guerreiros lutavam completamente protegidos por armaduras de placas, tão grossas que era impossível penetrá-las. Mas também eram muito pesadas para serem todas cobertas por aço, portanto os guerreiros eram vestidos por cotas de malha em locais precisos e que eram necessários para a locomoção, tais como o ombro, a área do cotovelo, e outros. Ecaterina entendeu e viu também que essas áreas sensíveis eram apenas músculos

—Ecaterina: Se pudermos atingir cada um destes pontos...

—Petru: Podemos inutilizar a criatura...

A criatura se manteve de pé enquanto Ecaterina e Petru partia para ofensiva, enquanto Teodor bloqueava cada ataque que os dois não pudessem defender. E assim o fizeram, atingiram vários pontos musculares até que a criatura caiu imóvel, mas viva no solo, causando um tremor sobrenatural

Na Sala do Trono, Vlad se levantou de seu assento com ódio em seu coração negro, pois sabia que o Carrasco fora vencido, estava apenas observando o que fariam a seguir. Ecaterina tirou o capuz e o que todos viram era assustador. Era apenas um retalho de vários pedaços de carne, costurados com linha, uma mandíbula quase solta e apenas um olho

Ecaterina não mostrou piedade, carregou o máximo de energia em sua mão e efetuou um poderoso disparo em direção à cabeça da criatura, que explodiu lançando sangue e pedaços de carne morta e podre para todos os cantos

—Vlad Tepes: NÃÃÃÃÃÃOOOO!!! - Vlad reuniu toda sua ira para proclamar esta negação, e percebeu que faltava muito pouco para adentrarem à Sala do Trono. Faltava apenas um único desafio.

Vlad assentou-se novamente, irado e cansado. Acariciando sua criatura sombria e a removendo de sua corrente, ela a libertou e rapidamente desapareceu da Sala do Trono

—Vlad Tepes: Não me falhes! - Vlad permaneceu sentado, esperando vitorioso pela criatura que retornaria para perto dele com as cabeças e tripas dos caçadores.

O trio estava cansado e fatigado, mas não sentiam sede nem fome por um bom tempo. O Cristal da Água foi muito útil para eles, e então cruzaram pelo Carrasco, morto, sem cabeça, estático no solo. E se aproximaram de uma enorme porta, que quando foi aberta revelou algo além da imaginação deles

FIM DO CAPÍTULO


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Notas finais do capítulo

Teodor, surpreso com o poder de Ecaterina, segue com Petru para dentro do Castelo. Então, já na entrada, o inesperado.

O chão se abre e eles caem, escorregando por caminhos sinuosos, sendo levados ao submundo do Castelo. Todo o tipo de armadilhas os esperavam.

Metros e metros caminhados naquela prisão sem grades. Teodor, Ecaterina e Petru parecem querer desistir.

A crueldade era visível, criaturas sob o controle de Vlad saindo de todos os lados, combates infindáveis. É o fim! Qualquer um pensaria.

Mas a determinação e a bravura os conduziram até a provável saída. Uma grande porta que, ao se abrir, os deixariam espantados!

No próximo capítulo de “A Caçada” - “Poços Escaldantes”



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