Pseudônimos escrita por Jubileep


Capítulo 1
Capítulo Único




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Kara Danvers se odiava por isso, mas havia finalmente se submetido ao universo obscuro dos aplicativos de relacionamento. Havia o feito mais porque Alex e Maggie pareciam cada vez mais exaustas de vê-la em seu tempo livre comendo pateticamente intermináveis pacotes de Cheetos em frente à TV assistindo a algum novo seriado original da Netflix do que por estar “desesperada” por um amor, ou algo assim.

Pessoalmente, ela preferia continuar desse jeito: seus salgadinhos e seus personagens fictícios no sofá da sala por dias consecutivos, com pausas apenas para ir ao banheiro, trabalhar ou salvar National City da destruição.

Ela já salvava a população humana – e alienígena – quase numa escala semanal, por que diabo ela deveria mudar sua rotina para se aventurar no campo mais tortuoso e complicado existente?

Mesmo assim, contra todos os seus ideais de “dia perfeito”, ela decidira ir em frente – apenas para a irmã mais velha não poder ter o gostinho de dizer que ela nem ao menos estava tentando. Ouvir Alex dizendo “eu avisei” quando Kara estivesse sozinha com oitenta anos era uma cena que ela estava disposta a evitar.

— O que eu supostamente deveria fazer? É tipo… Um Uber do amor? Isso é, argh, estúpido pra alguém como eu. – Reclamou, enquanto segurava o smartphone numa das mãos e uma caneca de chocolate quente na outra. – Pelo amor de Rao, eu sou a Supergirl! Eu salvo pessoas e destruo vilões literalmente com meus olhos, por que eu deveria me preocupar com… Isso?

Alex revirou os olhos.

— Porque até a melhor super-heroína precisa de um pouquinho de amor. – A mais velha retrucou em resposta, abraçando a caçula por trás. – All you need is love. All you need is love. love… Love is all you need. – Cantarolou a famosa música dos Beatles e Kara quis enfiar a cara na almofada, incomodada.

— Alex, o que Maggie Sawyer está fazendo com você?

— Você não vai querer ter detalhes.

Ugh! Pior-irmã-do-mundo.

— Vamos ver como você está se saindo. – Alex arrancou de modo indelicado o celular das mãos de Kara, fazendo com que a tão aclamada super-heroína abrisse a boca surpresa e bufasse inquieta logo em seguida. – Comida preferida: Pizza? Maior hobbie: assistir TV? Você nem tenta disfarçar o quão estranha é pra esse mundo.

— Ei! Eu me tornei assim depois que cheguei na Terra! – Defendeu-se.

— E essa foto, Kara? Parece que você está tirando sua carteira de motorista e não procurando por sua alma gêmea. Você deveria pôr aquela que está na varanda, mal dá pra ver seu rosto, mas é… Misteriosa.

— Então o problema é meu rosto? Obrigada por dizimar qualquer resquício de autoestima que eu podia possivelmente ter. – queixou-se. – Alex, sejamos francas, que garota ou que cara poderia ter interesse em sair comigo? Isso é inútil. Você mesmo disse: sou estranha demais para esse mundo.

— Kara, a única coisa capaz de te literalmente enfraquecer é Kryptonita, se você se sentir inferior por qualquer outra coisa eu juro que vou ser obrigada a tomar medidas drásticas. Somos irmãs, não é considerado errado se eu te agredir. – A ruiva ameaçou; se desaproximando da outra com o celular ainda preso entre os dedos. – Vejamos… Umas mudanças aqui e ali… – Alex ponderou, digitando algo freneticamente. – E é só esperar.

Kara levantou-se bruscamente da cadeira em frente a bancada onde se encontrava, pousou a caneca no mármore e foi com pressa em direção à irmã, do outro lado da sala.

Qualquer um que a encontrasse naquele estado não imaginaria que aquela mulher era matura o suficiente para vestir uma capa e sair por aí impedindo que a Terra fosse exterminada e salvando epicamente gatinhos dos mais altos galhos numa escala praticamente diária.

— Alex, devolva meu celular ou vou ligar para nossa mãe e, acredite, você não vai querer isso. Eu escondi minha identidade por praticamente minha vida inteira, não duvide da minha capacidade em inventar mentiras a seu respeito e soar malignamente convincente.

Kara ficou parada em frente a mais velha, com os braços cruzados e uma expressão fechada no rosto – com direito a um biquinho nos lábios e olhos semicerrados.

— Credo, Kara. Você parece uma criança.

— Você literalmente pegou meu celular sem permissão e não me deixa tê-lo de volta. – Argumentou. – Alex Danvers, você é tão terceira série.

A primogênita, mais uma vez, revirou os olhos.

— Pelo menos me deixa ver o que inventou sobre mim e… Invente, sei lá, um pseudônimo ou algo do tipo. Se der errado, pelo menos não vai cair sobre Kara-vulgo-euzinha-Danvers. – Continuou a insistir.

— Que drama! Está bem… – Ela digitou mais alguma coisa. – Pronto, pegue. – Colocou o celular nas mãos da loira e foi em direção ao sofá, pronta para ouvir mais reclamações da caçula.

LindaLD*: Altruísta, ama a natureza, fascinada pelo Universo. Maior hobbie: observar a cidade à noite. — Kara leu, indignada a cada palavra que proferia. – Você descreveu a Supergirl com palavras bonitinhas, só faltou colocar: metabolismo absurdamente acelerado.

— Você é a Supergirl, mesmo quando é Kara Danvers ou, no caso, Linda L. Danvers.

A mais nova andava de um lado para o outro do cômodo, indignação e nervosismo se mesclavam e reviravam seu estômago junto com tudo que ela havia comido durante o dia. Ela quase podia sentir as panquecas de banana do café da manhã fazendo seu caminho de volta para o mundo exterior.

— Ninguém nunca sairia comigo, isso é o ápice da falta de sanidade que alguém possivelmente poderia alcançar e é patético, para nós, ousarmos cogitar nisso. Quem sabe seja melhor assim, ninguém gostaria de namorar uma pessoa com visão raio-x e que está toda hora ocupada demais apagando incêndios com um maldito sopro. Sem contar que eu não quero ter que passar pela situação constrangedora de ter que falar a respeito do meu alter ego herói e de outro planeta e… – A garota finalmente calou a boca após o discurso frenético, seu rosto agora ocupado demais em enrubescer-se completamente – Alex! Alex, me ajuda, apareceu uma notificação! – Kara quase engasgou.

— O que eu faço?! lltess*  tem interesse? O quê? Quem diabo é lltess?

Uau! Isso sim foi rápido, parece que você não é a única com uma velocidade impressionante. Deixe-me ver. – Alex pulou do sofá com maestria, rumando até a irmã logo em seguida. – É uma garota!

— Mal dá pra ver sua foto. – Kara reclamou, revirando os olhos enquanto virava a tela do celular para a outra. – Aposto que deve ter alguma coisa de errado com seu rosto.

— Você me cansa, Kara. – A outra bufou; atenta ao visor do telefone. – Extrovertida, porém fiel ao sofá e à televisão. Inovadora, sabe cuidar dos negócios e ótimo senso de humor. Ah, ela é sua alma gêmea!

Kara Danvers riu debochada após a fala obviamente exagerada da irmã mais velha. Por que Alex tinha que ser sempre assim? Até parece que ela seria capaz de achar sua suposta metade da laranja num aplicativo de smartphone. O destino não funciona com códigos, matrizes e algoritmos, e, sobretudo, Kara era uma laranja completa – ela se negava a depender de migalhas de desconhecidos que fazem um bom uso das palavras em um app idiota.  

— Me prometa que você ao menos vai tentar.

Alex fez aquela expressão de cachorrinho pidão, aquela de um filhotinho que acabou de te flagrar comendo um x-bacon gigante e está morrendo por um mísero pedaço. Ainda que contra sua vontade, Kara fez que sim com a cabeça – limitada a analisar a situação novamente e convidar a estranha pra sair.

Então, devido às suas atuais circunstâncias, Kara Danvers vulgo Supergirl vulgo Linda L. Danvers decidiu dar uma chance à lltess… Seja lá quem for essa mulher.

[…]

A última vez que ela havia se sentido daquela forma foi quando teve que ler um poema de sua autoria na frente de toda a classe da oitava série na aula da srta. Goldberry. Ser uma kryptoniana recém-chegada na Terra já é suficientemente sufocante, porém ser uma kryptoniana pré-adolescente tímida e com pouca noção da cultura terrestre em frente a trinta alunos humanos e repletos de piadinhas maldosas eram fatores que tornavam tudo muito pior do que já era.

Na época, seu primo já era um herói aclamado, cheio de fãs em Metrópolis e Terra a fora e, por isso, Kara não tinha absolutamente ninguém para contar – visto que Alex ainda estava meio relutante quanto à ideia de lhe receber de braços abertos.

De qualquer forma, era assim que ela se sentia agora.

Com o estômago se revirando, as bochechas tornando-se dois tomates rechonchudos, a perna tremendo como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo seu corpo e o constante sentimento de algo estar errado – inclusive ela em si.

Ela tentava disfarçar sua língua passeando pelos dentes, na tentativa de se certificar que nenhum resquício de alface tivesse sobrevivido para contar história e, ao mesmo tempo, tentava controlar o ímpeto de sua mão de passear pelos cabelos – de modo algum ela conseguia evitar à vozinha no pé de sua orelha exclamando que havia milhares de fios fora do lugar.

Kara sentia, enquanto adentrava naquele restaurante chique demais para alguém como ela, que ainda vestia aquele suéter cor de água de salsicha e aquele rabo de cavalo preso com tanta força que parecia que ia arrancar sua testa gradativamente. Ela sentia como se todas aquelas crianças maldosas de quatorze anos ainda estivessem lhe encarando, prontas para atirar uma bola de papel em sua direção.

Era só um restaurante. Ela repetia pra si mesma.

É só um maldito encontro. Insistia.

Vai acabar antes da meia-noite! Torcia.

Mas ainda assim, ela só conseguia enxergar as mulheres em seus vestidos chiquérrimos e suas joias caras como líderes de torcida diabólicas e os homens em seus ternos impecáveis e seus fios quase grisalhos como os Michael’s e os Josh’s cheios de espinhas, com a puberdade à flor da pele e as piadinhas cruéis na ponta da língua.

Nem mesmo quando começou a trabalhar na CatCo ela se sentiu tão intimidada dentro de algum lugar… Aliás, falando em CatCo ela tinha que admitir que sentia muita falta de Cat Grant e seus conselhos bizarramente motivacionais.

Por uma fração de segundo, ela pensou no que Cat falaria se estivesse lhe vendo a caminho de seu primeiro encontro de verdade.

“Pare de achar que o mundo vai tentar ler o que está pensando, Kira. Coloque seus saltos, deixe sua insegurança guardada no seu guarda-roupa junto com seus suéteres bregas e vá aproveitar os anos em que você não precisa passar creme anti-rugas toda manhã!”

Respirou fundo.

Ela não podia dar pra trás agora.

O vestido preto e justinho já havia a incomodado por horas demais para ela desistir à essa altura do campeonato, e a maquiagem incomodativa que fazia sua pálpebra coçar já havia sido suportada demais para ela simplesmente ir ao banheiro e tirá-la com um daqueles paninhos umedecidos.

Ela não podia desistir antes de dar pelo menos uns vinte passos adentro do restaurante. E o fez.

Deu vinte passos. Vinte e cinco. Trinta. Quarenta. Cinquenta.

Ela não reconhecia lltess em nenhuma mesa; as duas haviam se esquecido de falar sobre as roupas que vestiriam ou como seus cabelos estariam presos, o que tornava a identificação beirando ao impossível. É claro que Kara não cogitou todos esses pequenos detalhes que podiam ser culpados para ela não achar lltess em lugar algum no restaurante, sua mente quanto a esses assuntos era bem menos sagaz e veloz que a mente de Supergirl.

Por fora e de modo relativamente discreto, seu rosto passivo e calmo procurava com o olhar alguma mulher de cabelos pretos e ar mandão – “inovadora, sabe cuidar dos negócios” —, no entanto por dentro ela só conseguia gritar:

“VOCÊ LEVOU UM FORA”

“SEU PRIMEIRO ENCONTRO NEM TEVE A CHANCE DE COMEÇAR”

“ELA DESISTIU”

“SAIA ANTES QUE ALGUÉM NOTE SUA PRESENÇA”

“NÃO! VÁ ATÉ O BANHEIRO, SE TRANQUE POR UNS CINCO MINUTOS EM UMA DAS CABINES E DEPOIS VÁ EMBORA”

“TER UM ENCONTRO FOI UMA PÉSSIMA IDEIA!”

— Kara? Kara Danvers?

Uma voz agradavelmente familiar proferiu; arrancando-lhe da sua grande nuvem de auto-humilhação e lhe trazendo de volta à realidade. Ela virou-se repetidamente de forma meio tola, procurando a origem da voz.

— Lena!

Por uma fração de segundo, ela sentiu o maior alívio do mundo em ver o rosto da mulher. Não se sentia mais na oitava série, nem na frente de pré-adolescentes recheados de hormônios e nem com seu suéter super-brega que ela só usava porque não servia mais em Alex.

Ela sentia-se segura, porque Lena era uma das pessoas mais amigáveis do mundo e ela sempre lhe fazia se sentir um pouquinho melhor. Não diria que as duas eram grandes amigas para sempre, mas elas certamente tinham potencial para alcançar tal título – elas já riram várias vezes juntas e, apesar de ser uma Luthor, Lena sempre mostrara como a maçã pode sim cair bem longe da árvore.

Ela era diferente de sua mãe, ou de Lex. Ela era o tipo de pessoa que Kara apreciava a companhia.

E lá estava ela, salvando-lhe de um encontro iminentemente desastroso. Com seu usual batom vermelho que a destacava em todo o local, os cabelos pretos caindo no ombro e um vestido vermelho cujo decote dispensava comentários.

Kara não a via daquela forma — ou pelo menos, nunca parou para cogitar –, porém, ela poderia facilmente apontá-la como a mulher mais bonita naquele restaurante cheio de outras mulheres se esforçando horrores para ficarem bonitas.

— Como é bom te ver aqui. – Kara completou, soprando para longe seus devaneios a respeito da beleza absurda da amiga.

— Eu acho que houve uma mudança de planos na minha noite, então, se quiser me fazer companhia, você é sempre bem-vinda, Kara. – A outra respondeu com aquele brilho habitual nos olhos escuros. Era como se Lena vivesse constantemente entusiasmada com as coisas e com o simples ato de conversar com alguém.

— Eu não poderia não dizer o mesmo. Minha noite tinha planos bem diferentes do que isso… Mas, sinceramente, é muito melhor passar a noite com você do que com… Bom, não importa. O quero dizer, é que estou grata ao Universo por ter colocar aqui hoje à noite.

Lena sorriu de orelha a orelha, colocou uma mecha de cabelo para trás e se acomodou em seu assento.

— Pois saiba que é uma honra saber disso, Kara. Será que posso saber qual era o seu super plano desastroso para hoje à noite? – Indagou, curiosa para descobrir porque a tímida aspirante a jornalista da CatCo estava perdida entre as mesas daquele restaurante chiquérrimo.

Não que Kara não fizesse o tipo do restaurante; Lena nem de longe conseguiria mentir sobre o quanto a mulher de fios loiros estava estonteante naquele vestido preto e com os cabelos soltos e fazendo curvas até seu busto e como seu busto era… Okay, Lena não queria analisar demais a situação.

O ponto era que Lena via Kara mais como uma mulher que passava o dia em seu apartamento, tomando xícaras de café enquanto assiste Seinfeld e vê vídeos de gatinhos no YouTube ao mesmo tempo.

— Eu tinha um encontro. Tinha. Acho que levei um fora. Quer dizer, tenho certeza que levei um fora. – Kara explicou, falhando em esconder o nervosismo. Apenas o tamborilar de seus dedos na superfície da mesa já era o suficiente para mostrar o quão inquieta se encontrava. – Mas acho que foi melhor assim, eu nem queria ter esse encontro mesmo.

— Quem seria o louco de te dar um fora? – Lena soltou a primeira coisa que brotou em sua mente quando Kara terminou sua sentença, incerta se aquilo era ou não demais pra se falar.

Danvers deu aquela risada esquisita de sempre, aquela risada que ela dava sempre que se sentia constrangida e lisonjeada ao mesmo tempo. Suas bochechas estavam obviamente coradas, mas em nenhum momento ela quis correr e enfiar sua cara a sete palmos do chão.

— Enfim, acho que só topei essa coisa toda porque minha irmã Alex e sua namorada Maggie insistem que eu saia do sofá um pouco e vá fazer coisas que pessoas normais fazem. Aparentemente, não funcionou… O que é bom ao mesmo tempo, digo, pelo menos a culpa não é minha, certo? Eu coloquei esse vestido estranho e essa maquiagem que coça e até esse salto desconfortável, se meu encontro não veio então… Melhor pra mim.

— Bom, valeu a oportunidade. Você fica muito bem de vestido… E essa coisa toda. Não que precise, mas… De qualquer forma, o que quero dizer é que encontros são uma droga. O meu encontro está atrasado, ou é o que eu quero acreditar, sabe? Acho que sou esperançosa demais e crio expectativas demais e enfim, meu encontro provavelmente não vai aparecer, porém, pelo menos, eu tenho Kara Danvers!

Quem seria o louco de se atrasar num encontro com Lena Luthor?

Será que essa coisa de carma existe? Talvez seja porque eu sou uma Luthor, talvez minha família tenha dizimado qualquer chance do Universo gostar de mim e me reservar coisas boas.

— Lena – Kara segurou a mão da outra sobre a mesa –, você não é a sua família. Você é boa, e amável. Qualquer cara seria um imbecil em te dar um fora… É ele que está perdendo!

Lena sorriu, o que não era estranho porque toda vez que seu olhar se encontrava com o que de Kara ela sorria como se nada mais alegre pudesse lhe acontecer.

— Obrigada, Kara. Você é uma das melhores pessoas que já conheci... Muito possivelmente, a melhor.

E você é a mulher mais linda que eu já vi. Ela responderia, se fosse ousada o suficiente – como não era, as palavras travaram no meio da garganta.

— Sabe o que você deveria fazer? Mandar uma mensagem pra esse babaca e perguntar onde ele está e sei lá, xingá-lo. Eh… Isso soa meio imaturo, mas ele também deve ser imaturo demais pra fazer algo assim.

A mulher de fios pretos riu enquanto segurava o celular e o desbloqueava, ela ponderou por alguns segundos, mas Kara a fitava com aquele olhar cintilante e cheio de vida e bom, ela faria qualquer coisa que Danvers sugerisse.

Espero… Que… Tenha… Uma… Boa… Desculpa… Para… Esse… Atraso… Sua… Babaca. Enviar. Prontinho!

— Oh… É uma garota. – Kara sussurrou, meio que pensando em si mesma por uma fração de segundo.

Então, seu celular vibrou.

E Kara gelou, porque as pecinhas do quebra-cabeça finalmente se juntavam e ficavam claros como nunca.

E ela podia ver Lena Luthor engolindo em seco em sua frente, sem entender, mas começando a raciocinar.

Kara puxou a barra de notificação do app para baixo. 1 nova mensagem de lltess.

“Espero que tenha uma boa desculpa para esse atraso, sua babaca.”

— Hm… – Era como se todo seu corpo estivesse eletrificado. – Prazer, eu meio que sou... – Tentou explicar-se, a fala saindo daquela forma desconcertada; queria rir da situação, mas queria correr como se estivesse em apuros.

— Você é... Acho que entendi.

Malditos pseudônimos!

 

[…]

Houve constrangimento. Do tipo “corar como um pimentão” de tanto constrangimento.

Houve aquela vontadezinha de voltar no tempo e nunca cogitar instalar aquele estúpido app, por mais que Barry já houvesse lhe contado de todas as merdas que ele fez alterando a linha do tempo.

Houve sim aquela vontadezinha de falar que a mensagem recebida era de Alex ou algo assim.

É claro que houve. O que mais poderia se esperar de tal situação? Lá estavam as duas sendo amigas-para-sempre-e-tudo-mais com uma clara tensão sexual entre elas e do nada, elas são as pessoas causadoras daquele “encontro inesperado”.

É um pesadelo, certo? Pelo menos, foi.

Foi.

Até Lena quebrar o gelo e Kara ir na onda.

Ir tão na onda de Lena que agora ela meio que tinha arrancado seu vestido vermelho e decotado e atirado ele no tapete de seu quarto, e também tinha meio que permitido que Lena levasse sua mão a locais raramente acessados e coisas assim.

Seus lábios se conheciam melhor agora, seus corpos se exploravam e Danvers nunca pensou que pudesse sentir as coisas que estava sentindo. Os arrepios, os desejos, os incontroláveis suspiros que pediam desesperadamente por mais.

Seus dedos passeavam pelos fios escuros da “amiga”, enquanto os dela estavam ocupados demais em territórios mais baixos. Kara permitiu-se passear por todos os lugares que tinha direito, não havia nada na Luthor que ela não quisesse conhecer ou trilhar deliciosamente com a boca.

Enquanto ela observava pela sua visão periférica Lena Luthor deixar rastros de batom em sua pele clara Kara pensava como o destino era irônico. Ele não trabalhava com códigos, matrizes e algoritmos, mas ele certamente trabalhava de maneiras misteriosas.

Não que ela estivesse reclamando.


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Notas finais do capítulo

*LindaLD: referência à Linda L. Danvers, criada por Otto Binder e Al Plastino, sua primeira aparição foi em Action Comics #252 de 1959.
*lltess: LL de Lena Luthor e Tess por causa da Tess Mercer (Lutessa Lena Luthor) de Smallville.

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Amo Supercorp e vou protegê-lo. Espero de vdd que tenham gostado e que comentem ♥



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