Spectrus - A História de Ana e Hugo escrita por spectrus


Capítulo 1
Prefácio


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira história por aqui e espero que gostem. xoxo ^^



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Os acontecimentos mais importantes na vida de Ana Foster:

1. Morar na fazenda de Nicholas Carter – mais tarde “Tio Nick” – foi a pior e a melhor coisa que aconteceu em sua vida;
2. Ana amou Hugo Jones a primeira vista quando ele apareceu em um dos seus sonhos sangrentos;
3. A sensação dos pés de Hugo  tocando os seus pés sob a água morna e cristalina do píer – com certeza foi amor a segunda vista;
4. Ler todos o livros que entraram para a lista dos mais vendidos do The New York Times acabou com o seu melhor passa-tempo;
5. O trem das 15h que subia a colina até o ponto mais alto – de onde se podia ver o crepúsculo mais lindo do mundo – nunca mais foi o mesmo desde que Hugo entrou nele;
6. Aprender a chamar Nicholas Carter de “Tio Nick” deixou de ser difícil quando um monstro começou a sugar a sua vida em uma terça-feira a noite;
7. Parar o tempo, ouvir pensamentos, ver o futuro em seus sonhos, foram dons – ou maldições – com os quais ela teve que aprender a conviver e pior que isso... Aprender a usá-los;
8. Havia um túnel – e Nicholas havia dito pra ela nunca ir lá - mais quando entrou pela primeira vez e viu as lindas flores violetas com folhas verde-reluzentes e um aroma doce a hipnotizou - ela passou a ir lá todos os dias – se ela soubesse que atravessando aquele túnel estaria em SPECTRUS – Um mundo paralelo de onde vinha todos os outros mundos ela...
9. A profecia dizia que: Apenas o mortal que amasse além da própria vida, poderia se tornar imortal;
10 Ana descobriu que beijos são sim contratos;
11.Morrer por alguém que se ama não parecia tão ruim ou tão doloroso até ela enfiar a espada de Hugo em seu estômago para salvar o mundo;
12. Ao enfiar a espada no estômago ela só tinha que tomar um ultima decisão: morreria de olhos abertos ou fechados?
13. Uma hora no mundo que Ana descobriu no fim daquele túnel de flores com folhas verdes reluzentes – era igual a 8 horas em nosso mundo;
14. A espada ainda estava lá. E ela também. Naquele momento ela descobriu... ela era imortal.


Início

O céu era cor de violeta – por acaso a flor preferida de Hugo. Ana olhou em meio a todo aquele sangue e se perguntou como seria a sua vida de ele não tivesse a beijado naquele dia abafado de verão, enquanto ela balançava os pés dentro da água morna e cristalina do píer acima da colina. Lembrar aquilo doía dentro de sua mente, era como uma faca sendo enfiada devagar em seu olho.

Havia tantos gritos, sangue e pessoas indo embora. Ana sentia como se estivesse no centro de tudo. “Tudo minha culpa!” Ela pensava enquanto ouvia a vida ir se esvaindo de dentro de cada criatura ao seu lado com suspiros desesperados por apenas mais um minguado e imbecil segundo de vida. Ela podia ouvir os pensamentos deles. Podia ouví-los pensar em como a liberdade poderia custar tão caro.

Ela fechou os olhos e se concentrou. Tinha pouco tempo. Dez minutos, talvez menos. Com as réstias de poder que ainda fluíam em seu corpo fraco Ana parou o tempo, ela fazia aquilo várias vezes, mas naquele momento era diferente, ela fazia um esforço subumano para manter aquilo.

Ela se lembrava exatamente de quando havia descoberto mais essa habilidade. Estava vendo TV no sofá e derrubou coca-cola em cima do notebook novo do pai. Ele era um ótimo romancista. Desesperada olhou para o relógio e pensou no que faria nas ultimas duas horas antes de o pai chegar em casa e querer arrancar o pescoço dela. Então um segundo depois quando olhou para o relógio e o ponteiro estava parado. É claro isso não queria dizer nada, mas quando olhou para a mesinha de centro havia uma gota congelada no ar. Apenas uma gota de coca-cola congelado no ar. Depois disso também descobriu que podia controlar as pessoas que queria que se movessem enquanto o tempo estava parado.
Foi o bastante para que ela concertasse o notebook e não perdesse a mesada.

Agora, apenas Hugo e ela podiam mover-se por entre os escombros daquela batalha em que qualquer um que olhasse diria que estava totalmente perdida, mas ela sabia de uma saída. Dolorosa. Mas, era uma saída.

Deu exato três passos até chegar perto de Hugo . Na frente dele viu o monstro com olhos vermelhos. Era enorme e lembrava um minotauro ou algo do tipo. Ela abriu a mão de uma vez. Olhou fundo nos olhos vermelhos e sedentos de sangue daquele monstro a sua frente. Fechou a mão de uma vez e quando Hugo conseguiu abris os olhos percebeu que não havia restado nada do monstro além de pó.

Hugo estava ofegante. Segurava a espada pesada com força na mão direita.
“Como fez isso?” Hugo perguntou ofegante. As palavras saiam meio trôpegas em meio a respiração descompassada dele. Mal sabia ele que ela tinha feito o tempo parar todas as vezes que ele a beijou. Hugo tinha um corte pequeno no lábio e do nariz escorria um fio de sangue. Ana tocou devagar os ferimentos e sorriu ao ver eles sumirem sem deixar nenhuma cicatriz. Ela inspirou profundamente tentando guardar o cheiro forte de Hugo  em algum lugar dentro de si.

— Por que não fez isso quando caí de skate e quebrei o nariz? - Hugo perguntou dando um sorrisinho torto. Ana não sorriu. Até por que Hugo não tinha nenhum skate!.

— Se lembra daquela garota que levou um tiro na cabeça e teve morte cerebral? -  A voz de Ana ecoou atravessando devagar o peito de Hugo e o deixando sem ar por um segundo.

— Lembro! – Hugo  respondeu rapidamente. - Mas não entendo por que isso agora? Quer dizer... estamos em uma batalha para salvar um mundo totalmente desconhecido. Você parou o tempo, curou minhas feridas e faz uma pergunta idiota dessas como se tivesse desistindo - A voz dele era quase desesperadora agora.  - O chão está se encharcando Ana! Não vai desistir agora, vai?” – ele gritou.

Os olhos de Ana fitavam os próprios pés envoltos por uma pequena e vermelha poça de sangue.
— Prometo que vou acabar com isso! – ela disse acariciando o rosto Hugo. -Prometo que vai passar.

Hugo a abraçou. Era forte, quente e por um segundo ele teve a impressão de que a estava perdendo quando sentiu uma gota quente em seu ombro. Lágrima. Olhou-a com o rosto invadido por uma dor tão forte que seus olhos azuis agora estavam cinzas como fumaça e parecia que seu coração parava de bater de vez em quando.

Ana o beijou. Aquele beijo era mais uma forma de sugar um pouco dele e mantê-lo vivo de alguma forma. Hugo queria dizer a ela que estava com muito mais medo que ela. Queria poder ouvir o que ela estava pensando e ter certeza de que ela não iria embora, que não o deixaria sozinho, só isso. Será que ela sabia que ele estava com tanto medo?

— Ela morreu para salvar sete vidas Hugo. A menina baleada na cabeça - A voz de Ana era um sussurro fraco e quase inaudível que ela mesma quase não ouviu.
Hugo  sentiu o coração parar de vez. “Sim ela vai me deixar... por que me ama! Ridículo!”

— Não pode fazer isso, Ana! – Hugo sussurrou no ouvido dela que, por um momento, ficou imóvel apenas sentindo ele. Os olhos deles já não tinha cor nenhuma.

— Eu amo você, Hugo. Minha morte é o fim, o exílio para nossos inimigos– ela o apertou mais força e o beijou. Lentamente.
“Não pode fazer isso! Ela ouvia Hugo  gritar em seus pensamentos. Não faça isso comigo!

— Eu amo muito, muito você! -  Ela disse se afastando, sorrindo. O coração de Hugo voltou a bater, ele sempre fazia isso quando Ana sorria.

— Então por que acho que vai embora?” – ele perguntou com os olhos marejados. - Por que vai me deixar?

— Nunca vou deixar você! Não importa o quanto peça isso de mim! Só prometa que vai me achar – ela pediu com um sorriso calmo no rosto em meio ao caos.

Uma vida sacrificada por milhares que poderão continuar a viver! Ela pensava enquanto Hugo retirava uma mecha do cabelo castanho dela do rosto.
A força dela estava indo embora. Logo não teria mais nada. O tempo havia voltado a correr, a batalha continuava ao redor deles que estava protegidos por um escudo invisível que ela se concentrava ao máximo para manter ali. Os monstros batiam com força e eram atirados para longe. Hugo  correu os olhos por aquele lugar e viu ao fundo uma linda jovem de cabelos loiros sobre um cavalo branco com um cetro firme na mão e os olhos fixados nele e Ana.

Quem diria que apenas há algumas semanas aquela garota, que agora o queria matar, era a melhor amiga da sua amada? Ninguém.
Ana o beijou mais uma vez. E sem que Hugo pudesse evitar puxou rapidamente a espada que ele tinha na mão e a cravou no estômago. Ela esperou a dor. Havia sangue. E a decisão da sua vida era: morreria de olhos abertos ou fechados?
Esperou. Hugo  a sua frente gritando como um louco e tudo se dissipando ao seu redor. Exílio. Todos iriam ser exilados para outros planetas, mas Spectrus e seus habitantes permaneceriam vivos para reconstruir tudo, eles só precisavam achá-la. Hugo tinha de achá-la.

Finalmente parecia que ia acabar. Mas e a dor onde estava? Parecia que Hugo  era quem havia sido ferido e não ela. Lembrou da música deles enquanto os olhos azuis de Hugo  pediam para que ela se mantivesse respirando. This Years Lovers do David Gray tocava na sua mente...

 
This years love had better Heaven knows it's high time I've been waiting on my own too long when you hold me like you do It feels so right
(O amor deste ano deveria durar O céu sabe...é alta estação Eu tenho esperado sozinho há tanto tempo Mas quando você me abraça como você me abraça Tudo parece tão bem)

Naquele momento Ana descobriu uma coisa sobre si e seu estômago, ambos voltariam a pisar no solo de Spectrus. Hugo a acharia em qualquer planeta. A morte não era o fim.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a você que chegou até aqui! Se leu e gostou deixa seu comentário. Se você achou algum erro gramatical, de digitação ou algo do tipo por favor me avise! Até o próximo capítulo!



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