Bulletproof Grower escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 12
Bom show


Notas iniciais do capítulo

Hoje teremos uma surpresa bem legal kkk



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Não por orgulho, Junggie decidiu se arrumar sozinho. Ao contrário dos irmãos, que se prepararam juntos na Casa Daegu, ele levou seu figurino para seu quarto na Casa do Juízo. Havia muitos motivos para isso. O primeiro era que era a primeira vez que se apresentaria com seus irmãos representando a Casa Daegu. A estreia como protagonista o deixava nervoso. Para terminar, ele ainda não estava pronto para encontrar Florzinha. Estivera o dia todo se preparando para a despedida. Ele não poderia chorar.

De repente, alguém bateu na porta.

— Pode entrar — disse ele, ainda ajeitando a jaqueta preta de couro, embora não pudesse imaginar quem poderia ser.

A porta se abriu, revelando uma sorridente Min Sunghee.

— Oi, meu pequeno príncipe.

Ele sorriu amavelmente para ela, enquanto ela entrava e fechava a porta.

— Está pronto?

Ele voltou a encarar o espelho, com uma expressão de dúvida.

— Eu não sei. Eu acho que não.

Sunghee se posicionou atrás dele e colocou as mãos nos ombros do filho.

— Você não parece muito feliz por estar debutando com seus irmãos.

— É que… Você sabe… Ela vai embora.

— Sim, eu sei… Por isso você deveria estar feliz.

Ele olhou para ela, torcendo o pescoço.

— Feliz? Mãe, ela vai embora!

— Mas ainda não foi. Você fez isso, Junggie. Você fez ela ficar.

— Não pra sempre — lamentou ele, voltando-se para o espelho.

— Será pra sempre até que ela se vá. Você sabe disso, meu filho. Ela só vai embora amanhã, não se lamente hoje. Aproveite intensamente. Sinta esse momento por completo. Essa será a última vez, então faça com que seja a melhor de todos os tempos. Você tem que se divertir e fazer com que ela se divirta. Tem que tornar isso inesquecível.

— Eu tô preocupado, eomeoni. Será que serei forte o suficiente para deixá-la ir amanhã?

— Eu sei que vai, porque você prometeu. E você não vai decepcioná-la. Terminou de se vestir?

— Sim.

— Então vem comigo.

Sunghee levou Seokjung à famosa sacada onde Yoongi e Jimin conversavam sobre a Casa Daegu. Dali, podiam ver o Multipalco 360º e as filas acumuladas nos quatro portões para encher a arena.

— Veja quantas pessoas estão esperando por você.

— Esse é seu método pra me acalmar? — brincou ele. Ela também riu. — Eu não gosto disso. Não gosto de estar à frente.

— Mas seu pai te escolheu.

— Ele me escolheu porque sou filho dele.

— Ani. Ele te escolheu porque ele conhece você, sabe que você é talentoso, sabe que está no seu DNA. Esse foi só um dos motivos.

— As meninas disseram que é porque vou mudar de turma.

— Também, mas… Olha, Junggie, desde seu aniversário, seu pai entregou a si mesmo uma grande missão artística e familiar: unir você e sua irmã no palco de forma esportiva. Com Florzinha indo embora amanhã, sabemos que essa é a única chance disso acontecer. Ele também sabe que não é do seu feitio atacar. Se escolhesse Florzinha, você aceitaria isso muito bem. Mas ela? Ela certamente reivindicaria seu lugar. Essa era a suposição do seu pai, mas ela está muito mais… pacífica desde que você a fez voltar. Ele teve que explicar a ela que vocês não precisam ser inimigos, nem se odiar, para jogar, para ir um contra o outro de forma amistosa e mostrar que a arte mais bonita é aquela onde há diversão. É isso o que todas essas pessoas esperam ver hoje. Esse palco imenso é só parte deste projeto, e ele não vai valer de nada se vocês dois não fizerem valer.

Sunghee olhou para Junggie e se abaixou para ficar da sua altura. Percebendo isso, ele também a encarou.

— Meu filho… Dizem que nós dois estamos mortos, mas eu não concordo. O Segundo Mundo é só outro plano. Nós estamos mais vivos do que nunca. Então viva tudo isso. Viva, curta, se divirta sem pensar no que vai acontecer amanhã. Hoje… é eterno. O show é para sempre. O que acontecer hoje vai ficar guardado no seu coração, e será, no coração dela, a última memória deste lugar. É o momento de vocês. Viva.

Junggie abraçou sua mãe. Estava emocionado, mas estava aprendendo a ser forte para não chorar. Estava aprendendo a ser forte para viver. Depois de algum tempo, eles se soltaram.

— Vamos. Você ainda tem que ajeitar esse cabelo!

 

~

 

Os quatro camarins cardeais do térreo estavam uma loucura com as crianças de todas as turmas, os mentores e a galera do apoio. Junggie e Sunghee foram juntos para o camarim Norte. embora Junggie começasse no Sul, Sunghee decidiu levá-lo com ela, pois seria mais rápido. As meninas ficaram feliz em vê-lo ali, mas souberam ficar contidas, em prol do espetáculo. Junggie foi um dos últimos dançarinos a chegar à arena, mas não teria sido de grande ajuda chegar com antecedência, uma vez que as cheerleaders estiveram ocupadas com outras crianças.

Quando Junggie terminou a maquiagem, a mãe ajeitou seu cabelo enquanto eles ouviam os passos das pessoas enchendo as plateias. Significava que faltava uma hora para os espetáculo começar. Sunghee terminou em 15 minutos.

— Vá para o Sul, Junggie. Os meninos já devem estar começando a concentração.

— Tudo bem. Boa sorte, meninas! — disse ele, a todas, que ficaram encantadas, como sempre.

Junggie dirigiu um leve olhar a Florzinha antes de se virar para o portão da passarela Centro-Norte. Caminhou normalmente até o camarim central, que estava vazio. Ficou passeando por ali, olhando as araras cheias pela primeira vez, até que ela apareceu pelo mesmo caminho. Ele sorriu. O recado de olhar havia funcionado… e claro, ela estava simplesmente linda com aquela roupa preta e rosa.

— Como a gente faz isso? — perguntou ela, rindo um pouco, o que o fez relaxar. Parecia um dia normal, não a véspera de uma partida.

— Isso o quê?

— Você só olha pra mim e eu entendo o que você quer me passar… — murmurou ela, se aproximando. — Louco, não?

— Não é tão difícil. Você já deveria imaginar que eu iria querer desejar um bom show a você.

— Sim. Nosso último show. E o primeiro em que sabemos o que temos que fazer, sem surpresas.

— Assim é melhor, eu acho. De qualquer forma, nós vamos nos divertir hoje, não vamos?

— Sim. Muito.

Ela hesitou um pouco.

— E se eu errar?

Junggie conteve um riso.

— Você tá com medo de errar? Você faz isso há muito mais tempo que eu, uns trinta anos, e tá com medo de errar? É meu segundo show, eu quem deveria estar ansioso.

— O frio na barriga nunca some, alteza. Nem depois de trinta anos. Além do mais… É minha última vez.

Junggie queria dizer que não precisava ser. Mas ele tinha feito uma promessa.

— Mas você vai fazer bem — garantiu ele. — Você sempre faz.

— Não tô tão segura — ela deu de ombros.

Junggie hesitou.

— Flor, me diz uma coisa… Você vai deixar de ser minha irmã amanhã de manhã?

Ela escondeu um sorriso.

— Eu nunca fui sua irmã, Min Seokjung.

Junggie assentiu. Era tudo o que ele queria ouvir.

— É, eu sei. Então, bom show.

Assim que disse isso, Junggie fez algo que requereu toda a sua coragem: deu um rápido selinho nos lábios de Florzinha antes de se virar e começar o caminho para o sul. Ele queria enfiar a cara no primeiro buraco que aparecesse; não era do seu feitio atacar. No entanto, algo o impediu de prosseguir. Florzinha segurou seu braço e puxou de volta. Era do feitio dela atacar. Junggie ficou levemente surpreso quando ela o fez, encarando-o por um curto tempo antes de segurar seu pescoço e puxá-lo, não para um selinho, mas para um beijo.

Foram poucos segundos, mas como de costume, pareceram durar a eternidade. Quando acabou gradativamente, eles deram um forte abraço.

— Vai ser um bom show — garantiu ela.

— Vai ser O show.

Finalmente, eles se separaram e, sorrindo como bobos, andaram de costas até as passarelas, onde se viraram e correram para seus respectivos camarins. Já estavam perdendo o início da concentração.

 

~

 

O som impactante, somado a todas as luzes que se acenderam nos cinco palcos, causou uma onda de gritos nas quatro plateias. O espetáculo era das turmas de dança, mas uma das orquestras estava fazendo uma participação especial. Os diferentes naipes estavam espalhados em palcos distintos: violinos no norte, demais cordas no leste, madeiras e metais no sul e percussão no oeste. Ficavam no fundo dos palcos, em uma parte um pouco mais suspensa para que estivessem visíveis mesmo com a dança à frente.

A orquestra partida tocou o começo de uma composição de Géssyca, em collab com um dos guitarristas da banda de Daegu, que serviu de fundo para a intro do espetáculo. Um grande D branco e brilhante foi projetado no Palco Central com aquele som de impacto. Ele girava lentamente, para que ficasse visível em qualquer ângulo. Depois, no Norte, um A um pouco menor. No Leste, um E. No Sul, um G. No Oeste, um U. As letras projetadas viajaram para o centro pelas passarelas, se misturaram e formaram a palavra Daegu, que subiu bem mais alto. Então, apareceu um novo D no centro. Outro A no Norte. No Leste, um N. No Sul, um C. No Oeste, um E. No centro, formaram Dance, que subiu, ficando logo abaixo de Daegu. As palavras começaram a girar como um móbile. Por fim, letras menores viajaram para lá, vindas de lugares aleatórios, formando o nome do espetáculo: Roundtable Rival.

Então, ouviu-se o acelerar de uma moto. No palco Sul, entraram vários meninos em pequenas motinhas, vestindo roupas descoladas em preto e amarelo. Usavam couro, jeans, bandanas, trazendo um visual bad boy. Do outro lado, no Norte, chegaram as meninas desfilando, trazendo tons de preto e rosa, usando saias de fenda, calças brilhantes, laços e tudo mais de patricinha.

Os meninos desceram das motos e foram andando lentamente para a ponta do palco, olhando para as meninas que os encaravam com olhares afiados.

A guerra estava declarada.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo vamos desenvolver o espetáculo.
Essa primeira música é a mistura de B-Day com Boombayah. Minha irmã Jenny, que é coautora, fez o mashup e nós performamos com meu grupo. Fizemos um MV, então quem já quiser conhecer o conceito da batalha pode conferir o MV no link:
https://www.youtube.com/watch?v=KP2hDFO5aOw



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