Missy, Sol e os Cookies escrita por Karina A de Souza


Capítulo 1
A Promessa dos Mil Anos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Mais um conto Missol.
Sabe, ainda pouco eu estava vendo o Rouge no programa da Fátima, e elas tavam cantando aquela música "Um anjo veio me falar... O amor chegou pra mim..." (é, eu não sei o nome). Adivinha quem ficou pensando em Missy e Sol com essa música? Eu mesma kkkk
Esse conto não se passa num aniversário da Missy, okay?



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—Acho que precisamos conversar de novo sobre materializar essa coisa dentro da minha casa.

—Coisa? Cuidado com a língua quando falar da TARDIS. -O Doutor avisou, repreensivo. -Só parei na sua sala por que preciso ser rápido. Tenho algo importante pra fazer hoje...

—Jogar Guitar Hero?

—E eu não confio muito na atual segurança do cofre, depois do que a Missy disse no natal. Então preciso que alguém tome conta dela. Pode fazer isso?

—É claro que sim.

—Srta. Confusão, pode sair. -Missy apareceu na porta da nave.

—Eu disse que ela ia aceitar. -Avisou. -Usar isso aqui é mesmo necessário?

—Com certeza. Sol, vem cá. -Estendi o braço. O Doutor prendeu um tipo de bracelete nele, igual ao que estava no pulso de Missy. -Se vocês se afastarem muito, ela vai levar um choque e ficar incapaz de correr. Você me liga se isso acontecer.

—Pode deixar. -Afirmei.

—Eu não vou fugir!-Missy exclamou. -Acha que eu ia perder a oportunidade de ficar com Sol? Nem é meu aniversário!

—Você pode acabar sendo tentada a dominar o planeta ou fazer algo ruim. -O Doutor disse. -Não seria espantoso. Se eu voltar aqui e você tiver se tornado a Rainha da Terra, me livro de você permanentemente.

—“Me livro de você permanentemente”. -Imitou, mexendo a mão como se fosse uma boca. -Vá jogar seu jogo idiota.

—Não estou indo jogar vídeo game. -Foi para a TARDIS. -E Guitar Hero não é idiota.

—Tchauzinho, vovô. -O Doutor revirou os olhos e fechou a porta, sumindo com a nave pouco depois. -Ele consegue ser terrivelmente irritante.

—Você não costuma ser um amor de pessoa com ele. -Lembrei. Missy deu de ombros.

—Acontece nas melhores amizades. E nossa relação é assim há séculos.

—Imagino que sim.

—E então... O que estava aprontando antes de chegarmos?

—Ia fazer cookies. Estava entediada... Achei que cozinhar ia ser bom.

—A sua comida é ótima!-Sentou no balcão da cozinha. -Quando terminar, eu serei a provadora...

—Nada disso. Levante daí. Você vai me ajudar dessa vez.

—Não acredito que seja uma boa ideia. -A puxei para dentro da cozinha.

—É sempre bom aprender coisas novas.

—Eu posso ter em mente umas coisas pra te ensinar, mas com certeza não envolvem uma cozinha...

—Missy.

—Hum?

—Não, não começa com insinuações de novo. -Ergueu as mãos.

—Eu não estava dizendo nada demais.

—Sei. Bem, vamos começar. -Peguei um dos aventais, o de gatinhos, e estendi para Missy.

—Vai mesmo me obrigar?-Apenas continuei encarando-a. -Tudo bem, tudo bem. -Colocou o avental. Peguei outro, vestindo-o em seguida. -Ainda lembro do primeiro jantar que fez pra mim.

—Foi aí que você percebeu que eu não era inútil?

—Nunca te achei inútil.

—Jura? Parecia. -Lavei as mãos. Missy fez o mesmo. -Falando “humana” como se fosse um palavrão. Você era uma versão estranha do Loki da Marvel.

—Eu não faço ideia de quem seja esse. Bem... Digamos que eu nunca dei muito valor aos humanos.

—Você se casou com uma humana. Eu a vi na sua mente naquele dia. Lucy. -Comecei a deixar os ingredientes na mesa.

—Eu não fui boa pra ela. Estava interessada em obter o planeta e apenas isso. Depois... Acredito que Lucy tenha se arrependido. Até atirou em mim. Independente disso... Você me fez ver os humanos de um jeito diferente. Me fez ver que eles tem suas vidas, seus sonhos, suas dores, suas histórias... Você me fez amá-la. E eu não me arrependo disso.

—E mesmo assim... Você decidiu partir.

—Decidi. Eu penso nisso o tempo todo. Poderia nunca ter pedido ao Doutor para te ver de novo, mas eu pedi. Mesmo sabendo que você estava magoada. Não me arrependo disso, mas nós duas sabemos como vai terminar.

—Então não vamos sofrer por antecipação. Estamos no começo, Missy. Não precisamos pensar no final. Certo?-Assentiu. -Bem, vamos lá... Ei. Pare de roubar o chocolate, estou vendo você.

—Eu não roubei nada.

—Não tenta me enrolar. Eu te conheço bem. O que acha que o Doutor está fazendo agora?-Comecei a juntar os ingredientes que Missy me entregava.

—Não faço ideia. Ele não quis me dizer.

—Parecia algo importante.

—Como aquele jogo estúpido dele?-Segurei uma risada. -Poderia pensar que ele estava salvando o Universo. Mas não. Estava jogando vídeo game.

—O Doutor é uma caixinha de surpresas.

—Ah, é...

—Missy, deixe o chocolate em paz.

—Tem bastante aqui. Um pouquinho não fará falta. -Empurrei a vasilha pra ela. -O que?

—Mantenha suas mãos ocupadas mexendo a massa. Quanto tempo você acha que vai ficar naquele cofre?

—Por mil anos. Esse é o acordo. O Doutor jurou me guardar por mil anos.

—Wou... Isso é... Muito tempo. É a minha vida toda... E mais.

—Entende o que isso significa, não entende? Não posso exigir que espere o ano todo para me encontrar um único dia. Não faz sentido, você devia encontrar alguém mais... Acessível.

—Se eu quisesse alguém acessível, não teria me envolvido com um Senhor do Tempo, para começar. Eu sabia onde estava me metendo. Prefiro um dia por ano com você, do que nenhum. -Sorriu.

—Acreditaria em mim se eu dissesse que prefiro o mesmo?

—Sim, acreditaria sim.

***

—Agora é só esperar. -Avisei, fechando a porta do forno. Missy estava sentada no balcão de novo, atacando o restinho da massa que havia ficado na vasilha. -É muito doméstico pra você?

—Eu me diverti. Devíamos fazer mais esse tipo de coisa... Nos meus dias livres. -Me sentei ao lado dela.

—Se o Doutor a libertasse, sem esperar os mil anos, o que você faria?

—Bom, eu... -Parou, franzindo a testa. -Eu não sei. Nunca pensei nisso.

—Meu apartamento não é muito grande... Mas tem um quarto extra. Você podia vir pra cá, com Lua. Isso se puder suportar uma vida comum.

—Comum?

—É. Cozinhar, trabalhar, fazer tarefas domésticas... Essas coisas. Talvez pareça tedioso...

—Com a companhia certa, nada é tedioso.

—Que bom que pensa assim. Temos que limpar essa bagunça. -Suspirou.

—Mesmo?

—É bom ir treinando, pra quando sair daquele cofre. -Desci da bancada e estendi a mão. -Eu lavo e você seca.

—Me sinto escravizada.

—Então agora a senhora sabe como é. -Revirou os olhos e pegou minha mão, descendo de onde estava.

—Você é mandona. Acho que é por isso que comecei a gostar de você.

—Oh, achei que tinha sido por causa da minha comida.

—Isso também.

***

—Sério, meus vizinhos reclamam do barulho. Não pode materializar a TARDIS aqui. Vou acabar sendo expulsa do prédio!

—Se acontecer, eu te ajudo a se mudar para outro. -O Doutor disse, sem dar muita importância. -O que andaram aprontando?

—Fizemos cookies. Guardei uns pra você, mas Missy comeu. Só consegui salvar esses. -Empurrei o prato com três cookies. -Talvez a fase “doido faminto” esteja voltando.

—Que os Senhores do Tempo me livrem disso!-Missy exclamou. -Naquela época eu era capaz de comer um x-burguer em menos de um minuto. Só de pensar nisso acho que engordei. Preciso apertar meu espartilho. -Decidi não perguntar por que ela usava um. -Banheiro?

—No fim do corredor. -Assentiu e saiu da cozinha. -E então, o que achou dos cookies?

—Você ainda leva jeito. -Respondeu. -E como foi com a Srta. Confusão?

—Bom. A gente está se dando bem. Falando nisso... Doutor, sobre libertar a Missy...

—Eu realmente queria. Mas não posso. Pelo menos ainda. Jurei prendê-la por mil anos. Não posso quebrar essa promessa.

—Eu entendo. Então não há chance...

—De ter uma vida com a Missy? Sinto muito, Sol. Isso é o máximo que eu posso deixar acontecer.

—Você disse que confia em mim. Que eu fiz Mestre ser um bom homem. Missy...

—Eu confio em você. Em Missy, não. Vocês se conhecem há alguns anos e alguns dias. Eu a conheço há séculos. -Suspirei. -Em mil anos ela será livre.

—E eu não vou estar viva até lá.

—Lamento. -Missy voltou para a cozinha, alheia ao que tinha acontecido, me esforcei para disfarçar. -Estamos indo. -Parou, olhando de mim pra ela. -Espero na TARDIS. -Entreguei o bracelete pra ele.

—Tchau. -Entrou na nave. -Então... Foi um bom dia.

—Foi. -Missy concordou. -Vou tentar convencer o Doutor a me liberar mais vezes. Bem... Caso não nos vejamos antes do fim de ano... Feliz ano novo...

—Feliz ano novo. -Se aproximou, as mãos cruzadas.

—Hum... Então... Isso é um tchau... -Sorri. Era engraçado ver Missy tímida, mesmo que um pouco.

—Tá querendo me beijar e não sabe se será bem vinda?

—Olhe só pra você, inteligente. -Sorriu. -Parece que os humanos não são tão... -A puxei pelo pulso, interrompendo-a com um beijo. Não existiam muitas maneiras seguras de calar Missy, mas essa com certeza era uma delas. -Okay. Certo. Isso foi ótimo. O que achou, Doutor?-Se virou para a TARDIS. -Aposto que está espionando pela câmera!

—Não estou, não!-Gritou, fazendo Missy e eu rirmos.

—Ele deve estar se achando o Cupido em pessoa. -Suspirou. -Até mais, corujinha.


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Notas finais do capítulo

Michelle Gomez, a Missy, disse numa entrevista que espartilho fazia parte do figurino dela, então acabei me ligando nesse detalhe.
É, alguns estão pirando para agarrações Missol... Não posso me pronunciar sobre isso. Spoilers!
No próximo conto... Missy e Sol vão num museu com o Doutor, e... E vocês vão ver o que acontece. (Obrigada pela ideia, Gizelle!)
O que acharam? Podem comentar, eu não mordo não, amores.
Bjs ♥



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