Honor and Steel escrita por LukeSanada


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

I'm back



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                De volta ao palácio, mais precisamente na sala de jantar, Nicholas e Yuri estavam sentados á grande mesa, os mais variados pratos de café da manhã foram servidos aos dois, bancon e ovos, omelete, panquecas, diversas combinações feitas com frutas, sucos naturais, café e várias outras coisas. De um lado da mesa, Nick comia devagar e tranquilamente a sua omelete e do outro lado, Yuri havia colocado um pouco de cada coisa em seu prato e devorava vorazmente a comida, o imperador ignorava sua falta de etiqueta, pois acreditava que seu convidado não era acostumado com esse tipo de coisa.

                A porta da sala se abriu, entrando um dos funcionários que trabalhavam no palácio, ele caminhou com pressa para o lado do Imperador, sussurrando algumas coisas em seu ouvido, a resposta foi um olhar surpreso e um “Mas já?” soltado por Nicholas.

                “Está tudo bem?” Perguntou Yuri, após tomar um gole de suco.

                “Hm... Sim, eu tenho assuntos a tratar, volto logo.” O homem se levantou e olhou para um de seus funcionários no local “Quando o senhor Sanavio terminar de comer, mostrem para ele o quarto de hóspedes, com licença.”

...

                Era uma sala que era guardada quando utilizada, suas paredes foram projetadas para impedir que o som escape durante as reuniões, lá dentro estavam o de um lado da pequena mesa o Imperador, e do outro lado dois homens de meia-idade, Nicholas os encarava com seriedade, então foi o primeiro a falar.

                “E então?”

                “Esse é o homem.” Falou pausadamente o primeiro, entregando um pequeno papel para Nicholas.

                “Vocês tem certeza?” O Imperador olhava para o retrato que havia sido pintado no papel. “Não posso fazer nada com apenas isso.”

                “Absoluta, ele atualmente reside no centro-oeste.” Falou o segundo.

                “É só isso que vocês tem? Eu preciso de mais.”

                “Você não acha que viemos aqui com apenas isso não é, lorde Nicholas.” O primeiro então colocou um envelope em cima da mesa.

...

                A porta do quarto se abriu, Yuri encarou o quarto que ficaria temporariamente, com uma expressão de surpresa, era menor e menos luxuoso do que o do Imperador, mas ainda assim era o tipo de quarto que apenas a mais alta classe possuiria, e com certeza era melhor do que tudo que o garoto já tinha dormido, fechou a porta e se jogou na cama, sentindo a maciez.

                “Caramba... Isso tudo é o quarto de hospedes?” Falou para si mesmo. “Acho que deveria tomar um banho.”

                Ele se levantou da cama, deixando suas coisas sobre um criado mudo próximo, indo em direção ao banheiro, ele seguia um padrão usado dentro do palácio, paredes negras, e parte do encanamento banhado em prata visível, dava um certo charme para o ambiente. Depois de alguns minutos ele saiu já vestido e viu uma menina, de aproximadamente 12 anos, sobre a cama, tentando empunhar a lança do jovem.

                “Como você entrou aqui?!” Quando ele falou a garota tomou um susto e deixou a arma cair no chão.

                “A porta tava destrancada.” Ela tinha cabelos negros, compridos e naquele momento desarrumados que iam até a cintura, seus lábios rosados se destacavam na branquidão de seu rosto, tinha olhos castanhos e um nariz bem arredondado, usava um pijama de ursinho feito de lã, parecia que havia acabado de acordar. “Desde quando deixam mendigos entrar no palácio?”

                “Eu não sou um mendigo, sou um guerreiro, e isso não é brinquedo sua besta.” Pegou a lança e a deixou encostada na parede. “E desde quando deixam crianças entrar no palácio?”

                “Eu moro aqui, seu tonto.” Ela fez uma expressão brava, Yuri parou e olhou a garota de cima a baixo, percebendo quem ela é.

                “P-Princesa Ohana!” Yuri rapidamente se curvou para ela, nervoso. “D-Desculpe por ser desrespeitoso, eu não sabia que era você.”

                “Vou dizer que tentou abusar de uma criancinha e fazer com que te executem no centro da cidade.” Ela se virou e desceu da cama, indo em direção a porta.

                “P-Por favor, não!”

                Ela parou na porta e começou a rir

                “Hahahahaha! Relaxa eu to te zoando, medroso.” Ela voltou e deitou na cama.

                “Desgraçada.” O rapaz falou baixinho para si mesmo.

                “O que disse?”

                “Nada” Virou o rosto tentando disfarçar.

                “Então, eu nunca te vi, por que você ta aqui?” Ela deitou de barriga para baixo, ficando com os cotovelos na cama apoiando a cabeça com as mãos, o olhando.

                “É uma longa história, mas a parte que importa é que eu lutei com seu irmão, perdi, não tinha lugar pra ficar, ele me convidou, e devo ir embora amanhã, não sei.”

                “Você perdeu muito fácil?”

                “Mas é claro que não, eu sou o grande Yuri Sanavio!” Ele falou aquilo fazendo pose.

                “Você perdeu fácil” Comentou zombado dele.

                “Cala a boca.”

                Ao longe escutaram uma voz feminina chamar pelo nome da garota.

                “Ah é minha mãe, tenho que ir, até mais mendigo!” Ohana saltou da cama e correu para fora do quarto.

                “Que coisa estranha...” Pensou e fez um lembrete mental. “Tenho que trancar a porta.”

...

                Nicholas agora estava em um dos andares mais altos do palácio, na varanda, encarando a cidade com uma expressão séria, muitos pensamentos passavam pela sua cabeça, sobre o passado, sobre o futuro, depois da última reunião que deve, decidiu seu próximo passo, mas não estava certo do que teria que encarar. Uma silueta feminina se aproximava dele sem ele notar, até que ela tocou seu ombro.

                “Ah, mãe” Falou.

                “Está tudo bem, querido?” Era Talassa Ono, a mãe de Nicholas, era uma mulher de por volta de 60 anos, já tinha alguns traços da chegada da velhice em seu rosto, mas ainda era bem jovem, assim como o filho tinha cabelos negros e olhos castanhos, e uma pele parda. Seu olhar demonstrava sabedoria de quem já viveu tanto em épocas de guerra quanto em tempos de paz, usava um longo quimono roxo com detalhes de flores douradas estampados nele, sua expressão era serena.

                “Mãe, eu irei esse ano.” Falou sem olhar para ela, suas mãos apertaram a madeira da cerca que contornava a varanda, a feição da mulher se tornou séria. “Há coisas que devem ser feitas.”

                “Filho, já faz muitos anos, tem certeza que ainda vale à pena?”

                “Não existiu um único dia que eu deixei de pensar nisso, estou cansado.” Ele encarou a mãe, suas olheiras deixavam claro as muitas noites mal dormidas.

                “Mas isso não vai consertar as coisas, você pode começar uma guerra.”

                “Se tiver que ser, será” Voltou a olhar para a cidade. “Me desculpe, eu te amo.”

                Ela abraçou ele, ele retribuiu.

                “Eu também te amo, lamento não poder impedi-lo...”

                “Não lamente, eu fiz a minha escolha, e eles fizeram a deles anos atrás.” Eles se afastaram, ele voltou andando para dentro, então olhou para um lugar alto na parede, havia uma pintura, ele a encarou por alguns segundos, sorriu levemente, e sussurrou. “Está na hora.”


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