2015
Os gêmeos e Nari ficaram dois dias no hospital antes de serem liberados para ir para casa. Antes de irem buscar seus filhos, Namjoon e Jin passaram algumas horas conversando com a garota. Quando eles decidiram que queriam ter filhos biologicamente seus, Jung Nari imediatamente veio à mente de ambos. Ela era amiga de longa data do casal, além de ter se oferecido várias vezes para ser barriga de aluguel de ambos.
—Nari noona – Jin disse, como uma despedida – Nunca vamos ser capazes de agradecer o que você fez por nós.
A mulher sorriu doce. Amava verdadeiramente o que fazia. Tinha sua família completa e agora queria ajudar outros a completar seu sonho também, com qualquer dificuldade que viesse. A gestação dos gêmeos não foi fácil, mas os sorrisos nos rostos de Namjoon e Jin faziam fazer a pena.
—Não foi nada, Jinnie. Agora, vão buscar seus filhos, que eu vou voltar para os meus.
Isso fez Jin rir, e ele saiu do quarto, encontrando-se com Namjoon do lado de fora. O mais alto tinha um sorriso enorme no rosto enquanto lia algo no celular, provavelmente a nota que será emitida uma vez que os gêmeos chegassem em casa. Ele olhou para Jin e seu sorriso aumentou.
—Pronto para levar nossos garotos pra casa? – perguntou e o mais velho assentiu. Eles se dirigiram ao berçário, onde encontraram os bebês dormindo – Puxaram a sua fofura, hyung.
Jin deu um tapa fraco em Namjoon, segurando a risada e corando ao mesmo tempo.
—Vamos, nós precisamos buscar os meninos na escola ainda.
Como se combinado, Jin pegou o bebê vestido de azul, já Namjoon deu colo para o que estava vestindo verde. As saídas de maternidade dos gêmeos eram idênticas no modelo e nos detalhes, os pais não puderam resistir. Cada um colocou um bebê em um bebê-conforto e pegaram uma das bolsas (também verde e azul), caminhando lado a lado até a saída. Fizeram o check-out e quando cruzaram a porta de entrada, Jin viu sua vista embaçar por contas das lágrimas.
—Estamos fazendo isso, amor. Estamos levando nossos filhos pra casa. – Namjoon sorriu entendendo o motivo do outro sem precisar de palavras. – E se nós demorarmos demais, Hobi vai gritar conosco.
—Aigoo, me deixe ter meu momento! – Jin reclamou, mas seguiu o esposo até o carro (sim, eles tinham comprado uma mini van e estavam felizes com isso). Instalaram as cadeirinhas no último banco e o mais velho sentou-se entre os dois, observando os rostos tranquilos de seus filhos. Namjoon arrumou-se no banco do motorista e partiram para a escola dos filhos mais velhos. Ali, foi rápido. Yoongi e Hoseok, que já esperavam por eles na saída, despediram-se dos amigos e caminharam rapidamente para o carro bem conhecido.
—Appa, posso ir na frente? – Hoseok pediu quando abriu a porta do carro.
—Não pode. Você não tem idade pra isso – Yoongi respondeu pelo pai, e o garoto fez uma careta para o outro.
—Como se você soubesse de tudo!
—Sei mais que você!
—Chega. Os dois. – Namjoon interviu – Hobi, você é muito pequeno pra vir na frente. Yoongi, não fale assim com seu irmão.
O adolescente revirou os olhos e o garotinho fez biquinho, mas ambos se ajeitaram nos bancos.
—Coloquem o cinto – Jin avisou e foi obedecido. Finalmente estavam indo para casa, os seis deles.
Quando chegaram, Yoongi foi rápido para o quarto, batendo a porta atrás de si, fazendo Namjoon e Jin trocarem um olhar preocupado. Hoseok correu para largar a mochila em um canto e se ajeitar no sofá. Prometeram-lhe que ele poderia segurar os irmãos assim que eles chegassem, então estava animado. Os adultos entraram trazendo os bebês-conforto com os gêmeos ainda adormecidos, e Namjoon fez uma última viagem para trazer as bolsas dos meninos.
—Appa, posso segurar eles? Posso? – o garotinho perguntou para Namjoon, que assentiu com um sorriso no rosto.
—Eu vou falar com Yoongi – Jin avisou, deixando os dois na sala e subindo para o quarto de seus filhos mais velhos.
—Qual deles você quer segurar primeiro, Hobi? – o adulto perguntou, e o garotinho apontou para o bebê em azul.
Enquanto isso, Jin tinha conseguido fazer Yoongi abrir a porta, e agora estava sentado na cama do mesmo, vendo o adolescente mexendo nervosamente suas mãos.
—O que aconteceu, filho? – pediu delicadamente, vendo o outro se encolher levemente.
—Eu ouvi que alguém estava incomodando o Hobi, então fui dar uma olhada... – Yoongi começou – Eram uns caras do meu ano, eles disseram pra ele que... Que vocês iam nos abandonar.
—O que? – o mais velho chiou, e Yoongi deu de ombros, começando a explicar.
—Disseram que agora que vocês têm os gêmeos, não precisam mais da gente, porque têm os filhos de verdade.
—E isso te afetou?
—Eu sei que não deveria, mas... É verdade, Jin hyung.
—Não, não é verdade! – o mais velho puxou Yoongi para abraçá-lo, já que podia ver lágrimas nos olhos do adolescente.
—É sim! Tae tem o seu DNA e Jimin tem o DNA de Namjoon-ssi...
—E daí? Família não se define por DNA, Yoon. Família é mais que isso – Jin respirou fundo, tentando explicar a grandeza daquela palavra. – Família é amor incondicional, é apoio, é... É tanta coisa, menos o DNA.
—Mas...
—Mas nada. Você é meu filho, assim como Hobi, assim como Tae, assim como Jimin, e eu posso te garantir que Namjoon pensa o mesmo. – o mais novo se escolheu nos braços do outro. – Não pense mais nisso, okay?
—Okay.
Quando os dois desceram a escada, encontraram Hoseok segurando Taehyung, que agora tinha seus olhos abertos, suas mãozinhas em punhos fechados se agitando. Namjoon, por sua vez, tinha Jimin no seu colo, com os olhos piscando lentamente.
—Appa – Hobi disse tentando não gritar – Taehyung gostou de mim!
—Estou vendo! – Jin disse animado, sentando ao lado de Namjoon. Já Yoongi foi para o lado do irmão.
—Hobi, me perdoa? – o adolescente pediu, e Hoseok o encarou antes de assentir.
—Quer segurar o Tae, hyung? – ele ofereceu.
—Não, acho que vou segurar o Jiminie – Yoongi olhou para Namjoon – posso?
—Claro que sim! – o adulto respondeu, entregando o bebê de verde para o filho, que automaticamente se encantou pelo irmão.
—Oi Jiminie – Yoon sorriu – é melhor que eu seja seu hyung favorito, e não Hobi!
—Aigoo – Hoseok exclamou, mas sem reclamar. Taehyung estava sendo fofo demais em seu colo para que seu humor fosse estragado. Jin desviou os olhos dos filhos quando Namjoon o chamou.
—Nossa família – o mais alto disse, e Jin assentiu.
—Nossa família.

Dois anos depois

—O que vocês dois estão aprontando aí? – Namjoon perguntou, vendo Jungkook e Taehyung com lápis nas mãos.
—Desenhando, pai, quer ver? – o garotinho pediu e o adulto assentiu.
—Não – Tae reclamou – Não pronto.
—Tae, mostra pro appa! – Jungkook pediu, mas foi só o bebê sussurrar algo em seu ouvido que a criança mudou de ideia – Só um segundo pai.
—Tá bom, eu espero. – o homem respondeu, vendo Jin abrir a porta da casa, parecendo cansado. – Boa noite, amor.
—Boa noite – o mais velho sorriu – eu vou tomar um banho bem rápido e já volto aqui, okay?
—Tá bom, appa – foi Jungkook que respondeu – Pai, olha aqui.
O desenho apresentava sete bonecos de palitinho, dois muito mais altos que os outros, e esses eram nomeados como “appa Nam” e “appa Jin”. Os outros bonecos tinham os apelidos dos filhos, e aquilo era a coisa mais doce que Namjoon tinha visto.
Bem grande, onde o céu estaria “nossa família” fora escrita com a letra de Jungkook.
—Que lindo – o adulto sorriu – Mostrem para Jin, ele vai ficar feliz.
Realmente, Jin ficou tão feliz que chorou.

“Eu te amei desde o começo, e mais a cada dia de passa. Não é sobre as suas cicatrizes, é sobre o seu coração”.
All About Your Heart – Mindy Gledhill