Our Family | NamJin escrita por Pauline


Capítulo 2
II – Yoongi: O menino encolhido na rua escura.


Notas iniciais do capítulo

AAAAAA esse é com certeza meu capítulo favorito, talvez porque o Yoon é meu utt, talvez porque demorei a escrever hehe

Prestem atenção aos anos antes dos capítulos, são importantes!
Espero que gostem ♥



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2013

O estúdio em que Namjoon trabalhava não ficava longe do apartamento que dividia com o marido, então ir e voltar a pé era algo comum para o homem de, na época, 22 anos. Seu esposo quase sempre o esperava com alguma refeição pronta, a não ser que tivesse uma grande exposição a caminho, momentos que Jin se escondia no ateliê (também conhecido como o quarto de hóspedes) e esquecia-se do mundo, apenas voltando à realidade quando o marido chegava. Este foi um dia desses, aonde Namjoon chegou a uma casa silenciosa demais e teve que “acordar” o marido para o mundo, não se importando com a comida rápida que prepararam para o almoço, mas ele sabia que seu hyung tinha ficado chateado consigo mesmo por ter esquecido. Ele conhecia Jin como a palma de sua mão, afinal.

Agora, voltava para o estúdio, depois de ter se despedido do marido, recebendo a promessa de um jantar o esperando pronto, e sabia que o mais velho cumpriria. Passou pelo restaurante favorito dos dois, e logo ao lado estava à joalheria em que Namjoon comprou a aliança de noivado. Do outro lado da rua, a floricultura onde Jin sempre ia comprar flores para seu marido estava abrindo suas portas e sua dona, Sra. Stela, acenando para ele. Sra. Stela não era coreana e sim mexicana, mas morava ali há mais tempo que qualquer um e viu o relacionamento dos dois nascer.

Havia, ainda naquela rua, um beco onde todas as portas para funcionários das lojas se encontravam, assim como as lixeiras das mesmas lojas. O beco não tinha saída, mas tinha um morador.

Min Yoongi.

Ele não podia ter mais que quinze anos, e isso sendo considerado pequeno para a idade. Namjoon o conhecia e Jin também, pois sempre que podiam (e isso era quase toda semana), ajudavam o garotinho. Ele era quieto, franzino e ficava na defensiva na maior parte do tempo, mas se você conquistasse sua confiança, só a perderia se merecesse a perder. Seus pertences se resumiam a algumas mudas de roupa, um caderno e várias canetas, que ele usava para escrever rimas e às vezes batalhava com alguém, mas dificilmente era visto saindo daquele lugar. O beco havia se tornado sua casa.

O produtor entrou no beco, a procura de Yoongi, que dessa vez estava encolhido perto da porta da floricultura. Sentou-se na frente do rapaz e esperou que a atenção do mais novo passasse do caderno para seu hyung, o que aconteceu rapidamente.

—Namjoon-ssi – sorriu. Fazia tempo que o mais velho não aparecia ali, e mesmo que não quisesse admitir, sentia falta dele. – Como vai?

—Muito bem, mas acho que não posso dizer o mesmo de você, não é? – o maior perguntou calmamente, vendo seu dongsaeng suspirar. – Eu vou te fazer o convite de novo...

—E eu vou recusar de novo – respondeu rapidamente o mais novo. – Não vou ser um peso para você e Seokjin-ssi, hyung.

—Mas seu irmão...

—São só ameaças bobas, sem fundamento! – Yoongi quase gritou, sentindo lágrimas virem aos seus olhos. – Ele nem sabe onde eu vivo Namjoon-ssi, não vai me achar.

O mais velho suspirou, vendo o garoto voltar a escrever. Ele e Jin estavam pensando em adotar, depois de dois anos de casamento, e era desejo dos dois poder adotar Yoongi, mas o garoto tinha uma resistência a essa ideia fora do normal. Porém, não esperava que os homens tão gentis consigo seriam tão persistentes dessa forma.

—Eu tenho que ir, saeng, mas passo aqui de noite para conversarmos de novo – Namjoon falou por fim, erguendo-se e se curvando em sinal de respeito. – Até de noite, pestinha.

Por fim, bagunçou os cabelos escuros já espetados do outro e saiu, seguindo seu caminho até o trabalho.

~~*~~

Quando saiu da empresa, já eram sete horas. Não o mais tarde que Namjoon já ficou por lá, mas definitivamente mais cedo que Jin esperava, e por esse motivo o rapaz passou na floricultura, decidindo fazer uma surpresa para o marido.

—Namjoon! – Sra. Stella cumprimentou contente quando o viu, errando a pronunciação do seu nome, mas ele nem se importou. – Mi nieto!

—Oi noona – o homem curvou-se e, quando se endireitou, recebeu um beijo em cada bochecha, o que o fez rir. – Como vai a senhora?

—Ah, minhas costas começaram a incomodar de novo, mas nada que me impeça de cuidar daqui – ela respondeu com um sorriso carinhoso no rosto – e mi pequeño anda me ajudando muito também.

Namjoon não falava espanhol, porém entendia que a mulher dava apelidos muito sentimentais para todos. Ele mesmo tinha um: nieto, e sabia que quando a mulher falava de mi pequeño, falava de Yoongi.

—A senhora parece nervosa, noona – Namjoon percebeu. – Aconteceu algo?

—Eu me preocupei hoje com ele, nieto— confessou a mulher. – Um moço veio me pedir se eu conhecia algum Yoongi. Eu disse que não, no me gustó su actitud.

Isso fez Namjoon arregalar os olhos. Seria o irmão de Yoongi, tentando o encontrar? Ele tentou fingir não se abalar, e pediu um buquê de rosas para seu marido, o que fez a mulher mais velha rir, falando animadamente dos “jovens apaixonadas que faziam seu coração mais leve”. Com o buquê na mão e meia dúzia de recomendações, Namjoon saiu da loja, e ia voltar para casa se não tivesse escutado alguém gritar seu nome.

Era a voz de Yoongi.

~~*~~

Yoongi acordou confuso em uma cama que não conhecia, em um quarto que nunca tinha visto. Seu primeiro instinto foi levantar-se, mas uma dor enorme no seu lado esquerdo o impediu, e o pequeno grito que soltou foi suficiente para que duas figuras entrassem no quarto de supetão.

—Yoongi, graças aos céus. – esse foi Seokjin, que logo correu para ajeitar o garoto na cama, tentando impedir que mais dor atingisse seu dongsaeng.

—O que aconteceu? Onde eu tô, Seokjin-ssi? – o mais novo soltou em uma respiração só, já mais confortável.

—Está na nossa casa, saeng – Namjoon, que sentou ao lado de Yoongi na cama, falou. – No nosso quarto, pra ser mais especifico.

O garoto olhou ao redor, percebendo os óculos de Jin em um lado da cabeceira e uma foto dos dois homens de terno, provavelmente do casamento, ficava do outro. Ele olhou para o mais velho, que agora se ocupava ajustando os travesseiros.

—Ele me achou, não foi? – os movimentos de Jin pararam e ele olhou para o marido, que estava visivelmente abalado. – O que foi?

—Eu vou buscar suas coisas, saeng – o produtor disse rapidamente antes de sair do quarto. Jin suspirou e sentou na cama, passando a mão pelo rosto.

—Nam não conseguiu dormir essa noite. – explicou – Passou a noite inteira acordado do seu lado. Eu o convenci a não te levar para um hospital por enquanto, já que você não tem nenhum documento, mas ele não ficou tranquilo. Acho que não vai ficar mais.

—Namjoon-ssi me salvou, não foi? – o mais velho assentiu. – Por quê? Seria mais fácil ter me deixado para trás, não é? É o meu destino, afinal!

—Não diga isso, Yoongi! – Jin disse também lacrimejando. – Ele não poderia ter te deixado para trás, nunca! Mesmo que você não aceite ser nosso filho legalmente, já te consideramos como nosso filho, nós te amamos como tal! Você não sabe como fiquei quando ele me ligou dizendo que você estava desacordado...

Nessa hora, o maior começou a chorar. Yoongi era seu filho, não importa o que um pedaço de papel dissesse, e pensar que o garoto chegou tão perto da morte o doía.

—Seokjin-ssi... – Yoongi chamou tímido – Pode chamar Namjoon-ssi aqui?

—Claro que sim, saeng – ele sorriu entre as lágrimas. – Eu já volto não se mexa.

E quando os dois voltaram para o quarto, o rapazinho franzino disse a frase que eles mais esperaram:

—Posso chamar vocês de appas?

 ~~*~~

Quatro anos depois

Yoongi corria atrás de Jimin, que estava adorando ter seu hyung favorito brincando com ele. Enquanto isso, Taehyung cantava parabéns cada vez que Yoongi chegava perto dele, Hoseok o abraçava a cada oportunidade e Jungkook fazia questão de lembrá-los que estava com fome. Depois de alguns bons minutos, Jin pegou Jimin no colo, encerrando a brincadeira, e Namjoon fez a mesma coisa com Taehyung, finalmente cantando parabéns para o filho mais velho, que mesmo usando um chapéu contra sua vontade, sorria enorme. Três anos atrás, ele tinha ganhado dois pais, e agora tinha quatro irmãos.

Parecia que seu destino era bom, afinal de contas.

 “Eu estou voltando para casa, diga para o mundo que eu estou voltando para casa. Deixe que a chuva leve para longe toda a dor de ontem, eu sei que meu reino me espera, e eles perdoam todos os meus erros. Eu estou voltando para casa. Diga para o mundo que eu estou voltando para casa”.

Coming Home – Diddy – Dirty Money


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Notas finais do capítulo

E aí? Estou com um pouco de medo das reações, mas tudo bem hehe
Com amor, Pauline ♥



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