So far away from where you are escrita por Brave


Capítulo 7
O poder




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Na história da humanidade as mulheres sempre foram submissas aos homens, passaram por maus momentos para conseguir conquistas, lutaram e muitas perderam as vidas para nos oferecer o que temos hoje. Porém as mulheres atuais estão querendo mais a cada dia, a cada minuto e não iremos parar até conquistarmos o mundo!

Passos firmes. Corpo perfeitamente ereto. Olhar vibrante, capaz de coagir qualquer um. Sorriso irônico. Essa é a dra. Cristina Yang.
Yang: - O que aconteceu nesse hospital? Tudo parece mais “chinfrim” do que antes. Alguém pode bipar a dra. Grey pra mim?
Kepner: - Yang! Que surpresa boa você aqui
Yang: - Isso é alguma pegadinha comigo? Meredith pode aparecer e dizer, eu não vou ficar chateada
Kepner: - Pegadinha? Por que?
Yang: - Passo anos sem pisar nesse hospital e a primeira pessoa que fala comigo aqui é você, pode existir uma pior brincadeira de mau gosto que essa?
Kepner: - Cristina que falta de respeito! Fico magoada desse jeito
Yang: - Aaaaah! Vou até pegar um lencinho pra você enxugar suas lágrimas
Kepner: - Não é preciso, vou chamar a dra. Grey
Yang: - Uau! Agora sim gostei da sua atitude, merece até aplausos
Grey chega sorrindo e abraça a melhor amiga.
Meredith: - Você já está infernizando a Kepner? Que maldade Cristina
Yang: - Era o que eu mais gostava de fazer aqui no Grey Sloan
April faz careta e dá as costas para as duas.
Kepner: - Que insolência
Yang: - Agora eu fiquei com medo, ela começou a falar difícil!
Kepner: - Vai se ferrar Yang!
Yang: - Vem cá e me dá um abraço, senti saudade suas
Kepner: - Isso é sério ou você vai me bater
Yang: - Vem logo e cala a boca
Meredith: - Tudo como nos bons e velhos tempos
As médicas seguem para o refeitório. Grey conta as novidades para sua melhor amiga, elas passam horas conversando sobre a vida. Algo incomoda Cristina.
Yang: - É sério isso? Qual a parte do “você é o sol, não ele” que você não entendeu?
Meredith: - É pelos meus filhos Cristina, tenta entender
Yang: - Desculpa, mas não dá. O Derek morre, todavia continua a interferir na sua vida
Meredith: - Ele construiu aquela casa para a nossa família e é direito dos nossos filhos terem o poder de escolha sobre o que fazer com a casa
Yang: - Está na hora de você fazer a sua casa, o seu canto. Deixa a casa lá para quando os meninos forem maiores, Zola e os irmãos vão fazer o que fazer
Meredith: - Não sei, estou meio indecisa
Yang: - E é por isso que estou aqui! Eu sou quem vai meter o pé na sua bunda pra fora daquela casa
Meredith: - Sempre tão amorosa, por isso você é a minha pessoa
Yang: - Esquece o sentimentalismo e vamos iniciar a procura da sua nova casa
Meredith: - Será que o Alex venderia minha casa de volta?
O médico senta ao lado de Cristina. Comendo de sua batata frita.
Alex: - Nem pensar. A casa é minha pro resto da vida
Yang: - Qual é Karev! Nem de viver como gente você gosta
Alex: - Há, há, há! Que engraçadinha você está, saiba que muitas coisas mudaram por aqui
Yang: - Seu bafo de cebola continua o mesmo
Alex: - É um prazer te rever também dra. Yang
Yang: - Olha Meredith, ele vai ficar magoadinho
Alex: - Você não tem jeito
Meredith: - Não fala assim com o Alex, ele me ajuda muito
Yang: - Não como eu
Alex: - Ela te contou que agora eu sou a pessoa dela?
Yang: - Ela nunca te diria isso
Alex: - Não? Tem certeza dra. Sabe tudo
Yang: - Meredith você vai deixar ele ficar repetindo essa besteira na minha cara?
A cirurgiã é salva daquela situação com a chegada de Robbins e Torres.
Callie: - Que surpresa encontrar a médica mais renomada do momento no nosso hospital
Arizona: - Que bom te ver Yang! Veio passar uma temporada conosco?
Yang: - Olá garotas, eu estou só de passagem
Meredith: - Que bom que vocês chegaram, sentem aqui com a gente
Karev sussurra.
Alex: - Medrosa
Meredith: - Fica caladinho ai
Callie: - Será que chegamos mesmo em uma boa hora?
Meredith: - Claro! Cristina tem tantas novidades para contar
Arizona: - É? Que maravilha, pena que tenho uma paciente para atender agora. Você me acompanharia dra. Yang, preciso de um parecer da cardio
Yang: - Com todo prazer
Cristina encara Grey e aponta o dedo na sua direção.
Yang: - Não terminamos ainda
Arizona: - Nossa... Senti um ar de ameaça
Callie: - Amor acho melhor você levar logo a dra. Yang daqui
Meredith: - Isso mesmo Torres. Também já vou indo, tenho pós operatórios para checar
A cardiologista e a pediatra dialogam enquanto caminham pelo hospital.
Yang: - Vocês voltaram mesmo? Que legal
Arizona: - Depois de muitas tragédias e sofrimentos sim, nós voltamos
Yang: - Espero que dê certo dessa vez
Arizona: - Está dando, estou confiante no nosso amor
Yang: - Amar nunca é o suficiente, olha só como eu e o Hunt terminamos
Arizona: - Hmmm... É, mas creio que meu caso seja diferente
Yang: - Melhor que seja ou você vai passar muitas horas bebendo e dançando sozinha
Arizona: - Que perspectiva animadora
Elas entram no quarto do paciente. É uma criança de cinco anos com problemas cardíacos e dores intensas na barriga.
Yang: - Parece um anjinho dormindo, nem parece que é doente
Arizona: - Seu nome é Red Collins, ele está aqui faz duas semanas. Queremos opera-lo o mais rápido possível
Yang: - Posso ver o prontuário dele?
Arizona: - Claro que sim
Antes que Cristina veja o prontuário Pierce surge no quarto.
Pierce: - Acho melhor não
Arizona: - Por que? Ela é a melhor cardiologista que eu conheço
Pierce: - Mas o paciente é meu e eu decido quem pode ter acesso aos seus exames e diagnósticos
Yang: - De onde saiu essa arrogância toda? Acho que você esqueceu que só tem esse emprego porque eu te escolhi
Pierce: - Você está errada, eu tenho esse emprego porque faço por merecer e você não manda em mais nada aqui
Yang: - Vai com calma ai Grey rejeitada, eu só estou ajudando a dra. Robbins, que por sinal pediu a minha opinião
Pierce: - Você está a tanto tempo longe que não sabe de nada, eu não sou uma rejeitada e caso a dra. Robbins queira me desrespeitar ela vai continuar com essa consulta inapropriada
Arizona: - Era apenas uma opinião
Pierce: - Vai mesmo continuar?
A pediatra fica sem saída. Ela suspira e entorta a boca.
Arizona: - Eu não quero ser rude com ninguém, eu só...
Cristina entrega o prontuário para Pierce.
Yang: - Eu não preciso dos seus casos pequenos, faça bom proveito
Arizona: - Ei! Não fale assim do meu paciente
Pierce: - Era para essa pessoa que você queria pedir ajudar sobre o nosso paciente
Robbins sacode a cabeça.
Já na sala de cirurgia.
Meredith: - O que devo dizer pra ela Callie? Cristina eu tenho você e o Alex como a minha pessoa
Callie: - Eu não quero me envolver nisso
Meredith: - Mas eu preciso que se envolva
Callie: - A Yang não tem cara de ser ciumenta, ela vai superar
Meredith: - Ai está o problema, a Cristina é imprevisível e eu não tenho certeza que ela vai superar
Callie: - Se ela tocar no assunto fala do Hunt
Meredith: - Não! Ela vai se sentir mal e eu não a trouxe aqui pra isso
Callie: - Que tal não falar nada, vão beber e dançar. Isso vocês fazem super bem juntas
Meredith: - Você não sabe ajudar, você está me deixando mais nervosa
Callie: - Então eu vou me calar e só arrumar os ossos desse paciente
Meredith: - Não!! Callie por favor
Callie: - Estou ficando nervosa com você, faça o seu trabalho e depois pense na sua amiga
Meredith: - Ela vai me odiar
Callie: - Seremos duas se você não parar de falar
Grey estreita os olhos. Franzi o nariz.
Meredith: - Eu também te odeio
Depois da cirurgia Cristina aparece na sala dos médicos.
Yang: - Alex virou sua pessoa, Hunt se apaixonou pela "versão feminina dos cabelos perfeitos", Pierce tomou o lugar que pensei que ninguém nunca ocuparia, tudo aqui mudou, principalmente você
Meredith: - Não mudei nada
Grey arruma seu armário, evitando olhar para Yang.
Yang: - Será? Eu vi que estava diferente assim que olhei para você
Meredith: - Passei por algumas coisas sozinha, apenas criei defesas
Yang: - Contra mim?
Meredith: - Contra o mundo, não leve para o pessoal
Yang: - Sua relação com Derek acabou bem diferente do que imaginávamos, a nossa vai tomar o mesmo rumo?
Meredith: - Ninguém no mundo tomará o seu lugar, o Derek era outro caso
Yang: - Sou uma peça fora do seu quebra-cabeças Meredith, me machuca perceber isso
Meredith: - Nunca mais repita isso! Você é a única pessoa no mundo que não me deixa esquecer quem eu sou de verdade, almas gêmeas não se perdem
Yang: - Mas podem se separar
Dali por diante só existiu silêncio. No quarto de repouso o casal calzona conversava.
Arizona: - Eu me senti mal, parecia que eu estava no meio de uma guerra
Callie: - E eu que fiquei sem respostas, eu não sabia o que dizer pra Grey
Arizona: - Yang voltou e o hospital deu uma sacudida
Callie: - Isso porque ela ainda não viu o Hunt, acho que um abalo maior vem por ai
Arizona: - Eu não quero mais saber disso, eu só quero te beijar agora
Callie: - Hmm... Adorei essa ideia
A pediatra agarra sua amada pela cintura. Elas se beijam lentamente. Torres encosta na parede, ela sorri entre um beijo e outro. Robbins encosta sua testa na testa de Callie. Elas trocam olhares apaixonados.
Arizona: - Você acabou de salvar o meu dia
Callie: - E você o meu, agora posso enfrentar meu plantão tranquila
Arizona: - Vou te esperar aqui
Callie: - Negativo, você vai buscar nossa filha na escola e depois vão resolver as tarefas de casa dela
Arizona: - Eu tinha esquecido que hoje era a minha vez
Callie: - Que bom que estou aqui pra te lembrar
Arizona: - Mas depois que eu colocar a Sofia para dormir eu posso colocar aquele vestidinho que você tanto gosta e te esperar na cama, que tal?
Callie: - Perfeito. Eu passo no mercado e levo algo pra gente beber
Elas se beijam.
Arizona: - Teremos uma ótima noite

Eu dou meu melhor todos os dias, sou praticamente perfeita. Ganho prêmios, sou requisitada em vários lugares, porém aonde eu achei que sempre me sentiria acolhida hoje me senti deslocada, expelida por todos. Quando isso aconteceu? Eu sei que minhas escolhas me levaram para longe, todavia pra tão longe assim, ao ponto de não encontrar no olhar das pessoas um resquício de felicidade ao me ver? Seattle não me recebe mais de braços abertos.

A noite estava chuvosa, ótima para um romance. Torres pensava assim também e chegou em casa cheia de amor para dar a sua amada.
Callie: - Arizona? Cheguei amor
Arizona: - Eu estava ficando ansiosa com a sua demora
Callie: - Sofia já dormiu?
Arizona: - Aham. Fez todas as tarefas, brincou um pouco e foi dormir
Callie: - Melhor impossível
Arizona: - Agora é só eu e você, temos a noite toda para aproveitar
A ortopedista se aproxima de Robbins. Ela passeia seus dedos pelo ombro de Arizona, fazendo com que a alça do vestido dela escorregue pelo braço.
Callie: - Ops... Foi sem querer
Arizona: - Sem querer, sei...
Elas trocam selinhos.
Arizona: - Preparei seu banho
Callie: - Você vai entrar comigo? Quero sua companhia
Arizona: - Vou com todo o prazer do mundo
Callie: - Adoro essa sua disposição, sempre é boa pra mim
Arizona: - Como ficar indisposta do lado de uma mulher como você?
Elas começam a se agarrar no meio da sala. As coisas estão esquentando quando a campainha toca.
Callie: - Você pediu alguma coisa?
Arizona: - Nada, nadinha e você?
Callie: - Também não
Arizona: - Então deixa pra lá
Elas voltam a se beijar, porém a campainha insiste.
Callie: - Que droga! Eu não quero atender
Arizona: - Nem eu, mas vai acabar acordando a Sofia
Contra sua vontade a ortopedista vai abrir a porta. Ela se surpreende.
Callie: - Yang? O que houve? Está tudo bem com você?
Yang: - Estou precisando me encaixar
A cardiologista está toda molhada. Ela cruza os braços e seus lábios estão tremendo.
Yang: - Será que eu posso entrar? Está muito frio aqui fora
Callie: - Claro! Fica a vontade
Yang: - Estou tentando isso desde cedo, mas ainda não consegui
Robbins arregala os olhos. Ela não acredita que Cristina esteja toda molhada no meio da sua sala.
Arizona: - Aconteceu algo que eu perdi?
Yang: - Nada demais
Callie: - Amor vai pegar uma toalha para a Yang
Arizona: - Ela vai ficar?
As duas olham para a pediatra, que percebe o fora que deu.
Arizona: - Digo... Vai ficar até quando
Callie: - Amor vai só pegar a toalha
Arizona: - Ok. Volto daqui a pouco
Torres passa a mão nas costas de Cristina, que desaba a chorar. O clima fica tenso.

O que faremos quando o poder estiver em nossas mãos? Saberemos como usar? Ou faremos como os homens? Me pergunto o que chegar no topo representa e como isso afeta o que somos. O poder é construtivo ou destrutivo? Como não deixar que ele afete nossa essência? Podemos criar um antídoto e nos livrar dos males do poder e ficar apenas com o lado bom de tudo isso? Eu não sei, eu tenho medo de descobrir tarde demais. Queremos comandar o mundo, porém a que custo?


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