Utópico. escrita por DihDePaula


Capítulo 16
Capítulo 15 - A festa dos Brandley


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo contém cenas de violência.



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Luna já estava se arrumando para a festa na casa dos Brandley. Os últimos dias não foram fáceis, Sebastian e Luce discutiam com Travis quase que o tempo inteiro por causa da invasão do Solar e sobre como Travis queria lidar com ela. Foi surpreendente para ela ver os dois defendendo seu povo daquela forma e claro que ela informou a Nikollay tudo que estava acontecendo. Recebeu a ordem de não tentar nada daquele tipo de novo para não arriscar a própria segurança. Mas quem disse que ela estava disposta a obedecer?

A jovem esteve pelo menos mais três vezes no solar, duas Albert estava lá e uma foi só para deixar um presente. E seu objetivo estava sendo alcançado, aquele homem estava cada vez mais abatido, olheiras fundas, olhar assustado. Ele realmente acreditava que era o fantasma de Amber, enquanto isso Travis só ficava mais irritado. Ela seria obrigada a parar de ir por um tempo, já que Travis encheu o solar com guardas para comprovar sua teoria. Mas naquela noite Luna decidiu se dar uma folga e aproveitar um pouco a festa, estava precisando relaxar e se divertir, antes que acabasse enlouquecendo.

Abi havia ajudado ela a se arrumar como sempre, os cabelos negros estavam presos em um belo coque perfeitamente alinhado. Já na maquiagem Abi havia utilizado um delineado preto para destacar bem os olhos azuis de Luna, um pouco de iluminador em alguns pontos estratégicos e nos lábios um batom vinho realçando os lábios carnudos da jovem. Luna já estava pronta e se encarava no grande espelho que tinha no quarto. O vestido era preto e longo, discreto, simples e elegante. Tinha uma fenda do lado direito que começava um palmo acima do joelho, mostrando uma parte da coxa da jovem. E a parte de cima do vestido se prendia em seus braços abaixo do ombro exibindo um decote generoso em V. Em suas orelhas um brinco pequeno e simples com duas pedras brilhante.

— Você está linda! Tenho certeza que Sebastian vai adorar! — Abigail falou empolgada, mas por sorte sussurrou a última parte.

— Para com isso Abi! — Luna exclamou fazendo uma careta e voltando a se encarar no espelho.

A morena realmente estava magnífica e ela sabia disso. Todos já haviam ido na frente, ela se atrasou de propósito e mandou todos irem na frente. Afinal ela queria uma entrada triunfal e chegar junto com todos não lhe proporcionaria o tipo de impacto que ela queria causar. Depois de revisar os últimos detalhes e ver que estava tudo perfeito ela saiu de seu quarto e foi direto para o andar de baixo conversando animadamente com Abigail. Mas ao chegar lá encontrou Pablo parado na entrada, ele vestia roupas pretas incluindo camisa e calça social. Ele a olhou de cima a baixo e sorriu um pouco malicioso, o que fez Luna revirar os olhos.

— Boa noite, Srta. D'Liancourt. O senhor Bernard pediu para que eu lhe esperasse e acompanhasse até a residência dos Brandley. — Disse Pablo estendendo a mão para Luna.

— Então vamos. — Disse de forma seca e ignorando a mão dele.

Ela se virou para Abi, se despediu da jovem com um beijo amigável e um abraço. Caminhou na frente de Pablo indo diretamente para dentro da carruagem sem espera-lo, não demorou muito para Pablo entrar e se sentar de frente para Luna na carruagem. A jovem somente ignorou a presença dele e ficou encarando o lado de fora pela janela. Pablo bateu com a mão na carruagem para avisar que podíamos ir, não demorou muito para a mesma começar a se mover. Ela podia sentir os olhos dele sobre todo o seu corpo e aquilo a incomodava.

— Você está linda hoje, uma delicia. Talvez eu passe no seu quarto mais tarde para te fazer uma visita. — Disse em um tom baixo para que somente ela escutasse e com a voz carregada de desejo.

— Se fizer isso serei obrigada a gritar para que todos saibam que um homem invadiu o meu quarto e isso não terminar bem para você, não é mesmo? — Pela primeira vez ela o encarou com o cenho franzido e uma expressão nada amistosa.

— O que aconteceu com você? Antes você gostava das minhas visitas noturnas. — Disse Pablo visivelmente irritado, mas ainda mantinha o tom baixo.

— Não quero mais suas visitas noturnas, você deixou essa paixonite te cegar e quase estragou meu disfarce algumas vezes por conta disso. Não sabe ver quando é só sexo, é isso que nos dois tínhamos, sexo e nada mais. Só que você ficou fantasiando algo a mais, você deixou seu ciúme transparecer em momentos inadequados e quase estragou tudo para mim e para o meu povo. Então eu não posso ficar com você justamente porque você não sabe jogar o meu jogo e se não consegue fazer isso, não me serve de nada. — Respondeu a morena de forma ríspida e firme.

Ele teria que entender de uma vez por todas que o que eles tinham já havia acabado. Luna não pretendia arriscar tudo nem por Sebastian que ela havia começado a ter alguns sentimentos. Quem dirá por Pablo que era somente sexo e diversão. O moreno estava com uma expressão furiosa, mas ela não ligou. Voltou a encarar as ruas iluminadas em silêncio, esperava que ele finalmente tivesse entendido. Ela sabia que provavelmente ela era a última a chegar e era exatamente isso que ela queria, tinha consciência de sua beleza e de sua postura. Ela irradiava confiança e determinação naquela noite e era exatamente isso que ela queria demonstrar.

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Sebastian não havia entendido quando Abi veio lhe dizer para irem na frente, pelo visto Luna havia dormido demais novamente. Ele já havia reparado que ela gostava bastante de dormir e estava sempre se atrasando, mas não ligava nem um pouco para isso. Estava encostado em uma das grandes pilastras do salão que tinha na casa dos Brandley. Depois dos Campbell eles com certeza eram os mais ricos da cidade e não faziam questão de esconder aquilo. O salão estava todo enfeitado com  dourado, por toda parte que se olhava tinha algo dourado simbolizando ouro e riquezas. Para Sebastian aquilo era indiferente, mas pelo visto muitas daquelas pessoas haviam adorado. Luce estava dançando de forma distraída com o filho mas velho dos Brandley, ficou observando sua irmã conversar e rir enquanto dançava com aquele rapaz.

Logo a música mudou para algo mais lento, mas romântico. Os Brandley eram conhecidos por seu gosto pela arte e pela música, eles haviam conseguido inúmeros artefatos antigos e adoravam se gabar por conta disso. Estava tocando músicas românticas dos séculos passados, naquele momento estava tocando uma música chamada Love Me Tender, música de um grande músico que por muitas gerações foi considerado o rei da música. Era realmente uma música belíssima que falava sobre amor. Estava tão distraído com a música que quase deixou passar a entrada de Luna

Um pequeno burburinho se estendeu pelo salão e quando olhou para a entrada Sebastian entendeu perfeitamente o porque dos cochichos. Quando seus olhos azulados bateram sobre a jovem tudo que ele conseguiu fazer foi ficar com os lábios entre abertos e provavelmente uma cara de idiota. Ela estava além de qualquer descrição, o vestido preto caiu perfeitamente sobre seu corpo acentuando as belas curvas que o mesmo possuía. Ela desceu as escadas do salão lentamente com uma expressão confiante olhando para um único ponto em meio a multidão, ele.

Sebastian observou que Luna lhe lançou um pequeno sorriso e isso fez com que um grande sorriso se estendesse por seus lábios. Ele só percebeu que tinha se aproximado de Luna quando estendeu sua mão para ela e ela aceitou a mão dele de bom grado e com um sorriso em seus lábios. A jovem o encarava com os belos olhos azulados, como o céu em um dia bonito e sem nuvens. Ele a encarou por alguma tempo com um sorriso nos lábios até que o rosto da jovem ficou um pouco avermelhado e ela sussurrou.

— Tem algo errado com minha cara? Por que está me encarando assim? — Perguntou a morena com o cenho franzido. Sebastian soltou uma pequena gargalhada e negou com a cabeça.

— Você está tão linda que acho que esqueci de como se fala. — E naquele momento foi a vez de Luna rir. — Quer dançar?

O loiro somente deu ombros e se curvou levemente enquanto levava a mão que ele ainda segurava até seus lábios, dando um pequeno beijo. Luna sorriu e deu ombros ainda o fitando, ele agora percebia que todos estavam encarando os dois. Mas sinceramente não se importava nem um pouco com aquilo. Quando ela assentiu aceitando seu convite ainda a segurando pela mão começou a caminhar lentamente com ela até o centro do salão onde alguns casais ainda estavam dançando.

Não demorou muito para Sebastian colocar a mão livre sobre a cintura de Luna e ela pousar a mão em seu ombro. Logo começaram a se mover de forma lenta conforme uma outra música que preenchia o ambiente naquele momento. Uma parte da música chamou atenção de Sebastian porque ela dizia exatamente como tudo havia acontecendo entre os dois nos últimos dias.

People fall in love in mysterious ways

(As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas.)

Maybe just the touch of a hand

(Talvez apenas com o toque de uma mão.)

Luce havia dito a ele inúmeras vezes que ele estava se apaixonando por Luna. Mas ele não tinha acreditado nela. Bom, não até aquele momento, até aquela música lhe tocar de alguma forma. Porque sinceramente aquela letra dizia tudo que ele estava sentindo e querendo enquanto dançava com seu corpo tão próximo ao de Luna. Sabia que aquilo não era uma simples atração sexual, que ia bem além daquilo. Era diferente de tudo que ele já havia sentido um dia e aquilo assustava e quanto mais a música tocava, mas ele começava a ter certeza de seus sentimentos por ela. Continuaram a dançar pelo salão sem se importar com os olhos de todos sobre eles, para Sebastian só havia eles dois naquele momento e provavelmente ele estava sorrindo feito idiota, já que seu maxilar havia começado a doer.

So honey, now, take me into your loving arms

(Então querida, agora, me abrace amorosamente)

Kiss me under the light of a thousand stars

(Beije-me sob a luz de mil estrelas)

Oh darling, place your head on my beating heart

(Oh, querida, coloque sua cabeça em meu coração que bate)

I'm thinking out loud

(Estou pensando alto)

That maybe we found love right where we are

(Talvez tenhamos achado o amor bem aqui onde estamos)

Em alguns momentos ele a afastou de si somente para roda-la e puxa-la de volta contra o seu corpo. O que em alguns momentos arrancavam algumas gargalhadas dos lábios da jovem, o que ele havia decidido que com toda certeza seria seu som favorito a partir daquela noite. Quando a música acabou eles não se importaram continuaram dançando até que outra música viesse e eles se adequassem ao novo ritmo. Começaram uma conversa descontraída sobre o dia deles e também sobre a distribuição para as pessoas dos níveis inferiores que eles realizariam no domingo. Sebastian não sabe ao certo por quanto tempo ficaram ali somente os dois dançando e conversando em meio a risadas, olhares e sorrisos. Mas com toda certeza aquela estava sendo uma das melhores noites para ele, nunca imaginou que um dos eventos insuportáveis da sociedade de Borthen poderia se tornar algo tão gostoso e divertido.

— Olha não sei nem quantas músicas nos já dançamos, mas eu preciso comer algo e beber. Minha barriga está roncando de fome e meus lábios estão secos. O que acha de paramos um pouco? — Perguntou Luna de forma descontraída e com o cenho franzido.

— Claro, eu também estou com fome e precisando de uma boa bebida. — Com um sorriso nos lábios ele se afastou somente para poder estender o braço para ela.

Um sorriso se formou nos lábios da morena e logo ela envolveu seu braço junto ao que Sebastian lhe oferecia e começaram a caminhar na direção da mesa que os Campbell estavam sentados. Pode observar que todos encaravam eles dois, Luce com um sorriso bobo que indicava Sebastian que ele escutaria inúmeras piadas mais tarde. Amélia com um pequeno sorriso e um brilho diferente em seu olhar. Já Travis e Bernard por algum motivo não sorriam e encaravam os dois sérios. Ao observar a feição deles o sorriso de Sebastian se desmanchou e acabou ficando um pouco tenso com a situação.

— Não ligue para eles dois, não deixe que estragarem a nossa noite. — Sussurrou Luna para Sebastian.

O loiro a encarou com o cenho franzido e tudo que a morena fez foi sorrir. Então, Sebastian assentiu e lhe retribuiu o sorriso. Ao chegarem na mesa eles se sentaram nas cadeiras vagas que ficavam entre Luce e Amélia, assim como era em casa.

— Menina você está um arraso! Literalmente você parou o salão quando chegou! — Exclamou Luce para Luna extremamente animada.

— Obrigada Luce, você também está maravilhosa! — Exclamou Luna olhando para Luce.

Luce estava com um vestido em tom perola longo e que tinha duas faixas triangular nas laterais um pouco abaixo dos seios. O mesmo não tinha um decote amostra, mas em compensação um lasco se abria na perna direita bem acima da metade da coxas, revelando toda aquela parte do corpo da loira. Um batom vermelho vivo estava em seus lábios e assim como Luna usou o preto para destacar os olhos claros. E os cabelos loiros desciam em ondas até os ombros. Enquanto Sebastian estava com um smoking preto como a maioria dos homens por ali.

— Você está linda Luna. Pelo visto você se atrasar valeu a pena pelo menos. — Disse Travis com certo deboche na última parte.

— Obrigado, Sr. Campbell. — Respondeu Luna não parecendo se importar coma alfinetada.

Sebastian somente revirou os olhos e começou a comer um delicioso penne que haviam acabado de servir na mesa deles. Bebericou um pouco de vinho enquanto observava as mulheres conversarem de forma animada sobre trivialidades. Luna também comia e bebia enquanto conversava, pelo visto ela realmente estava com fome.

— Não sei para onde vai a comida que vocês dois comem. — Exclamou Luce com o cenho franzido.

— Hm? — Questionou Luna sem abrir os lábios, já que estava comendo.

— Os dois já comeram tudo que foi servido desde que sentaram, parece dois poços sem fundo. — Disse Luce rindo.

Sebastian acabou engasgando com a comida em meio a uma risada e deu ombros. Enquanto sorvia o vinho para tentar melhorar o mal estar de engasgar. Luna adquiriu um tom vermelho em sua face, mas logo depois deu ombros e voltou a comer sem se importar muito.

— Você bebe mais que um daqueles pinguços e ninguém fala nada sobre isso, deixa a gente ser feliz com as coisas gostosas que estão servindo. — Exclamou Sebastian antes de levar um camarão a sua boca e dar ombros.

Luce começou a rir e sorveu o liquido laranja que tinha em seu copo em um único gole para em seguida dar ombros e estender a mão para a garrafa de bourbon que estava sobre a mesa deles. Voltou a encher o copo com um sorriso travesso nos lábios, somente para reafirmar o que Sebastian havia acabo de falar.

— Viu? Alcoólatra! — Exclamou o loiro rindo logo em seguida.

— O que posso fazer se a garrafa está gritando meu nome? — Naquele momento todos na mesa começaram a rir, até mesmo seu pai e seu irmão que ainda se mantinham um pouco sérios.

Luna terminou de comer e soltou um suspiro, pelo visto ela estava satisfeita. Começou a beber mais uma taça do vinho enquanto continuavam a conversar. Depois de algum tempo Bernard se colocou de pé e caminhou até Luna. Com um daqueles sorrisos dele malicioso estendeu a mão para Luna e disse com cordialidade.

— Já que concedeu tantas danças ao meu irmão, não acho que será ruim conceder uma para mim. — Disse Bernard de forma confiante.

Sebastian e Luce reviraram os olhos ao mesmo tempo e acabaram rindo baixinho daquele tipo de coisa, eles sempre faziam aquilo. Luna ponderou por alguns segundos e depois assentiu aceitando a mão dele para ser conduzida para a pista. Sebastian sabia que ela não teria muita opção a não ser aceitar, muitos estavam olhando e seria um pouco de grosseria se ela não aceitasse. Pelo menos para aqueles que não conheciam Bernard de verdade.

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Bernard sorriu quando Luna aceitou sua mão e se levantou, ele lhe estendeu o braço e ela o aceitou. Logo depois começaram a caminhar até a pista de dança, eles se posicionaram entre as outras pessoas e começaram a dançar conforme o ritmo lento daquela música, era mais uma música romântica e que falava de amor. Mas para Bernard aquilo não significava nada, tudo que ele queria de Luna era mais uma boa noite de sexo, como teve da outra vez. Ela estava sempre fugindo dele quando ele falava sobre isso, pelo visto ela havia se arrependido por alguns motivos. Mas não tinha problema, porque naquela noite ele iria ter aquilo que desejava.

— O que está rolando entre você e o Sebastian? — Perguntou ele em um tom seco e com uma expressão de poucos amigos.

— Somos amigos, ele é legal. Só isso. — Respondeu Luna sem realmente parecer se importar com a pergunta.

— Amigos não dançam tanto e da forma que vocês dançaram. — Disse o loiro de forma um pouco ríspida, mas ainda sim falando para que somente Luna ouvisse.

— Se não quer acreditar no que eu digo o problema é seu. — Respondeu ela com a mesma rispidez e tentou se afastar.

Mas Bernard prendeu seu braço ao redor da cintura dela e a puxou para si. Luna o encarou com o cenho franzido e revirou os olhos logo em seguida. Bernard deu um pequeno sorriso e continuou a dançar com seu corpo perto do de Luna. A morena não disse nada somente continuou a dançar e encara-lo com o cenho franzido.

— Desculpe, acredito em você. Vamos deixar isso para lá e dançar que tal? — Perguntou ele com um sorriso galanteador.

Ele não se importava se ela e Sebastian acabassem tendo algo, sabia que provavelmente eles nem teriam se beijado, que dirá feito o que os dois já fizeram. Depois dessa noite se Sebastian quisesse tê-la, Bernard não ligaria. Seria até divertido contar para o seu irmão bonzinho como havia fodido com ela algumas vezes. Depois de algumas músicas Luna até tentou se afastar dele algumas vezes, mas ele sempre a trazia de volta para si e a fazia dançar com ele. Mas Bernard não poderia manter aquilo por muito tempo, ele sabia disso pela expressão irritada de Luna.

— Venha, vou te apresentar aos anfitriões. — Disse ele estendendo o braço para Luna.

— Tudo bem. — Disse ela aceitando o braço de Bernard.

Sabia que ela aceitaria, já que seria falta de educação ir aquela festa e não cumprimentar os donos da casa e ele sabia o quanto Luna estava sempre seguindo os códigos de etiqueta, pelo menos na maioria das vezes. Não demorou muito para ele ver o Sr. e a Sra. Brandley conversando a beira do salão com o filho do meio, que provavelmente tinha a mesma idade que Bernard. O rapaz se aproximou dos três com um sorriso nos lábios junto a Luna.

— Sr. e Sra. Brandley, Marcus. A festa está fabulosa, queria apresentar a vocês minha prima. Luna D'Liancourt!. — Disse Bernard com um sorriso divertido em seus lábios.

— Bonne nuit! É um prazer conhecer todos vocês. A festa está divina! — Disse Luna com seu sotaque francês carregado como sempre e um sorriso nos lábios, junto a um tom cordial.

— Boa noite! Nós a notamos assim que chegou minha jovem, está belíssima! — Exclamou o Sr. Brandley enquanto pegava a mão de Luna e desferia um pequeno beijo. As bochechas dela ficaram um pouco vermelha com o comentário dele.

— Está magnífica criança, sabe mesmo como fazer uma entrada. — Disse a Sra. Brandley sorrindo e de forma descontraída, ela deu um pequeno abraço em Luna e depois se afastou.

  — Merci, monsieur et madame.    —  Respondeu a morena com um pequeno sorriso nos lábios avermelhados.

Marcus somente lhe lançou um sorriso, que Luna logo retribuiu. O casal começou a fazer várias perguntas para Luna, de que lugar da França ela vinha, sobre a família dela, o motivo da viagem, quanto tempo ficaria. Entre várias outras, Bernard cochichou no ouvido da morena que iria pegar um pouco de vinho para eles e ela somente assentiu mantendo uma conversa com os Brandley. Não demorou muito para Bernard conseguir as taças de vinho, mas antes de se aproximar de Luna ele pegou um pequeno frasco em seu bolso e despejou um líquido transparente em uma das taças. Com um sorriso malicioso se aproximou deles novamente e entregou aquela taça para Luna, que bebericou a mesma enquanto mantinha a conversa. Depois de algum tempo ali o loiro fez menção de saírem daquela conversa.

— A conversa está muito agradável, mas tempos que falar com meus pais. Está tudo magnífico! — Elogiou novamente a festa para os anfitriões.

— Merci pelo convite, está é uma festa realmente esplêndida. — Disse Luna com um sorriso nos lábios para depois começar a se afastar.

O loiro a acompanhou com um pequeno sorriso na direção da mesa dos Campbell, Luce já não estava mais ali e nem Sebastian. Naquele momento só estava seu pai, sua mãe e Albert com uma expressão abatida e cansada, já havia alguns dias que ele estava assim, mas isso era algo que não importava para Bernard. Quando estavam chegando bem na frente da mesa Luna cambaleou um pouco, Bernard rapidamente a envolveu com os braços ao redor da cintura da jovem e sorriu para ela.

— Você está bem, querida? — Perguntou Amélia com o cenho franzido.

— Não sei, me deu uma tontura agora. Acho que bebi vinho demais. — Resmungou Luna colocando a mão na testa e respirando fundo.

— Se quiser posso leva-la para casa. — Disse Bernard com um sorriso nos lábios.

— Acho melhor, diga a Luce e Sebastian que infelizmente eu tive que ir. Bonne nuit! — Disse Luna se virando com um sorriso fraco.

Bernard sorriu triunfante e ainda segurando Luna para não correr o risco de que ela caísse começou a levava-la para fora dali. Quando chegaram a porta principal daquela casa Pablo se aproximou com o cenho franzido e uma expressão preocupada, Bernard naquele momento não entendeu o porque o rapaz parecia preocupado com Luna, afinal eles nem se conheciam direto.

— Está tudo bem Srta. D'Liancourt? — Questionou o moreno.

— Ela bebeu vinho demais e acabou ficando um pouco tonta. Eu vou levar ela para casa. — Respondeu Bernard.

O moreno somente assentiu e se apressou  em ir buscar a carruagem. Levou poucos minutos para ele aparecer com a mesma e o cocheiro. Ajudou a Bernard colocar Luna em um dos bancos e depois foi para o lado de fora. Ele sabia que não poderia ir na mesma carruagem que eles, a não ser que um dos dois o chamasse. Mas Luna estava quase dormindo para pensar sobre isso e Bernard não tinha o menor interesse em tê-lo dentro da carruagem. Depois de alguns minutos eles finalmente chegaram ao palácio, quando Bernard começou a leva-la para dentro do mesmo estava com um sorriso em seus lábios.

— Srta. Luna! — Exclamou uma voz feminina conhecida.

— Abi, me leve para o meu quarto e me ajude a me trocar, por favor. — Exclamou Luna com um pequeno resmungo.

Bernard pensou em contestar, mas Luna se apressou e se desvencilhou dele indo na direção da loira. Logo elas começaram a subir as escadas com calma. Abigail a auxiliava e segurava o corpo da morena para evitar que ela caísse. Sabia que se contestasse atrairia atenção indesejada, então ele somente as seguiu até uma parte do caminho e em silêncio.

— Já que vai cuidar dela eu vou me recolher. — Disse Bernard para Abigail.

A loira somente assentiu e se adiantou virando no corredor que dava para o quarto da jovem. Bernard se encaminhou para o outro lado do corredor e ficou a espreita esperando. Levou pelo menos uns 30 minutos para Abigail finalmente sair de dentro daquele maldito quarto, quando isso aconteceu o rapaz esperou a empregada sumir na parte oposta do corredor. E quando isso aconteceu ele deixou um sorriso se formar em seus lábios, começou a caminhar tranquilamente até o quarto de Luna. E como ele previu a porta tinha ficado aberta, não demorou meio segundo para ele estar do lado de dentro e fechar a porta. Observou ela deitada na cama em meio aos lençóis brancos e sorriu.

Com passos calmos ele se aproximou da cama enquanto retirava o blazer e a gravata, jogou as peças de roupa sobre uma cadeira que tinha ali perto sem se importar com a bagunça. Lentamente puxou o lençol e observou a pele alva de Luna exposta, protegida somente por um pequeno baby doll preto de cetim. Com um sorriso malicioso em seus lábios ele empurrou o sapato de seus pés e logo subiu na cama colocando seu corpo acima do dela, usava suas mãos para sustentar o corpo ficando por cima dela. Lentamente ele se pois de joelho levou as mãos as pernas delas e as separou, para poder se colocar ajoelhado entre as mesmas. Luna lentamente abriu os olhos e o olhou um pouco assustada, tentou afasta-lo e ele sorriu com isso.

— Shhhh, já fizemos isso antes querida Luna. Eu vim matar a saudade do seu corpo. — Ao dizer aquelas palavras Bernard sorriu e deslizou uma das mãos pela lateral do corpo da jovem.

— Bernard, hoje não. Por favor. — Resmungou a jovem tentando afasta-lo novamente.

Mas o rapaz somente ignorou o que ela falava. Apertou seu corpo contra o dela, deixou seu rosto afundar entre o pescoço e aqueles cabelos negros, puxou o ar pelas narinas absorvendo o cheiro de jasmim que vinha do corpo da jovem. As mãos de Bernard começaram a passear sobre o corpo da morena , enquanto seus lábios tocavam o pescoço dela com pequeno beijos e mordidas. Podia sentir as mãos delas espalmadas em seu peitoral tentando lhe empurrar, mas ela não tinha força para isso. Continuava a negar e pedir para que ele saísse, mas Bernard não se importava, ele só queria senti-la novamente. Suas mãos passeavam e apertavam o corpo dela cada vez mais. O loiro apertou seu quadril contra o dela, pressionando o volume que se formou em sua calça contra o corpo da jovem.

— Olha como você me deixa Luninha. — Disse ele com um sorriso perverso em seus lábios.

— Não Bernard, por favor. Não. — Resmungava a jovem ainda tentando empurra-lo.

— Está chorando de felicidade não é? Eu sei que você me quer, assim como eu te quero. — Disse o rapaz rindo.

Quando ele se afastou para encara-la percebeu que pequenas lágrimas escorriam pela face dela. Estava dizendo não para fazer charme, era tudo teatro. Bernard sabia que ela o queria, queria senti-lo novamente dentro de si. Ele deslizou seus dedos até a beirada do short e começou a puxa-los lentamente para fora do corpo da jovem. Os soluços de Luna se tornaram um pouco mais altos e a jovem começou a se debater um pouco mais forte, suas mãos voaram na direção de Bernard arranhando sua face.

— Não! Se afasta de mim! — Gritou ela bem mais alto do que da vez anterior.

— Cala a boca, porra! — Disse Bernard enquanto tampava a boca dela com uma das mãos.

Com a outra ele terminou de se livrar do short e o jogou para longe. Ela continuava a bater contra o tórax dele, mas era tão fraco que ele mal sentia. Era estranho ela ainda ter alguma força para lutar, haviam garantido a ele que provavelmente ela nem ficaria acordada. Lágrimas escorriam pela face dela, os soluços foram abafados pela mão dele. Ela ainda se debatia, mas tudo que ele fez foi pressionar seu membro ainda mais contra ela, lentamente com a mão livre ele começou a desabotoar a própria calça, abaixou a mesma somente para permitir que a cueca ficasse amostra revelando sua ereção. Agora só faltaria chegar a minúscula calcinha preta para o lado, abaixar a própria cueca e ele poderia senti-la novamente.

E quando ele pensou em afastar a pequena peça preta, um estrondo ecoou pelo quarto. Tudo aconteceu rápido demais, tudo que ele conseguiu entender depois daquilo era que ele estava no chão e alguém socava a face dele com força o suficiente para deixa-lo atordoado.


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